Correio Braziliense
Lula confirma aviso sobre o mensalão
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva Lula admitiu pela primeira vez que teve conhecimento do mensalão durante reunião com o presidente do PTB, Roberto Jefferson (RJ), no primeiro semestre de 2005. No Ofício nº 57/2010 encaminhado ao Supremo Tribunal Federal, incluído na Ação Penal nº 470, que investiga o repasse financeiro a partidos da base aliada, Lula também reconheceu a possibilidade de ter sido feito um acordo financeiro entre o PT e o antigo PL (hoje PR) na campanha eleitoral de 2002. No documento, Lula gasta o maior número de linhas para explicar o encontro com Jefferson. Limita-se a fazer um relato da reunião, na presença dos ex-ministros Aldo Rebelo, Walfrido dos Mares Guia, e dos deputados Arlindo Chinaglia (PT-SP), José Múcio Monteiro (PTB-PE) e o próprio Jefferson. Lula disse que foi feita uma menção ao assunto repasse de dinheiro para integrantes da base aliada do governo federal na Câmara dos Deputados. Posteriomente, o presidente disse que foi informado de uma reportagem publicada no Jornal do Brasil em 2004 que resultou na abertura de dois procedimentos na Câmara, um deles teria sido enviado ao Procurador-Geral da República.
O contragolpe dos tucanos
O PSDB nacional prepara um verdadeiro contra-ataque às investidas do PT e de sua pré-candidata ao Palácio do Planalto, a ex-ministra da Casa Civil Dilma Rousseff, em Minas Gerais. Além de começar a pré-campanha pela capital, Belo Horizonte, na próxima segunda-feira, o ex-governador de São Paulo e agora presidenciável José Serra terá uma intensa agenda de compromissos. A proposta do diretório mineiro é de que o estado, segundo maior colégio eleitoral do país, seja tratado como um país à parte na campanha.
PMDB quer cobrar correção de trajetória
Alguns setores do PMDB estudam pedir mudanças nos rumos no comando da campanha da pré-candidata petista ao Planalto, Dilma Rousseff. Integrantes do partido da base consideram que, depois dos primeiros roteiros de viagem terem sido contestados pela oposição e por aliados, a ex-ministra se viu diante de um novo desafio de articulação ao escolher o Ceará como a segunda parada neste momento pré-eleitoral. No fim da semana passada, a campanha(1) decidiu que ela faria uma visita de dois dias a Juazeiro do Norte e a Fortaleza.
Polêmica na visita ao Ceará
Pré-candidato à Presidência da República pelo PSB, o deputado Ciro Gomes (CE) comentou com amigos que a visita da presidenciável petista, Dilma Rousseff, ao Ceará ontem foi uma provocação. Isso porque, com tantos estados para ir, ela escolheu justo aquele onde o PSB faz política e está em litígio com o PT por conta da composição da chapa ao governo estadual. A irritação de Ciro está numa ascendente desde o início do mês, quando aumentaram as pressões do PT para que o PSB retire a sua candidatura. Na última sexta-feira, ele afirmou que o comportamento do PT beira o criminoso, mas que ele está resistindo e não vai retirar a sua candidatura ao Palácio do Planalto.
Tribunal emperra concessão de rodovias
O Tribunal de Contas da União (TCU) determinou à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) que sejam descontados dos investimentos iniciais previstos para as concessões das BRs 040 e 116 os R$ 66 milhões já aplicados pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) em obras de recuperação e de manutenção desses trechos realizadas entre abril de 2007 e abril de 2009. Estão previstos para o primeiro ano das duas concessões incluídas no Programa de Aceleração do Crescimento investimentos no valor total de R$ 300 milhões. Quem vencer as licitações poderá cobrar pedágio.
MST ocupa fazendas e prefeituras
Em dois dias da Jornada Nacional de Lutas por Reforma Agrária, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) realizou quase 20 ocupações, principalmente em Pernambuco, São Paulo e Mato Grosso do Sul. No estado nordestino, sete propriedades foram ocupadas na manhã de ontem e se somaram a outras oito tomadas no domingo. Mais de 2 mil famílias participaram das ações. Segundo informações de lideranças do MST, as ocupações continuam até o fim da semana.
O Globo
Agora crise é com aliados de Ciro
A imagem da pré-candidata Dilma Rousseff criando problemas com aliados por onde passa, desde que começou a viajar sem a companhia do presidente Lula, acendeu sinal de alerta no comando da campanha petista. Parte da agenda da viagem ao Ceará, prevista para ontem e hoje, foi abortada, mas o estrago entre os aliados do deputado e também pré-candidato Ciro Gomes (PSB) já estava feito. A ordem, agora, é evitar viagens da candidata a estados ainda divididos, como Maranhão, Bahia e Pará, pelo menos por enquanto. A situação da petista se complicou também na Bahia, onde os tucanos e integrantes do DEM comemoram a reviravolta provocada pela parceria do senador César Borges (PR) com o exministro Geddel Vieira Lima (PMDB), firmada no fim de semana, para a disputa pelo governo do estado.
Petista causa polêmica também sobre exilados
Os pré-candidatos à Presidência José Serra (PSDB) e Marina Silva (PV) reagiram ontem às declarações da adversária Dilma Rousseff, do PT, de que não foge da luta, interpretada como crítica a exexilados políticos, como o tucano. Até aliados ficaram insatisfeitos, levando Dilma a se corrigir, primeiro no Twitter e, depois, em nota. Foi o quarto escorregão da petista desde que saiu do governo para a pré-campanha. Sábado, ao participar de debate no Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo, Dilma disse: Eu não fujo da situação quando ela fica difícil. Eu não tenho medo da luta. Eu posso apanhar, sofrer, ser maltratada, como fui, mas estou sempre firme nas minhas convicções. (…) Mas eu nunca fugi da luta ou me submeti. Nunca abandonei o barco.
Duas semanas após inauguração, porto desaba
Duas semanas após a ex-ministra-chefe da Casa Civil e pré-candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, inaugurar o porto flutuante do município de Humaitá (AM) a 600 quilômetros a sudoeste de Manaus a estrutura da obra desabou, no último dia 8. Ninguém ficou ferido. Segundo informações de moradores da cidade, o porto não suportou a força da correnteza do Rio Madeira, e quase 70% de sua estrutura de ferro cederam. O porto é uma espécie de rampa onde os barcos ficam ancorados e onde ocorre o embarque e o desembarque de passageiros.
Agenda cautelosa contra ‘situação ridícula’
O Palácio do Planalto será mais criterioso na elaboração da agenda de inaugurações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo país afora. A ordem, repassada aos principais auxiliares e à Esplanada dos Ministérios, é vistoriar in loco os projetos, antes, para evitar que Lula seja exposto à situação ridícula de inaugurar obras não concluídas ou com problemas. Foi o próprio presidente quem reclamou, no dia do lançamento do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC-2), do convite para inaugurar uma fábrica de dormentes em Salgueiro (PE) que não estava pronta. Não temos motivo para expor o presidente a uma situação ridícula (inaugurar obra pela metade). O presidente não precisa inaugurar obra inacabada. Temos muita obra sendo feita neste país confirmou um ministro.
Em Minas, PT terá que fazer prévias
O PT mineiro complicou um pouco mais a situação da ex-ministra petista Dilma Rousseff na busca pelos votos do estado para a corrida presidencial. Depois de pelo menos duas semanas de discursos de unidade do partido em Minas, os petistas terão que decidir em prévias qual nome será apresentado como pré-candidato ao governo para, só então, tentar negociar a formação de chapa única com o PMDB do senador Hélio Costa, que também apresentou seu nome para a sucessão estadual. Ontem, o ex-prefeito de Belo Horizonte e atual coordenador de campanha de Dilma, Fernando Pimentel, se inscreveu como pré-candidato ao governo de Minas pelo PT. Na semana passada, Patrus Ananias, ex-ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, já havia registrado seu nome para disputar o cargo. Ao lado de Pimentel, Patrus e Hélio Costa em Ouro Preto, Dilma chegou a fazer um apelo pelo palanque único no estado.
Marina: esta será uma eleição de ‘carrancudos’
Pré-candidata do PV à Presidência, a senadora Marina Silva (PV-AC) criticou ontem as alfinetadas trocadas entre petistas e tucanos, e defendeu que as eleições de 2010 sejam um debate e não uma guerra. A senadora brincou que esta é uma eleição de carrancudos e se incluiu no grupo. Ainda bem que o presidente Lula não é mais candidato, né? Aí dá alguma chance para nós, os carrancudos disse Marina, ao ser perguntada sobre quem tinha mais ou menos carisma na campanha. Para a senadora, as eleições deste ano deixaram de ser plebiscitárias, mas é preciso evitar o clima de guerra: Tenho lutado muito para três coisas: para que as eleições não sejam plebiscitárias, e elas não serão. O povo brasileiro não vai deixar.
‘Quem foi contra teve oito anos para mudar’
Na primeira entrevista concedida depois de lançado pré-candidato à Presidência pelo PSDB, José Serra disse ontem que não pretende, se eleito, adotar uma política de privatizações. Ao mesmo tempo, o tucano criticou seus opositores por ficarem dizendo que o PSDB vai privatizar mais e defendeu a transferência de empresas estatais para a iniciativa privada na gestão do ex-presidente Fernando Henrique. Em entrevista à rádio Jovem Pan, concedida às 7h, Serra ironizou. Quem era contra as privatizações teve oito anos para mudar tudo, e ninguém mudou nada, está certo? Se (as privatizações) fossem erradas, teriam facilmente, em oito anos, mudado isso sem problema nenhum disse Serra, que tratou de mandar recado para evitar discursos de seus adversários.
Serra atende Aécio e vai começar sua pré-campanha por Minas
Numa conversa por telefone, o pré-candidato do PSDB à Presidência, José Serra, acertou ontem com o ex-governador mineiro Aécio Neves sua primeira agenda de pré-campanha. Serra aceitou convite de Aécio para que visite Belo Horizonte no dia 19. A ideia de Aécio é promover um encontro de Serra com empresários na Federação das Indústrias de Minas Gerais, e outra reunião com prefeitos mineiros que apresentariam a agenda do estado para o candidato tucano. O mais importante, porém, seria a mensagem simbólica do encontro dos dois, reforçando o engajamento de Aécio na campanha de Serra.
PT: discurso de união ‘é arrogância’
Dois dias depois do encontro da oposição para lançar seu candidato presidencial, o discurso do candidato tucano José Serra ainda continuava incomodando os petistas. O líder do governo na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), fez questão, ontem, de contestar a parte do discurso de Serra em que ele pregou um país unido, e não dividido entre ricos e pobres, numa referência indireta ao governo Lula. Quero falar sobre o ataque do Serra ao presidente Lula, ao dizer que ele está dividindo o país. Acho uma desonestidade política acusar o Lula de dividir o país. Isso é arrogância. Primeiro, porque o Brasil se unificou nacional e internacionalmente com o Lula. É muita arrogância um candidato que é apoiado por apenas três partidos (PSDB, DEM e PPS) dizer que é o candidato da unidade do Brasil afirmou Vaccarezza, evidenciando que houve preocupação no núcleo de campanha de Dilma quanto ao impacto deste tipo de discurso em certos setores da opinião pública.
Arruda é solto pelo STJ depois de 2 meses preso
Após passar 60 dias preso, o ex-governador do Distrito Federal José Roberto Arruda (ex-DEM), acusado de chefiar o esquema de pagamento de propina a parlamentares e aliados políticos, foi solto ontem. Por 8 votos a 5, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) revogou a prisão preventiva de Arruda. O relator do inquérito que investiga o chamado mensalão do DEM, ministro Fernando Gonçalves, argumentou que não há mais como Arruda influir na elaboração de provas, por não ser mais governador; e frisou que todos os depoimentos foram colhidos, restando só investigações adicionais a serem feitas.
Justiça: ‘não há como antever’
Em nota ontem do Tribunal de Justiça do Distrito Federal, a Vara de Execuções Penais do DF diz que tomou as cautelas necessárias ao conceder progressão de pena para regime aberto a Adimar Jesus da Silva. Segundo o texto, o Judiciário cumpriu a lei, e não há como antever que beneficiados por progressão de regime possam cometer atos tão graves. Segundo a nota, a Vara de Execuções Penais determinou, em março de 2009, que Adimar recebesse acompanhamento psicológico, ao menos uma vez por semana. Em maio, laudo psicológico concluiu que ele demonstrava polidez, coerência de pensamento e crítica sobre os crimes de atentado violento ao pudor que o levaram à prisão: ele abusou sexualmente de dois meninos, de 11 e 13 anos, em 2005.
Pedófilo diz que ‘vozes’ o mandaram matar
Depois de quase três horas de depoimento na Secretaria de Segurança Pública de Goiás, em Goiânia, o pedreiro Adimar de Jesus alegou ter tido relações sexuais e assassinado seis adolescentes na cidade de Luziânia porque ouvia vozes. Ele estava solto desde dezembro, quando recebeu liberdade condicional e saiu do Presídio da Papuda, onde cumpria pena de dez anos por ter abusado sexualmente de dois meninos, de 11 e 13 anos. Sem demonstrar emoção, disse que recebia dessas vozes ordens para estuprar os jovens: As vozes me mandavam transar com os garotos. Com frieza, Adimar afirmou que, após obrigar os adolescentes a manter relações sexuais, sentia raiva e, por isso, os matava com pauladas e golpes de enxada.
Brasil e EUA assinam acordo de parceria militar
O ministro da Defesa, Nelson Jobim, e o secretário da Defesa dos EUA, Robert Gates, assinaram ontem um acordo de cooperação militar no Pentágono, que servirá de pré-requisito para que a Embraer possa participar de uma concorrência internacional para a venda de até 200 aviões Supertucanos P-29 que serão usados pela Marinha americana. Jobim disse que a empresa brasileira poderá concorrer contra um fabricante suíço. A primeira parte do contrato prevê a entrega de cem aviões. Se for renovado, outros cem serão fornecidos aos americanos.
Folha de S. Paulo
Lula agora evita ir a obra inacabada
Para evitar que o presidente Lula inaugure obras inacabadas, o governo fará uma vistoria mais rígida antes de confirmar sua presença nesses eventos. Lula desmarcou neste ano uma viagem a Guaribas (PI) e outra a Salgueiro (PE) porque as obras não estavam prontas. Segundo interlocutores da Casa Civil, a partir de agora, a vistoria será feita “in loco” e não ficará mais nas mãos dos governos locais ou de empresas a garantia de que o evento pode ser realizado. A medida foi adotada depois que o presidente reclamou publicamente, durante o lançamento do PAC 2, que não iria a Salgueiro porque a obra estava atrasada.
Dilma nega que tenha criticado exilados
A pré-candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, respondeu ontem via Twitter as críticas de que seu discurso no sábado, em São Bernardo do Campo, teria sido um ataque a quem se exilou fora do país durante a ditadura militar. “De onde tiraram que fugir da luta é se exilar? O exílio significou a diferença entre a vida e a morte para os exilados brasileiros. Grandes amigos meus, corajosos e valorosos, só tiveram uma saída na ditadura, se exilar”, escreveu ela, que caracterizou como “má-fé” a interpretação dada a seu discurso.
Para Serra, fala de ex-ministra foi “escorregão”
O pré-candidato do PSDB à Presidência, José Serra, disse não ter se sentido “pessoalmente agredido” com a declaração de sua adversária Dilma Rousseff (PT). Segundo o tucano, que deu entrevista ontem pela manhã à rádio Jovem Pan, a declaração foi “surpreendente”, mas preferiu classificá-la como um “escorregão” de Dilma. “Quem ia ser preso saiu do Brasil para não ir para a prisão. Há muitos, muitos, muitos companheiros de partido da Dilma que também foram exilados por esse motivo”, disse o ex-governador paulista. “De maneira que confesso que eu não entendi direito a declaração, porque ela seria um desrespeito a toda essa gente.”
Quem saiu defendeu a própria vida e não é fujão, diz Marina
A pré-candidata do PV à Presidência, Marina Silva, afirmou ontem que os brasileiros que se exilaram no exterior durante a ditadura militar agiram em defesa das próprias vidas e não podem ser chamados de fujões.
“Os que saíram do Brasil não fugiram. Eles fizeram um ato de legítima defesa de sua vida. É assim que a pessoa faz quando se sente ameaçada: age em legítima defesa”, disse, após participar de seminário promovido pela revista “Carta Capital” em São Paulo.
STF deve manter Lei de Anistia inalterada
O STF (Supremo Tribunal Federal) deve manter o atual entendimento da Lei de Anistia que perdoa crimes de tortura praticados por militares durante a ditadura (1964-1985), segundo a Folha apurou com ministros que compõem a corte. Ação da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) que indaga a extensão da lei, elaborada em 1979 pelo governo João Figueiredo, está na pauta de julgamento de amanhã do STF. Se a interpretação for alterada, o Estado poderá processar militares que cometeram crimes comuns, como os de tortura, delito apontado como imprescritível pela Constituição. Caso seja mantida a atual análise da legislação, continuarão anistiados “todos quantos, no período compreendido entre 2 de setembro de 1961 e 15 de agosto de 1979, cometeram crimes políticos ou conexo com estes”, como diz o primeiro artigo da legislação, objeto central da contestação da OAB.
Serra tenta colar Sarney e Collor em Dilma
Numa mudança de estratégia nas reações à tática do PT de vinculá-lo ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), o pré-candidato tucano à Presidência, José Serra, buscou colar a imagem dos ex-presidentes José Sarney e Fernando Collor de Mello em sua rival Dilma Rousseff (PT) .
“Esta eleição tem a ver com o futuro. Porque o Lula não é candidato, nem o Fernando Henrique é candidato, nem o Collor e o Sarney, que apoiam a Dilma, são candidatos”, disse Serra. “Às vezes eu fico intrigado por que ex-presidentes que são aliados da Dilma são bem tratados, não têm problema nenhum. Mas quando não são aliados, são muito criticados pelo PT e tudo o mais.”
Deputados doam computadores para entidades
A Câmara autorizou que os 513 deputados indicassem entidades e prefeituras para receberem cerca de 4.000 computadores. As máquinas faziam parte do patrimônio da Casa e foram trocadas por novas no ano passado, compradas por licitação. A permissão para que os deputados indicassem as entidades foi tomada em reunião da Mesa Diretora no ano passado, revelou ontem o site Congresso em Foco. O Ministério Público no Distrito Federal instaurou inquérito civil público para apurar a legalidade das doações dos micros.
Deputado doa computador, você paga a conta
Computadores doados não chegaram ao destino
Marta diz que tem gente que ainda “não vota em mulher”
A principal liderança feminina do PT de São Paulo está de volta à corrida eleitoral, menos de dois anos após perder a disputa pela prefeitura da capital. Marta Suplicy, 65, está no páreo por uma vaga no Senado. Amiga e conselheira de Dilma Rousseff, a ex-prefeita Marta acha que a campanha petista ainda explora pouco o trunfo de ter uma mulher candidata. É no segmento feminino (52% do eleitorado, algo em torno de 68 milhões de eleitores) que está um dos maiores desafios da candidata ao Planalto. Marta fala como ainda é difícil ser mulher na política e afirma que as eleições de outubro podem “quebrar paradigmas”. “Temos uma chance única com Dilma e Marina [Silva, do PV]”.
Após dois meses, Arruda deixa prisão no DF
O ex-governador do Distrito Federal José Roberto Arruda (sem partido) deixou ontem a prisão depois de dois meses detido na Polícia Federal, acusado de tentar subornar uma testemunha do mensalão do DEM.
A decisão para soltá-lo foi tomada pelos 13 ministros mais antigos do STJ (Superior Tribunal de Justiça) em quase uma hora de julgamento acalorado. O placar foi de 8 a 5. O relator do pedido de revogação da prisão preventiva foi o ministro Fernando Gonçalves, o mesmo que determinou a prisão no dia 11 de fevereiro. A decisão beneficiou outros cinco aliados que estavam presos pela tentativa de suborno.
Em vídeo, bispo da Universal ensina a arrecadar na crise
Vídeo entregue ao Ministério Público de São Paulo por um ex-voluntário da Igreja Universal mostra bispos da cúpula da entidade combinando a pregação para obter dízimos dos fiéis na crise econômica de 2008.
As gravações obtidas pela Folha, que oferecem rara visão sobre práticas da igreja, são de duas reuniões feitas por videoconferência entre líderes na sede, em São Paulo, e outros nos Estados. Foram coordenadas pelo bispo Romualdo Panceiro. Ele é considerado o segundo nome mais importante na igreja e foi apontado pelo bispo Edir Macedo como o seu sucessor. Romualdo, que coordenou a igreja no Brasil por mais de 12 anos, hoje vive em Buenos Aires e é responsável pela instituição na América Latina.
Fiéis têm liberdade total para doar, diz igreja
A Igreja Universal do Reino de Deus informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que os fiéis têm “liberdade absoluta” e “da maneira que acharem correta” para fazer ou não doações financeiras à igreja. “Como já explicado reiteradas vezes à Folha de S. Paulo, a Iurd é uma denominação evangélica neopentecostal que possui como doutrina a Teologia da Prosperidade. Ou seja, acredita na intervenção divina também para o bem-estar material do homem. O exercício de fé pregado por seus bispos e pastores tem como único fundamento a prática dos ensinamentos da Bíblia”, informou a igreja, em nota.
O Estado de S. Paulo
STJ revoga prisão preventiva e Arruda volta para casa após 2 meses na cadeia
Depois de passar dois meses detido na Polícia Federal, o ex-governador do Distrito Federal José Roberto Arruda deixou a cadeia ontem, por volta das 17 horas, sem dar declarações. Por 8 votos a 5, a Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça (STJ) revogou a prisão preventiva. Acusado de tentar coagir testemunha e obstruir a investigação sobre o esquema de corrupção no DF, Arruda havia sido preso no dia 11 de fevereiro. Ontem, abatido e de barba, ele saiu acompanhado pela mulher, Flavia, e foi direto para sua casa, em Brasília. A soltura do ex-governador ocorre a cinco dias da eleição que vai escolher seu sucessor no governo, e a nove dias do aniversário de 50 anos de Brasília. Ainda na prisão, ele foi cassado pela Justiça Eleitoral por infidelidade partidária após ter deixado o DEM em dezembro. A cassação, aliás, contribuiu ontem para convencer oito ministros da Corte Especial do STJ a revogar a prisão, entre eles Fernando Gonçalves, relator do inquérito sobre o “mensalão do DEM”.
Perícias e dados de quebra de sigilo dão início à fase ‘técnica’
Com a soltura do ex-governador José Roberto Arruda, as investigações sobre o esquema de corrupção no Distrito Federal entrarão numa fase “técnica”. O próprio ministro Fernando Gonçalves – relator do inquérito no Superior Tribunal de Justiça (STJ) – revelou ontem que, a partir de agora, a apuração será em cima de documentos e informações que serão analisados nos próximos dias. Ontem, Gonçalves recebeu os relatórios dos depoimentos e perícias da Polícia Federal. Dentro dessa nova fase técnica, estão, por exemplo, perícias e dados de quebra de sigilo bancário, fiscal e telefônico dos investigados. A polícia e o Ministério Público têm analisado não só a lista de ligações feitas por meio dos aparelhos, como também monitorou as conversas telefônicas nos últimos meses, conforme comprova o pedido de prorrogação do inquérito feito em março pela subprocuradora da República Raquel Dodge.
Câmara define hoje quem pode ser candidato
A Câmara Legislativa do Distrito Federal deve definir hoje o número de candidatos que vão disputar as eleições indiretas para governador no próximo sábado. O vencedor vai assumir em definitivo o governo do DF até o fim do ano. Três candidatos aparecem na lista de favoritos: o governador em exercício, deputado Wilson Lima (PR), o petista Antônio Ibañez e o peemedebista Rogério Rosso. Outros sete nomes foram inscritos, mas um já desistiu e outros avaliam tomar a mesma decisão ainda hoje. A diminuição do número de candidatos deve-se a falhas nos documentos dos postulantes. A Mesa Diretora da Câmara Legislativa analisa hoje quantos serão impugnados. O problema está em torno das interpretações das regras para disputar a eleição. A Câmara permite, por exemplo, que o candidato não seja deputado, mas determina que esteja filiado a um partido político há, pelo menos, um ano antes da votação. Esse caso, por exemplo, atinge o candidato do PTB, o advogado Luiz Filipe Coelho.
Governo busca contas de tucano no exterior
O governo federal abriu investigação oficial para apurar supostas movimentações bancárias do senador goiano Marconi Perillo (PSDB) no exterior. O tucano é inimigo político declarado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Formalmente, a investigação teve início no dia 12 de março, quando começou a tramitar no Departamento de Recuperação de Ativos (DRCI) do Ministério da Justiça um processo destinado a mapear a existência das contas. De acordo com os papéis em poder do governo, as movimentações teriam ocorrido em bancos da Suíça e dos Estados Unidos e em paraísos fiscais do Caribe.
Dossiê circulou no Planalto antes de investigação oficial
Antes de dar origem à investigação oficial, o dossiê com as supostas contas de Marconi Perillo no exterior já circulava por gabinetes de Brasília. Foi o líder do PR na Câmara, Sandro Mabel (GO), adversário de Perillo na política goiana, quem levou os papéis à antessala do presidente Lula. Ontem, em entrevista ao Estado, Mabel admitiu ter tratado com Gilberto Carvalho da existência das supostas contas de Perillo no exterior. “Como o presidente (Lula) tem um desgaste com o Marconi, eu falei com ele (Gilberto) sobre o assunto”, disse Mabel. Apesar de terem em mãos os papéis, nem Mabel nem o chefe de gabinete de Lula tomaram providências imediatas. No início de 2010, o Dossiê Perillo foi encaminhado para o gabinete do promotor goiano Fernando Krebs, que instaurou o Procedimento Investigatório Criminal n.º 01/2010. Com sinal verde do Planalto, as portas do Ministério da Justiça e do DRCI já estavam abertas para auxiliar o Ministério Público goiano no que fosse necessário.
Perillo quer que Senado apure ‘papéis falsos’
O primeiro vice-presidente do Senado, Marconi Perillo (PSDB-GO), encaminhou ontem representação ao presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), solicitando que a Corregedoria do Senado investigue falsificação de procuração e passaporte em seu nome, que teriam sido utilizados para abertura de conta bancária no exterior. Perillo subiu à tribuna do Senado para afirmar que um dossiê anônimo contra ele foi encaminhado para sua residência na semana passada, no mesmo dia em que sua pré-candidatura ao governo de Goiás foi lançada pelo microblog Twitter.
Ex-ministra acumula gafes em 2 semanas
Em menos de duas semanas de campanha como pré-candidata do PT, Dilma Rousseff já provocou polêmicas, como ocorreu em São Bernardo, no último sábado, quando uma fala de seu discurso foi entendida como crítica às pessoas que deixaram o País durante o período da ditadura militar, em vez permanecerem lutando, como ela havia feito. “Eu não fujo quando a situação fica difícil. Eu não tenho medo da luta”, disse Dilma. Supostamente destinada a atingir o pré-candidato tucano, José Serra, que se exilou no Chile, a afirmação irritou até aliados, já que muitos deles tiveram de fugir para o exterior para não serem presos. Foi o caso, por exemplo, de líderes políticos como Leonel Brizola e Miguel Arraes, já falecidos, mas figuras veneradas até hoje por seus partidos, o PDT e PSB, respectivamente, possíveis aliados na campanha de Dilma. Ela negou, em seu Twitter, que tivesse criticado os exilados.
Serra refuta privatização como tema
Pré-candidato do PSDB à Presidência, José Serra disse ontem que a política de privatizações “não é um ponto central do programa de governo” tucano. Em entrevista à Rádio Jovem Pan, Serra aproveitou para rebater críticas do PT, que acusa o governo Fernando Henrique Cardoso, do qual fez parte, de “entreguista”. Os petistas estão decidido a explorar as privatizações no confronto com o PSDB. No último sábado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou diretamente o ex-governador mineiro Aécio Neves (PSDB), que elogiou as ações do governo FHC na área e foi aplaudido. “Não quero esses aplausos”, disse o presidente. Serra rebateu Lula e afirmou que o governo federal teve tempo suficiente avaliar as privatizações e reestatizar empresas, mas não o fez. “Quem era contra a privatização teve oito anos pra mudar tudo, e ninguém mudou nada. Se fossem erradas, teriam facilmente mudado isso, sem problema nenhum”, declarou.
Candidatos começam a se diferenciar na economia
Os discursos em que José Serra (PSDB) e Dilma Rousseff (PT) formalizaram sua entrada na corrida presidencial evidenciam divergências entre ambos sobre a condução da política econômica e da gestão de pessoal, entre outros temas. Dilma, que formalizou a pré-candidatura à Presidência em fevereiro, em um congresso do PT, prometeu manter “o equilíbrio fiscal, o controle da inflação e a política de câmbio flutuante” praticados pelo atual governo. Já Serra, que se apresentou como pré-candidato no último sábado, disse ver uma “combinação perversa” de “falta de infraestrutura, inadequações da política macroeconômica, aumento da rigidez fiscal e vertiginoso crescimento do déficit do balanço de pagamentos”.
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