O Globo
Governo propõe fim de prisão para pequenos traficantes
Pedro Abramovay, secretário nacional de Políticas sobre Drogas, disse que o governo Dilma Rousseff vai apresentar ao Congresso e à sociedade uma proposta de acabar com a pena de prisão para o pequeno traficante de drogas, que atua no varejo. A ideia é punir essas pessoas com penas alternativas e reduzir o problema da superlotação carcerária. Entre 2006 e 2010, dos 70 mil presos em todo o pais, 40 mil se enquadravam na categoria de pequenos traficantes. Segundo Abramovay, essas pessoas estão sendo aliciadas pelo crime organizado dentro das penitenciárias. Ao mesmo tempo, o governo quer aprovar o projeto de lei que prevê pena de três a oito anos para os integrantes de organizações criminosas. Para debater essas mudanças, a presidente Dilma Rousseff tirou a secretaria de Abramovay do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência, comandado por generais, e transferiu-a para a alçada civil do Ministério da Justiça.
Reforma do Maracanã pode chegar a R$ 1 bi
A identificação de deterioração de parte da estrutura da cobertura original, por técnicos do Consórcio Maracanã Rio 2014, poderá elevar o custo de reforma do estádio, cuja estimativa atual é de R$ 712 milhões, a R$ 1 bilhão, segundo especialistas. Além do aumento do custo, as obras, destinadas à Copa previstas para terminar em dezembro de 2012, podem se arrastar por mais seis meses.
MST testa Dilma com janeiro de invasões
Num movimento batizado de “janeiro quente”, o MST iniciou uma onda de invasões a fazendas de São Paulo e a sedes de prefeituras da Bahia. O objetivo é forçar o governo Dilma Rousseff a abrir um canal de negociações com o movimento. “O MST é autônomo em relação a qualquer governo”, disse Delweck Matheus, coordenador do MST no Pontal do Paranapanema (SP). Estão previstas mais ocupações em todo o país.
Ministro do Trabalho, Carlos Lupi discordou publicamente do colega da Fazenda, Guido Mantega, que anunciara veto a um mínimo além de R$ 540. Lupi disse que o Congresso é soberano para mudar.
Folha de S. Paulo
Alckmin planeja vender Cesp para governo Dilma
O novo governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, autorizou que sua equipe negocie a venda da Cesp (Companhia Energética de São Paulo), terceira maior geradora de eletricidade do país, para o governo federal.
Atrás de recursos para investimentos no Estado, Alckmin planeja vender a empresa. Mas, para evitar o rótulo de privatizante, manifesta simpatia pelo modelo adotado na venda da Nossa Caixa para o Banco do Brasil.
PT usou tema para desgastar os adversários
A acusação de que o PSDB é privatizante desgastou a imagem dos candidatos tucanos à Presidência Geraldo Alckmin, em 2006, e José Serra, em 2010.
Na campanha de Dilma Rousseff, o PT alegou que Serra era favorável à privatização do pré-sal apoiando-se numa declaração de David Zylbersztajn, ex-diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo na era FHC, em que ele pedia a manutenção do modelo de concessões adotado pelos tucanos.
Serra também foi criticado por ter privatizado estatais quando era ministro do Planejamento e de ter vendido a Nossa Caixa em sua gestão no governo paulista.
Ex-vice-prefeito acusa cunhado de Alckmin
Paulo César Ribeiro, cunhado do governador Geraldo Alckmin, montou um esquema para direcionar contratações feitas pela Prefeitura de Pindamonhangaba, berço político do tucano. A afirmação foi feita à Folha pelo ex-vice-prefeito da cidade João Bosco Nogueira (PMDB). Ele já prestou depoimento à Promotoria.
Ribeiro é um dos 11 irmãos de Lu Alckmin, mulher do governador, e um dos alvos de inquérito que apura irregularidades em contratos firmados por prefeituras de São Paulo e de pelo menos outros quatro Estados.
Prefeito diz ter pedido apuração da Promotoria
A assessoria da Prefeitura de Pindamonhangaba informou que, em 2006, quando surgiram denúncias de possíveis irregularidades na administração, o prefeito João Ribeiro solicitou apuração ao Ministério Público e determinou a criação de uma Comissão Especial de Inquérito na Câmara. “Convocado, o ex vice-prefeito não denunciou irregularidade”, afirmou.
Sobre a declaração de que o prefeito teria recebido doações irregulares, a assessoria disse que “não houve doação não registrada”.
Governador diz que Ribeiro deve “prestar contas” sobre acusações
Geraldo Alckmin defendeu que Paulo César Ribeiro, irmão de Lu Alckmin, “preste contas” sobre a acusação de envolvimento com supostos esquemas de corrupção em prefeituras de São Paulo e outros quatro Estados.
Ribeiro é um dos 11 irmãos de Lu e é investigado pelo Ministério Público.
“Tomei conhecimento [do caso] pela imprensa. Defendo a investigação. Toda pessoa que tiver uma denúncia tem o dever de prestar contas, principalmente quando ela envolve a coisa pública”, disse Alckmin, na última sexta-feira à reportagem.
O governador negou o envolvimento de Ribeiro com negócios do Estado. “Absolutamente não. Nada, nada, nada” e disse que aguardará o resultado do trabalho do Ministério Público.
Para TCE, contrato de R$ 7 milhões para merenda foi ilegal
O contrato entre a Prefeitura de Pindamonhangaba (SP) e a empresa Verdurama para fornecimento de merenda escolar que Paulo César Ribeiro, cunhado do governador Geraldo Alckmin (PSDB), teria intermediado, foi julgado irregular pelo Tribunal de Contas do Estado.
O nome de Ribeiro aparece nas investigações do Ministério Público Estadual sobre um cartel de empresas para ganhar contratos públicos de alimentação escolar.
Ele é suspeito de ter atuado como lobista para um grupo de empresas que, para obter os contratos, faria doações de campanha não declaradas à Justiça Eleitoral.
Familiares de Jucá obtêm novas concessões de TV em Roraima
Empresas de comunicação de familiares do senador Romero Jucá (PMBD-RR) conseguiram no ano passado novas concessões para operar em Roraima, algumas delas em pleno período eleitoral.
A Buritis Comunicações Ltda, que pertence a Rodrigo Jucá, filho do senador, ganhou cinco concessões de emissoras de TV e uma de rádio. As concessões são para retransmitir a programação gerada em Boa Vista pelas emissoras da Record (TV Imperial) e Band (TV Caburaí).
Denúncias e representações no fisco sobem 20%
Depois de um ano conturbado com vazamento de informações de contribuintes e mudanças nas regras de acesso a dados sigilosos para punir seus servidores, a Receita Federal fechou 2010 com 670 denúncias e representações contra seus funcionários. Em 2009, foram 560, o que mostra um avanço de 20% no ano passado.
São 800 servidores sob a mira da corregedoria da Receita Federal, considerando os envolvidos em denúncias recebidas e 130 investigados por patrimônio incompatível com seus rendimentos.
Senha de servidor em viagem foi usada para liberar verbas federais
O Ministério das Cidades aprovou de forma irregular convênios resultantes de emendas propostas por parlamentares para projetos de infraestrutura orçados em R$ 37 milhões no final de 2009.
No dia 31 de dezembro de 2009, as senhas de três servidores, um deles em viagem, foram usadas por funcionários para autorizar propostas de municípios e empenhar recursos sem análise técnica do ministério.
Funcionária diz que não havia razão para veto
Segundo a subsecretária do Ministério das Cidades, Magda Oliveira, todos os convênios aprovados em 31 de dezembro de 2009 eram de emendas parlamentares e não havia motivo para a não aprovação deles pela pasta.
“Quem analisa e aprova ou não para posterior homologação do ministério é a Caixa”, disse Magda, Segundo ela, o Ministério de Relações Institucionais já havia passado o limite e a lista dos que deveriam ser atendidos.
Etanol na Bolívia opôs Itamaraty e Dilma
O Ministério das Relações Exteriores vetou a inclusão da Bolívia e da Colômbia entre os beneficiários de um projeto de cooperação que o Brasil lançou com os Estados Unidos em 2007 para promover o consumo global de biocombustíveis como o etanol.
A inclusão da Bolívia foi sugerida aos americanos pela então ministra Dilma Rousseff, que chefiava a Casa Civil. O então presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou a discutir a ideia com seu colega boliviano, Evo Morales.
Temer pediu passaporte especial para filho
O vice-presidente da República, Michel Temer, ministros de Dilma Rousseff, além de líderes partidários, solicitaram passaportes diplomáticos e vistos para turismo, muitos deles com familiares, segundo dados da Câmara.
Dados da segunda-secretaria revelam que Temer, então presidente da Casa, solicitou, em abril do ano passado, passaporte diplomático para seu filho, Michel Temer Filho, 2. Também solicitou visto de turismo para Marcela Temer e o filho irem a Nova York, e para o próprio deputado ir a Dubai.
Parlamentares afirmam que não há abuso
Políticos que fizeram pedidos para obter passaportes diplomáticos e vistos para turismo, segundo os registros da Câmara, minimizaram a concessão do benefício. A justificativa é que a medida tem amparo legal e não representa nenhum abuso.
O vice-presidente, Michel Temer, então presidente da Câmara, disse que os vistos pedios para sua família não foram usados porque as viagens não se concretizaram. Temer requisitou vistos para Dubai, porque faria viagem oficial à China, e aos EUA, que desistiu de visitar por causa da campanha.
Crise com PMDB faz Dilma cancelar reunião com núcleo do governo
DE BRASÍLIA – A crise envolvendo o PMDB fez a presidente Dilma Rousseff cancelar a segunda reunião de coordenação de governo desde que assumiu a Presidência. No lugar, foi convocada uma reunião reduzida para discutir a relação com os peemedebistas. O partido reivindica assento no grupo, núcleo duro do Executivo, mas Dilma já avisou que não acatará a demanda.
Marcada para 10h15, o encontro da coordenação saiu da agenda. Em seguida, o Planalto divulgou que Dilma se reuniria, às 11h, com o vice-presidente Michel Temer -único do PMDB na coordenação. Participaram ainda do encontro os ministros Antonio Palocci (Casa Civil) e Luiz Sérgio (Relações Institucionais).
Estado de S. Paulo
Esplanada se adapta a ministério feminino
A Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM) jamais foi comandada por homens, mas a placa do veículo oficial diz: “Ministro de Estado chefe da SPM/PR”. A pedido da ministra Iriny Lopes, uma nova placa está a caminho. Além das adaptações gramaticais de gênero em veículos e letreiros, a Esplanada rosa do governo Dilma trouxe uma série de mudanças ao cinzento meio político: mais mulheres em postos estratégicos, mais orquídeas tomando conta de gabinetes e mais uma preocupação para assessorias – a tarefa de carregar a bolsa da ministra.
Em seu discurso de posse, Miriam Belchior (Planejamento) frisou a importância da presença feminina no poder. “Além de toda responsabilidade que assumo hoje como gestora do Ministério do Planejamento, tenho outra missão a cumprir, juntamente com a nossa presidenta e as outras ministras: demonstrar que as mulheres podem dividir com os homens a condução do País.”
Brasileiro se endivida mais no início do mês
Começo do mês é tempo de receber salário. A alegria, porém, dura pouco: contas chegam, o dinheiro sai e, em muitos casos, a conta fica no vermelho muito rapidamente. Dados do Banco Central mostram que, mesmo com o pagamento do salário, o início do mês é o período em que os brasileiros mais usam o limite da conta corrente e o crédito rotativo do cartão de crédito.
A entrada no cheque especial se concentra entre os dias 1.º e 10, quando a média é 26,1% maior que no restante do mês. No cartão de crédito , o uso do rotativo é 59,8% maior entre os dias 5 e 15. Levantamento do Estado que comparou a tomada de crédito em todos os dias úteis de 2009 revela que essas linhas de crédito estão sendo maciçamente usadas logo após o depósito do salário.
Dilma ignora pressão do PMDB e mantém formato de núcleo político
A presidente Dilma Rousseff desistiu de ampliar a coordenação política do governo para incluir um representante do PMDB. Ao menos por enquanto, a ideia é manter fechado o núcleo da coordenação para facilitar a conversa neste período de crise entre petistas e peemedebistas por conta da partilha dos cargos do segundo escalão do governo.
Reunidos nesta segunda-feira, 10, com Dilma, o vice-presidente da República, Michel Temer, e os ministros da Casa Civil, Antonio Palocci, e das Relações Institucionais, Luiz Sérgio, avaliaram que o tamanho do núcleo duro do governo é o ideal para resolver os problemas mais graves entre os maiores parceiros da aliança. Concluíram que o PT está bem representado e o PMDB tem o vice, que é presidente licenciado da legenda.
Por pressão do PMDB, Dilma chegou a cogitar a presença do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão (PMDB), no grupo da coordenação, que se reúne semanalmente. A avaliação feita ontem, porém, é a de que incluir outro nome do PMDB, agora, seria abrir um precedente para que todos os demais partidos da base aliada – PSB, PDT, PC do B, PP, PR e PTB, entre outros – reivindicassem um assento no fórum. Neste caso, os ministros e a presidente entenderam que o núcleo político se transformaria numa assembleia dos governistas.
Padilha nomeia mais um petista para a Saúde
Uma semana depois de substituir o titular da Secretaria de Atenção à Saúde (SAS) à revelia do PMDB, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, nomeou ontem o petista Jarbas Barbosa para a Secretaria de Vigilância em Saúde. Barbosa é ligado ao ex-ministro e senador eleito Humberto Costa (PT-PE) e já ocupou o mesmo cargo durante a passagem do petista na Saúde.
Os peemedebistas evitaram comentar a nova nomeação feita por Padilha. “Isso não é crise. Crise seria se tivessem nomeado alguém para a Funasa”, minimizou o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Sobram 780 vagas em concurso para professor
Com 100 mil professores temporários na rede de ensino, o governo do Estado de São Paulo não conseguiu preencher 780 vagas do último concurso público para a carreira. No sábado, um decreto do governador Geraldo Alckmin (PSDB) nomeou 9.304 novos docentes – eram 10.083 vagas.
Segundo a assessoria de imprensa da Secretaria da Educação, sobraram vagas porque muitos dos melhores colocados na primeira fase do concurso desistiram de participar dos quatro meses de curso obrigatório ou não foram aprovados na avaliação ao final das aulas. “Os candidatos que deixaram de participar do curso de formação ou não foram aprovados na prova são considerados reprovados no concurso”, explicou a secretaria em nota.
Substituição de efetivos leva até cinco anos
O último concurso público para docentes da rede estadual de São Paulo, em setembro do ano passado, não significou a abertura de novas vagas; ele apenas preencheu cargos que estavam ociosos. Alguns dos professores nomeados agora pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) estão substituindo colegas exonerados ou aposentados há mais de cinco anos, quando o próprio Alckmin governava o Estado. Depois dele, passaram pelo Palácio dos Bandeirantes Cláudio Lembo (DEM), José Serra e Alberto Goldman (ambos do PSDB).
Educadores creem que a falta de vínculo empregatício fragiliza a relação do profissional com a escola. Há docentes que atuam no ensino estadual há mais de 20 anos como temporários.
Sob Lula, quase 3 mil servidores foram punidos
Levantamento feito pela Controladoria-Geral da União (CGU) mostra que, durante o governo Lula (2003-2010), 2.969 servidores públicos federais foram expulsos dos quadros do governo por envolvimento em práticas ilícitas. Segundo o estudo, foram 2.544 demissões, 247 destituições de cargos em comissão e 178 cassações de aposentadorias. Só em 2010, foram 521 servidores penalizados por práticas ilícitas no exercício da função, o que significa um aumento de 18,94% ante 2009, quando 438 agentes públicos foram expulsos do serviço.
De acordo com o levantamento, no acumulado de 2003 a 2010, o principal motivo das expulsões foi valer-se do cargo para obtenção de vantagens, o que correspondeu a 1.579 casos (33,48% do total).
Mínimo acima de R$ 540 ganha força no Congresso
A defesa de um salário mínimo superior aos R$ 540 para assegurar a inflação de 2010 ganha cada vez mais aliados e esquenta as negociações no Congresso. A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), mulher do ministro Paulo Bernardo (Comunicações), afirmou que, com a inflação de 2010, o mínimo deveria ser de, pelo menos, R$ 543. “Eu defendo a regra. E considerando isso, o mínimo seria de R$ 543. Com negociação, dá para chegar a R$ 550.”
A regra de reajuste do salário mínimo, acertada com as centrais sindicais, considera a inflação do ano anterior mais o crescimento econômico de dois anos antes, que no caso de 2009 foi negativo. No final do ano passado, o valor saltou de R$ 510 para R$ 540, uma alta de 5,88%.
Supremo manterá decisão sobre Battisti
O futuro do ex-ativista italiano Cesare Battisti está praticamente definido no Supremo Tribunal Federal (STF). Por maioria de votos, os ministros da Corte decidirão que o tribunal não tem competência para rever o ato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de não extraditar Battisti para a Itália. Esse prognóstico, por sinal, foi fundamental para que Lula não deixasse a solução para Dilma Rousseff.
Lula não queria ser desautorizado pelo Supremo. Por isso, cogitou deixar para Dilma o problema. Quando emissários do governo voltaram com a informação de que o resultado no STF já estava dado, o ex-presidente, no último dia de seu mandato, decidiu manter Battisti no Brasil.
Dilma acertou com Lula ida de Adams para STF
O advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, deverá mesmo ser escolhido pela presidente Dilma Rousseff o 11.º ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Adams foi mantido no cargo por Dilma, mas é provável que só fique até fevereiro, quando termina o recesso do STF.
De acordo com informação de bastidores do Palácio do Planalto, o acerto para a escolha de Adams foi feito numa das últimas conversas do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva com a sucessora, Dilma, nos últimos dias de dezembro. E não deverá ser apenas um convite, mas uma convocação. Lula disse à sua afilhada política que Adams preenche o perfil ideal para ser um ministro do STF, pois tem a preocupação com o social e com o público.
PT vai pedir investigação de cunhado de Alckmin
A bancada do PT na Assembleia Legislativa de São Paulo informou ontem que vai pedir ao Ministério Público investigação sobre suposto tráfico de influência do empresário e lobista Paulo César Ribeiro, o Paulão, cunhado do governador Geraldo Alckmin (PSDB), em repartições do Estado. Segundo o PT, Ribeiro atuou como intermediário da Sistal Alimentação de Coletividade Ltda. em contratos firmados com estatais paulistas no valor total de R$ 23,5 milhões.
Ribeiro já é alvo de inquérito do Ministério Público por suspeita de tráfico de influência em administrações municipais em favor de outra empresa do setor, a Verdurama Comércio Atacadista de Alimentos Ltda – fornecedora de merenda escolar para diversas prefeituras, entre as quais a de Pindamonhangaba, no Vale do Paraíba, terra natal de Alckmin e de sua mulher, Lu, irmã do empresário.
Tucanos descartam envolvimento de governador no caso
Procurado ontem pelo Estado para comentar a ligação de seu cunhado, Paulo Ribeiro, com as empresas citadas pela bancada do PT na Assembleia, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) não se manifestou.
Para o líder do PSDB na Assembleia, deputado estadual Celso Giglio, Alckmin “não se prestaria a esse tipo de coisa”. “Tenho certeza da lisura do governador e tenho certeza de que não participa desse tipo de negócio. Sempre teve muita transparência em seus atos”, afirmou.
Homenagens a Meirelles e boas-vindas a Tombini
O Brasil foi representado não por um, mas por dois presidentes do Banco Central em Basileia, na primeira reunião do ano no Banco de Compensações Internacionais (BIS). Recém-empossado pela presidente Dilma Rousseff, Alexandre Tombini foi recebido com um “bem-vindo” pelos colegas. Mas o homenageado foi outro: o antecessor no cargo, Henrique Meirelles.
E, participando dos mesmos eventos, Tombini e Meirelles tiveram atitudes antagônicas. Evitando contato com a imprensa, a nova autoridade monetária brasileira adotou o estilo low profile. Segundo o presidente do banco Itaú, Roberto Setúbal – que no domingo participou da reunião entre presidentes de BCs e banqueiros privados -, Tombini foi “discreto” na sua primeira aparição internacional no cargo, apesar de ser, como diretor de Normas do BC brasileiro, conhecido em Basileia.
Fundo Soberano poderá atuar no câmbio
O governo aumentou ontem a pressão sobre o mercado de câmbio e anunciou que o Fundo Soberano do Brasil (FSB) poderá atuar no mercado futuro de dólares, também conhecido no jargão econômico como operações de derivativos. É a segunda medida cambial anunciada em menos de duas semanas pelo governo Dilma Rousseff para conter a queda do dólar ante o real.
Agora, o governo aponta as baterias para as especulações no mercado futuro, que no Brasil é bem maior do que o mercado à vista de dólar e influencia mais na cotação da moeda americana.
Ministro quer criar programa contra desastres naturais
O ministro de Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, quer desenvolver no ministério um “grande programa de previsão de catástrofes naturais”. Segundo ele, mais de 60% dos desastres naturais do País hoje são enchentes e desmoronamentos de encostas. “Nós estimamos aproximadamente 500 áreas de risco e mais ou menos 5 milhões de pessoas expostas”, afirmou Mercadante ontem. Ele visitava o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em São José dos Campos (SP).
O ministro avalia que a aquisição de um supercomputador para o Inpe, que já está em funcionamento, será fundamental para o programa. “O georreferenciamento de áreas de risco e uma previsão meteorológica que tenha maior capacidade de se antecipar aos fenômenos vai permitir que a gente tenha, com a Defesa Civil e com o apoio das Forças Armadas, condições de prevenir desastres naturais.”
”Não há hipótese de eu ir com Aécio contra Dilma”
Herdeiro da cadeira de Eliseu Resende (DEM-MG), que morreu no dia 2, Clésio Andrade (PR-MG) promete engrossar o bloco de apoio à presidente Dilma Rousseff no Senado. Embora tenha sido vice-governador no primeiro mandato de Aécio Neves (PSDB), Clésio deixa claro, em entrevista ao Estado, que não se alinhará ao tucano, frustrando os planos de uma bancada mineira exclusivamente oposicionista após a vitoriosa dobradinha do ex-governador e de Itamar Franco (PPS). “Não há hipótese nenhuma de eu caminhar com Aécio contra a presidente Dilma”, diz, garantindo “apoio total” ao novo governo.
Empresário que fez fortuna no setor de transportes, Clésio costuma lembrar que começou a trabalhar aos 11 anos, como cobrador do ônibus que deu início à empresa do pai. Hoje está à frente de diversos negócios e não se furta a elogiar Marcos Valério, protagonista do escândalo do mensalão e seu ex-sócio na agência de publicidade SMPB. “Ele entrou nesse processo político de querer ajudar deputado e não soube como fazer. Marcos Valério tem um coração muito bom.”
2011: o ano da inflexão econômica
Que cenário poderemos esperar para a economia brasileira em 2011? Haverá continuidade no processo de crescimento acelerado? Há risco de descontrole das taxas de inflação?
Um dos grandes méritos do governo Lula foi o de enfrentar com rapidez e flexibilidade os desafios da crise econômica que se iniciou em 2008 nos EUA e se espraiou globalmente. O gasto público se expandiu, os bancos do governo federal ampliaram seus empréstimos e financiamentos, incentivos fiscais foram distribuídos para atividades econômicas (indústria automobilística, construção civil, eletroeletrônicos) que comandam poderosas cadeias produtivas. O resultado agregado foi um crescimento da nossa economia em ritmo anual de 7,5 %, enquanto os países mais desenvolvidos sofriam um processo de estagnação com taxas muito elevadas de desemprego.
Mais profissionalismo na política externa
Pronunciamentos da presidente Dilma Rousseff e do ministro Antonio Patriota reafirmaram que o Itamaraty deverá dar continuidade à política do governo anterior, mas prenunciam mudanças importantes de estilo e de ênfases. O tom dos discursos de posse foi positivo e indica que as ações brasileiras no exterior serão mais pragmáticas e menos ideológicas, menos protagônicas e mais cautelosas.
Tanto a presidente Dilma quanto o ministro Patriota têm perfil mais técnico. Patriota deve ser menos voluntarioso do que seu antecessor. Os compromissos externos continuarão a demandar tempo e esforço, mas a prioridade da política externa deverá ser menor diante da importância e da urgência da agenda interna social e econômica (combate à inflação, apreciação do câmbio e redução do custo Brasil para aumentar a competitividade dos produtos brasileiros, entre muitos outros, como as reformas política e tributária prometidas pela presidente).
Segunda natureza
Boa notícia: animais silvestres, pássaros incluídos, estão reaparecendo por aí afora. Nestes tempos de crise ambiental, alegra a alma saber que a vida selvagem consegue se acomodar no mundo humano. Mostra que nem tudo está perdido.
Aos mais atentos surpreende verificar papagaios voando e fazendo algazarras na capital paulista. Sem sotaque interiorano. O verde de sua plumagem garante que os psitacídeos, incluindo os barulhentos periquitos, encontram alimento, e locais de reprodução, entre o asfalto da metrópole. No interior, maritaca começa a virar praga, danificando a fiação nos telhados domésticos.
O Centro de Estudos Ornitológicos indica existirem 462 espécies de aves habitando a selva paulistana de concreto. Ao contrário do que se imaginava, passarinhos nativos de todos os tipos, como rolinhas, sabiás, sanhaços, bentevis, sebinhos – também conhecidos pelo feio nome de “caga-sebo” -, trocam de vida e adotam a cidade, nidificando nas árvores das praças e nas frestas dos edifícios como se estivessem no mato que abrigou seus antepassados. Enxotam os exóticos, e chatos, pardais e se firmam na paisagem urbana. É fantástico.
MST invade 4 prefeituras no sul da Bahia
Integrantes do Movimento dos Sem-Terra (MST) invadiram, na manhã de ontem, quatro prefeituras do sul da Bahia – nos municípios de Itabela, Itamaraju, Mucuri e Prado. O motivo alegado para a mobilização foi a reivindicação de melhorias nas condições de ensino para crianças e adolescentes que moram nos assentamentos da região.
De acordo com líderes da invasão, a pressão é para que as administrações municipais construam escolas nos assentamentos e forneçam transporte para os alunos que tiverem de se deslocar para estudar. Além disso, reivindicam a contratação de mais professores para a rede pública na região. O movimento prometia só desocupar as prefeituras após ser recebido pelos prefeitos, mas até a noite nenhum deles havia atendido à reivindicação. Mesmo assim, em Mucuri e Itabela, os manifestantes deixaram as sedes dos Executivos municipais.