Correio Braziliense
Nova ação na Câmara para abolir voto secreto
O PSDB resolveu abrir mão da PEC do senador Alvaro Dias (PR) — que prevê o fim do voto secreto apenas nos casos de cassação — para encampar a defesa de uma proposta de emenda à Constituição que acaba com as votações secretas do Congresso. Aprovada em julho do ano passado, a proposição tucana está pronta para ser apreciada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara desde novembro, quando o deputado Alessandro Molon (PT-RJ) entregou o parecer pela aprovação.
O líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio (SP), no entanto, afirmou que abrirá mão da inclusão da matéria na pauta da CCJ para não inviabilizar a votação da proposta que termina de vez com o voto secreto no parlamento. A matéria tramita há 12 anos. Ao Correio, Sampaio afirmou que nesta semana pedirá ao presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), a inclusão da PEC 349, de 2001, na pauta do plenário. A Casa aprovou, em primeiro turno, em 2006, o substitutivo do então deputado federal José Eduardo Cardozo (hoje, ministro da Justiça) à proposta do ex-deputado Luiz Antonio Fleury.
Resistência dos caciques
Leia também
A proposta de votação da PEC 349 encontrará resistência na Câmara. Os defensores da manutenção do voto secreto nos moldes atuais alegam que ele serve de proteção para o parlamentar e evita constrangimentos nos processos de cassação. O líder do partido com a maior bancada da Casa, o PT, José Guimarães (CE), disse ao Correio, na semana passada, que é favorável ao fim do voto secreto em algumas situações, não em todas. Ele não deu muitos detalhes e disse que ainda precisa conversar com a bancada a respeito. O líder do PMDB, segundo partido com maior representação na Câmara, Eduardo Cunha (RJ), não quis opinar sobre o assunto. Falou apenas que o posicionamento dele é tão secreto quanto o voto.
Férias de juízes na pauta do CNJ
O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) deve avaliar amanhã se autoriza juízes de todo o país a venderem parte das férias de 60 dias a que têm direito anualmente. Além dos dois meses de descanso, eles também gozam do período do recesso, em que as Cortes funcionam apenas para questões mais urgentes. Antes mesmo de uma decisão do CNJ ou do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o tema, diversos tribunais de Justiça, como o do Amazonas e o de São Paulo, adotam a prática.
Lobby corre solto e mira Congresso
Nada menos que 179 representantes dos mais diferentes setores da sociedade civil e do poder público estão atualmente dentro do Congresso Nacional pressionando deputados e senadores para influenciar decisões. Sem qualquer regulamentação, a presença do lobby de grupos de pressão quadruplicou nas três últimas décadas: em 1983, eram apenas 47. Os dados são da pesquisa inédita realizada pelo cientista político Manoel Leonardo Santos, do Centro de Estudos Legislativos da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), financiada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
Atividade ainda está na sombra
Para o vice-líder do governo no Congresso, Odair Cunha (PT-MG), os relatores das matérias têm o dever de ouvir todos os segmentos. “Recebemos e ouvimos todos, para que se possa pactuar os interesses variados. “É parte do processo legislativo”, afirma. A deputada federal Jô Moraes (PCdoB-MG) ressalta que é preciso distinguir os grupos de pressão que mantêm profissionais remunerados e em tempo integral no Congresso daqueles que estão, em temas específicos, identificados com uma causa e tentando influenciar o processo de decisão.
Oposição pede explicação para Dilma
A oposição vai para cima do governo por causa da confusão envolvendo pagamentos do Bolsa Família. O líder do PPS na Câmara, Rubens Bueno (PR), disse ontem que vai cobrar da presidente Dilma Rousseff a demissão do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, da ministra-chefe da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência, Maria do Rosário, e da direção da Caixa. Bueno também pretende ir à Polícia Federal para solicitar informações sobre as investigações. O líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio (SP), também encampa a ofensiva, mas com estratégia diferente. O partido apresentará requerimento para que o presidente da Caixa, Jorge Hereda, vá ao Congresso dar explicações, pedirá que o Banco Central investigue o caso e entrará com representação para que o Ministério Público participe da apuração.
O choro de um craque
A nova estrela do Barcelona despediu-se dos gramados nacionais sob forte emoção e sonoras vaias da torcida do Flamengo, na abertura do Brasileirão, ontem, no Estádio Nacional de Brasília. A última aparição de Neymar com a camisa do Santos tomou o evento teste do Mané Garrincha ainda mais especial, porém as duas equipes apresentaram problemas em campo no chocho 0 x 0 . O novo templo do futebol ainda tem dificuldades — torcedores reclamaram das longas filas no acesso ao estádio —, mas a empolgação rubro-negra e a saída tranquila foram pontos positivos da festa.
O Estado de S. Paulo
Governo corre para aprovar MPs cruciais
Depois da Medida Provisória dos Portos, o governo Dilma Rousseff terá de fazer nos próximos dias um esforço para conseguir a aprovação de oito medidas provisórias antes de elas perderem a validade. As vésperas do feriado de Corpus Christi, o maior empenho volta-se para a aprovação de duas medidas com elevado apelo popular. O temor do Planalto é que, mesmo se forem aprovadas na Câmara, não há garantia de que serão apreciadas a tempo no Senado.
As MPs perdem a validade na segunda-feira, dia 3. Desse pacote, quatro vão caducar e duas devem ser votadas em tempo hábil no Senado, segundo fontes. As duas restantes asseguram o corte na conta de luz, prometido por Dilma, e beneficiam a construção civil e o varejo com corte de impostos na folha de salários. Nos dois casos, ainda precisam passar por Câmara e Senado. Líderes governistas correm contra o relógio para salvá-las e os peemedebistas prometem, agora, que vão agir como aliados.
‘O PMDB não faz oposição’
O excesso de medidas provisórias da presidente Dilma Rousseff sobrecarrega o Congresso e o governo comete falhas na articulação política, uma deficiência que é reconhecida “por todos”, afirma o vice-líder do PMDB na Câmara, o deputado Lúcio Vieira Lima (BA). No entanto, de acordo com Lima – segundo na hierarquia da bancada depois de Eduardo Cunha (RJ), que liderou a rebelião da base aliada na MP dos Portos o PMDB vai agir como aliado e ajudar a garantir o quórum para a votação de uma lista de medidas provisórias que estão prestes a caducar na semana pré-feriado de Corpus Christi.
Cobrança adicional sobre Fundo de Garantia motiva novo desgaste
A cobrança provisória de uma multa adicional de 10% do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) nas demissões sem justa causa, que deveria ter acabado no ano passado, mas tornou-se permanente, divide a base aliada no Congresso e é mais um motivo de desgaste da relação com a presidente Dilma Rousseff.
A multa é cobrada das empresas e a Confederação Nacional da Indústria (CNI) comanda o lobby pela derrubada, com o argumento de que esse adicional e um dos fatores que ampliam o chamado custo-Brasil. Além destes 10%, as empresas já têm de pagar 40% de multa do FGTS quando a demissão é imotivada.
TSE analisa nova ‘brecha’ contra a fidelidade partidária
Uma consulta feita ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre a possibilidade de parlamentares migrarem para partidos em processo de fusão pode ser a última etapa para esvaziar por completo a regra da fidelidade partidária. Fixada pelo Judiciário em 2007, a fidelidade previa que o parlamentar que mudasse de partido sem justa causa perderia o mandato. Apesar de ter sido recebida como um avanço de costumes e fortalecimento dos partidos, os números mostram que a regra não pegou.
Padilha lança campanha na TV que precisou ser corrigida
Pressionado pelo PT para criar uma marca forte no Ministério da Saúde que lhe dê uma vitrine na disputa pelo governo paulista em 2014, o ministro Alexandre Padilha autorizou o gasto de R$10 milhões com uma campanha publicitária que apresenta a pasta como fiscal dos planos de saúde, atribuição que é de uma agência reguladora.
Documentos apontam erro da Petrobrás
Documentos internos da Petrobrás sobre a compra da reinaria de Pasadena (EUA) pela estatal obtidos com exclusividade pelo “Broadcast”, serviço em tempo rea! da “Agência Estado”, sugerem uma série de falhas por parte dos gestores da companhia na confecção do negócio. As decisões fizeram com que a Petrobrás pagasse US$ 1,18 bilhão pela compra da refinaria que, oito anos antes, valia US$ 42,5 milhões. E, no fim da aquisição, no ano passado, valia quase um décimo do que foi pago.
Os documentos mostram que a Petrobrás se comprometeu a vender, por 15 anos, petróleo a um preço que garantisse aos belgas um retorno mínimo no negócio de 6,9% ao ano, já excluindo taxas e impostos. Ou seja, em caso de cenário adverso, o que posteriormente acorreu, a estatal ficaria com o ônus e teria de vender petróleo à sócia por preço fora de mercado.
Preço menor de produtos tira US$ 20 bi de exportações
A queda nos preços internacionais das matérias-primas agrícolas, metálicas e do petróleo deve tirar cerca de US$ 20 bilhões das exportações brasileiras entre 2011 e 2013, nas contas da consultoria GO Associados. Em 2011, as vendas somaram US$ 196,9 bilhões e em 2012 foram US$ 183,7 bilhões. Para este ano, a previsão é de US$ 176,9 bilhões, quase US$ 7 bilhões menos de receita – em comparação ao ano passado – obtida com a venda de produtos básicos, que respondem por 70% das exportações brasileiras.
Praticamente todos as matérias-primas agrícolas e minerais estão com os preços em queda no mercado internacional por duas razões: o baixo crescimento dos países desenvolvidos e as incertezas sobre o desempenho da China, o grande comprador desses produtos. Entre 2011, ano de pico das cotações das commodities, e abril deste ano, os preços médios em dólar no mercado de commodities agrícolas, minerais e energéticas acumularam queda de quase 12%, segundo o índice CRB (Commodity Research Bureau), referência mundial.
Azul vai abrir capital e quer captar R$ 1 bi
Um ano depois de se juntar à concorrente Trip e assim se firmar como a terceira maior companhia de aviação do País, a Azul Linhas Aéreas vai abrir o capitai e a bolsa e espera captar cerca de R$ 1 bilhão com a operação, apurou o Estado. O pedido de registro foi apresentado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) na sexta-feira à tarde.
Fundada pelo americano naturalizado brasileiro David Neeleman menos de cinco anos atrás, a Azul tem hoje uma participação de cerca de 15% nos vôos nacionais, A empresa cres ceu inspirada no modeio de baixo custo da JetBlue, que o próprio empresário já havia criado nos Estados Unidos, e tornou- se a maior do País no segmento de aviação regional Com a incorporação da Trip, o faturamento da empresa mais que dobrou, passando de R$ 1,7 bilhão em 2011 para cerca de R$4 bilhões no ano passado.
SP prevê 50 mil alunos em tempo integral em 2014
Depois de ter dificuldades no ano passado para expandir o novo modelo de tempo integral nas escolas estaduais, o governo de São Paulo conseguiu que mais 101 unidades assumissem o programa para 2014. Com as adesões, a modalidade vai chegar a 50 mil alunos em 170 unidades – mas longe da meta inicial, que era alcançar 300 escolas. Segundo a Secretaria da Educação, isso só deve ocorrer em 2015.
Maioria só chega ao aeroporto de carro particular
Os dados são da pesquisa feita pela Secretaria de .Aviação Civil (SAG) nos três primeiros meses do ano com 21,2 mil passageiros dos 15 maiores aeroportos brasileiros e mostram o que o passageiro sente na pele: o suplício que é chegar a esses terminais e sair deles.
Além de Guarulhos e Congonhas , em São Paulo, foram avaliados-Viracopos, em Campinas, Galeão e Santos Dumont, no Rio, Confins, em Belo Horizonte, Recife, Fortaleza, Natal, Salvador, Brasília, Manaus, Cuiabá, Porto Alegre e Curitiba. As opções de transporte coletivo para a maioria desses aeroportos são escassas – os únicos que têm metrô relativamente perto são Recife (cuja malha é limitada e não atende bem a cidade) e Santos Dumont (a estação fica a mais de 1 km).
Folha de S. Paulo
Renda cresce, mas miséria social persiste
O governo Dilma Rousseff melhorou a renda dos pobres, mas não solucionou seus níveis miseráveis de acesso a emprego e educação.
É o que revela um indicador criado pelo próprio governo federal para analisar a pobreza no país, cuja base de dados de dezembro de 2012 a Folha obteve por meio da Lei de Acesso à Informação.
Chamado de Índice de Desenvolvimento da Família (IDF), ele é abastecido pelo Cadastro Único (banco de dados federal sobre famílias de baixa renda) e possibilita uma mensuração detalhada da situação do pobres.
Índice não capta todos os avanços, afirma ministério
O Ministério do Desenvolvimento Social afirmou que o país experimenta “inegáveis” avanços na educação e no trabalho, que não necessariamente são captados pelo Índice de Desenvolvimento da Família (IDF).
“O Cadastro Único tem particularidades, entre elas o fato de as pessoas buscarem o cadastramento exatamente quando enfrentam períodos de dificuldades socioeconômicas e choques negativos, como perda de emprego”, afirmou a pasta.
Após virada, Parada Gay terá reforço antiarrastão
O efeito Virada assusta a Parada. Preocupados com os reflexos negativos do evento cultural, marcado por uma onda de arrastões, organizadores da passeata gay querem o reforço do esquema de segurança.
“Se dois eventos dessa grandeza registrarem esses tipos de ocorrência, será a cidade de São Paulo que estará em xeque”, afirma Nelson Matias Pereira, 46, diretor e um dos fundadores da Parada Gay paulistana, que ocorre no domingo. “E a opinião pública não vai aceitar.”
Adeus
Ao negociar o mando de jogo por cerca de R$ 1 milhão e levar a partida de estreia no Brasileiro para Brasília, o Santos transformou a despedida de Neymar em vaia. O empate sem gols com o Flamengo traduziu a atuação apagada do ídolo santista, que assina hoje contrato de cinco anos com o Barcelona.
O maior astro do Santos depois de Pelé subiu a campo visivelmente emocionado. Chorou durante o hino nacional. Mas foi implacavelmente perseguido pelas vaias. O palco da despedida foi o estádio Nacional Mané Garrincha, no teste final antes da Copa das Confederações.
Roberto Civita morre aos 76 em São Paulo
O empresário Roberto Civita morreu ontem em São Paulo aos 76 anos, devido à falência de múltiplos órgãos. De origem italiana, era presidente do Grupo Abril, uma das maiores empresas de comunicação no país, e editor da “Veja”, a maior revista semanal do país.
Era também diretor editorial da Abril S.A., com 9.000 funcionários e faturamento de R$ 2,98 bilhões em 2012, da qual faz parte a Editora Abril. Fundada em 1950 pelo pai de Roberto, a editora publica 52 títulos, entre eles as revistas “Exame”, “Claudia”, “Playboy” e “Quatro Rodas”.
Com prejuízo, Azul planeja lançar ações no Brasil e nos EUA
A companhia aérea Azul se prepara para lançar ações na BM&FBovespa e, simultaneamente, em uma Bolsa de Valores dos EUA – a de Nova York ou a Nasdaq. Na sexta-feira passada, a empresa fundada pelo americano naturalizado brasileiro David Neeleman apresentou à CVM (Companhia de Valores Mobiliários) pedido de registro de oferta pública de ações preferenciais.
Em reunião de acionistas realizada em fevereiro, cuja ata foi publicada neste mês, a empresa detalha que a oferta nos EUA será por meio de American Depositary Shares (ADS), um instrumento que permite que as ações de companhias estrangeiras sejam efetivamente negociadas em uma Bolsa americana.
Com Cristina, kirchnerismo se aproxima do chavismo
Até os mais ferrenhos opositores do governo Cristina admitem que o segredo do sucesso eleitoral do kirchnerismo, que assumiu as rédeas da Argentina há dez anos, está na superação da grave crise econômica de 2001.
Mesmo entre os argentinos que reclamam da crescente inflação e da instabilidade monetária, há uma espécie de consenso: nada pode ser pior do que aquele momento de desgoverno, quando o peso perdeu valor, as pessoas ficaram sem seus investimentos e o caos social tomou conta das ruas.
Filme sobre paixão lésbica leva a Palma de Ouro em Cannes
Enquanto milhares de franceses protestavam nas ruas de Paris contra a lei que autoriza o casamento entre pessoas do mesmo sexo, aprovada há uma semana, o 66º Festival de Cannes concedia a Palma de Ouro ao francês “La Vie d’Adèle” (a vida de Adèle), sobre a descoberta sexual de duas jovens lésbicas.
“Não foi uma decisão política”, se esquivou Steven Spielberg, presidente do júri neste ano, sobre a escolha do drama dirigido pelo franco-tunisiano Abdellatif Kechiche. “O casamento gay não entrou em nossas discussões, mas o filme passa uma importante mensagem e é uma profunda história de amor.”
Governo pagou R$ 294 milhões a empresas de ‘lista suja’
O governo federal gastou, de 2012 até o início do mês, R$ 293,5 milhões com 79 empresas que constam de uma “lista suja” feita pelo seu principal órgão de controle. São firmas de segurança, tecnologia, consultoria, engenharia, comunicação, entre outras atividades, e que receberam, só nos quatro primeiros meses de 2013, R$ 14,2 milhões, segundo levantamento da Folha no Portal da Transparência do governo.
A “lista suja” é feita pela Controladoria-Geral da União (CGU) e existe para tentar impedir a participação de prestadores de serviços que cometeram irregularidades em licitações e convênios. Isso se verifica em geral quando elas não realizaram o serviço previsto em contrato.
Contrato estava em vigor, dizem órgãos federais
A maior parte dos órgãos federais afirma que os contratos firmados antecedem a oficialização do banimento. Por isso, dizem que não há impedimento legal em repassar dinheiro.
Deputados de SP que perderam benefício custavam R$ 1,2 milhão
Os deputados estaduais de São Paulo que foram excluídos da nova modalidade de auxílio-moradia da Assembleia representavam um gasto de R$ 1,2 milhão por ano aos cofres públicos. A mudança no sistema de pagamento do benefício foi feita para sanar irregularidades apontadas pela Justiça no repasse.
Segundo levantamento da Folha com base em dados da Justiça Eleitoral, 45 dos 94 deputados dizem ser moradores da Grande São Paulo e não poderão mais receber ajuda de custo para moradia.
Fotógrafo do caso Herzog reconstituirá cena do crime
O fotógrafo Silvaldo Leung Vieira, ex-funcionário da Polícia Civil de São Paulo e autor da fotografia do jornalista Vladimir Herzog morto em 1975, visitará hoje, às 11h, o local onde funcionou o extinto DOI-Codi –um dos principais órgãos da repressão na ditadura militar (1964-1985).
Vieira fará a visita a convite da Comissão da Verdade da Câmara Municipal de São Paulo, que pretende reconstituir a cena do crime e esclarecer as circunstâncias da morte de Herzog.
Força Nacional é usada para funções da Polícia Federal
Criada em 2004 pelo Planalto para apoiar Estados em crise na segurança pública, a Força Nacional de Segurança (FNS) vem sendo usada cada vez mais para suprir deficiências da Polícia Federal.
Ações da alçada da PF, como patrulha de fronteiras, combate a crimes ambientais e proteção a testemunhas, estiveram entre as operações mais recorrentes da FNS nos últimos cinco anos.
Os dados constam de relatório das operações da FNS obtido pela Folha por meio da Lei de Acesso à Informação. Das 123 operações realizadas pela FNS de novembro de 2004 a abril deste ano, 33 (27% do total) foram em apoio à PF, a maioria delas no Norte do país.
Oposição quer ouvir presidente da Caixa sobre Bolsa Família
Representantes da oposição irão pedir hoje que o presidente da Caixa Econômica Federal, Jorge Hereda, seja convocado para explicar no Senado “declarações falsas” sobre a forma como foram liberados os recursos do Bolsa Família neste mês.
O banco público é responsável pela distribuição do benefício. No último dia 18, boatos sobre o fim do programa provocaram corrida às agências da Caixa em 13 Estados.
O Globo
Infância abandonada – só 10% das crianças em abrigos podem ser adotadas
Um levantamento do Ministério Público fluminense revela que, dos 2.377 menores que vivem em abrigos públicos no estado, apenas 235 — aproximadamente 10% — estão aptos para adoção. O restante aguarda o julgamento de ações de destituição do poder familiar, tem pais em tratamento de dependência química ou é adolescente que não quer viver com outra família. A fila de interessados em adotar uma criança no Rio tem 2.161 nomes, segundo o Conselho Nacional de Justiça. Mas a promotora Daniela Vasconcellos, da Vara da Infância, da Juventude e do Idoso, ressalta que nem sempre o perfil do menor à disposição é o mesmo que os aspirantes a pais desejam. “Meninos mestiços, com idade entre 8 e 10 anos, formam a maioria dos órfãos, e muitos deles integram grupos de irmãos, o que dificulta a adoção” diz. O caso do engenheiro Carlos Roberto da Silva Barbosa foge ao padrão. Solteiro, ele adotou um adolescente de 12 anos. Barbosa e o filho estiveram ontem na 4ª Caminhada em Defesa da Adoção, que reuniu 600 pessoas na Praia de Copacabana.
Colômbia e Farc: acordo sobre terra
Representantes do governo de Juan Manuel Santos e das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) chegaram ontem a um acordo sobre o primeiro ponto das negociações de paz que poderão pôr fim a quase 50 anos de conflito. Em Havana, eles anunciaram um projeto de reforma agrária, que somente será implantado se os dois lados alcançarem consenso sobre os demais pontos da agenda, como participação política dos guerrilheiros, compensação das vítimas e tráfico de drogas. Pelo acordo agrário, o governo se compromete a facilitar o acesso de pequenos agricultores a subsídios, além de levar infraestrutura à área rural. O governo, no entanto, ressaltou que propriedades privadas não serão tocadas.
Paes se envolve em confusão
Na madrugada de sábado, o prefeito Eduardo Paes, que jantava com amigos, reagiu após ter sido xingado pelo músico Bernardo Botkay, que diz ter levado dois socos. Paes pediu desculpas à população.
Mais negros como empregadores
Ainda desigual, mas com avanços. Nos últimos dez anos, negros experimentaram uma melhora nas taxas de emprego e de renda. Aumentou sua participação entre os empregadores, a categoria mais bem paga do mercado de trabalho: em 2003, representavam 22,84% do total de empregadores; em 2013, já são 30,19%, revela estudo do economista Marcelo Paixão sobre empreendedores negros.
É bem verdade que, quando estão em postos de comando, os negros estão predominantemente em atividades de mais baixo rendimento, sobretudo, no comércio e serviços em geral, como cabeleireiros, donos de armarinhos, designers e trabalhadores da construção civil, onde a presença deles é maioria. Entre as mulheres negras, grupo com maior dificuldade de inserção no mercado de trabalho, o desemprego caiu de 18,2% para 7,7%.
Fisgando filiados: pescadores viram reféns de federação
Federações de pesca da Confederação Nacional de Pescadores e Aquicultores (CNPA) – comandada por Abraão Lincoln Ferreira da Cruz Jr., que em abril se tornou presidente no Rio Grande do Norte do PRB, partido do ministro Marcelo Crivella – estariam exigindo a filiação de pescadores a colônias das federações para fazerem o recadastramento deles no Registro Geral da Pesca, o primeiro passo para o pescador poder receber o Bolsa Pesca. As denúncias são do presidente da Confederação das Federações de Pescadores e Aquicultores do Brasil (Confapesca) e de presidentes de colônias e associações de pesca de Rio, Minas, Piauí, Amazonas e Bahia.
Segundo essas denúncias – que já geraram representações no Ministério Público Federal e mandados de segurança na Justiça Federal -, ao exigirem a filiação, federações estariam cobrando taxas equivalentes a 12% do que a colônia recebe de anuidade de cada pescador associado. De acordo com a Comissão Nacional de Direitos Sociais da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), é ilegal e inconstitucional exigência de filiação a entidades de classe para recebimento de benefícios sociais.
Registro é para todos, diz ministério
Questionado pelo GLOBO, o Ministério da Pesca afirmou que o recadastramento dos pescadores feito pela CNPA deve ser para todos, e não apenas para filiados. Por email, a pasta disse que “desenvolve, desde o ano passado, esforço para moralizar o setor e combater uso ilegal da carteirinha para obtenção do seguro-defeso. (…) Para acelerar o processo, optou por dar capilaridade ao recadastramento. E é aí que entram as parcerias com as entidades”.
PT tira Lindbergh de cena para reduzir desgaste com PMDB
Após o acirramento da disputa com o PMDB, no Rio, na última semana, a direção nacional do PT decidiu blindar o senador Lindbergh Farias, potencial candidato ao governo fluminense em 2014. A orientação do presidente do partido, Rui Falcão, foi para que o parlamentar saia da linha de frente do bate-boca público com os peemedebistas. Caberá a deputados da legenda a tarefa de fazer o enfrentamento.
Os deputados federais Jorge Bittar – coordenador do programa de governo de Lindbergh -, Benedita da Silva e Alessandro Molon foram os escalados pela direção nacional do PT para serem os para-raios do senador. O trio será o responsável por responder eventuais declarações de integrantes do PMDB contra Lindbergh e, ao mesmo tempo, manter as críticas ao governo Cabral.
Jader chama tucano do Pará para duelo
Depois de se envolver em uma briga com Antônio Carlos Magalhães que lhe custou o mandato de senador, em 2000, o senador Jader Barbalho (PMDB-PA) protagoniza agora outra refrega, desta vez com o colega Mário Couto (PSDB-PA), que marca sua atuação por acalorados discursos em que denuncia supostos casos de corrupção. A ira de Jader teve início depois que Couto usou a tribuna para atacar seu filho. O peemedebista mobilizou seu grupo político e aprovou, quarta-feira passada, na Assembleia do Pará, uma CPI para investigar desvios no Detran local, cujo alvo seria Couto.
Caixa errou antes de boatos sobre Bolsa Família
O crédito antecipado, no dia 17, de todos os benefícios do Bolsa Família do mês de maio ocorreu por um erro da Caixa Econômica Federal durante um serviço de melhoria do sistema informatizado que opera o cadastro de informações sociais do programa. A informação foi dada por integrantes do próprio governo, ao reconhecerem que a liberação irrestrita do benefício, sem respeitar o calendário de depósitos escalonados, contribuiu para a corrida de beneficiários às agências bancárias no penúltimo fim de semana. Mas o Planalto sustenta que o trabalho de manutenção não teve relação com os boatos sobre o fim do programa.
Teor e autor de mensagens ainda são desconhecidos
O governo sustenta que não partiu de nenhuma esfera do Executivo federal o comando para espalhar qualquer tipo de informações que pudesse disseminar a onda de boatos, que provocou pânico entre os beneficiários do programa. Embora reservadamente autoridades reconheçam que o sistema da Caixa antecipou equivocadamente os pagamentos, a versão do governo que prevalece até agora é que o boato foi espalhado por uma ação orquestrada, mas falta identificar de onde partiu a informação disseminada pelo serviço de telemarketing. E qual teria sido a mensagem fornecida aos cidadãos.
Argentina, um país sem referência de preços
Em fevereiro de 2007, os argentinos perderam o que economistas no mundo inteiro consideram um bem público: estatísticas oficiais confiáveis elaboradas pelo Estado. Referência importante para a sociedade, é com base nesses números, por exemplo, que são negociados contratos, aluguéis, preços e salários. Na época, o então presidente, Néstor Kirchner (2003-2007), ordenou a intervenção no Indec (o IBGE local) e deixou o comando do organismo em mãos do secretário de Comércio Interior, Guillermo Moreno, que se tornou uma espécie de superministro.
No primeiro ano de gestão de Moreno, o Indec estimou que o Índice de Preços ao consumidor (IPC) atingiu 8,5%. Já com as primeiras suspeitas de manipulação pairando sobre o organismo, empresas de consultoria privadas decidiram realizar suas próprias medições, estimando, em média, uma inflação de 16,7%. Os economistas argentinos, explica Marina Dal Poggetto, da consultoria Miguel Bein, “ficaram sem uma ferramenta essencial de trabalho. Foi como deixar um médico sem bisturi”. Já a sociedade, enfatizou a economista, “perdeu um termômetro necessário na hora de discutir qualquer tipo de contrato”.
Deixe um comentário