FOLHA DE S. PAULO
Ministros e vice gastam R$16,6 mi com jatinhos
Os ministros de Dilma Rousseff e o vice Michel Temer gastaram, em dez meses de 2011, R$ 16,6 milhões com viagens em aviões da FAB para missões oficiais ou em deslocamentos para casa.
A Folha teve acesso às planilhas de voo de todos os ministros, com dados inéditos sobre horários de partida, custos, roteiros e datas.
O cruzamento dos dados revela que muitas aeronaves decolam em horários próximos, com o mesmo destino, cada uma com um ministro a bordo. Em muitos casos foi desrespeitada a orientação da presidente para que os voos fossem compartilhados. Apenas 2,4% dos deslocamentos seguiram essa orientação.
A maior parte dos ministros vai para casa de jatinho nos finais de semana. Dos R$ 16,6 milhões, R$ 5,5 milhões foram gastos neste tipo de trajeto. Nesses casos, o jatinho precisa fazer até quatro viagens. Normalmente a aeronave leva o passageiro na quinta ou na sexta e retorna para Brasília; depois, volta para buscá-lo na segunda.
Uma viagem de jatinho de Brasília a Porto Alegre, por exemplo, custa R$ 34 mil, enquanto uma passagem aérea comercial de ida e volta não passa de R$ 1.500.
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Ministros e vice dizem cumprir legislação vigente
A Presidência afirmou que cumpre os dispositivos do decreto sobre o transporte aéreo de autoridades. O Ministério da Defesa afirmou que considera aspectos econômicos e de segurança para definir os voos.
A Vice-Presidência e ministérios citados na reportagem afirmaram que a utilização de jatinhos da FAB obedece à regulamentação do decreto que permite o deslocamento para o local de residência. A assessoria de Michel Temer disse que ele segue as recomendações do Gabinete de Segurança Institucional para utilizar aeronaves da FAB por razões de segurança.
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, também afirmou que viaja em jatinhos por questão de segurança. Ele é escoltado por policiais.
Polícia na cracolândia é aprovada por 82% em SP
Enquanto pré-candidatos do PT e do PSDB à Prefeitura de São Paulo divergem sobre a ação da Polícia Militar na cracolândia, a maioria dos paulistanos – independentemente do partido de preferência – apóia a operação, mostra o Datafolha. A ação, conduzida pelos governos municipal (PSD) e estadual (PSDB), é aprovada por 82% dos moradores. São 72% os que dão no mínimo nota 6 para a intervenção, iniciada no dia 3, pouco depois de o governo petista lançar plano anticrack.
Houve reclamações de que tanto a PM colocada nas ruas de forma apressada quanto o plano federal tinham motivação eleitoral. PT e PSDB, principalmente, gostariam de usar o combate à droga na campanha. Apesar da disputa eleitoral, a PM na cracolândia tem apoio tanto dos paulistanos que preferem o PT (83%) quanto dos tucanos (90%). Para estudiosos, isso reflete a demanda por uma polícia mais forte e atuante, mas é preciso atenção contra abusos.
Esvaziado, Fórum Social termina hoje sob crise existencial
Criado em 2001 como contraponto de esquerda à cúpula econômica de Davos, o Fórum Social Mundial encerra hoje sua 11ª edição esvaziado e com dúvidas sobre a própria capacidade de manter alguma relevância no cenário internacional.
O clima de crise existencial marcou o evento em Porto Alegre, que recebeu a primeira visita de Dilma Rousseff como presidente, mas foi ignorado por líderes estrangeiros e ganhou ares de congresso do PT.
Um dos idealizadores do fórum, o ativista Chico Whitaker expôs o desconforto na sexta-feira, em desabafo que surpreendeu a plateia acostumada com discursos empolgados sobre a derrocada iminente do capitalismo.
Ele disse que o encontro não conseguiu se conectar a novos fenômenos como os movimentos de “indignados”, que passaram a ocupar ruas na Europa e nos EUA.
Banco do Brasil troca 13 diretores e nega ingerência
O Banco do Brasil anunciou a troca de 13 diretores. De acordo com a assessoria de comunicação do BB, as alterações ocorreram em razão da aposentadoria de quatro executivos. Uma quinta diretoria (a de distribuição em São Paulo) estava vaga e, nas outras, foram feitos simplesmente “remanejamentos internos”.
Segundo nota da direção do BB, as trocas “são naturais”, e o rodízio contribui para a formação os executivos. O BB -que lidera o ranking das instituições financeiras do país- nega haver ingerência política em seu comando.
No fim do ano passado, o banco realizou três remanejamentos em sua cúpula depois da saída de Allan Simões Toledo da vice-presidência da área internacional.
Toledo teria se desentendido com o presidente da instituição, Aldemir Bendine.
Disputa pela prefeitura segue estável, diz Datafolha
A disputa pela Prefeitura de São Paulo mantém-se inalterada e, a oito meses das eleições, os principais candidatos ainda não são conhecidos pela maioria dos paulistanos, mostra o Datafolha.
Segundo pesquisa realizada quinta e sexta, nenhum candidato ultrapassa 21% de intenção de voto na maior cidade do país.
Um dos que apresentam o melhor desempenho continua sendo Celso Russomanno (PRB), que oscila de 17% a 21% e lidera quatro dos cinco cenários pesquisados.
No único quadro que Russomanno não lidera, ele fica atrás apenas de José Serra (PSDB), que aparece com 21%. O tucano, porém, tem dito a seu partido que não quer concorrer à prefeitura.
Serra tem contra si uma das maiores rejeições: 33% dos paulistanos dizem que não votariam nele de jeito nenhum. Na pesquisa, só Netinho de Paula (PC do B) aparece à frente do tucano neste quesito, com 35%. Os dois são também os nomes mais conhecidos pelos entrevistados.
Ministro pediu a Turismo verba para cidade da mulher
O ministro das Cidades, Mário Negromonte (PP), pediu em 2011 para o Ministério do Turismo repassar recursos federais a prefeitura da Bahia comandada por sua mulher.
O ministro assinou um ofício em 12 de abril do ano passado, informando que R$ 100 mil de uma emenda parlamentar dele feita em 2010, quando era deputado federal, deveriam ser destinados à Prefeitura de Glória (BA).
Sua mulher, Ena Vilma Negromonte (PP), é a prefeita da cidade, de 14 mil habitantes.
O documento foi endereçado por Negromonte ao então ministro do Turismo, Pedro Novais (PMDB), que deixou o cargo em setembro após denúncias de mau uso do dinheiro público.
No ofício, o ministro das Cidades assina como presidente estadual do PP e deputado. Não há menção sobre sua função no governo.
Remessa de brasileiro ao país é a menor em 9 anos
A retração econômica na Europa, nos EUA e no Japão e o retorno de expatriados derrubaram as remessas de dinheiro de brasileiros que vivem no exterior, relatam Álvaro Fagundes e Patrícia Campos Mello.
No ano passado, segundo o BC, foi remetido ao país US$ 1,97 bilhão, valor mais baixo desde 2002.
Em comparação a 2008, a redução foi de 32%. Cerca de 20% dos brasileiros voltaram dos EUA desde 2008, inicio da crise. As remessas do país caíram 60%.
No cálculo do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), houve queda de US$ 7,37 bilhões em 2006 para US$ 4,04 bilhões em 2010.
Medo de perder objetos leva condôminos a depósito no Rio
A preocupação em perder bens valiosos, por causa da falta de cuidado dos órgãos oficiais com o entulho gerado pelos desabamentos no centro do Rio, está levando condôminos dos edifícios a verificarem pessoalmente o depósito onde a prefeitura joga os destroços.
A Folha revelou ontem que objetos encontrados nos escombros estavam sendo furtados.
Leitor de jornal em papel retém mais informações que o de on-line
Julia Sweig
Dilma e Patriota podem reforçar transformação real de Cuba
Clóvis Rossi
Liderança dos ‘brancos de olhos azuis’ cai também na política e na cultura.
Pinheirinho era um ‘lindo jardim’, diz ex-dono do terreno
Benedito Bento Filho, 75, fica nervoso quando ouve que o Pinheirinho, em São José dos Campos – de onde 2.000 famílias foram retiradas –, era área irregular, relatam Laura Capriglione e Juliana Granjeia. Ele diz que o investidor Naji Nahas comprou dele um “lindo jardim”.
Brasil-2016 começa em Londres-2012
Especial mostra jovens promessas para a Olimpíada
O GLOBO
O retrato da falta de fiscalização no Rio
Vizinho à moderna sede do Tribunal Regional do Trabalho, no Centro do Rio, um prédio inacabado – 12 andares, sem emboço externo e ocupado por 75 famílias – é um retrato perturbador da falta de uma política de fiscalização de obras na cidade. “Ao longo dos anos, a estrutura pode ser danificada”, alerta Antonio Eulálio Pedrosa, do Crea-RJ. Rivalidade entre a prefeitura e o Crea – que não têm mais do que 300 fiscais – impede trabalho conjunto contra as irregularidades.
Calculista de Niemeyer diz que intervenções no prédio provocariam desabamento
Vida curta para muito dinheiro
Recuperação de estradas dura menos do que manda a lei, e verbas vão para o ralo
É um caminho perigoso, acidentado. As estradas brasileiras são ruins não só porque não têm conservação, mas também pela baixa qualidade do material usado nas obras milionárias de recuperação. Apesar de a Lei de Licitações determinar tempo médio de vida útil de dez anos pós-reforma,grande parte das rodovias federais e estaduais volta a estares buracadaea oferecer perigo muito antes disso. Desgaste prematuro do asfalto, buracos que se transformam em crateras, erosão no leito das pistas e quedas de barreira são percalços comuns nas vias de todo o país e demonstram a baixa qualidade das obras e do material utilizado. Há casos de estradas com trechos comprometidos antes mesmo de a pavimentação completar dois anos. A BR-474, em Minas Gerais, por exemplo ,foi contemplada com obras de pavimentação há três anos,mas já precisa de recuperação. Ao longo dos 160 quilômetros da BR-474, há buracos e risco permanente de quedas de barreiras. Em 2009, a estrada foi dividida em três trechos, sendo dois pavimentados. Interrompidas, as obras do terceiro deverão ser retomadas este ano. No entanto, além de concluir o projeto, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) terá de desembolsar recursos para a recuperação da extensão asfaltada. A obra total foi orçada em R$ 53 milhões, sendo R$ 42 milhões em verbas federais e o restante,estadual. Na avaliação feita pela Confederação Nacional dos Transportes (CNT) divulgada no fim do ano passado, é uma estrada ruim.
Problemas estruturais não comprometem apenas a malha viária federal. No Rio, a rodovia RJ-117, que liga Paty do Alferes a Petrópolis, na Região Serrana, não durou nem dois anos. Inaugurada em junho de 2010, a estrada tem rachaduras no asfalto e, na localidade de Vale das Videiras, o piso cedeu e a rodovia está em meia pista. As chuvas do início deste mês ainda provocaram quedas de barreira em prati-camente toda a extensão da via.Os deslizamentos cobriram de barro o asfalto,e acada chuva forte a terra vira um atoleiro. As obras custaram R$ 31 milhões. O Departamento de Estradas de Rodagem(DER-RJ)informou que vai recuperar a estrada após o período de chuvas. Em Roraima, a BR-174 é dor de cabeça para os motoristas. Recuperada em 2010, apresenta centenas de buracos que dificultam a passagem
até de caminhões e ônibus. Já no Rio Grande do Norte, foram empregados R$ 167 milhões em obras em estradas federais em 2009 e 2010. Mas rodovias como a BR-405, no estado, foram consideradas ruins pela avaliação da CNT.
Dilma verá uma Cuba que vive em dois tempos
A Cuba onde a presidente Dilma Rousseff desembarcará amanhã busca equilibrar-se entre a abertura econômica após a queda da URSS e o controle ferrenho do sistema político.
Quando Raul Castro assumiu o lugar do irmão Fidel no comando de Cuba, em fevereiro de 2008, depois que o ditador teve de se afastar da rotina do poder por motivos médicos, a maioria dos analistas esperava uma continuidade do velho e anacrônico modo de governar dos Castro, com a centralização, a burocracia e a falta de abertura. No entanto, ao constatar que os rebeldes que fizeram a Revolução de 1959 envelheceram – ou morreram – e que era preciso renovar o Partido Comunista e o bureau político, Raul começou a promover lentas alterações na roupagem do regime, sem, porém, ainda atingir a alma do sistema.
Num país onde o governo é o Big Brother e o único empregador, Raul anunciou a demissão de 500 mil funcionários públicos e a permissão para que os cubanos possam comprar e vender imóveis – com restrições – trocar de veículos, constituir pequenos comércios particulares e vender alimentos nas cidades, tornando-os legalizados.
Para fazer a economia girar, o governo passou a conceder empréstimos bancários para trabalhadores autônomos e pequenos agricultores. Antes da mudança na legislação, os cubanos só podiam adquirir casas do governo ou, no máximo, trocar de imóveis entre particulares. No setor automotivo, embora os carrões das décadas de 50 e 60 ainda desfilem nas ruas de Cuba, o negócio procura ganhar velocidade.
O comércio também foi impulsionado pelo governo. O trabalho privado foi permitido pela primeira vez depois do colapso da antiga União Soviética, em 1991. Como Cuba dependia muito do antigo império comunista, a queda da União Sovética afetou a economia cubana, deixando ainda mais em dificuldade os habitantes da ilha.
PMDB e PT não se entendem sobre alianças
Em apenas duas das 27 capitais, petistas e peemedebistas já formaram chapa única; no Rio, situação é tensa
BRASÍLIA. As alianças para disputa municipal deste ano ainda estão em fase inicial de negociação, mas já é possível sentir o clima pesado entre os
partidos da base governista. E tudo indica que a queda de braço travada na última semana pelo líder do PMDB na Câmara,Henrique Eduardo Alves
(RN), com o governo, por conta a demissão do diretor-geral do Departamento Nacional de Obras Contra Seca (Dnocs), poderá afastar ainda mais pee-medebistas e petistas. De acordo com levantamento preliminar feito pelo presidente do PMDB, senador Valdir Raupp (RO), por enquanto, só há previsão de aliança entre
seu partido e o PTem duas das 27 capitais do país: São Luís e RiodeJaneiro.
—Em São Luís, nosso candidato desistiu da disputa e há uma perspectiva de nos aliarmos ao PT. No Rio, onde a aliança já existia e seria natural o apoio do PT à reeleição do prefeito Eduardo Paes, estamos tendo problemas —confirma Raupp.
Eduardo Campos
Aos 46 anos, o governador de Pernambuco, neto de Arraes, já é chamado de o novo “painho” do Nordeste.
O ESTADO DE S. PAULO
Estrangeiro no Brasil envia mais dinheiro para o exterior
As remessas de dinheiro feitas por trabalhadores mostram que o Brasil deixou de ser apenas receptor de dólares enviados por brasileiros espalhados pelo mundo. Agora, o País também é fonte de recursos para milhares de famílias estrangeiras no exterior, informa o repórter Fernando Nakagawa. Dados oficiais mostram que, em 1995, a entrada de dólares no País era quase 25 vezes maior que o envio de dinheiro por estrangeiros residentes no Brasil. Com o crescimento da te economia brasileira e a crise mundial, para cada US$ 1 que saiu do País, em 2011, entraram US$ 2,43, a menor diferença da história. Bolivianos, peruanos e paraguaios estão entre o que mais remetem dinheiro.
60% é o quanto caiu, em três anos, a remessa de dinheiro de trabalhadores no Japão para o Brasil
Governo não conclui creches
Para cumprir uma promessa de campanha feita pela presidente Dilma Rousseff, o Ministério da Educação terá que inaugurar pelo menos 178 creches por mês, ou cinco por dia, até o fim de 2014. Na disputa presidencial de 2010, Dilma afirmou que iria construir 6.427 creches até o fim de seu mandato, mas a promessa está longe de se concretizar.
O Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), responsável pelo ProInfância – que cuida da construção dessas creches – pagou até agora R$ 383 milhões dos R$ 2,3 bilhões empenhados. No primeiro ano de governo, a execução do ProInfância ficou em 16%. Nenhuma obra foi concluída.
Principal aposta do PT nas eleições de 2012, o ex-ministro da Educação Fernando Haddad deixou o ministério para se candidatar à Prefeitura de São Paulo sem entregar nenhuma das creches prometidas pela presidente. Nas últimas campanhas em São Paulo, as creches têm sido destaque. Seu sucessor, Aloizio Mercadante, tomou posse na última terça-feira prometendo atender à promessa de Dilma. “Vamos cumprir a meta de criar mais de 6 mil creches e dar às crianças brasileiras em fase pré-escolar acolhimento afetivo, nutrição adequada e material didático que as preparem para a alfabetização”, disse o ministro.
Na campanha, Dilma chegou a fixar a meta de construir 1,5 mil unidades de ensino por ano. Reforçou a promessa no programa de rádio da Presidência: “A creche é também muito importante para as mães, para que possam sair para trabalhar tranquilas, sabendo que seus filhos estão recebendo atenção e cuidados,” disse na última segunda-feira.
Dama de ferro do petróleo
A futura presidente da Petrobrás, Maria das Graças Foster, tem um perfil partidário bem menos conhecido do que o de executiva rigorosa pouco disposta a aceitar interferência política. Filiada ao PT, carrega três estrelas tatuadas no antebraço esquerdo.
A imagem pública da futura presidente da Petrobrás, Maria das Graças Foster, é a de uma executiva rigorosa, funcionária concursada que prioriza as questões técnicas e profissionais, pouco disposta a aceitar interferências políticas na maior empresa brasileira. Essa é só uma parte da história. Graça, como prefere ser chamada, é tão petista quanto o antecessor, José Sérgio Gabrielli.
Seu perfil político é desconhecido até por pessoas com quem ela trabalha. A ascensão ao principal posto da petroleira começa a dar visibilidade a esse seu lado partidário. Graça filiou-se ao PT em 2008. Dois anos depois, engajou-se com fervor na eleição vitoriosa de Dilma Rousseff.
Ela participou de passeatas do movimento Mulheres com Dilma, tatuou no antebraço esquerdo três estrelas como as que simbolizam o Partido dos Trabalhadores e até contribuiu financeiramente, doando R$ 34,5 mil para os diretórios nacional e fluminense. No dia da eleição no segundo turno, vestida com a camisa vermelha da campanha, roupa coberta de adesivos “Dilma 13”, percorreu pontos de votação pedindo votos para a candidata, que conhecera no Sul, no início da década passada.
Dilma escala Gerdau para cobrar ministros
Preocupada com os problemas de gestão da administração federal, a presidente Dilma Rousseff decidiu acelerar o processo de adoção de um modelo empresarial para tentar desemperrar a máquina pública e dar um upgrade no atendimento prestado ao público. A estratégia de guinada em direção a um novo modelo prevê conversas do megaempresário Jorge Gerdau com diversos ministros, revisão do funcionamento das pastas por uma consultoria privada, definição de metas e prazos e fiscalização em tempo real dos projetos e gastos públicos.
Esse planejamento estratégico, no entanto, esbarra em problemas como o gigantismo da equipe herdada de Luiz Inácio Lula da Silva, com 38 ministros, e a força de partidos aliados, que montaram verdadeiros feudos políticos nas pastas que conduzem, aparelhando áreas vitais para o atendimento à população.
Alguns exemplos claros mostram que essa estratégia já foi acelerada dentro do governo. Presidente da Câmara de Gestão e Competitividade do governo, Jorge Gerdau tem conversado com ministros, entregando uma espécie de lista de tarefas e sugestões para que as pastas melhorem o desempenho. Ele sugeriu a redução de pastas, mas, sem que o governo tivesse força política para conseguir isso, a tática mudou para o monitoramento mais próximo dos ministérios.
Bombeiros buscam corpos em entulho
Três dias depois do desabamento de três edifícios no Rio, bombeiros determinaram o início das buscas por vítimas a 30 km de distância, no terreno da Baixada em que foi depositado o entulho retirado do local da tragédia. Com cinco desaparecidos, restam poucos pontos onde pode haver corpos soterrados na Av. Treze de Maio. Até o início da tarde de ontem, 17 corpos haviam sido removidos. O comandante da equipe de buscas admitiu que mais vitimas podem ter sido levadas por engano pelas escavadeiras que retiraram o concreto dos prédios.
Aptos a votar em prévia do PSDB ignoravam filiação
Entre os filiados tucanos aptos a votar nas prévias que definirão o candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo há pessoas que sequer conhecem o partido e que dizem ter passado seus dados eleitorais a entidades das quais recebiam leite distribuído pelo governo estadual, administrado pela legenda. Até simpatizantes do PT estão na lista oficial tucana.
Ao entrar em contato com 40 integrantes da “base” do PSDB nas regiões leste e sul, áreas de baixa renda onde há concentração de “tucanos”, o Estado encontrou moradores que ignoravam a condição de filiados.
Cinco mulheres da zona eleitoral Vila Jacuí apontaram entidades associadas ao programa Vivaleite, da Secretaria de Desenvolvimento Social do governo estadual, como possível explicação para seu vínculo com o partido.
Foram citadas a Associação para Qualificação Profissional e Social dos Moradores do Jardim Pedro Nunes (Aqualiprof), dirigida por Wellington Machado, presidente do diretório do PSDB da Vila Jacuí, e a Assocam, presidida por Idevanir Arcanjo de Souza, também filiado ao partido.
Dora Kramer: Aperto na lei seca
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, negocia alterações com o Congresso para evitar que a legislação acabe virando letra morta.
João Bosco Rabello: Sem poder de retaliação
Afora malcriações de perfis mais intempestivos, o PMDB pouco pode fazer para causar prejuízo real à presidente Dilma.
Matarazzo é hostilizado na abertura do MAC
Cerco ao Irã pode dar lucro a países asiáticos
A nova rodada de sanções contra o Irã, adotada por EUA e Europa, depende em grande parte dos países asiáticos para ter sucesso, informa l correspondente Cláudia Trevisan. China, Índia, Japão e Coréia do Sul importaram cerca de 60% do petróleo iraniano em 2011, e sua demanda será crucial para definir o impacto das medidas. Com menos clientes, o Irã será pressionado a reduzir preços.
‘Estado’ cresce e amplia liderança em São Paulo
CORREIO BRAZILIENSE
Bêbados e, mesmo assim, ao volante
Reportagem do correio flagra, em várias cidades do DF, jovens embriagados dirigindo sem se preocupar com a lei, a polícia e as vidas das pessoas que estão ao seu lado.
O desafio brasileiro
Série de reportagens mostra, a partir de hoje, os contrates de um país que venceu uma inifinidade de obstáculos nos últimos 20 anos para se tornar a sexta economia do planeta. Especialistas avaliam o que precisa ser feito nas próximas décadas para o Brasil ostentar qualidade de vida de Primeiro Mundo. Uma conquista já pode ser comemorada: a possibilidade de fazer planos. O menino Gabreil Guedes, 12 anos, vai lutar para realizar o sonho de ser engenheiro e construir aviões.
No tabuleiro da Sudene, só dá empresa da Bahia
Sob a influência política do PMDB da Bahia, a Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) destinou, em 2011, 106 das 365 concessões de incentivos fiscais, 29%, a empreendimentos baianos. Com orçamento enxuto — cerca de R$ 200 milhões —, a Sudene tem como carro-chefe a concessão de incentivos fiscais para que empresas se instalem ou façam reinvestimento em municípios dos 11 estados atendidos pelo órgão.
Cabe à superintendência decidir quais empresas receberão os benefícios tributários. Relatório da Receita Federal indica que o montante de renúncia fiscal direcionada a firmas selecionadas pela Sudene é de R$ 2,7 bilhões por ano, em tributos como o Imposto de Renda e o Adicional ao Frete para a Renovação da Marinha Mercante (AFRMM). Entre as empresas favorecidas está a UTC Engenharia, que teve abatimento fiscal de 75% no Imposto de Renda para se instalar na Bahia em 2010 e, no mesmo ano, doou R$ 100 mil para o comitê único de campanha do PMDB.
O superintendente da Sudene, Paulo Sérgio de Noronha Fontana, e o diretor de Planejamento e Articulação Política do órgão, Guilherme Maia Rebouças, são indicações do ex-ministro da Integração Nacional Geddel Vieira Lima (PMDB-BA). O ex-ministro, que atualmente é vice-presidente de Pessoa Jurídica da Caixa Econômica Federal, alega que não tem afilhados no governo e que os funcionários nomeados quando a pasta era comandada por ele não deixaram o cargo porque mostraram competência. “Não tenho afilhado no governo, afilhado é quem eu levei à pia batismal. São pessoas que trabalharam comigo. No caso específico da Sudene, são pessoas que eu nomeei. Eu fui ministro, não sou mais. Quando era ministro, fui até acusado de ajudar mais a Bahia. Tem gente que não quis ficar e saiu quando eu saí. Eu nunca pedi ao ministro para manter ninguém. Não tenho apreço aos cargos, não tenho nenhum”, disse.
Eleições: Rachado, ninho tucano paulista entra em crise
O PSDB nasceu em 1988 como uma dissidência do PMDB de José Sarney e Ulysses Guimarães. Sete anos depois, assumiu a Presidência da República com Fernando Henrique Cardoso, e o Palácio dos Bandeirantes com Mário Covas. Permanece no comando de São Paulo até hoje, mas está fora do Planalto desde 2002. Tem um eleitorado cativo no estado e quase 20% de reconhecimento e respeito na capital paulista, segundo pesquisas encomendadas pelo principal rival, o PT. Tanto poder político é insuficiente para responder, a nove meses das eleições municipais, se o partido terá um candidato competitivo na maior cidade do país para enfrentar o PT de Luiz Inácio Lula da Silva e de Fernando Haddad.
Em 4 de março, o tucanato realizará uma prévia com quatro pré-candidatos: Bruno Covas, secretário de Meio Ambiente de São Paulo; José Aníbal, secretário de Energia; Andrea Matarazzo, secretário de Cultura; e Ricardo Tripoli, deputado federal. Caberá a um dos quatro a tarefa de, amparado pela máquina estadual, convencer uma cidade de 12 milhões de habitantes, repleta de problemas e de desafios, que tem condição de manter o prestígio da legenda em alta.
O suspense que colocou o principal partido de oposição ao PT nesta encruzilhada surgiu da disputa fratricida das duas maiores lideranças da legenda no Estado: José Serra e Geraldo Alckmin. Rivalidade alimentada há pelo menos 12 anos. Desde 2000, só esses dois tiveram o direito de disputar cargos majoritários no partido. Alckmin ainda era vice de Covas quando foi escolhido pela legenda para ser candidato a prefeito da capital. Em 2002, ele próprio elegeu-se governador.
A bola está com Aldo Rebelo
Com jeito calmo e a voz pausada e de sotaque carregado — herança de sua Viçosa, em Alagoas —, José Aldo Rebelo Figueiredo parece à vontade na sala que passou a ocupar ao trocar o sexto mandato de deputado federal pelo comando do Ministério do Esporte, há exatos três meses. O apaixonado torcedor do Palmeiras assumiu uma pasta cobiçadíssima, responsável por preparar o Brasil para receber dois megaeventos de interesse mundial: a Copa do Mundo, em 2014, e os Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro.
Aos dois desafios soma-se outro, igualmente complicado. O sereno Aldo Rebelo terá a missão de limpar a imagem do ministério, alvo de sucessivas denúncias de irregularidades. Uma delas derrubou o ocupante anterior do cargo, Orlando Silva, companheiro de Rebelo no PCdoB. Orlando foi acusado de envolvimento num suposto esquema de desvio de dinheiro de convênios firmados com ONGs por meio do programa Segundo Tempo, criado para incentivar crianças carentes a praticar atividades esportivas.
O novo ministro já deu um rumo diferente ao Segundo Tempo e disse ter pedido à Controladoria- Geral da União (CGU) que investigasse os demais programas, suspendeu convênios, barrou nomeações de indicados por seu antecessor para cargos de confiança na pasta e avisou, em entrevista ao Correio, que mais mudanças no quadro virão por aí.
Aldo Rebelo também previu grandes benefícios para o Brasil com a realização do Mundial e das Olimpíadas e disse acreditar que os estádios e as principais obras serão entregues a tempo.
Dilma vai atrás do “mercado” e das obras na terra de Fidel
Busca pelos corpos deve acabar hoje
Bombeiros vão fazer um trabalho minucioso nos escombros já recolhidos para tentar encontrar pelo menos vestígios das cinco pessoas que ainda estavam desaparecidas até a noite de ontem. Enterro das vítimas dos desabamentos comove o Rio.
Greve – Brasiliense é quem sai prejudicado
Vigilantes e patrões não chegam a acordo e paralisação afeta hospitais e até pontos turísticos, como o Zoológico e o Museu da República. Agências bancárias também serão prejudicadas a partir de amanhã. Governador ameaça romper os contratos com as empresas.
Transações de compra e venda de imóveis na mira do Fisco