O globo
Nem incentivos de R$ 102 bi seguram queda da indústria
IBGE aponta recuo de 4,3% na produção em maio, o nono seguido. Apesar de sete pacotes no governo Dilma Rousseff e R$ 102 bilhões distribuídos em incentivos fiscais, a indústria brasileira continua em declínio: houve recuo de 4,3% na produção em maio frente ao mesmo mês do ano passado, como divulgou ontem o IBGE. A queda em maio foi a nona seguida e ocorreu em 17 dos 27 setores pesquisados pelo instituto. Até o setor de capital, que vinha registrando alta, teve freio. Os números também foram negativos na comparação com abril. A produção caiu 0,9%. Segundo o Ipea, os números mostram que o modelo de estímulo ao consumo, que vem sendo adotado nos últimos meses, está esgotado e seria preciso incentivar investimentos de grande porte no país.
Acordo sobre Previdência fica para agosto
Na negociação com o Congresso sobre o fim do fator previdenciário, pretendido pelos parlamentares, o governo impõe pelo menos duas condições: não aceita simplesmente a troca do fator pela chamada fórmula 85/95 para o cálculo das aposentadorias; e quer manter a regra atual para o cálculo dos benefícios do INSS, que leva em conta as 80% maiores contribuições, e não as 70%, como deseja o Congresso. O Palácio do Planalto ainda tenta estabelecer uma idade mínima para os novos trabalhadores, mas já sabe que neste ponto poderá ser derrotado.
Leia também
Essas restrições podem dificultar o acordo, mas a expectativa é votar essas mudanças na Câmara em agosto, em plena campanha eleitoral. Ontem a ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, confirmou que o governo tenta um acordo para estabelecer idade mínima para a aposentadoria, mas pretende apresentar uma “fórmula móvel” para a fórmula 85-95 – por esta regra, a aposentadoria integral seria concedido quando a mulher somasse 85 anos de idade e de contribuição, e o homem, 95.
Pela “fórmula móvel” do governo, essa somatória iria a 90 e 100 anos, e poderia variar de acordo com a expectativa de vida da população. A proposta do governo será apresentada no próximo dia 10, quando haverá uma reunião final entre governo e líderes partidários para “bater o martelo”.
Ajuda de última hora
Às vésperas do início da campanha eleitoral e da vigência das restrições impostas pela legislação, que proíbe assinaturas de convênios do governo federal com as prefeituras entre julho e outubro, o Palácio do Planalto autorizou a liberação de R$ 450 milhões em emendas parlamentares de anos anteriores para obras e projetos de até R$ 750 mil. Esses recursos atenderão as emendas para as chamadas “obras paroquiais”, com grande “capilaridade eleitoral”, pois são executadas diretamente nas cidades. A campanha eleitoral começa oficialmente dia 6 de julho e vai até o início de outubro. Mesmo com essa liberação, os políticos aliados reclamam que o volume é pouco, em relação ao montante aprovado no Orçamento. Do outro lado, a oposição acusa o governo de favorecer apenas os aliados.
A ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, informou ontem que o governo está fazendo “um mutirão” nos ministérios para liberar os recursos já autorizados em anos anteriores. E também para fazer, até sexta-feira, o maior volume de empenhos (promessas para pagamento futuro) das emendas ao Orçamento de 2012 – sexta-feira é também o último dia para os empenhos, que só voltarão a ser feitos em novembro e dezembro.
CCJ vota cassação de Demóstenes
A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado vota hoje o pedido de cassação contra o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO). A intenção é concluir a votação mesmo que algum senador peça vista do parecer do relator, Pedro Taques (PDT-MT). Se for necessário, a intenção do presidente da CCJ, senador Eunício Oliveira (PMDB-CE), é conceder prazo máximo de duas horas para análise do relatório.
Taques deve afirmar, no parecer, que o processo por quebra de decoro está de acordo com a Constituição e com o regimento do Senado. A expectativa é que o relatório seja aprovado hoje na CCJ, e que o pedido de cassação, votado em plenário dia 11. No plenário, a votação é secreta. Discursando de novo para um plenário vazio, Demóstenes disse que o processo de quebra de decoro contra ele é baseado em provas ilegais. Disse que é “bode expiatório”, “a bola da vez”. E alegou, de novo, que os grampos foram sem autorização do STF.
Dilma foi vigiada até meados dos anos 90
Nos nos 1990, na vigência da democracia e com presidente eleito por voto direto, os órgãos de informação do governo continuaram monitorando pessoas, partidos e movimentos sociais, entre outros alvos. Funcionária da Prefeitura de Porto Alegre e depois do governo do Rio Grande do Sul, Dilma Rousseff não escapou. Seu nome aparece em alguns registros produzidos pela Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República.
Em abril de 1991, no governo Fernando Collor de Melo, o nome de Dilma aparece num relatório de inteligência ainda associada a sua atividade na oposição ao regime militar e com citação das organizações de esquerda das quais fez parte: o Comando de Libertação Nacional (Colina) e a Vanguarda Armada Revolucionária Palmares (VAR-Palmares). Nessa lista, apareciam outros antigos militantes que, como ela, estavam sendo contratados para trabalhar no governo do Rio Grande do Sul. O informe do regime militar era intitulado “Nomeações para órgãos do poder público no RS”. O nome de Dilma estava na relação e aparece assim: “o DOE (Diário Oficial do Estado) em março de 91 divulgou as nomeações dos funcionários da administração estadual abaixo relacionados. Os referidos nomes possuem registros ideológicos”. Entre 1991 e 1993, Dilma presidiu a Fundação de Economia e Estatística, no governo Alceu Collares (PDT).
Governo cobra R$ 181 milhões de desmatadores
Os maiores desmatadores da Amazônia têm sido pegos de surpresa com ações judiciais milionárias nos últimos dias. O governo brasileiro foi à Justiça durante a conferência Rio+20 para cobrar pagamento de indenizações ambientais de quem havia recebido multa do Ibama com valor acima de R$ 1 milhão há até 11anos. O resultado foram 21 ações em oito dos nove estados da Amazônia Legal, com valor total de R$ 181 milhões. Com essas ações, o governo quer mostrar que não é mais possível deixar impune a falta de pagamento das multas passadas pelo órgão ambiental.
O Ibama está entre as autarquias do governo federal que mais aplicam multas que não são efetivamente pagas. No mês passado, segundo levantamento da Advocacia Geral da União (AGU), R$ 4,75 bilhões eram devidos ao governo referentes a multas aplicadas pelo Ibama. Em geral, os devedores conseguem protelar as dívidas com recursos administrativos ou judiciais.
Patrimônio de Agnelo tem variação inexplicada
Relatório da Receita Federal indica que o governador do Distrito Federal Agnelo Queiroz (PT) teve variação patrimonial a descoberto em 2009 e 2010, período em que ocupava uma das diretorias da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Em 2009, a variação patrimonial acima da renda declarada foi de R$ 93,5 mil. Em 2010, o descompasso foi de R$ 13,6 mil.
O documento já está em poder da CPI Mista do Cachoeira. No dia 13 do mês passado, quando prestou depoimento à comissão, Agnelo disse que não havia nenhum problema com suas receitas e gastos pessoais. O governador até ofereceu aos parlamentares a quebra de seu sigilo bancário e fiscal. Depois de analisar os números, o deputado Rubens Bueno (PPS-PR), um dos integrantes da CPI, disse que o governador deve dar novas explicações sobre as discrepâncias apontadas pela Receita. – A Receita tem que abrir uma fiscalização (investigação fiscal) sobre isso. Vamos ver se cabe uma investigação também do Ministério Público Federal – disse o líder do PPS na Câmara.
O porta-voz do governador, Ugo Braga, negou irregularidade nas declarações do Imposto de Renda de Agnelo. Segundo ele, a Receita só apontou patrimônio a descoberto porque não levou em consideração a declaração de renda da mulher de Agnelo, a médica Ilza Queiroz. Os dois são casados com comunhão de bens e a renda dela seria suficiente para cobrir parte das despesas que aparecem na declaração do governador. Em 2009, ela teria tido renda líquida de R$ 140 mil e, em 2010, de R$ 139 mil.
Pedetistas acusam Lupi de fraude no Rio
O ex-ministro do Trabalho Carlos Lupi venceu mais um round na disputa interna pelo controle do PDT. Ontem, o Tribunal de Justiça do Rio negou o recurso do Movimento de Resistência Leonel Brizola, que pedia a suspensão da convenção estadual realizada no fim de abril; a convenção conduziu Lupi ao comando da legenda no Rio. O grupo deve recorrer e prepara duas novas ações contra Lupi: por falsificação de documento e improbidade administrativa.
Segundo o advogado José Agripino, que representa o movimento, Lupi teria adulterado a ata da convenção realizada no fim de abril. Em vez de apresentar uma em que constaria a eleição do atual ministro do Trabalho, Brizola Neto, para presidente do diretório metropolitano fluminense, o ex-ministro teria apresentado outra versão à Justiça Eleitoral, na qual ele e aliados estariam no comando da legenda. Ainda de acordo com o advogado, as prestações de contas do partido não são divulgadas desde 2008.
Reajuste automático pode custar R$ 10 bilhões
A proposta de aprovar na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2013 uma emenda que prevê uma reserva de parte do Orçamento da União para “reajustes automáticos” para servidores do Legislativo e do Judiciário, sem a autorização do Executivo, preocupa o Palácio do Planalto e, se aprovada, deverá ser votada pela presidente Dilma Rousseff. A ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, disse ontem que, se essa emenda for aprovada, o governo ficará “sem condições de enfrentar a crise financeira mundial”. Segundo os cálculos do Planejamento, o impacto dessa medida seria em torno de R$ 10 bilhões ao ano.
A ministra fez uma comparação com o valor da antecipação de compras governamentais para colocar a economia produzindo tratores, ambulância e gerando empregos – medidas anunciadas semana passada pelo governo. E também com o orçamento anual do Bolsa Família, quase R$ 20 bilhões este ano. – Nessas medidas para o enfrentamento da crise foram acrescentados R$ 8 bilhões, e são bens que estarão à disposição da população. Esses R$ 10 bilhões do reajuste são mais da metade do Bolsa Família – explicou Ideli.
Dólar sobe 1,65% e volta a ficar acima de R$ 2
México vai recontar um terço dos votos
O Instituto Federal Eleitoral aceitou as denúncias do segundo colocado, Andrés Manuel López Obrador, que foi derrotado com diferença de 6,51 pontos percentuais por Enrique Peña Nieto, do PRI, e anunciou a recontagem de um terço do total dos votos.
Brasil quer compensar Uruguai
A polêmica sobre a entrada da Venezuela no Mercosul ganhou mais um capítulo ontem com uma entrevista do vice-presidente uruguaio, Danilo Astori, na qual diz ser contra a mudança e chama o caso de agressão institucional. Enquanto isso, diante da crise entre os integrantes da união aduaneira, o governo brasileiro acena com a possibilidade de elevar investimentos no Uruguai para acalmar ânimos e aposta que os sinais de descontentamento não afetarão o bloco. “É uma ferida institucional muito importante, talvez a mais grave nos 21 anos do Mercosul”, disse Astori ao “El Observador”.
De outro lado, o secretário da Presidência uruguaia, Diego Cánepa, minimizou divergências e disse que houve consenso sobre a entrada da Venezuela e que a versão do governo brasileiro sobre o episódio é “correta”. Segundo ele, a discussão girou em torno da oportunidade e do alcance da Cláusula de Ushuaia e, por isso, o presidente José “Pepe” Mujica pediu que se esperasse até 31 de julho para a adesão oficial ao bloco.
Favela de hospital vai ao chão
Após denúncia do GLOBO, o estado começou a demolir ontem as cerca de 40 casas erguidas irregularmente no terreno do antigo Instituto de Infectologia São Sebastião, no Caju. Em vez de um hospital para dependentes de crack, o local abrigará um conjunto habitacional.
Folha de S. Paulo
Indústria registra o 9º tombo seguido apesar de incentivo
Redução dos investimentos leva produção nacional a recuar 4.3% em maio, o pior resultado desde 2009. Apesar das medidas adotadas pelo governo federal, a indústria brasileira não consegue se reerguer. A produção industrial caiu 4,3% em maio em relação ao mesmo mês do ano passado — a nona retração seguida nessa comparação e a maior desde setembro de 2009 —, segundo o IBGE.
Polícia francesa realiza busca e apreensão na casa de Sarkozy
Policiais fizeram busca e apreensão na casa e nos escritórios do ex-presidente da França Nicolas Sarkozy, em Paris. A operação faz parte da investigação sobre suposto esquema de financiamento ilícito de sua campanha de 2007, envolvendo Lilliane Bettencourt, herdeira da L’Oreal. Sarkozy está em viagem ao exterior.
Paraguai diz que Venezuela agiu contra a saída de Lugo
O governo do Paraguai revelou vídeos que comprovariam que o chanceler da Venezuela se reuniu com o alto comando militar paraguaio antes da deposição de Fernando Lugo. O presidente Federico Franco já acusara a Venezuela de tentar promover levante dos militares paraguaios para manter Lugo no poder.
Brasil aceita diminuir seu superávit com a Argentina
Para ajudar a Argentina num momento de agravamento de sua situação econômica, o Brasil aceita abrir mão de ganhar cerca de R$ 2 bilhões no comércio bilateral com o país, informam Natuza Nery e Lucas Ferraz. O Planalto teme que áreas estratégicas sejam contaminadas se a economia argentina piorar.
Petrobras diz que é padrão rever patrocínios na área da cultura
Tarifa de energia em SP terá redução média de 2,3%
O Estado de S. Paulo
Indústria cai mais e BC pode intervir no câmbio
Queda da produção de 4,3% em maio é a maior em 32 meses; Banco Central quer dólar acima de R$ 2. Os números de maio da produção industrial divulgados ontem pelo IBGE acentuam o atual quadro de retração do setor em 2012. Em queda há nove meses, o indicador teve em maio perda de 4,3% ante o mesmo período de 2011. O setor automotivo apresentou uma das maiores quedas: 5,3%. Diante desse cenário, consultorias já começam a revisar para baixo as projeções de crescimento para o PIB em 2012. O dólar abaixo de R$ 2, um fator que pode ser prejudicial à indústria, não agrada à equipe econômica e o Banco Central poderá agir. O recado foi dado ontem pelo diretor de política monetária da instituição, Aldo Luiz Mendes, em entrevista ao Estado. Após o aviso, no final da manhã, a moeda, que estava cotada a R$ 1,977, voltou ao nível considerado adequado e fechou o dia a R$ 2,015. “O desempenho industrial mais fraco até aumenta a possibilidade de o governo querer um dólar mais alto que a cotação de hoje (ontem)”, disse Mendes.
Para acalmar base, governo reserva até R$ 2,7 bi para emendas parlamentares
Num esforço para evitar que a base do governo rache às vésperas das eleições municipais, o Palácio do Planalto acertou com a equipe econômica a liberação de emendas individuais de até R$ 4,5 milhões para cada um dos 594 parlamentares (513 deputados e 81 senadores). Como a lei eleitoral proíbe que as emendas sejam liberadas até três meses antes do pleito, o governo corre contra o relógio: esse prazo termina na sexta-feira. A decisão já surtiu efeito: ontem mesmo, a Câmara desativou o pacote de projetos-bomba que poderiam impactar os gastos do governo (leia abaixo). Os parlamentares da base vinham aproveitando votações importantes para cobrar a fatura de suas demandas não atendidas. Se todas as emendas dos congressistas forem empenhadas, o desembolso do governo será de R$ 2,673 bilhões. Só que a maior parte dificilmente será liberada porque faltam projetos ou base legal para o pagamento.
MP vai apurar relação de prefeito com Cachoeira
O procurador-geral de Justiça do Tocantins, Clenan Renault de Melo Pereira, instaurou ontem um procedimento de investigação criminal para apurar as relações do prefeito de Palmas, Raul Filho (PT), e o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Raul Filho foi flagrado em vídeo apreendido durante a Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, prometendo “oportunidades” a Cachoeira em troca de doações para a campanha de 2004. A apuração do Ministério Público será conduzida pelo próprio procurador-geral de Justiça, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate do Crime Organizado (Gaeco). O MP tem 30 dias para concluir a investigação.
O procurador-geral explica que o procedimento foi aberto para apurar as negociações suspeitas decorrentes do “relacionamento do prefeito Raul Filho e seu amigo, Sílvio Roberto, com Carlinhos Cachoeira e seus assessores” e correrá paralela à investigação do órgão que apura outra denúncia envolvendo a esposa do prefeito, a deputada estadual Solange Duailibe (PT).
Antes de encontrar Dilma, Maia desarma ‘bombas’ na Câmara
O presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), chegou ao jantar com a presidente Dilma Rousseff na noite de ontem sem os polêmicos projetos e os atritos com o governo registrados na semana passada. Antes do encontro, Maia e os líderes partidários haviam definido uma pauta de votações na Casa moldada bem aos interesses do governo. Até o recesso, no dia 18 de julho, a previsão é a de que o plenário vote apenas medidas provisórias e um único projeto tratando de segurança aos juízes que atuam com decisões sobre o crime organizado.
Oposição reclama de discriminação
A oposição está obstruindo as votações na Câmara em troca do pagamento de emendas. DEM, PSDB e PPS reclamam de discriminação na liberação de recursos. Levantamento divulgado pelo PSDB afirma que foram empenhados até o dia 26 de junho R$ 257,3 milhões em emendas parlamentares. Deste total, R$ 255,9 milhões foram para a base. “Ainda convivemos com o Executivo usando o orçamento da União para pressão em momentos de votação”, disse o deputado Ronaldo Caiado (GO), vice-líder do DEM. Já o líder do PT na Câmara, Jilmar Tatto (SP), zombou dos oposicionistas. “Quer dizer que se liberar dinheiro eles votam com a gente? Cadê o projeto diferente?”
Câmara discute mais segurança para jornalistas
A violência contra jornalistas, que causou seis mortes no País em 2011 e pelo menos mais quatro este ano – ocorridas em função do exercício de suas atividades – levou a Comissão de Segurança Pública da Câmara a discutir ontem, durante audiência pública, propostas para reforçar a segurança da categoria e proteger a liberdade de imprensa.
A Polícia Federal, representada na sessão, prometeu estudar mecanismos – à falta de lei específica – para federalizar a investigação desse tipo de crime, com base na lei de proteção aos defensores de direitos humanos. Essa medida é uma reivindicação antiga das entidades do setor. Dados da ONG Artigo 19, com sede em Londres, apontam 41 assassinatos de jornalistas no País de 1985 a 2011, todos em razão do exercício profissional. A média até 2011, que era de menos de duas mortes ao ano, triplicou. O País já aparece, numa lista do Comitê de Proteção aos Jornalistas (CPJ), de Nova York ,como o 11º mais inseguro para a profissão.
CPI, em crise, pretende reconvocar contraventor
A CPI do Cachoeira passa por uma crise de identidade. Além de não conseguir que os depoentes falem, os integrantes da comissão gastam a maior parte do tempo em meio a uma disputa política protagonizada pelo PT e o PSDB. Dos 26 convocados, apenas seis não usaram do direito de permanecer em silêncio na CPI. Ontem, quatro depoentes sequer apareceram para depor. Diante do marasmo, a comissão pretende reconvocar o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.
O mais novo round da desavença entre tucanos e petistas acontecerá amanhã, na sessão administrativa da CPI. A oposição (PSDB, DEM e o PPS) e os chamados parlamentares independentes (PDT) querem convocar Fernando Cavendish, principal acionista da Delta Construções, e o ex-diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) Luiz Antônio Pagot. Em represália, o PT e parte dos partidos aliados ameaça chamar o ex-diretor da Dersa Paulo Vieira da Silva, o Paulo Preto, acusado de ter feito caixa 2 para os tucanos. Quer convocar ainda Adir Assad, empresário de São Paulo (estado governador pelo tucano Geraldo Alckmin) que fez carreira no ramo do entretenimento, e é suspeito de ser um dos laranjas de Cachoeira.
Demóstenes se diz vítima de ‘provas ilegais’
O senador Demóstenes Torres (ex-DEM, sem partido-GO) voltou na tarde de ontem a fazer um discurso no plenário do Senado para dizer que é inocente, na tentativa de evitar a cassação de seu mandato por causa das acusações de ter usado o mandato para defender interesses do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. O discurso de ontem durou 15 minutos e foi totalmente lido. Demóstenes prometeu que fará um discurso por dia até a data de seu julgamento pelo plenário, o que deve ocorrer no dia 11. Como no discurso inaugural dessa estratégia, na segunda, poucos senadores o ouviram. ” É preocupante o precedente de tentar cassar um senador com base em provas ilegais”, afirmou, para um plateia de apenas sete senadores em plenário.
Cavendish não é ‘homem-bomba nem estalinho’
Nem homem-bomba, nem homem-estalinho. O advogado Técio Lins e Silva, que representa Fernando Cavendish, dono da Delta, informou ontem que o empresário não tem nada a dizer ou a contribuir com a CPI do Cachoeira, como antecipou a coluna Direto da Fonte. Lins e Silva disse que estuda se o empreiteiro ficará calado, se vai limitar suas declarações a uma exposição inicial ou solicitará habeas corpus preventivo ao Supremo Tribunal Federal. “Essa história de que ele é homem bomba não existe. Ele não é nem homem estalinho”, disse Lins e Silva. “Cavendish não tem relação direta com nenhuma das pessoas investigadas nas Operações Vegas e Monte Carlo. Ele é o presidente do Conselho de Administração e não tinha relação com a gestão da empresa.”
IR de ex-assessor de Perillo apresenta irregularidades
A Receita Federal encontrou indícios de irregularidades nas declarações de renda apresentadas por Lúcio Fiúza Gouthier, ex-assessor especial do governador de Goiás, Marconi Perillo. Exonerado após a Operação Monte Carlo, Fiúza tem sinais de patrimônio descoberto, rendimento menor do que o valor movimentado em sua conta e também guarda, segundo dados remetidos à CPI do Cachoeira, grande quantidade de dinheiro em espécie.
Em 2011, ano em que teria intermediado a venda da casa de Perillo ao contraventor Carlos Cachoeira, Fiúza declarou ter R$ 75,6 mil em dinheiro. Em 2010, ano eleitoral, R$ 185,3 mil. “Chamam a atenção os valores em espécie – moeda nacional – declarados de 2007 a 2011”, diz a nota técnica da Receita enviada à CPI. No período, o assessor declarou ter R$ 525,2 mil em espécie.
Receita vê bens de Agnelo crescerem sem justificativa
Relatório da Receita Federal enviado à CPI do Cachoeira diz que o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), não declarou renda suficiente para justificar a evolução de seus bens e investimentos. Com base nas informações do Imposto de Renda, a análise mostra que em 2009 a variação patrimonial a descoberto foi de R$ 93,57 mil e, no ano seguinte, de R$ 13,6 mil.
Suspeito de envolvimento com o grupo do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, e de receber propina de laboratórios em sua passagem pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o petista declarou, em depoimento à CPI, no mês passado, não haver nenhum reparo a ser feito em seu IR: “Não tenho um centavo de patrimônio a descoberto”. Os dados da quebra de sigilo revelam que o petista não declarou posses entre 2002 e 2008. Bens e aplicações só aparecem a partir daí. Há discrepâncias entre os dados apresentados à Receita e ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em períodos de eleição.
CGU investiga 5 empresas com contratos no Dnit
A Controladoria-Geral da União (CGU) instaurou processos administrativos contra cinco empresas – RNR Consultoria de Engenharia, NBR Engenheiros Consultores, Consultora de Engenharia HSZ, Construtora G&F e Maia Melo Engenharia – por suspeita de “atos ilícitos” em contratos com o Dnit.
O procedimento decorre da Operação Mão Dupla, realizada em 2010 pelo órgão em parceria com Polícia Federal e Ministério Público. Foi com base nessa apuração que em junho a Delta Construções foi declarada inidônea e ficou proibida de celebrar novos contratos com o poder público. “As empresas são suspeitas de praticar atos ilícitos em contratos firmados com o Dnit no Ceará para a execução de obras rodoviárias”, disse a CGU, por meio de nota. Os processos abertos podem levar à declaração de inidoneidade.
Executiva do Banco Rural entrega defesa do mensalão ao STF
A executiva Ayanna Tenório, apontada pela Procuradoria-Geral da República como integrante do “núcleo financeiro da organização criminosa” que girou recursos do mensalão, afirma que “não possuía nenhuma razão para desconfiar que o destinatário dos empréstimos fosse o Partido dos Trabalhadores”. Em documento de oito páginas intitulado Memorial, entregue aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), a defesa de Ayanna garante que “para ela se tratava de uma operação de renovação de crédito regular contraída por clientes de longa data do banco, contra os quais, na ocasião, não pesava nenhuma suspeita de irregularidade”.
Ex-vice-presidente do Banco Rural, instituição que a Procuradoria acusa de ter abastecido o mensalão, Ayanna foi incluída na denúncia supostamente por ter proporcionado aos grupos político e operacional do esquema “o aporte de recursos que viabilizou a prática dos diversos crimes objeto da acusação, obtidos mediante empréstimos simulados”. A acusação sustenta que a conduta do núcleo financeiro tornou viáveis mecanismos de lavagem de dinheiro que permitiram repasse dos valores aos destinatários finais.
Chanceler de Chávez esteve com militares paraguaios
Vídeo mostra encontro horas antes da destituição de Lugo. Um vídeo divulgado ontem pelo novo governo de Assunção mostra o chanceler da Venezuela, Nicolás Maduro, reunido com a cúpula das Forças Armadas do Paraguai horas antes da deposição do presidente Fernando Lugo, no dia 22. Militares e políticos paraguaios dizem que, nessa ocasião, o ministro de Hugo Chávez pediu aos generais que não reconhecessem a destituição e continuassem a receber ordens de Lugo. Em visita a Assunção, o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), o chileno José Miguel Insulza, qualificou de “estranho” o encontro e disse que o vídeo será analisado.
Governo quer propor idade mínima para aposentadoria
O governo quer propor idade mínima para aposentadoria e uma “fórmula móvel” para que os valores da regra 85/95 – soma da idade e do período de contribuição de mulheres e homens – sejam elevados à medida que a população envelhece. As propostas entrarão no debate sobre o fim do fator previdenciário.
Vereadores de SP apoiam novo modelo de presença
Após denúncia de fraudes no registro de presença na Câmara Municipal de São Paulo, mostrada pelo Estado, 41 de 55 vereadores afirmaram em enquete que são favoráveis ao registro de comparecimento apenas por meio da impressão digital. Para mudar o regimento, são necessários 28 votos.
Polícia vasculha casa de Sarkozy em Paris
Irã faz teste com míssil que pode atingir Israel
Conta de luz em SP fica 2,26% mais barata
Correio Braziliense
Cresce cerco golpe ‘pagou, virou europeu’
A corregedora nacional de Justiça, Eliana Calmon, determina que esquema revelado pelo Correio Braziliense seja investigado.. Em Itapaci, Goiás, juiz revoga 79 adoções de brasileiros adultos por estrangeiros. Diz que sua assinatura teria sido forjada.
Juiz revoga adoção ilegal de 74 brasileiros que “compram” pais na Europa
O grupo que opera adoções fraudulentas, para que brasileiros adultos obtenham cidadania europeia ao se tornarem “filhos” de estrangeiros, como revelou o Correio, tem um braço no Judiciário do país. Na comarca de Itapaci, interior goiano a quase 200km de Brasília, 74 sentenças aprovando pedidos de adoção do tipo, somente de fevereiro deste ano para cá, foram anuladas ontem pelo juiz responsável, Rinaldo Aparecido Barros. Ele alega que alguém falsificou a assinatura dele nos documentos.
Transparência: Médico ganha R$ 18 mil do GDF só em hora extra
Há salários entre os 6.302 médicos da rede do DF que, em maio, superaram os R$ 40 mil. Um deles chegou a R$ 70 mil, com os ganhos eventuais. No início de carreira, eles recebem R$ 5,8 mil. No país, há contracheques inimagináveis, como um de R$ 366 mil no TRT gaúcho.
PT foi alvo de dossiê durante governo de Fernando Collor
O serviço secreto do governo brasileiro suspeitava que militantes do PT preparavam um curso de guerrilha na Nicarágua. Documentos sigilosos da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), produzidos em 1991, revelam que a intenção do partido seria formar milícias urbanas e, para que isso acontecesse, era necessário fazer o treinamento no país da América Central. O dossiê faz parte do acervo recebido pelo Arquivo Nacional em Brasília, disponibilizado pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin), que sucedeu a SAE.
O documento foi produzido no governo do então presidente Fernando Collor de Mello, hoje senador pelo PTB de Alagoas. E foi o próprio Collor que criou a SAE, que prometeu em sua campanha extinguir o Serviço Nacional de Informações (SNI), cria do regime militar. O dossiê é um dos muitos produzidos envolvendo o PT, que à época era considerado o maior partido da oposição. Além da legenda, outro alvo preferido era Luiz Inácio Lula da Silva, que fora adversário de Collor na disputa pela Presidência da República, dois anos antes. Anos depois, Lula ocuparia o Palácio do Planalto por oito anos.
Planos de saúde: alta de até 40%
Sem fiscalização, planos coletivos têm reajustes de até 40%, contra 7,93% dos individuais. Márcia pagou 19,8% de aumento.
Pai do Plano Real cobra reformas
Primeiro brasileiro a concluir o doutorado em economia na prestigiosa Universidade Yale, o economista Edmar Bacha é considerado um dos pais do Plano Real, lançado em 1994, no governo Itamar Franco. Bacha coordenou o Departamento de Economia da Pontifícia Universidade Católica do Rio (PUC-Rio), de onde saiu a equipe que desenvolveu o programa. “Desde 1982, discutíamos alternativas para a estabilização. Em 1993, estávamos prontos para colocar as ideias em prática”, conta. Bacha ganhou notoriedade ao escrever, nos anos 1970, a fábula da “Belíndia”, em que dizia que o regime militar estava criando um país dividido entre os que moravam em condições similares às da Bélgica e aqueles que tinham padrão de vida da Índia. Nos anos 1980, no governo José Sarney (1985-1990), participou do Plano Cruzado e presidiu o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com Fernando Henrique Cardoso, comandou o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) por cerca de um ano. Atualmente, integra o think thank fluminense Casa das Garças.
Indústria cai pela nona vez seguida
Nem o incentivo de R$ 102 bilhões do governo conseguiu salvar o setor. O recuo de 4,3% na produção em maio foi o pior desde setembro de 2009, quando a indústria derreteu 7,6%.
Câmara consegue retardar o fim do 14º e 15º salário
Governo quer nova previdência até dezembro
Na capital dos apagões, luz vai subir 6,01%