Folha de S. Paulo
Obras da Copa ficam R$ 2,7 bi mais caras
As obras da Copa do Mundo de 2014 tiveram um aumento de custo de R$ 2,7 bilhões desde janeiro. Um estudo da consultoria legislativa do Senado comparou os orçamentos previstos para estádios, obras de mobilidade, portos e aeroportos no começo do ano com o último balanço do governo federal, da semana passada.
Em janeiro, os projetos estavam avaliados em R$ 23,8 bilhões, mas agora essas mesmas obras têm o custo previsto de R$ 26,5 bilhões. Proporcionalmente, a maior variação ocorreu nos portos, que encareceram 21%.
Em valores absolutos, porém, as obras de mobilidade urbana foram as que mais cresceram: R$ 1,2 bilhão, ou 10%. Hoje os projetos voltados para a mobilidade estão avaliados em R$ 16 bilhões.
Para o governo, contudo, as obras de mobilidade, apesar do alto custo, não estão entre os “pilares essenciais” para a realização do evento, como já declarou o ministro Orlando Silva (Esporte).
Lula diz que político não pode ‘tremer’ quando for acusado
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem, em Salvador (BA), que “político tem que ter casco duro” e não pode “tremer” cada vez que for acusado de fazer “coisa errada”.
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A declaração se referia aos ex-ministros Alfredo Nascimento (Transportes), Wagner Rossi (Agricultura) e Pedro Novais (Turismo). Segundo Lula, eles pediram exoneração porque não resistiram à pressão de suspeitas de envolvimento em casos de corrupção. O ex-presidente não fez menção ao petista Antonio Palocci, que saiu da Casa Civil em junho.
“Político tem que ter casco duro. Se o político tremer cada vez que alguém disser uma coisa errada sobre ele e não enfrentar a briga para dizer que está certo, acaba saindo mesmo”, disse o petista, durante cerimônia da Universidade Federal da Bahia.
Ele recebeu o título de doutor honoris causa em meio a protestos de estudantes. Um grupo de manifestantes reivindicou do governo federal a aplicação de 10% do PIB (Produto Interno Bruto) em educação. Enquanto Lula discursava, citando números de sua gestão para o setor, os estudantes gritavam do lado de fora do auditório.
Governo cede, mas impasse sobre royalties permanece
O governo Dilma acenou ontem com a possibilidade de ceder mais na divisão da receita de tributos do petróleo, mas novamente não conseguiu acordo, ao rejeitar as três propostas apresentadas pelos Estados produtores.falta de entendimento na reunião de ontem pode fazer a disputa ser decidida no Legislativo -onde Estados não produtores têm maioria e podem derrotar os principais produtores -Rio de Janeiro, Espírito Santo e São Paulo.
Depois de ter aceitado na semana passada reduzir em 33% sua fatia nos royalties, a União sinalizou que pode diminuir em 8% sua receita com participação especial, tributo pago pelas petroleiras em campos mais lucrativos.
Pela proposta, a União deixaria de arrecadar mais R$ 450 milhões no próximo ano, depois de já ter aceitado abrir mão de R$ 800 milhões com os royalties dos campos em mar já licitados por regime de concessão -reduzindo sua fatia nesse tributo de 30% para 20% em 2012.
Definição do novo ministro do TCU divide base aliada
Com sete candidatos, a base do governo Dilma expõe hoje sua fissura na eleição do novo ministro do TCU (Tribunal de Contas da União).
A divisão começa dentro do PT. Patrocinador da candidatura da deputada Ana Arraes -mãe do governador Eduardo Campos (PSB-PE)-, o ex-presidente Lula vai acompanhar a votação.
Boa parte da bancada petista, porém, defende Aldo Rebelo (PC do B-SP) para a vaga do ministro Ubiratan Aguiar, que se aposentou.
A votação hoje será secreta. O nome do novo ministro precisa do voto da maioria dos presentes. Depois, necessita da aprovação do Senado.
PSDB foca redes sociais e reúne ‘pais do Real’ em resgate a FHC
O PSDB decidiu investir pesado em comunicação, com ênfase nas redes sociais, e fará um seminário no Rio de Janeiro, em outubro, reunindo os “pais do Real”, para resgatar o legado do governo Fernando Henrique Cardoso e lançar seu novo programa.
As decisões foram tomadas a partir das conclusões de uma pesquisa comandada pelo cientista político e marqueteiro Antonio Lavareda, apresentada ontem à cúpula da legenda, em Brasília.
De acordo com o levantamento, o PSDB ainda tem bom recall das áreas de Saúde e Educação na gestão FHC. Além disso, a pesquisa apontou empate técnico, com dianteira numérica para os tucanos na gestão: para 15%, o PSDB tem quadros mais qualificados, contra 13% que atribuem a qualidade ao PT.
PF investiga a Vale em operação para combater grilagem
A Polícia Federal investiga um suposto esquema fraudulento de apropriação de terras públicas do Estado de Minas Gerais ricas em minério de ferro e suspeita do envolvimento da mineradora Vale.
A PF e os Ministérios Públicos Federal e estadual querem saber as razões de a companhia ter pago R$ 41 milhões a supostos integrantes de uma quadrilha que fraudava títulos de terras públicas. A Vale diz desconhecer o inquérito.
De acordo com documento do Ministério Público de Minas, a transação financeira foi registrada pelo Coaf, órgão do Ministério da Fazenda responsável pelo combate à lavagem de dinheiro. A Operação Grilo, deflagrada ontem em cidades do norte de Minas, resultou na prisão de nove pessoas -uma ainda está foragida- e no cumprimento de mandados de busca e apreensão.
Vale diz em nota que desconhece inquérito da PF
A mineradora Vale S/A informou que desconhece o inquérito que investiga as fraudes envolvendo terras públicas e disse que nunca foi convocada para dar explicações nessa investigação feita pelos Ministérios Públicos Federal e de Minas Gerais.
Em nota divulgada ontem, a empresa disse: “A Vale esclarece que tem realizado estudos no norte de Minas para implantar unidade de mineração de ferro capaz de gerar desenvolvimento para a região, conforme protocolo já assinado com o governo”.
“A Vale possui procedimento sistematizado de aquisições baseado nos mais rigorosos critérios éticos”, afirma o texto. Segue a nota: “Nos processos de aquisição de terrenos realizados na região, a companhia não identificou irregularidade”.
O Globo
Inflação dobra, dólar sobe mais e país crescerá menos
A inflação não dá trégua. O custo de vida dos brasileiros medido pelo IPCA-15, que é uma espécie de prévia da taxa oficial, praticamente dobrou em setembro, passando de 0,27% para 0,53%. A maior pressão veio de alimentos, bebidas e passagens aéreas. Em 12 meses, o acumulado do Índice está em 7,33%, o maior em seis anos. Segundo economistas, a alta do dólar ontem, a moeda subiu 0,50%, fechando a R$ 1,789 – também deverá ter impacto nos preços, ajudando a por mais lenha na inflação. Apenas em setembro, o dólar acumula alta de 12,03%. Ontem, o Fundo Monetário Internacional (FMI) reduziu a previsão do crescimento do Brasil de 4,1% para 3,8% este ano. A expansão deve ser a segunda pior da América do Sul, atrás apenas da Venezuela (2,8%)
Dilma: mídia atua contra corrupção
Em encontro na ONU sobre transparência governamental, organizado pelo presidente dos EUA, Barack Obama, a presidente Dilma Rousseff disse que a atuação livre e vigilante da imprensa no Brasil é um instrumento no combate à corrupção, ressaltando também os esforços da Procuradoria Geral da República e da Controladoria Geral da União. Dilma não citou recentes casos de irregularidades, que derrubaram quatro de seus ministros, mas reafirmou não compactuar com “erros e malfeitos”. A defesa da liberdade de imprensa vai na contramão do PT, que prega controle da mídia. Ao receber homenagem na Bahia, o ex-presidente Lula afirmou que os políticos devem ter “casco duro” para resistir às denúncias de corrupção. Hoje, a presidente Dilma discursa na abertura da Assembleia Geral da ONU.
No discurso, classe média e Palestina
A presidente Dilma Rousseff fará um longo e histórico discurso hoje de manhã, na sessão de abertura da 66ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). Esse discurso é tradicionalmente feito pelo presidente da República do Brasil, e o fato de ser a primeira mulher a cumprir essa missão, diante de mais de 190 chefes de Estado, deixou a presidente mais apreensiva e cuidadosa.
A presidente pretendia, ainda ontem à noite, depois de uma extensa agenda ao longo do dia, fazer uma última revisão no texto. E, se possível, segundo comentou com auxiliares, queria reduzir um pouco a versão, que estava com 50 páginas.
Governo tentará votar hoje na Câmara projeto que cria a Comissão da Verdade
Apesar da resistência do DEM, o governo insiste em votar hoje na Câmara o projeto que institui a Comissão da Verdade, encarregada de esclarecer violações aos direitos humanos na ditadura. O partido de oposição não quer que pessoas ligadas direta ou indiretamente aos episódios ocorridos no regime militar participem da comissão, mas a proposta do DEM é rejeitada pelo Planalto.
Ontem, a negociação avançou noite adentro para que, ao menos, ficasse acertado o procedimento de votação. A oposição exigiu e o governo aceitou que a Comissão da Verdade seja apreciada só depois que a Câmara votar a regulamentação da Emenda 29, sobre gastos na Saúde. A comissão seria votada na noite de hoje ou, no máximo, amanhã de manhã. Se governo e oposição não se entenderem, a disputa pode chegar ao plenário.
Com Obama, nada de temas polêmicos
Com o discurso pronto para a abertura da Assembleia Geral da ONU, hoje, a presidente Dilma Rousseff se reuniu com o presidente Barack Obama ontem para uma conversa na qual evitou os temas de divergência entre os dois, entre eles a criação do Estado Palestino, que ela defenderá.
O encontro bilateral teve tom amistoso e cerca de 30 minutos de duração, segundo o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota. O assunto da Palestina não foi tocado, embora seja o principal da Assembleia Geral, porque não houve tempo, de acordo com o chanceler.
Os dois presidentes trataram da situação na Líbia, mas Dilma não repetiu críticas ao uso da força para chegar à paz. O Brasil se absteve de votar na votação da resolução do Conselho de Segurança que autorizou operações militares na Líbia para a implantação de uma zona de exclusão aérea. Segundo diplomatas brasileiros, Dilma preferiu focar nos próximos passos.
Lula: ministros devem ter ‘casco duro’ para resistir às denúncias de corrupção
“Casco duro”. Esse é o atributo que os ministros da presidente Dilma Rousseff devem ter para resistir às denúncias de corrupção e não caírem tão rapidamente, aconselhou ontem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, após receber em Salvador o título de doutor honoris causa da Universidade Federal da Bahia (UFBA).
– O político tem que ter casco duro. Porque, se cada político tremer a cada vez que alguém disser uma coisa errada dele, ele não enfrentar a briga para provar que está certo, e as pessoas vão saindo mesmo.
Lula citou casos que levaram à queda de ministros, desde o início do atual governo:
– Pelo que vi pela imprensa, o ministro Alfredo (Nascimento, dos Transportes) não foi a presidenta Dilma que tirou. Mandou ele investigar. O ministro (Nelson) Jobim não saiu por corrupção, saiu por conta de (outro) problema. O ministro da Agricultura (Wagner Rossi), a presidenta Dilma defendeu ele publicamente e ele depois renunciou. O ministro do Turismo teve um problema quando era deputado – disse Lula, sem citar o ex-chefe da Casa Civil Antonio Palocci, que caiu após a divulgação de seu crescimento patrimonial.
Genro de Gastão pede exoneração
O genro do ministro do Turismo, Gastão Vieira, o assessor técnico André Bello de Sá Rosas Costa, pediu exoneração do cargo comissionado que ocupava na Câmara desde abril. Ontem, O GLOBO revelou que ele foi nomeado para ocupar um cargo de natureza especial (CNE) na Comissão de Desenvolvimento Urbano da Casa. Resolução da Câmara proíbe nomeação “para exercício de CNE de cônjuge, companheiro e parentes consanguíneos ou afins, até segundo grau civil” de deputados, senadores, ministros do TCU e diretores da Casa. Gastão se licenciou do mandato de deputado para ser ministro. Procurado pelo GLOBO, Costa não retornou.
Usou diploma falso e perdeu cargo
O ex-funcionário do Ministério da Agricultura Boaventura Teodoro de Lima, que apresentou diploma falso de curso superior para alcançar cargo no governo, como revelou O GLOBO no último domingo, será desligado do Conselho de Administração da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Boaventura é amigo de décadas de Wagner Rossi, ex-ministro da Agricultura, que o levou para assumir vários cargos em Brasília. São conhecidos de Ribeirão Preto (SP).
Boaventura ocupou, entre 2007 e 2010, indevidamente, o cargo de coordenador de Comunicação Institucional e Promocional da Conab. O posto exige curso superior e Boaventura, ao preencher ficha cadastral, disse ter diploma de terceiro grau. Cobrado, entregou diploma da Federação de Escolas Faculdades Integradas Simonsen, do Rio, onde teria se formado bacharel em Ciências Administrativas, em 1998. Consultada pelo GLOBO, a instituição informou que não encontrou Boaventura em seu cadastro de alunos.
Protesto pede que corrupção vire crime hediondo
Com palavras de ordem como “não basta demissão, tem que ter prisão” – numa referência às recentes demissões no governo Dilma Rousseff -, pelo menos 2,5 mil pessoas participaram ontem, segundo a Polícia Militar, do ato “Todos Juntos Contra a Corrupção”, na Cinelãndia, no Rio. Os organizadores, no entanto, contabilizaram cerca de cinco mil manifestantes, embora a expectativa fossede que 30 mil comparecessem ao evento, divulgado nas redes sociais na internet. No feriado de Sete de Setembro, a marcha levou 25 mil às ruas de Brasília.
O ato começou por volta das 18h, em frente à Câmara dos Vereadores. Havia faixas pedindo o fim da corrupção e do nepotismo. Muitas pessoas que saíam do trabalho no Centro pararam para apoiar a causa. Os discursos ocorreram em cima de um carro de som, onde foi lido um manifesto. Entre as reinvidicações, estavam o fim do voto secreto no Congresso e do foro privilegiado para parlamentares. Artistas como Roberto Frejat, Fernanda Abreu e Tico Santa Cruz deram depoimentos indignados pedindo o fim da impunidade e foram aplaudidos.
Testemunha contra deputado é assassinada
Testemunha que seria ouvida pela Polícia Federal em investigação de corrupção envolvendo o deputado Valdemar Costa Neto (PR-SP), o comerciante Geraldo de Souza Amorim, de 61 anos, morreu na madrugada de ontem em São Paulo, no Hospital São Luiz, depois de ter sido baleado em uma tentativa de assalto ao seu sítio, em Tatuí (SP). Dois suspeitos do crime, ocorrido na noite de sábado, estão presos, informou a polícia.
Geraldo era administrador da antiga Feira da Madrugada, no Brás, região central de São Paulo. Com o sucesso da feira, criada em 2005, em julho deste ano ele denunciou que estava recebendo ameaças e pedidos de propina de políticos do PR. Para conseguir montar o negócio, ele recebeu da antiga Rede Ferroviária Federal o direito de explorar o local.
Porém, para o delegado titular de Tatuí, Alexandre Andreucci, as investigações indicam que a morte não tem qualquer ligação com a denúncia.
– O caso é de roubo mesmo. Segundo as informações, ele passava o fim de semana aqui e trazia dinheiro.
Eleição: Sete disputam hoje vaga no TCU
A Câmara escolhe hoje, em eleição secreta, o novo ministro do Tribunal de Contas da União (TCU). Ontem, os sete candidatos foram sabatinados na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara, entre eles, os deputados federais Aldo Rebelo (PCdoB-SP), Ana Arraes (PSB-PE) e Átila Lins (PMDB-AM). Ainda disputam o lugar deixado pelo ex-deputado tucano Ubiratan Aguiar os deputados Milton Monti (PR-SP), Vilson Covatti (PP-RS) e Damião Feliciano (PDT-PB), além do auditor Rosendo Severo.
Ministro diz que Saúde precisa de mais R$45 bi
Em discurso na Câmara a um dia da votação de projeto para regulamentar a Emenda Constitucional 29 – lei que fixa os investimentos mínimos de União, estados e municípios em Saúde -, o ministro Alexandre Padilha (Saúde) disse ontem que o Brasil precisa de mais R$45 bilhões por ano para equiparar seus serviços aos de vizinhos sul-americanos. A cifra se refere ao que as três esferas de governo teriam de aplicar a mais caso queiram oferecer aos doentes o mesmo que Chile e Argentina. O valor corresponde à arrecadação da extinta CPMF, em 2007, seu último ano de vigência.
O incremento representaria um aumento de 30% sobre as despesas atuais dos governos, de cerca de R$150 milhões – o orçamento do Ministério da Saúde é de pouco mais da metade disso (R$77 milhões).
Cultura lança plano com 48 metas até 2020
O Ministério da Cultura divulgou ontem a primeira versão do Plano Nacional de Cultura, um documento com 48 metas e 275 ações em 36 áreas estratégicas para serem postas em prática até 2020 – entre elas, o lançamento de 150 filmes brasileiros de longa-metragem em salas de cinema por ano e a disponibilização na internet de livros e músicas de domínio público. O ministério sabe, porém, que não terá recursos para cumprir as missões tão cedo. A expectativa é que o reforço no caixa só chegue em três anos.
Extensão da DRU até 2015 passa no primeiro teste
A Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que prorroga a DRU (Desvinculação de Receitas da União) até 31 de dezembro de 2015 passou pelo primeiro teste de votação, ontem, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, onde foi aprovada a sua constitucionalidade. A base aliada votou em peso a favor da prorrogação do mecanismo que permite que o governo mexa livremente num percentual de suas receitas, e os votos contrários foram dados por deputados do PSDB, do DEM e do PPS.
A validade atual desse mecanismo acaba em dezembro. Para o governo, a prorrogação da DRU é essencial ao equilíbrio das contas públicas há uma década. O governo corre contra o tempo para tentar aprovar a PEC, que, depois da CCJ, tem que se aprovada em comissão especial de mérito, em dois turnos no plenário da Câmara, e ainda no Senado. Ontem a ministra Ideli Salvatti (Relações Internacionais) foi avisada na reunião de líderes que há uma tese na Câmara que defende a prorrogação da DRU por apenas mais um ano.
O Estado de S. Paulo
Processo que anulou provas da PF na Boi Barrica correu em tempo recorde
O julgamento no Superior Tribunal de Justiça (STJ) que anulou as provas da Operação Boi Barrica tramitou em alta velocidade, driblando a complexidade do caso, sem um pedido de vista e aproveitando a ausência de dois ministros titulares da 6.ª turma. O percurso e o desfecho do julgamento provocam hoje desconforto e desconfiança entre ministros do STJ.
Uma comparação entre a duração dos processos que levaram à anulação de provas de três grandes operações da Polícia Federal – Satiagraha, Castelo de Areia e Boi Barrica – explica por que ministros do tribunal reservadamente levantam dúvidas sobre o julgamento da semana passada que beneficiou diretamente o principal alvo da investigação: Fernando Sarney, filho do senador José Sarney (PMDB-AP).
Adversários articulam frente contra Haddad no PT
Toda ação gera uma reação, dizem as leis da física e da política. A decisão da corrente majoritária do PT, Construindo um Novo Brasil (CNB), de apoiar a pré-candidatura do ministro Fernando Haddad (Educação) à Prefeitura de São Paulo fez os grupos dos demais postulantes à vaga não só reafirmarem a disposição de ir às prévias, em 27 de novembro, como de traçar cenários para alianças num eventual segundo turno da disputa interna.
Nome forte no PT, Marta não quis comentar apoio a HaddadA CNB, da qual faz parte o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, principal defensor de Haddad, reforçou seus quadros nas últimas semanas e, com isso, acredita ser hoje a tendência mais forte dentro do PT.
Com Obama, Dilma diz não tolerar desvios
Com o presidente dos EUA, Barack Obama, Dilma Rousseff lançou em Nova York o Governo Aberto, para o acesso à informação pública. Ela destacou instrumentos de combate à corrupção, entre eles a imprensa, e reafirmou que não aceita “o desvio e o malfeito”.
BNDESpar nega estatização e quer ‘democratizar’ mercado
O diretor do BNDESpar, braço do BNDES para participações em empresas, Julio Raimundo, nega que o banco esteja contribuindo para “estatizar” a economia. “Um dos nossos objetivos é fomentar e democratizar o mercado de capitais”, diz Raimundo em entrevista ao Estado.
Correio Braziliense
Recado para o PT
A presidente Dilma Rousseff aproveitou sua participação na reunião sobre Parceria para Governos Abertos ontem para, nas entrelinhas, mandar um recado ao seu partido, o PT — que, no início do mês, aprovou um documento em defesa do controle da mídia. Ao citar os mecanismos de combate à corrupção do país, ela elencou a “positivação vigilante da imprensa brasileira não submetida a qualquer constrangimento governamental” como um desses instrumentos. Para os diplomatas brasileiros ficou claro que o governo não vai endossar, pelo menos em princípio, qualquer projeto de controle que venha a ser debatido no Congresso. Ao mesmo tempo em que deixou o PT sem lastro nessa proposta, Dilma passou pelo desconforto de ver o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anfitrião do evento que teve ela como copresidente, citar o México, a Turquia e a Libéria como países que aprovaram recentemente leis de garantia ao direito à informação.
Temas espinhosos fora da pauta
No encontro de meia hora entre a presidente Dilma Rousseff e o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, ontem, no 18º andar do Hotel Waldorf Astoria, foram cortados os temas espinhosos em que os dois países têm posições divergentes e incluídos assuntos como educação e bolsa de estudos para brasileiros no exterior, saídas para a crise econômica mundial e, ainda, o futuro da Líbia. A criação do Estado da Palestina, assunto em que Estados Unidos e Brasil seguem em direções diversas, não foi mencionada.
Obama sabe que hoje a primeira mulher a abrir uma Assembleia Geral da ONU defenderá enfaticamente a criação do Estado da Palestina. Portanto, concluíram os diplomatas, discutir esse tema no encontro bilateral seria perda de tempo.
Trabalho reconhecido
Num jantar promovido ontem à noite pelo Instituto Woodrow Wilson, repleto de empresários, renomados advogados e representantes de bancos de investimentos como o Eximbank, a presidente Dilma Rousseff não conteve as lágrimas com o vídeo sobre sua vida. Mas, mal se recuperou, fez um discurso incisivo em que expôs as bases da economia brasileira e o crescimento do mercado interno, e suas preocupações com a crise mundial — uma espécie de ensaio geral do discurso que fará hoje na ONU. “Os países emergem como fator positivo na economia global e também sofrem efeitos de uma crise nascida da insensatez e da incapacidade política de comandar a economia.”
Lula: “Político tem que ter casco duro”
No dia em que recebeu o título de doutor honoris causa da Universidade Federal da Bahia (UFBA), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva mandou um recado aos ministros do governo da presidente Dilma Rousseff. Ele sugeriu àqueles que tiverem o nome envolvido em escândalos de corrupção que resistam às denúncias para provar que estão certos. A declaração foi feita logo depois da solenidade em que o petista recebeu a homenagem, em Salvador.
“O político tem que ter casco duro. Porque se cada político tremer a cada vez que alguém disser uma coisa errada dele, se ele não enfrentar a briga para provar que está certo, as pessoas vão saindo mesmo”, afirmou o ex-presidente, antes de contextualizar exemplos de ministros que deixaram à Esplanada nos primeiros meses do governo Dilma.
Testemunha assassinada
A principal testemunha do processo de cassação do mandato do deputado Valdemar Costa Neto (PR-SP) foi assassinada na noite de segunda-feira. Geraldo de Souza Amorim era administrador da Feira da Madrugada, em São Paulo, e tinha sido o autor da denúncia de que Valdemar e outros integrantes do PR estariam cobrando propina para que a feira continuasse funcionando.
O relator do processo contra Valdemar, deputado Fernando Francischini (PSDB-PR), conversou com o delegado de Tatuí, que está investigando o caso, e classificou como “estranhas” as circunstâncias da morte do administrador. Segundo o relato, três homens armados entraram no sítio de Geraldo para realizar um assalto. Mas o segurança do administrador, contratado para protegê-lo desde que as denúncias foram feitas, teria sido o autor dos disparos que atingiram a testemunhas. Os três ladrões foram presos e dois deles acabaram baleados. O segurança está foragido.
Teste político na eleição para o TCU
As promessas de uma relação mais próxima com o Congresso marcaram os discursos dos candidatos à vaga de ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), na véspera da eleição. Aprovados pela sabatina de deputados ontem, sete candidatos enfrentarão uma eleição apertada na manhã de hoje. Durante a sabatina na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara, os pretendentes ao cargo de ministro do TCU defenderam, entre outras coisas, uma ação mais pedagógica do que punitiva no tribunal.
A poucas horas de a votação ter início, a eleição promete surpresas. Especialmente por causa do voto secreto, que facilita a possibilidade de traições dentro das bancadas e aos acordos partidários. Com a regra da maioria simples, um voto de diferença pode determinar a vitória. Nesse cenário, travam uma disputa particular os deputados Ana Arraes (PSB-PE) e Aldo Rebelo (PC do B-SP) — com leve favoritismo para a parlamentar pernambucana.
Jogo de empurra nos royalties
O surgimento de uma nova proposta de divisão de royalties do pré-sal, apresentada ontem pelo líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), não foi suficiente para que o governo e os estados produtores de petróleo chegassem a um acordo. Henrique Alves sugeriu que o governo federal abra mão de 4% da participação especial — dinheiro pago por empresas petrolíferas à União, aos estados e aos municípios produtores de petróleo na exploração de poços com grande rendimento — diminuindo sua fatia dos atuais 50% para 46% (aproximadamente R$ 8 bilhões, somando-se aos royalties). Os estados produtores teriam a fatia reduzida de 40% para 36% (ficando com R$ 12 bilhões). Os municípios produtores permaneceriam com 10% do bolo.
Posse a caminho
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux determinou que o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Amapá diplome João Capiberibe (PSB) como senador eleito na disputa de 2010. Com a decisão monocrática do magistrado, Gilvam Borges (PMDB-AP) perderá o mandato no Senado, dando lugar a Capiberibe. A cadeira do peemedebista está sendo ocupada atualmente por seu irmão e suplente Geovani Borges (PMDB-AP).
Gilvam foi eleito senador nas eleições de 2010, apesar de ter recebido somatório de votos inferior a relação a Capiberibe — o peemedebista ficou em terceiro na disputa. O socialista não foi diplomado depois das eleições, pois teve a candidatura enquadrada pela Lei da Ficha Limpa. Capiberibe foi condenado por compra de votos em 2002.