Folha de S. Paulo
Governo indica a Lupi que sua situação é insustentável
O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, já recebeu de interlocutores do governo a sinalização de que não há mais condições políticas de sua manutenção no cargo. A presidente Dilma Rousseff, que retornou ontem de uma viagem à Venezuela, deve chamá-lo para uma conversa definitiva entre hoje e amanhã.
Em conversas com integrantes do Executivo, o próprio titular da pasta aparenta ter perdido as esperanças de permanecer e reconhece que está causando constrangimento à presidente da República. Em nenhum momento, porém, admitiu que pedirá demissão.
Nas conversas, o ministro do PDT ouviu a avaliação de que sua situação tornou-se insustentável após a Folha revelar que ele acumulou dois empregos públicos por quase cinco anos, em Estados diferentes, o que é vedado pela Constituição.
Tensão na Esplanada
A Esplanada dos Ministérios vive clima de apreensão no final do primeiro ano de governo com a iminência de substituições na equipe da presidente Dilma Rousseff a partir de janeiro.
Apelidada de TPM (Tensão Pré-Reforma Ministerial), a síndrome atinge pelo menos 10 dos 38 ministros, que suam para manter o status.
Leia também
Segundo relatos ouvidos pela Folha, a principal fonte de insegurança está na falta de informação do Planalto sobre o futuro dos ministros.
Apenas 5 dos 20 congressistas do PA apoiam divisão
Só 5 dos 20 parlamentares que hoje representam o Pará defendem abertamente a separação do Estado em três.
A Folha ouviu na semana passada os 17 deputados federais e os três senadores do Estado. Nove deles disseram ser contra a divisão, ante cinco que afirmaram ser favoráveis. Os demais optaram pela neutralidade.
Os deputados que defendem a criação de Tapajós e Carajás são: Asdrúbal Bentes (PMDB), Giovanni Queiroz (PDT), Lira Maia (DEM), Wandenkolk Gonçalves (PSDB) e Zequinha Marinho (PSC).
A sombra de um nome
Há pouco mais de um mês, Bruno Covas subiu pela primeira vez num palanque como pré-candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, num seminário organizado pelo partido. Estava nervoso.
Secretário estadual de Meio Ambiente, ele começou dissertando sobre emissões de gases poluentes e daí saltou para temas como mobilidade urbana, acesso à informação e a vida na periferia.
O discurso soou vazio e sem foco, mas deu munição para os críticos de Covas no partido. Eles o consideram inexperiente demais para uma disputa eleitoral tão difícil como a do ano que vem.
Covas entrou em campo com dois trunfos sobre os outros pretendentes tucanos: o prestígio evocado pelo sobrenome que herdou do avô, o governador Mario Covas (1930-2001), e a predileção do governador Geraldo Alckmin.
Que fim levou a URSS
Em Moscou, uma mesquita para 10 mil pessoas é erguida ao lado de lojas de luxo. Na Moldova, parte do território vive regime “de facto” protegido por tropas russas. A Ucrânia está rachada entre a atração da Europa e laços com a Rússia. Em Minsk (Belarus), a KGB opera a duas quadras do McDonald’s e segue prendendo dissidentes.
Por cinco séculos, a Rússia liderou um dos maiores impérios da história. No período mais recente, exportou o comunismo a todas as regiões do mundo e construiu um enorme arsenal bélico.
Vinte anos após o esfacelamento da União Soviética, os 15 países que emergiram tentam lidar com a herança do passado enquanto buscam o seu lugar no mundo.
Internamente, o país vive um processo de centralização do poder. Figura hegemônica na política russa, Vladimir Putin encerrou, ao longo dos anos 2000, a crise institucional e econômica dos anos 1990, promoveu reestatizações de grandes empresas e reverteu reformas democráticas, como a eleição direta para governador e senador.
Estrangeiro dribla lei para comprar terra
Um ano e meio após o governo impor restrições à compra de terras por estrangeiros, investidores internacionais exploram brechas da lei para continuar adquirindo propriedades rurais no país.
Parecer da AGU (Advocacia-Geral da União) de agosto de 2010 dificultou a aquisição de grandes extensões de terras por empresas controladas por estrangeiros.
Mas a Folha identificou três casos de fundos voltados para investimentos na comercialização de madeira, cujos acionistas são estrangeiros e que estão atuando no país após a adoção das restrições.
O Estado de S. Paulo
Promessa de campanha, obra no Rio São Francisco para
Cenário de propaganda eleitoral da presidente Dilma Rousseff e responsável por parte da votação recebida por ela no Nordeste, a Transposição do Rio São Francisco foi abandonada por construtoras e o trabalho feito começa a se perder. Durante três dias a reportagem do Estado percorreu 100 km dos canais da obra. O abandono foi a tônica da viagem. O Ministério da Integração Nacional diz que a conservação do que já foi feito é de responsabilidade das empresas contratadas e que não se trata de interrupção das obras, mas de “desaceleração”.
‘Houve problemas nos projetos e desaceleração’
O ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra de Souza Coelho, trata como “desaceleração” o momento das obras da transposição do Rio São Francisco, carro-chefe da pasta. Ele culpa projetos básicos insuficientes pela paralisação em alguns lotes. Nega caráter eleitoral e afirma que a orientação da presidente Dilma Rousseff é retomar a obra e concluí-la o mais rápido possível. “Queremos construir o eixo leste até 2014 e o eixo norte no final de 2015”, afirma o ministro.
Panamericano também irrigou contas de executivos do Grupo SS, afirma PF
A Polícia Federal descobriu transferências no montante global de R$ 8,23 milhões do caixa do Banco Panamericano para executivos do Grupo Silvio Santos que não integravam o quadro diretivo da instituição financeira.
Pelo menos dois beneficiários desses repasses foram indiciados criminalmente no inquérito sobre o rombo de R$ 4,3 bilhões no Panamericano – José Maria Corsi, vice-presidente da Divisão de Comércio e Serviços (DCS) do Grupo Silvio Santos, e João Pedro Fassina, que até novembro de 2010 ocupou o cargo de vice-presidente da BF Utilidades Domésticas e da Liderança Capitalização.
‘Faxina’ faz Dilma repetir prestígio de Lula no exterior
Um perfil elogioso da presidente Dilma Rousseff na revista americana The New Yorker confirmou, na semana passada, o que já estava claro para o mundo político: ela está conseguindo, também fora do País, tornar-se uma figura de sucesso – como havia conseguido, antes dela, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. E se este sobreviveu, por força de seu carisma, a episódios como os do mensalão, dos aloprados e a infindáveis alianças clientelistas, ela se vale da imagem de racionalidade. É aplaudida por demitir ministros que, afinal, ela própria escolheu.
‘Por 2014, o PSDB está condenado a ficar unido’
Expoente do grupo serrista que saiu das urnas com mais de 11 milhões de votos, o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) sabe que o ex-governador José Serra e o senador Aécio Neves não se bicam, mas só vê um caminho para a vitória do PSDB em 2014. “Estamos condenados a estar juntos para chegarmos ao que queremos, que é o poder”, afirma, destacando que cabe à sigla criar condições para a unidade interna.
Convencido de que a direção partidária pode converter rivalidades em força motriz do projeto tucano, integrando os concorrentes a partir, por exemplo, da garantia de prévias para a escolha do candidato a presidente, o senador adverte que 2014 passa por 2012 e que a desunião pode levar à derrota na briga pela Prefeitura de São Paulo.
PT instala conselho político para Haddad
A pedido da presidente Dilma Rousseff, o pré-candidato do PT à prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, deve permanecer à frente do Ministério da Educação até janeiro, quando for concluída a reforma ministerial que o Planalto prepara. Isso não o impedirá, porém, de deslanchar a pré-campanha. O primeiro passo nessa direção foi dado ontem à tarde, com a instalação oficial de um conselho político que irá assessorá-lo nessa fase inicial.
Com 24 integrantes, o grupo terá um amplo leque de tarefas. Elas vão da articulação com outros partidos, em busca de coligações para o primeiro e segundo turnos da eleição, a esforços para manter a militância petista unida, passando pela costura de um primeiro programa de governo.
Transnordestina precisa de mais R$ 1,3 bilhão
Na lista das maiores obras do Programa de Aceleração do Crescimento, a Ferrovia Transnordestina exigirá, no mínimo, mais R$ 1,3 bilhão para ser concluída – valor que elevará o preço da obra para R$ 6,7 bilhões.
Censo: pobres, mas com vida longa
Mapeamento inédito do Censo mostra que os brasileiros com mais de 100 anos não estão nas áreas mais ricas do País, e sim no Norte e no Nordeste. A Bahia lidera em concentração de centenários, a maioria habitante de cidades do interior. Para especialistas, a vida em cidades pacatas explica a longevidade.
Cristãos do Egito sofrem mais ataques
Ataques a igrejas não são novidade no Egito. Mas, após a queda do ditador Hosni Mubarak, eles se intensificaram, motivados pela maior liberdade de ação dos islâmicos radicais, informa Lourival Sant’ Anna, enviado especial.
O Globo
Crise faz salário no Brasil superar o de países ricos
A crise na Europa e nos Estados Unidos, combinada ao crescimento do Brasil, está fazendo trabalhadores brasileiros ganharem até 85% mais que seus colegas estrangeiros, revela pesquisa da consultoria Michael Page feita em grandes empresas de todos os setores em cinco países. É o caso de engenheiros elétricos seniores que ganham no mínimo R$ 14.900 no Brasil, e a partir de R$ 8.037 da Espanha. Já um consultor jurídico brasileiro ganha 24,4% mais que os mesmos profissionais na Itália (até R$ 15 mil no Brasil contra R$ 12.055). A menor remuneração de um diretor comercial no Brasil é de R$ 28 mil, já no Reino Unido fica em R$ 24.674 (menos 11,9%). No Rio, o bom momento está trazendo os cariocas de volta para a casa, um “repatriamento” que já cresceu 30%.
A geração do limbo
Cerca de 3.600 jovens estão entre o tráfico e o desemprego. Eles vivem nas favelas pacificadas, já não tem idade escolar e faziam parte dos escalões inferiores do tráfico. O estado detectou o problema e terá programa para tirá-los da situação de risco. “Com a UPP, o lucro do tráfico caiu muito. Cheguei a ganhar R$ 8 mil por mês. Agora, conseguiria no máximo R$ 800, o mesmo que ganho com carteira assinada, férias e 13º”, diz um jovem que se empregou num hotel. Pesquisa feita em comunidades pacificadas mostra que proximidade com a Zona Sul tem peso maior do que a escolaridade na hora de conseguir trabalho.
Consultoria rendeu R$ 2 milhões a ministro
Depois de sair da prefeitura de Belo Horizonte e antes de assumir o Ministério do Desenvolvimento no governo Dilma Rousseff, Fernando Pimentel faturou pelo menos R$ 2 milhões com sua consu1toria em 2009 e 2010. A Federação das Indústrias de Minas pagou R$ 1 milhão; o grupo da construtora mineira Convap, R$ 514 mil- e ganhou contratos na prefeitura de BH, aliada de Pimentel.
Trabalho não tem estrutura de controle dos convênios com ONGs
A fartura de dinheiro repassado pelo Ministério do Trabalho, de Carlos Lupi (PDT), para organizações não governamentais contrasta com a precária estrutura de controle da boa aplicação dos recursos destinados a programas de qualificação de mecânicos, garçons, marceneiros, entre outros trabalhadores.
Levantamento com dados do Siafi (Sistema Integrado de Administração Financeira) informa que o ministério acumula R$ 282 milhões em prestações de contas de ONGs, fundações e prefeituras não analisadas.
Isso significa que o ministério liberou o dinheiro, mas não sabe se os serviços foram executados. As pilhas de prestações de contas estão acumulando poeira desde 2004. Entre as contas pendentes estão os processos do Instituto Brasil Voluntário – Bravo, ONG indicada pelo deputado Weverton Rocha (PDT-MA), um dos principais assessores de Lupi à época da assinatura do convênio entre a entidade e o ministério.
A entidade firmou, em dezembro de 2007, um convênio de R$ 2.184.870,00 com o pretexto de qualificar jovens para o primeiro emprego. Mas, segundo um fiscal, depois de receber o dinheiro, desapareceu.
Dilma despacha com secretários-executivos, ignorando ministros
Impedida de escolher o Ministério de seus sonhos no começo do governo, por pressões dos partidos aliados e do ex-presidente Lula, a presidente Dilma Rousseff buscou um atalho e criou a “República dos vice-ministros”.
Com perfil técnico e estilo centralizador, Dilma despacha diretamente com secretários-executivos de várias pastas, tomando decisões à revelia dos ministros. Em pelo menos meia dúzia de ministérios, a relação mais constante da presidente é com os subs dos ministros.
Essa prática tem criado constrangimentos e estimulado disputas de poder nos bastidores, o que, na visão de interlocutores com acesso ao Planalto, prejudica o objetivo de Dilma de tornar o governo mais ágil e eficiente.
Um dos casos mais complicados é o do Ministério da Fazenda, onde o ministro Guido Mantega e o secretário-executivo, Nelson Barbosa, entraram em rota de colisão. Incomodado com o acesso direto de Barbosa à presidente, Mantega pediu a Dilma que não despache mais a sós com o seu secretário-executivo. E, no dia a dia da Fazenda, tem feito vários movimentos para isolar Nelson Barbosa.
Marighella será homenageado pela Comissão de Anistia
Considerado inimigo público número um da ditadura militar, o guerrilheiro Carlos Marighella será homenageado na segunda-feira, dia do centenário de seu nascimento, pela Comissão de Anistia.
A família dele receberá, em Salvador, cidade natal do ex-líder da Ação Libertadora Nacional (ALN) , o pedido formal de desculpas do Estado brasileiro por causa da perseguição política que sofreu ao longo de toda a vida.
Entre parentes e ex-companheiros, o evento, em que será concedida a anistia política ao guerrilheiro, é visto como símbolo de resgate de sua figura.
— Pode fazer com que novas gerações se interessem em conhecer a importância do Marighella ao país — diz Clara Charf, viúva do líder da ALN.
Brasil será 3º maior poluidor com pré-sal
Atualmente na sexta posição no ranking de maiores poluidores do mundo, o Brasil vai saltar para a terceira colocação com a exploração pesada do petróleo da camada do pré-sal nos próximos oito anos, revela estudo do Greenpeace. O país ficará atrás apenas de China e EUA.
Correio Braziliense
O casamento acabou? Prepare-se para gastar mais
A conta sai pesada para os casais que põem um ponto final na relação: o custo de vida dos novos solteiros sobe até 40% com as despesas duplicadas. Fora os danos emocionais, claro. O divórcio litigioso sai 80% mais caro que uma separação amigável. E o prejuízo apenas começa aí.
Começa a corrida das compras natalinas
Surtiu efeito o pacote do governo para incentivar o consumo: os brsilienses lotaram os shoppings. Mas itens essenciais, como alimentos, ainda estão caros.
Arapongagem: Os burocratas temem o que?
E não é só no Senado: levantamento do Correio mostra quais órgãos da Esplanada se armam contra grampos telefônicos. Especialistas acham que o temor não se justifica do ponto de vista institucional. Afinal, diz um consultor, assuntos de interesse nacional não são tratados por telefone.
A ré e a vergonha
Fotografia inédita que será publicada em biografia de Dilma Rousseff mostra-a sendo interrogada, em 1970, por oficiais da ditadura. Envergonhados, eles escondem os rostos.
Acidente mata 39 na Bahia
A tragédia envolveu dois caminhões e um ônibus em Milagres, na BR-116. Pelo menos 12 pessoas ficaram feridas. Em Brasília, a universitária Laís Cristina morreu em violenta colisão na Ponte do Bragueto. Sobrinho da deputada Eliana Pedrosa, o outro envolvido, passa bem.