O Globo
Antes de sair Lula ainda criará a sua 12ª estatal
Faltando cerca de quatro meses para deixar o cargo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deverá assinar, em agosto, em caráter emergencial, uma medida provisória criando a 12ª empresa estatal do seu governo: a Empresa Brasileira de Seguros S.A. (EBS), que já está provocando forte reação do setor privado. A nova companhia, que nascerá vinculada ao Ministério da Fazenda, poderá explorar operações de seguros em várias modalidades, do comércio exterior a projetos de infraestrutura de grande vulto. A EBS será autorizada ainda a criar subsidiárias e até abrir filiais no exterior. Como não há orçamento específico para ela, a “Segurobrás” pode começar a operar com funcionários cedidos ou sob contrato temporário. Os empresários criticam a medida e a qualificam como um “retrocesso”, já que o monopólio do setor do resseguros foi quebrado há cerca de dois anos e meio. “Há um claro conflito de interesses, pois o governo vai segurar seus próprios contratos”, disse Jorge Hilário Gouvêa Vieira, que preside a confederação do setor.
A hora da Ficha Limpa
Na véspera do fim do prazo para os pedidos de impugnação de candidatos, as procuradorias regionais eleitorais dos estados divulgaram ontem listas com centenas de nomes de políticos que serão alvo de processo de suspensão de registro. No caso do Rio, o Ministério Público Eleitoral entregou ao presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Rio (TRE-RJ), desembargador Nametala Jorge, uma lista com 34 pedidos, já baseados na Lei da Ficha Limpa.
No Pará, o MPE também se baseou na lei para pedir a impugnação das candidaturas ao Senado de Jader Barbalho (PMDB) — hoje deputado, mas que renunciou ao mandato de senador em 2001 para escapar da cassação — e Paulo Rocha (PT) — envolvido no escândalo do mensalão petista. Já no Maranhão, numa lista de 40 nomes, estão os do ex-governador Jackson Lago (PDT) — que fora cassado por crime eleitoral — e do deputado federal José Sarney Filho (PV).
No Ceará, a Procuradoria Regional Eleitoral apresentou 42 pedidos de impugnação de candidaturas. A lista inclui o deputado federal José Gerardo Arruda (PMDB-CE), alvo da lei da Ficha Limpa. Primeiro parlamentar condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) desde a Constituição de 1988, ele tenta o registro alegando prescrição da publicação da ata do julgamento, ocorrido em maio.
PSDB reage ao manifesto das centrais
O manifesto assinado por cinco centrais sindicais que acusa o presidenciável José Serra (PSDB) de mentir ao dizer que é responsável pela criação do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) pode ser considerado uma participação sindical na campanha, por meio de propaganda eleitoral contra um candidato — o que é proibido pela legislação.
E a carta, divulgada pelo PT, omite o papel do tucano na aprovação do projeto que regulamentou o pagamento do seguro-desemprego, em 1989. De acordo com o advogado do PSDB, Ricardo Penteado, esse tipo de documento viola a lei eleitoral, que proíbe os sindicatos de fazer doações de campanha, inclusive na forma de propaganda positiva ou negativa.
— Configura uma propaganda eleitoral negativa — disse ele, que até ontem não havia sido procurado pelo partido para tomar providências jurídicas.
Procuradas para explicar a participação na campanha, as assessorias da CUT e da Força Sindical não responderam até o fechamento desta edição. De acordo com notas taquigráficas do Congresso, a lei 7.998, de 1990, que instituiu o FAT e estabeleceu as regras para o seguro-desemprego, foi baseada no projeto apresentado por Serra em 1989. A aprovação, no plenário, aconteceu em regime de urgência, com acordo de líderes, e levou em consideração um substitutivo, ou seja, uma proposta diferente do texto original do deputado Jorge Uequed (PMDB-RS) em 1988.
Serra começa a divulgar itens programa de governo
Após ter entregue à Justiça Eleitoral dois discursos em vez de um plano de governo, a campanha do presidenciável José Serra (PSDB) começa hoje a divulgar o documento de diretrizes do seu programa. O tucano apresentará diariamente trechos do texto no site da campanha. Agronegócio, gestão pública e pessoas com deficiência foram os temas escolhidos para abrir a série. Quanto ao último tema, o tucano prometeu a criação de um ministério.
No material, Serra faz um diagnóstico das áreas e fala de princípios que nortearão propostas — o programa propriamente dito, a ser divulgado em agosto. O documento faz críticas ao governo Lula e ressalta realizações de Serra na prefeitura de São Paulo e no governo paulista. A coordenação do programa de governo tucano informou que deve levar 15 dias para publicar na internet as 67 páginas. O texto foi preparado para ser entregue semana passada ao TSE. Mas, na última hora, Serra voltou atrás e mandou só a cópia dos discursos da pré-convenção do PSDB, em abril, e da convenção nacional em Salvador, em junho.
Lula vai hoje a ato de campanha de sua candidata
Guardado como o grande trunfo da campanha da candidata petista, Dilma Rousseff, à Presidência, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva faz hoje sua primeira participação em um evento público, da campanha oficial, ao lado da aliada. Será durante a inauguração do comitê central da candidata, no Centro de Brasília. O presidente do PT, José Eduardo Dutra, diz que o evento vai ser grandioso, com participação popular.
Lula só chegará depois das 19h, quando oficialmente encerra o expediente como presidente. E deverá ser a grande atração, com Dilma. Ele vai discursar pela primeira vez pedindo votos oficialmente para a petista. O candidato a vice, Michel Temer, participará do ato. Já os comícios nas outras grandes cidades, com participação de Lula, serão intensificados apenas na reta final da campanha, em setembro.
Nova pizza: agora na CPI do MST
Criada com muito estardalhaço, a CPI do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) termina com um relatório final que não aponta culpados nem recomenda indiciamentos. A comissão acabou esvaziada pela oposição — que insistiu na sua instalação, mas sequer compareceu às reuniões — e se encerra num clima amistoso entre parlamentares ruralistas e os aliados do movimento social. Único parlamentar ligado aos ruralistas a comparecer à CPI, Ônyx Lorenzoni (DEM-RS) reconheceu que, em ano eleitoral, ficaria ainda mais difícil tocar a investigação na CPI.
A comissão deixará de votar 136 requerimentos que pediam quebra de sigilo bancário e fiscal de entidades ligadas ao MST, como Anca e Concrab, e daquelas vinculadas aos ruralistas, casos de CNA e Senar. Os integrantes da CPI do MST se reúnem amanhã para votar o texto do relator Jilmar Tatto (PT-SP), que trata dos problemas agrários de forma genérica. Não há citação de qualquer pessoa ou nome de entidade na conclusão final, de qualquer dos lados.
Tão lenta quanto a do Rio
Assim como a Polícia Civil do Rio demorou oito meses para concluir o inquérito em que o goleiro Bruno foi acusado por Eliza Sumido de agressão e sequestro, a lentidão da Corregedoria da Polícia Civil mineira para investigar crimes cometidos por policiais pode ter colaborado para o suposto assassinato da ex-amante do jogador. O suspeito de ter executado a jovem, o ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, conhecido como Bola, era citado em inquérito no órgão como envolvido em dois assassinatos semelhantes.
Em depoimento prestado em 21 de maio do ano passado ao delegado Charles Gerardo Pongeluppi, adido à Corregedoria, o inspetor Júlio César Monteiro, então coordenador do Grupo de Resposta Especial (GRE), equipe de elite da Polícia Civil mineira, denunciou o caso. Monteiro contou que o subinspetor Gilson Costa, amigo de Marcos, assumiu que ele, o ex-policial e os agentes Wanderlim de Souza e Anderson Marques teriam matado Paulo César Ferreira e Marildo Dias de Moura no fim de 2008.
Os dois foram mortos, esquartejados e tiveram partes dos corpos queimadas com pneus. Segundo o depoimento de um primo de Bruno, um rapaz de 17 anos apreendido na casa do goleiro, no Rio, o ex-policial usou a mesma “técnica” para matar Eliza e sumir com seu corpo.
Imóvel, melhor aplicação do semestre
A valorização de imóveis na Zona Sul do Rio chegou a 76,5% no 1º semestre deste ano, de acordo com o Sindicato de Habitação (Secovi Rio). A alta supera o ganho nas aplicações financeiras no período.
‘Jornal do Brasil’ deixará de circular
Após 119 anos de existência, o “JB” deixará de circular no formato impresso e terá apenas versão na Internet. A data em que o jornal mudará de plataforma deve ser anunciada esta semana.
Folha de S. Paulo
Procuradoria tenta barrar ao menos 137 candidaturas
Os Ministérios Públicos de Alagoas, Maranhão, Pará e Rio de Janeiro impugnaram ontem 137 candidaturas, parte delas com base na recém-criada Lei da Ficha Limpa. A impugnação é uma contestação durante o desenvolvimento do processo de registro das candidaturas, que pode ser acolhida ou não pela Justiça Eleitoral. Entre os políticos que podem ter o registro negado estão Anthony Garotinho (PR-RJ) e Sarney Filho (PV-MA), que tentam disputar vaga na Câmara, Jader Barbalho (PMDB-PA) e Paulo Rocha (PT-PA), que almejam o Senado, e Jackson Lago (PDT-MA) e Ronaldo Lessa (PDT-AL), candidatos ao governo.
Como a Folha revelou, especialistas avaliam, no entanto, que brechas na legislação podem permitir que candidatos “fichas-sujas” disputem a eleição até o final, com a possibilidade de decisões até depois da posse. O Ministério Público do Maranhão foi o que mais ajuizou ações. Ao todo, foram 85 impugnações -17% do total de inscrições (497). No Pará, dez foram impugnados, e em Alagoas, seis. No Rio, a Procuradoria Regional Eleitoral encaminhou ao Tribunal Regional Eleitoral 36 impugnações, entre cerca de 2.500 candidatos. O número deve subir.
Previsão de gasto para o Senado sobe 48%
Os candidatos ao Senado por São Paulo preveem um gasto recorde de R$ 121 milhões, 48,2% mais do que o estimado em 2006, que foi de R$ 81,7 milhões (valores já corrigidos pelo IPCA). Na disputa pelo governo do Estado, a diferença entre os custos previstos em 2006 e neste ano é de apenas 7,2%. Estão em disputa duas vagas no Senado neste ano, contra uma em 2006, mas o total de candidatos é menor: 15 nomes contra 19 em 2006. Os valores apresentados ao TRE são estimativas. Os gastos declarados após a eleição em geral são menores que os previstos: em 2006 a soma foi de R$ 6,4 milhões.
“Dilma é mais fraca que PT”, diz Serra
O candidato do PSDB à Presidência, José Serra, afirmou ontem que sua adversária petista Dilma Rousseff é “mais fraca do que o PT” e que, numa eventual vitória dela, quem daria as cartas no governo federal seria “o PT com suas contradições”. “Lula é mais forte do que o PT. Dilma é mais fraca do que o PT. Se ela ganhasse, quem iria estar por cima era o PT, com todas aquelas contradições, todas aquelas dificuldades que sempre enfraquecem um presidente”, disse.
“O Lula foi fundador [do PT], é um homem mais forte. No caso [da Dilma], ela é mais fraca”, afirmou. “Mas a opção brasileira não vai ser essa, com toda a franqueza e modéstia, se me permite.” A declaração de Serra foi dada durante gravação, em Belo Horizonte, para a rádio Itatiaia. A entrevista deve ir ao ar na manhã de hoje.
Ipea detalha dados que fundamentam promessa de Dilma
Vinculado à Presidência, o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) divulga hoje nova abordagem de estudo cujos números gerais, tornados públicos em janeiro, balizam uma das principais promessas da candidata do PT ao Planalto, Dilma Rousseff: erradicar a miséria extrema do país em dez anos. Horas depois da divulgação do Ipea, que ocorrerá no Rio de Janeiro, o PT fará em Brasília um evento com todos os seus aliados para inaugurar o principal comitê de campanha de Dilma.
No estudo de janeiro, o Ipea diz que, se projetados para 2016 os melhores desempenhos observados de 2003 a 2008 na diminuição da pobreza, o “Brasil pode praticamente superar o problema de pobreza extrema” e alcançar uma taxa de pobreza absoluta de apenas 4%. O Ipea usa como critério para pobreza extrema e absoluta as famílias com renda per capita de até R$ 127,5 e R$ 255, respectivamente.
Afinidades eletivas: Quando o PT e o PMDB se casam
Aliadas na disputa pelo Planalto, as siglas se atacaram por mais de dez anos. Nos anos 80, o PMDB acusava o PT de dividir a oposição e “fazer o jogo” da ditadura; para o PT, o PMDB era um partido
“burguês”.
Mercadante usa Copa para atacar tucanos
Com a indefinição de São Paulo como sede da Copa de 2014, o candidato petista ao governo paulista, Aloizio Mercadante, criticou ontem, diante de 140 prefeitos e vice-prefeitos, a “lentidão” do governo estadual em adotar uma estratégia para garantir os jogos. “A lentidão é uma marca nesse governo, mas a Copa tem data. Cada dia sem definição é um dia a menos”, disse o candidato.
Para o senador, São Paulo corre o risco de perder a possibilidade de sediar parte dos jogos. “Não há um caminho, uma definição, e isso começa a comprometer”, disse. Mercadante afirmou ter marcado audiências com os ministros do Esporte, Orlando Silva, e do Turismo, Luiz Barretto, sobre a Copa. A assessoria do governo do Estado disse que haverá, na próxima semana, reunião entre o governador Alberto Goldman (PSDB), o prefeito Gilberto Kassab (DEM) e o presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) para discutir o assunto.
Grande varejo dedica 1/3 da expansão às classes CD
Um terço dos R$ 6,3 bilhões de investimentos das três maiores redes varejistas do país até o próximo ano será destinado à expansão dos negócios com as classes C e D, relata Claudia Rolli. A maior parte desses R$ 2 bilhões será aplicada na abertura de lojas e na reforma de pontos que atendiam clientes com renda familiar de 3 a 10 salários mínimos.
Até o fim do ano, o Walmart vai abrir 50 supermercados TodoDia (varejo) e Maxxi (atacado), suas bandeiras mais populares. No Grupo Pão de Açúcar, ao menos 30% do R$ 1,6 bilhão anunciado será usado para fazer versões compactas do Extra a partir de 150 lojas CompreBem e Sendas. O Pão de Açúcar abrirá 18 unidades Assaí, de “atacarejo”, e 60 Extra Fácil, de conveniência, no Nordeste e no Centro-Oeste. O Carrefour fará 70 inaugurações até dezembro, parte delas para o público C e D.
Aos 20 anos, ECA pode ser mudado para evitar reclusão
O Estatuto da Criança e do Adolescente, que completa 20 anos hoje, deverá passar por uma reforma para corrigir o que o governo federal considera excesso de privação de liberdade, informa José Benedito da Silva.
Estudo encomendado pelo governo revela que, em 2009, 86% dos cerca de 18 mil jovens que cumpriam medidas socioeducativas estavam reclusos.
Peso estatal se aproxima de 80% em Belo Monte
Com os fundos de pensão ligados a empresas federais, como adiantou a Folha, o peso do Estado na construção da usina hidrelétrica de Belo Monte (PA) chegará a 77,5% do investimento total de até R$ 25 bilhões, informa Leila Coimbra.
O Estado de S. Paulo
Fifa diz que ‘falta tudo’ para a Copa de 2014
Três anos depois de dar a Copa de 2014 ao Brasil e um dia após o encerramento do Mundial da África do Sul, a Fifa fez um alerta às autoridades brasileiras. “Falta tudo” para que o País possa organizar o evento em quatro anos. A entidade ainda avisou: passará a fazer pressão para que as obras sejam aceleradas. O Tribunal de Contas da União chegou à mesma conclusão e, por meio de relatório, apontou que as “providências estão impressionantemente atrasadas”.
O secretário-geral da Fifa, Jérome Valcke, foi duro e direto em sua análise. “Temos alguns problemas”, declarou, ontem, em Johannesburgo. A lista do dirigente, na realidade, é longa e complexa. “Precisamos construir estádios, estradas, o sistema de telecomunicações, aeroportos e ver se há mesmo capacidade suficiente em hotéis.”
Em resumo, o recado da entidade é de que nada está em dia. Não há definição de onde ocorrerão os jogos de abertura e semifinais, como será a infraestrutura, quais aeroportos vão ser utilizados, nem mesmo garantias financeiras. Um integrante do Comitê Executivo da Fifa afirmou ao Estado que, se o Brasil não tivesse concorrido sozinho para organizar a Copa de 2014, não teria saído vencedor, “tão grande é a falta de planejamento”.
Para 2018 e 2022, há na Fifa quem tenha a sensação de que os candidatos estão mais bem preparados que o Brasil. Nos bastidores, o País vem sendo considerado pela Fifa como tão problemático ou até pior que a África do Sul para a realização da Copa. Antes do início do Mundial, o presidente da entidade, Joseph Blatter, chegou a apontar que “o Brasil não era um paraíso”, em sinal de insatisfação com a forma como dirigentes e políticos vêm lidando com o evento.
Entidade quer mudar preparação dos atletas
Para evitar que os craques cheguem exaustos ao Brasil, como aconteceu nesta Copa, a Fifa quer o término de todos os torneios um mês antes do Mundial. Folgas seriam obrigatórias.
Governo vai criar estatal de seguros
O Ministério da Fazenda já enviou para a Casa Civil o texto da Medida Provisória (MP) que cria a Empresa Brasileira de Seguros (EBS). Apesar das resistências de parte das seguradoras privadas que veem na iniciativa uma intervenção estatal no setor, o governo tem pressa para criar a nova empresa, que terá papel fundamental na concessão de garantias para obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do Minha Casa, Minha Vida, da Copa do Mundo, das Olimpíadas e da exploração do pré-sal.
A expectativa é que a MP seja enviada em breve ao Congresso, segundo apurou o Estado. O governo avalia o melhor momento político para isso. O anúncio da criação da nova empresa foi feito no início de maio durante a divulgação do pacote de medidas de incentivo à exportação. A criação de seguro estatal para grandes obras é uma demanda das grandes empresas do setor de construção civil.
A EBS herdará todas as garantias dos fundos garantidores já existentes e deverá trabalhar em parceria com o setor privado, dando suporte na concessão de seguros para grandes obras e também para aqueles seguros considerados de interesse social, não cobertos pelo mercado: exportação de longo prazo; financiamento habitacional para baixa renda (popular); e capital de giro para micro, pequenas e médias empresas.
A EBS poderá fazer seguro diretamente ou em consórcio com o setor privado. Poderá fazer seguro para empresas que estejam participando da construção de uma obra, complementando garantias com seguradoras privadas. A empresa poderá ainda contratar seguros e resseguros no Brasil e no exterior.
Juízes criticam aprovação de PEC
A magistratura se rebelou contra a Proposta de Emenda Constitucional 89/03, aprovada pelo Senado, que autoriza a perda de cargo de juiz por decisão administrativa de tribunal ou do Conselho Nacional de Justiça. O texto, que passou por unanimidade, é alvo de críticas das principais entidades da toga. A Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) informou que se a PEC passar na Câmara vai questionar sua constitucionalidade no Supremo Tribunal Federal (STF).
“Os juízes não querem impunidade, apenas ter o direito de ser julgados pela via judicial”, garante Mozart Valadares, presidente da AMB. “A proposta atormenta também a sociedade porque um juiz acovardado terá medo de sentenciar principalmente políticos e poderosos que contra ele poderão representar administrativamente”, alerta Valadares.
Pelo modelo em vigor, a pena mais severa para juízes sob suspeita é a aposentadoria compulsória, remunerada. A PEC modifica os artigos 93 e 95 da Constituição para eliminar a aposentadoria medida que também se estenderá a promotores e procuradores do Ministério Público.
Tropa de choque perde vaga no Senado
Um grupo especial vai enfrentar as urnas em outubro com uma campanha eleitoral em tom de lamúria. São senadores que se expuseram ao longo de uma legislatura sacudida por pelo menos dois grandes escândalos: o caso Renan Calheiros (2007) e o caso dos atos secretos (2009). Dentro da tropa de choque que trabalhou para barrar investigações há senadores se dizendo “traídos” e “injustiçados”. Alguns se dizem obrigados a disputar vaga na Câmara e há até quem tenha perdido a vaga para disputar a eleição.
A senadora Serys Slhessarenko (PT-MT) terá de se contentar com a elementar tarefa de fazer campanha para a candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff. Serys acusa o presidente do PT local, deputado Carlos Abicali, de ter lhe tomado a vaga do Senado para disputar em seu lugar. “Ele cassou minha candidatura, foi um ato de violência, uma discriminação”, ataca.
O sentimento de “injustiça” também é carregado pelos peemedebistas Almeida Lima (SE) e Leomar Quintanilha (TO), que se dizem preteridos pelo partido na distribuição das vagas do Senado. A assessoria de Renan Calheiros diz que só no decorrer do horário eleitoral gratuito é que avaliará se o fato de ter protagonizado um escândalo repercutirá em sua campanha.
A senadora Ideli Salvatti (PT-SC) admite ter sofrido “muito desgaste” no seu Estado por conta das crise, mas diz que a situação se reverte e que vai se eleger governadora, mesmo ocupando o terceiro lugar nas pesquisas. Como? Com a ajuda do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Cresce o número de professores sem diploma
Entre 2007 e 2009, o número de professores que lecionam no ensino básico sem diploma de curso superior cresceu de 594 mil para 636 mil no Brasil (32% do total), segundo o Censo Escolar do MEC. O crescimento vai na contramão das políticas públicas adotadas nos últimos anos pelo governo federal, Estados e municípios para melhorar a formação docente no País. Pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação, todos os professores de ensino fundamental e médio no Brasil deveriam ter curso superior.
371 já tiveram candidaturas questionadas
Ao menos 371 políticos que pretendem concorrer a cargos públicos nas eleições deste ano tiveram as suas candidaturas contestadas na Justiça Eleitoral. Grande parte é acusada de ter ficha suja. A lista ainda deve crescer. Entre os nomes já questionados estão o do deputado Jader Barbalho e o do ex-governador Joaquim Roriz.
Correio Braziliense
Clínicas estéticas no DF operam sem UTI
A beleza esconde armadilhas em Brasília. Nenhuma das 17 clínicas de cirurgia plástica registradas no Distrito Federal oferece Unidade de terapia Intensiva (UTI). Esses locais dispõem de equipamentos indicados a situações de emergência, mas não contam com uma estrutura adequada para dar sobrevida ao paciente. Há quatro meses, o Ministério Público elabora um protocolo de segurança em clínicas e hospitais, mas só ontem o promotor Diaulas Ribeiro foi procurado pelo Conselho Regional de Medicina. O CRM se mobilizou dois dias após a morte de Marinalda Ribeiro, que sofreu uma parada respiratória na mesa de cirurgia em uma clínica na Asa Norte. Os peritos do IML não encontraram sinais de hemorragia no corpo da paciente. Eles aguardam os resultados dos exames de sangue e das vísceras para identificar o motivo da morte. A família de Marinalda considera o caso uma fatalidade e não pretende processar a clínica onde ocorreu a tragédia.
Mais de 5,5 mil cartórios ficarão sem donos
O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) declarou aberta a titularidade dessas repartições, por todo o país. A partir de agora, as vagas de tabeliães serão ocupadas somente por aprovados em concursos públicos.
Justiça ameaça políticos por todo o país
Histórico de condenação, documentação incompleta e dificuldade em apresentar papelada para comprovar a “ficha limpa” colocam em risco pelo menos 1.342 candidaturas em 17 estados brasileiros e no DF. Na maior parte dos estados, terminou ontem o prazo para que adversários ou procuradores eleitorais questionassem os registros. Em outras unidades da Federação, como Mato Grosso e Paraíba, as impugnações podem ser feitas até amanhã. Por enquanto, o balanço prévio demonstra que os candidatos não terão vida fácil este ano — cerca de 7% das 19.161 candidaturas já foram contestadas. Os juízes eleitorais terão até 5 de agosto para julgar os pedidos.
O procurador regional eleitoral de Rondônia, Heitor Soares, afirma que só depois da publicação de todas as candidaturas será possível determinar o peso do Ficha Limpa na impugnação de registros, mas que somente a obrigatoriedade de apresentar novo modelo de “nada consta” que comprove ausência de condenação no histórico já barrou muitos desavisados. Os tribunais eleitorais do Norte são os mais adiantados. Em Roraima, a candidatura do deputado federal Neudo Campos (PP), que tenta o governo do estado, foi barrada.
Celebridades modestas na declaração de bens
As declarações de bens das “celebridades” que tentarão entrar na política em outubro mostram que, muito além do trabalho parlamentar, a incursão na política pode ser uma tábua para a salvação financeira. Uma lista elaborada pelo Correio com representantes da nova classe de aspirantes a políticos revela que, ao contrário do que reza o imaginário popular, a maioria dos ex-alguma coisa não declarou um patrimônio de fazer inveja. Alguns, como Túlio Maravilha (PMDB-GO), Maguila (PTN-SP), Mulher Melão (PHS-RJ) e Reginaldo Rossi (PDT-PE), apresentaram uma lista de bens “zerada”.
No caso dos ex-jogadores de futebol, quanto maior a fama, menor o número de bens acumulados. O tetracampeão do mundo Romário declarou patrimônio de R$ 883 mil. Túlio, nada. Ex-colegas de Corinthians, Vampeta e Marcelinho Carioca listaram R$ 2 milhões e R$ 700 mil, respectivamente. A soma de todos não alcança a metade dos bens do atacante aposentado Marques (PTB-MG), candidato a deputado estadual. Com passagens por Corinthians, Flamengo e Atlético-MG, ele diz ter amealhado R$ 8,3 milhões durante a carreira.
Suplentes milionários
Os maiores patrimônios declarados à Justiça Eleitoral não estão entre os candidatos a presidente da República ou a governos estaduais. Nem a cargos de senador ou deputado. Estão entre os suplentes de senadores. Apenas os bens dos 20 mais ricos somam R$ 2,33 bilhões. Milionários, eles aguardam uma possível vaga no Senado sem fazer muito esforço. Muitos deles colaboram financeiramente com a campanha do titular. A vaga surge quando o senador renuncia para ocupar o cargo de governador, quatro anos mais tarde, ou quando assume um posto de ministro em qualquer momento do mandato. O mais rico dos suplentes é o empresário João Claudino (PRTB-PI), suplente do deputado e candidato ao Senado Ciro Nogueira (PP). Ele declarou bens no valor total de R$ 623 milhões. É dono de shopping, frigorífico e fábrica de colchões no Piauí.
Goleiro conheceu Eliza em 2008, diz advogdo
A modelo teria organizado a orgia que acabou numa briga e em agressões no sítio do jogador. A informação desmente a versão dada por Bruno, que afirma ter conhecido a ex-amante no ano passado.
Mais saúde, menos brigas
A ANS, agência que regula os planos de saúde, ganhará poderes para intervir na disputa entre as empresas e os clientes. A medida evitará o acúmulo de processos na Justiça.
Jornal do Brasil
CNJ põe ordem nos cartórios
O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) declarou vagas as titularidades de 5.561 dos 14.964 cartórios de notas e registros no país, incluindo 153 que considera “fantasmas”. Concurso público específico vai determinar os novos donos desses cartórios. Os atuais responsáveis não concursados (depois da promulgação da Constituição de 1988), ficam na função até chegarem os substitutos.
O début do comitê de Dilma
Com 1.200 m² distribuídos por três andares de um edifício em Brasília, o comitê central da candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, será inaugurado hoje. A presença de Lula é uma incógnita.
Pacotes de surpresa no celular
Quem contrata pacotes de minutos em operadoras de telefonia móvel costuma ter surpresas desagradáveis ao receber as contas, já que as empresas não costumam informar o consumo. O bloqueio automático está em discussão.
Somalis matam 74 em Uganda
Rebeldes da Somália assumiram o duplo atentado que matou 74 pessoas na noite de domingo, em Campala, capital de Uganda. O grupo de insurgentes somalis é ligado à Al Qaeda.
Arma contra a diabetes
Por meio de manipulação genética em ratos, cientistas americanos estimularam a produção de urna enzima capaz de reduzir os níveis de glicose.