Folha de S. Paulo
Governo banca esquadrão de militantes, diz Serra
O ex-governador José Serra acusou o governo do presidente Lula de “montar um esquadrão de militantes pagos com dinheiro público”. Na convenção que oficializou sua candidatura à Presidência, em Salvador, Serra fez o mais duro discurso da campanha até agora. Ontem, a Folha revelou que um dossiê feito pelo PT continha dados do sigilo fiscal do dirigente tucano Eduardo Jorge Caldas Pereira.
“Não tenho esquemas, não tenho máquinas oficiais, não tenho patotas corporativas, não tenho padrinhos”, disse Serra. Ele criticou a aproximação do governo Lula com ditaduras. Sem citar Dilma Rousseff, sua adversária do PT, Serra se referiu à falta de experiência da petista: “Não comecei ontem, não caí de paraquedas”.
Em nova sintonia, Serra atira em Lula
“O tempo dos chefes de governo que acreditavam personificar o Estado ficou para trás há mais de 300 anos. Luís 14 achava que o Estado era ele. Nas democracias e no Brasil, não há lugar para luíses assim.” Sabemos de que Luiz da Silva ele falava. Foi a primeira vez, desde o início da campanha, que José Serra atacou a figura de Luiz Inácio Lula da Silva, ainda que de maneira velada ao público. Foi a novidade mais importante num discurso, de resto, mais cheio de recados e farpas ao governo do que muitos no próprio PSDB esperavam.
Dossiê do PT é crime, acusam tucanos
Líderes tucanos reunidos na convenção do PSDB foram uníssonos ao acusar o PT de crime de quebra de sigilo fiscal por ter acessado, por meio de uma “equipe de inteligência”, dados financeiros e fiscais particulares do vice-presidente executivo do PSDB, Eduardo Jorge. O caso foi revelado ontem pela Folha. Os documentos indicavam três depósitos de R$ 1,3 milhão na conta de Eduardo Jorge. Os dados só estavam disponíveis na Receita Federal e no computador do próprio tucano.
Dilma diz que combaterá “inimigos da democracia”
Sem menção explícita aos adversários, a pré-candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, prometeu ontem combater os inimigos da democracia, que querem levar para trás o país e as “conquistas sociais do nosso povo”. “Nós vamos defendê-la [a democracia] com todo o coração dos seus inimigos, os que tentam fazer o Brasil andar para trás levando de roldão as conquistas sociais do nosso povo”, disse Dilma, na convenção do PMDB, em Brasília, que indicou o deputado federal Michel Temer para seu vice.
“Vamos defender a democracia também dos seus maiores inimigos: a mentira, a manipulação e a falsidade”, completou. Dilma aproveitou o evento para elogiar figuras históricas do PMDB, em especial Ulysses Guimarães. Ela chegou a atribuir a ele o verso “Navegar é preciso”, que o político paulista empregou quando enfrentava a ditadura militar, na década de 70. “Esse verso de Ulysses mostrava que, sobretudo, mesmo quando a esperança é pequena, a coragem das pessoas tem que levá-las a andar.”
PT oficializa Dilma na 1ª eleição sem Lula
Num evento em que pretende destacar a figura da mulher, o PT oficializa hoje em convenção em Brasília o nome de Dilma Rousseff, 62, como candidata à sucessão de Luiz Inácio Lula da Silva. Nos 30 anos de história do partido, será a primeira disputa presidencial sem o nome “Lula” na urna, com a maior aliança nacional e, em consequência, o menor número de candidatos próprios aos governos estaduais.
Sem muita discussão, o PT aceitou a candidata e hoje trata sua eleição como a prioridade da atual campanha. Tanto é que o partido só deve ter 11 candidatos a governador (a média das eleições anteriores de que participou era de 20 nomes próprios), fenômeno que tem como objetivo abrir espaço para aliados como PMDB, PSB e PDT. A coligação deve contar ainda com PR, PC do B e PRB.
Petista do dólar na cueca quer reaver dinheiro
Em 8 de julho de 2005, em meio ao escândalo do mensalão, o então assessor do PT José Adalberto Vieira da Silva foi preso no aeroporto de Congonhas (São Paulo) com quase meio milhão de reais. Uma parte do valor (US$ 100.559,00) que seria destinada ao partido estava escondida na sua cueca, peculiaridade que o colocou no anedotário político. Virou até marchinha de Carnaval.
Cinco anos depois, José Adalberto vive a expectativa de reaver o dinheiro apreendido. Como estratégia, declarou o montante -fruto de propina, segundo o Ministério Público- à Receita. E foi multado em R$ 200 mil. Adalberto mora numa casa simples, em rua sem asfalto, em Aracati (CE), que tem Canoa Quebrada como uma das suas praias famosas. Montou uma pequena mercearia e vende farinha e chinelos a clientes que compram fiado e pagam quando recebem o Bolsa Família.
Total de pobres deve se reduzir à metade até 2014
Mantida a tendência de crescimento médio do governo Lula, o número de miseráveis, de 29,9 milhões atualmente, ruma para 14,5 milhões – 8% da população – em 2014.
O Estado de S. Paulo
Candidato oficial, Serra ataca os ‘neocorruptos’
O PSDB realizou ontem a candidatura de José Serra à Presidência, durante convenção nacional em Salvador. Num forte discurso de oposição, Serra atacou o apadrinhamento, o aparelhamento do Estado e os políticos “neocorruptos”. “Quem justifica deslizes morais dizendo que está fazendo o mesmo que os outros fizeram, ou que foi levado a isso pelas circunstâncias, deve merecer o repúdio da sociedade. São os neocorruptos”, afirmou. Sem falar explicitamente o nome do presidente Lula, disse que os chefes de governo não podem acreditar que personificam o Estado e, citando Luís XIV, acrescentou: “Nas democracias e no Brasil, não há lugar para luíses”. A definição do candidato a vice deve ficar mesmo para a última hora. Os senadores tucanos Sérgio Guerra e Álvaro Dias são cotados.
SP será a 1ª a adotar padrão antipoluição mais rígido
São Paulo será a primeira cidade do mundo a atacar os limites para poluição do ar recomendados pela Organização Mundial de Saúde. O padrão será mais rígido que o atual, de 1990. Além de novos requisitos para empresas obterem licenças ambientais, serão aplicadas medidas extremas, como a ampliação do rodízio de veículos, quando o índice estiver crítico.
PSDB reage ao uso de dados da Receita em dossiê
A inclusão de dados sigilosos da Receita em dossiê contra tucanos motivou reação do PSDB. “É ficha suja fazendo jogo sujo”, disse o deputado Jutahy Magalhães.
Nem Dilma queria
A complicada montagem da candidatura presidencial de Dilma Rousseff, que o PT oficializou hoje, começou em 2007. A princípio, Dilma não quis, e o PT resistiu. Mas Lula já havia decidido.
O Globo
Cartões de crédito e débito cobram mais de 50 tarifas
As empresas de cartão de crédito e débito já criaram mais de 50 tarifas que são cobradas aos clientes no país pelos seus serviços. Segundo o Ministério da Justiça, o número de taxas, que muitas vezes confundem o consumidor pela falta de clareza, é bem superior às 31 tarifas aplicadas pelos bancos, cuja carteira de serviços é bem mais ampla. Sob pressão dos órgãos de defesa do consumidor e do governo, as operadoras de cartão já admitem reduzir à metade o total de tarifas cobradas, além de buscar a padronização dos nomes, informa Patrícia Duarte e Martha Beck. O diretor do Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor do Ministério da Justiça, Ricardo Morishita, diz que o setor é dos que mais recebem reclamações, concentrando 36% de todas as queixas feitas pelos consumidores. Entre os problemas, ele destaca a dupla tarifação dos cartões: “É ilegal o consumidor pagar duas vezes pelo mesmo serviço.”
Cabral usa máquina em campanha
Recursos e equipamentos públicos são usados pelo governador em viagens ao interior do estado na companhia de deputados candidatos à reeleição, como o próprio Cabral.
PT e PSDB oficializam Dilma e Serra
Com as candidaturas oficializadas, Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) mostram visões distintas sobre políticas fiscal e econômica.
Morar bem
Apesar da redução do IPI, custo para construir e reformar não para de subir.
Correio Braziliense
Os mundos de Serra
Dois mundos paralelos. No palco e nas arquibancadas laterais, as estrelas do PSDB. Do lado de fora, uma multidão representava os militantes do partido, levados dos mais diversos estados. As duas pontas só iriam se encontrar mesmo depois do discurso com que José Serra deu a largada oficial de sua campanha à Presidência da República. Ele saiu do palco no Clube Espanhol, em Salvador, distribuindo sorrisos, abraços, beijos e posando para fotos ao lado de populares. Vestia, por cima da camisa com que discursou, uma outra, verde e amarela, com o número do PSDB, o 45, nas costas. Tentava ali, depois de atacar Lula pela primeira vez, ganhar a simpatia de um povo que não captou bem a mensagem. “Não dá para entender muito o que ele diz. Tem que falar para o povão”, reclamou a desempregada Claudia Santos, 45 anos, que sabia ser esse o número do candidato.
Prioridade, agora, é achar o vice
Quanto mais demora, mais embolada fica a escolha do candidato a vice-presidente na chapa do tucano José Serra. Os integrantes do PSDB apostam na chapa puro-sangue. O ex-governador de Minas Gerais Aécio Neves — que posou para a foto de mãos dadas com Serra logo ao fim do discurso de ontem — diz que um vice de Minas ajudaria no estado, mas reforça que a escolha cabe diretamente a Serra e que não vai reivindicar o posto para seu estado, embora, nos bastidores, alguns citem o nome do ex-ministro das Comunicações de Fernando Henrique, João Pimenta da Veiga. O presidente do DEM, Rodrigo Maia, avisa: “A escolha do vice é o primeiro item da nossa convenção em 30 de junho. Não tenho dúvidas de que nosso partido irá indicar o companheiro de chapa”, afirmou ele ao Correio.
A ordem no PSDB é anunciar a composição da chapa dentro de dez dias. É nessa escolha que Serra vai se debruçar daqui por diante. Ocorre que, por enquanto, a vice é uma chuva de hipóteses. Depende de muitas variáveis de temperatura e pressão. Se não conseguir atrair o PP de Francisco Dornelles, o que é mais provável, a primeira opção é cercar o Paraná. Se o senador Osmar Dias (PDT-PR) fechar o apoio a Serra, o senador Álvaro Dias (PSDB-PR) passará a ser o nome mais forte por dar a Serra uma vantagem de dois milhões de votos sobre a petista no estado.
Casal de gigantes
Em uma festa ensaiada, o PMDB formalizou o nome de Michel Temer (SP) como vice da pré-candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff. Depois de muitos reveses internos, o PT fecha o casamento com o dote almejado: mais seis minutos de tempo de televisão e a capilaridade de um aliado que alcança o comando do maior número de municípios no país. Temer não era o noivo dos sonhos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas, para o casamento de interesse, conseguiu convencer o partido a aprovar a aliança nacional e tem, segundo sua noiva, Dilma, uma “importante” qualidade: “Ele sabe ouvir, isso é muito importante”, afirmou a ex-ministra.
As muitas arestas a aparar
O partido que se diz unido e integralmente colado à candidatura da petista Dilma Rousseff — como o deputado Michel Temer ressaltou o tempo todo na convenção de ontem — entra na disputa eleitoral, na prática, bastante dividido. Os dissidentes do PMDB que roubaram a cena no início da convenção, o senador Pedro Simon (PMDB-RS) e o ex-governador Roberto Requião (PMDB-PR), não são as únicas vozes contrárias à parceria eleitoral entre peemedebistas e petistas. Em alguns estados, o apoio a José Serra (PSDB) está praticamente declarado e, das 27 unidades da Federação, em apenas 10 a coligação entre PMDB e PT está selada até agora.
Quando Temer exaltou a unidade da sigla, o governador do Mato Grosso do Sul, André Puccinelli, já havia votado e deixado o auditório do Centro de Convenções Ulysses Guimarães. Candidato à reeleição, Puccinelli é um dos peemedebistas que vai apoiar José Serra. “Meu palanque é para o Serra. Eu avisei o Temer. Lá eu fiquei isolado”, comentava o governador com correligionários. É a mesma situação do candidato a governador em Pernambuco pelo PMDB, Jarbas Vasconcelos, também colado em Serra. Em São Paulo, o partido — capitaneado por Orestes Quércia, que tenta se eleger ao Senado — deve ficar com o tucano Geraldo Alckmin e, no Rio Grande do Sul, o PMDB de José Fogaça parte para o enfrentamento com o petista Tarso Genro na disputa pelo governo estadual. Situações de divergências como essas se repetem em mais 13 estados.
Candidata por vias alternativas
Talvez nenhuma outra frase resuma melhor as transformações da presidenciável Dilma Rousseff (PT) ao longo dos tempos do que a sentença do filósofo espanhol Ortega y Gasset: “Eu sou eu e minhas circunstâncias”. Assim que for confirmada candidata à Presidência da República pela convenção nacional do partido, hoje, a ex-ministra da Casa Civil comprovará a tese de que, acima dos planos pessoais, há as circunstâncias. Da infância em Uberaba à candidatura à sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a trajetória da ex-ministra da Casa Civil produziu uma pessoa rígida, de fala firme e competência gerencial posta à prova por um par de situações cabeludas. Mas que, em tese, nunca tinha almejado o maior voo político do país. Até que a conjuntura a levou por esse caminho.
No plano local, PMDB ainda expõe divisão
Apesar de o PMDB ter confirmado oficialmente ontem a aliança nacional com o PT na corrida eleitoral à Presidência da República, durante convenção da executiva nacional da legenda, em Brasília, representantes do partido no Distrito Federal ainda expõem divergências internas quanto à escolha da chapa formada por Agnelo Queiroz (PT) e Tadeu Filippelli (PMDB) para a disputa do Palácio do Buriti, em outubro. Na última quinta-feira, os dirigentes locais dos dois partidos anunciaram que Agnelo será candidato a governador, com Filippelli como seu vice, embora a convenção local do PMDB esteja marcada apenas para o próximo sábado. Apesar desse anúncio antecipado, a semana promete ser de muitas negociações e embates internos. Até 48 horas antes da convenção regional, novas candidaturas podem ser apresentadas.
O bicho corre solto em Brasília
Atividade ilegal, o jogo do bicho raramente é coibido na capital federal. A reportagem do Correio flagrou pontos fixos de aposta diversos locais. Uma deles, na praça dos tribunais, em frente ao Superior Tribunal Militar (STM).
Jornal do Brasil
Simon ataca política do Sul
Em entrevista a Mauro Santayana, o senador Pedro Simon (PMDB-RS) critica a forma como seus conterrâneos fazem política. Para o autor da sugestão de transferir à União a responsabilidade pela compensação aos estados pela redução do repasse dos royalties do petróleo – uma alteração na Emenda Ibsen -“é preciso acabar com o maniqueísmo do Sul”. Simon também elogiou o ex-presidente Itamar Franco.
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