Folha de S. Paulo
Campos fica com maior parte dos votos de Marina
A Folha errou na edição do último domingo ao dizer que a maioria dos eleitores de Marina Silva (PSB) migram para a presidente Dilma Rousseff (PT) quando a ex-ministra do Meio Ambiente é substituída pelo governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), na pesquisa Datafolha.
Segundo os dados corretos do instituto, 32% dos eleitores de Marina optam por Campos quando ela não está entre os concorrentes.
No cenário mais provável da disputa, é Campos, portanto, o maior herdeiro das intenções de voto de sua nova aliada, Marina Silva.
O segundo maior contingente dos eleitores da ex-ministra, 23%, votam em branco, nulo ou em nenhum dos candidatos oferecidos no cartão de resposta da pesquisa.
Candidata à reeleição, Dilma fica com 22% dos eleitores marineiros, não com 42%, como diziam a reportagem e o infográfico de domingo.
Já o senador tucano Aécio Neves (MG) herda 16% dos eleitores de Marina, não 21%.
O mesmo exercício pode ser feito no cenário em que o ex-governador de São Paulo José Serra aparece como candidato do PSDB no lugar de Aécio Neves.
Neste caso, Serra passa a ser o maior herdeiro dos eleitores de Marina. O tucano fica com 33% dos que manifestavam voto na ex-ministra. Campos vem logo atrás com 28%. Outros 18% optam pelo voto em branco, nulo ou em nenhum candidato. Dilma fica em último lugar com 17%.
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A leitura equivocada de uma das tabelas produzidas pelo Datafolha gerou o erro da reportagem da Folha na página A4 do domingo.
No texto e nos gráficos daquela edição, os índices apresentados como migração de eleitores de Marina eram, na verdade, as intenções totais de voto de cada candidato.
Promotor quer ouvir Lula sobre caixa dois
O Ministério Público do Distrito Federal quer chamar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para depor em investigação sobre a suposta prática de caixa dois na campanha que o elegeu em 2002.
A investigação foi aberta após denúncia feita no ano passado pelo empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, o operador do esquema do mensalão, que será notificado para depor também.
Eles não serão obrigados a comparecer ao Ministério Público, porque foram chamados como testemunhas. “Devemos chamar os dois, mas não é obrigatória a presença”, disse o promotor Mauro Faria, responsável pelo inquérito na Promotoria Eleitoral.
A informação foi publicada primeiro pela revista “Veja” na edição desta semana. Por meio de sua assessoria, o ex-presidente Lula afirmou que não iria comentar o caso.
Jefferson pede para ficar preso em casa
O primeiro réu do mensalão a apresentar um novo recurso foi o delator do esquema, Roberto Jefferson. Ele voltou a pedir perdão judicial alegando que sua delação foi fundamental para as investigações. Caso não seja possível obter o benefício, a defesa pede que ele vá para prisão domiciliar por estar se tratando um câncer.
Dilma prepara plano para agricultura ‘verde’
A presidente Dilma Rousseff planeja desengavetar nos próximos dias programa de sustentabilidade que atinge em cheio área de militância histórica da ex-senadora Marina Silva (PSB-AC).
Dilma deve se reunir hoje com o ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência) para fechar os últimos pontos do anúncio, que deve ocorrer amanhã, no Palácio do Planalto.
Criado por meio de decreto no ano passado, o Programa Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica está pronto desde junho passado e, mesmo sob pressão de entidades do setor, não havia sido formalmente lançado.
Para Lula, oposição age como nos Estados Unidos
Em entrevista publicada ontem no jornal argentino “Página 12”, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva comparou a oposição brasileira aos integrantes do Partido Republicano, opositores do presidente democrata Barack Obama nos Estados Unidos.
Referindo-se ao fim da CPMF [conhecido como imposto do cheque], derrubado pela oposição no Congresso em 2007, Lula afirmou que Obama enfrenta a mesma resistência dos republicanos ao propor uma reforma no sistema de saúde do país.
“A oposição a meu governo terminou com um imposto [CPMF]. Eram R$ 40 bilhões por ano para a saúde. Acreditavam que iriam me prejudicar. Não foi assim. Saí do governo com aprovação de 87%. O problema é que prejudicaram o povo brasileiro. Se parece com a lamentável intransigência da oposição norte-americana ao projeto de saúde proposto pelo presidente Barack Obama.”
Dilma pede que rivais ‘estudem’, e Marina responde com ironia
Líder nas pesquisas de intenção de voto para 2014, a presidente Dilma Rousseff disse ontem que não está de “salto alto” em relação à eleição, mas recomendou que seus prováveis adversários na disputa “estudem” para ter propostas para o país.
“Acredito que as pessoas que querem concorrer ao cargo têm de se preparar, estudar muito, ver quais são os problemas do Brasil, ter propostas. Eu passo o dia inteiro fazendo o quê? Governando”, afirmou Dilma a emissoras de rádio da região de Itajubá (MG), onde cumpriu agenda oficial.
Em resposta à petista, a ex-senadora Marina Silva (PSB), segunda colocada nas pesquisas para o Planalto, retrucou, horas mais tarde, no Recife.
“Ela [Dilma] deu um conselho de professora. Eu acho que ela dá um conselho muito bom porque aprender é sempre uma coisa muito boa. Difícil são aqueles que acham que já não têm mais o que aprender e só conseguem ensinar”, disse Marina.
Procurador diz que vai investigar Ciro Gomes
Em mais um capítulo das suspeitas sobre o hospital de Sobral (CE), o Ministério Público Federal decidiu investigar o secretário de Saúde, Ciro Gomes, por improbidade.
Na sexta, a Folha revelou que uma auditoria do Ministério da Saúde, solicitada pelo Ministério Público, apontou sumiço de equipamentos.
Ciro convocou representantes do ministério e da imprensa para uma visita ao hospital no sábado, na qual mostrou os equipamentos.
Após a visita, o secretário de gestão estratégica do Ministério da Saúde, Odorico Monteiro, reafirmou que os equipamentos não haviam sido encontrados na auditoria feita em maio.
Jornalismo se corrompeu com acordos, diz Greenwald
O jornalista americano Glen Greenwald, 46, disse que algumas instituições jornalísticas no mundo se corromperam ao fazer acordos com governos, deixando de lado a publicação de histórias de interesse público.
A declaração foi dada ontem pelo jornalista do jornal “The Guardian” na Conferência Global de Jornalismo Investigativo da Abraji. Greenwald ficou conhecido por reportagens sobre os documentos produzidos pela agência NSA dos EUA cedidos pelo ex-espião Edward Snowden.
Investigação de Alckmin sobre cartel patina
Três meses depois de abrir uma investigação sobre a atuação de cartéis em licitações do Metrô e da CPTM, a corregedoria do governo de São Paulo já ouviu 23 pessoas, mas ainda não apresentou nenhuma conclusão sobre a atuação das empresas do grupo ou seu envolvimento com funcionários públicos.
Aberta sem prazo para terminar, a investigação é apresentada pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) como prova de que o Estado foi vítima das empresas do cartel e agora se empenha para esclarecer como elas fraudaram as concorrências do Estado.
Ontem, o PSDB levou à televisão anúncios em que o o governador aborda o assunto. “Nós queremos toda a verdade, somos o maior interessado nisso. Vou fundo nessa história. Punir os culpados”, diz Alckmin na propaganda.
A investigação da corregedoria foi aberta em 15 de julho, um dia depois de a Folha noticiar que a alemã Siemens denunciou ao Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômico) a existência de um cartel formado por ela e outras empresas para disputar contratos em São Paulo e no Distrito Federal.
O Globo
Rumo da economia opõe Dilma e Marina
Ao falar ontem para uma plateia de cerca de 400 pessoas, a maioria empresários e industriais, na inauguração de uma fábrica de transformadores de corrente na cidade mineira de Itajubá, Dilma fez um discurso que parecia voltado às críticas que a ex-senadora Marina Silva fizera na sexta-feira, em encontro fechado promovido pelo banco Credit Suisse, de que estaria abandonando o tripé macroeconômico de metas de inflação, superávit primário e câmbio flutuante. Dilma enfatizou que, apesar da crise econômica internacional, o país seguirá cumprindo as metas de inflação.
— Pelo décimo ano consecutivo, a inflação vai fechar na meta. Nosso compromisso com o rigor fiscal não se alterou, como mostra o fato de termos transitado pela mais grave crise da História desde 1929 com as nossas metas de endividamento sob rígido controle. Hoje, a nossa dívida líquida do setor público sobre o PIB é uma das menores do mundo —- destacou a presidente.
Dilma definiu a oscilação do câmbio como positiva:
— Defendemos e praticamos uma política de flexibilidade cambial, o que tem nos permitido também fazer face a este novo momento em que o mundo transita para uma modificação das políticas monetárias, notadamente da política monetária americana. Isso nos permite procurar sempre dar, dentro da variabilidade cambial, maior estabilidade ao país.
Mensalão: Jefferson quer perdão para não ser preso
Os advogados do ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), condenado a sete anos e 14 dias de reclusão em regime semiaberto no julgamento do mensalão, apresentaram ontem novo recurso para tentar livrá-lo da punição ou, ao menos, diminuir a pena. Eles chegam a dizer que a saúde de Jefferson é tão frágil que, caso seja preso, corre o risco de morrer.
A defesa de Jefferson foi a primeira a entrar no Supremo Tribunal Federal (STF) com os segundos embargos de declaração, um tipo de recurso usado para esclarecer contradições, omissões e obscuridades. No julgamento dos primeiros embargos de declaração, em agosto deste ano, os ministros do STF rejeitaram os argumentos de Jefferson e mantiveram inalterada sua pena. O prazo para apresentar os segundos embargos termina hoje.
Médicos são orientados a pedir votos de pacientes contra Dilma
Em reação à aprovação da medida provisória que criou o programa Mais Médicos, as entidades que representam esses profissionais de Saúde preparam uma ofensiva nacional na campanha de 2014 contra a presidente Dilma Rousseff, sobretudo na população de baixa renda. Segundo o presidente da Associação Médica Brasileira (AMB), Florentino Cardoso, a maior parte dos médicos vai influenciar o eleitorado de forma indireta, sem recorrer à participação partidária. Para ele, o importante é marcar uma posição antigoverno.
— Um número muito grande de médicos que nunca se envolveu em eleições está determinado a se envolver, mas influenciando, não se candidatando. É muito comum os pacientes perguntarem para a gente, em período eleitoral, em quem vamos votar, principalmente nas regiões menos favorecidas. Há um movimento grande da classe médica para participar da política dessa forma. Não é o candidato A ou B, o sentimento é escolher um candidato que, certamente, não será a presidente Dilma — disse.
Promotor é executado em Pernambuco
O promotor Thiago Faria Soares, de 36 anos, foi executado na manhã de ontem, quando se dirigia para o fómm de Itaíba, a 340 quilômetros do Recife. Nascido no Rio, ele estava lotado no Ministério Público da cidade sertaneja desde novembro do ano passado. Thiago viajava em companhia da noiva e de um tio dela, quando teve seu carro interceptado por um Uno escuro. Foram efetuados 40 disparos, dos quais 20 o atingiram, de acordo com a Procuradoria Geral de Justiça.
O crime ocorreu na PE-300, entre Itaíba e Águas Belas, onde é comum a prática de crimes de pistolagem. Os dois outros passageiros do carro do promotor — a advogada Mysheva Freire Ferrão Martins e Adauto Elias Martins, tio dela — não foram atingidos pelos disparos.
O promotor residia na cidade de Águas Belas, a 314 quilômetros da capital. O caso será investigado pela Delegacia de Homicídios. Um helicóptero será usado nas investigações. O governo do estado pediu apoio à Policia Federal e à Polícia Rodoviária Federal.
Lula diz que não será candidato
Antes de visitar a capital argentina, ontem, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva concedeu uma entrevista ao jornal “Página 12”, na qual afirmou, perguntado sobre a filiação de Marina ao PSB, que “devemos respeitar todos os adversários”, mas que “Dilma tem todas as condições para ser reeleita”. 0 ex-presidente defendeu a necessidade de governar com alianças—”Vamos manter nosso governo de coalizão, vamos continuar trabalhando junto com os partidos que nos apoiam”—e voltou a descartar sua candidatura em 2014: “Serei um militante dedicado à presidente porque tenho a convicção de que, assim como meu segundo mandato foi melhor do que o primeiro, o segundo de Dilma também será.”
‘A marca do governo é a do retrocesso, o modelo esgotou’
A ex-senadora Marina Silva (PSB) assumiu ontem um discurso mais agressivo em relação à presidente Dilma Rousseff ao afirmar que a marca do governo da petista é a do “retrocesso” e que a gestão atual trata a economia com negligência “em função da ansiedade política”. Marina defendeu a permanência das conquistas econômicas e sociais instituídas nos governos dos ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva.
Segunda colocada na pesquisa Datafolha de intenção de voto à Presidência, mesmo sem candidatura definida, Marina voltou a defender — como fizera em São Paulo na semana passada — a manutenção do tripé geração de superávit primário, câmbio flutuante e metas de inflação, que estaria ameaçado.
— No que diz respeito à política econômica, temos que reconhecer que as dificuldades mundiais têm a ver com a crise. Mas têm a ver com alguma coisa que vem sendo praticada em função da ansiedade política, a partir do segundo governo de Lula e, sobretudo, no atual governo que, no meu entendimento, está fragilizando a política econômica. Tudo que conquistamos foi em função de termos compromisso com a meta da inflação, mas o seu teto está sendo extrapolado — disse a ex-senadora, em entrevista coletiva.
Aécio critica afastamento de MG
O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), criticou a presidente Dilma Rousseff, que ontem esteve em Itajubá para inaugurar uma fábrica de transformadores de corrente. Para Aécio, ela não fez um “reconhecimento maior” à parceria do governo mineiro com o governo federal para a implementação do empreendimento.
De acordo com nota emitida pela assessoria de Aécio, Dilma se afastou de Minas e não conhece os problemas do estado.
“Se não tivesse se afastado por tantos anos de Minas, a presidente, e não a candidata, talvez estivesse apresentando respostas a essas demandas. Ainda assim, cada visita é uma oportunidade para que ela conheça melhor os desafios e as conquistas dos mineiros”, diz trecho da nota.
Solidariedade rebate denúncia de fraude em assinaturas
O Solidariedade, criado e presidido pelo deputado federal Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força (SDD-SP), quer que Magno Mello, ex-presidente do Sindicato dos Servidores do Poder Público Federal (Sindilegis), seja investigado pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal. O partido questiona a atuação de Mello ao denunciar suposta fraude de assinaturas de associados ao Sindilegis, entregues para apoiar a criação da legenda, que depois foram questionadas pelos próprios servidores. Em nota divulgada ontem, o partido diz que Mello teria tentado “manipular os meios de comunicação para disputar o comando do respectivo sindicato”.
Barbosa não descarta disputar Planalto quando deixar Supremo
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, deixou em aberto a possibilidade de candidatar-se à Presidência da República e disse que é “muito difícil” que continue a ser ministro da Corte até completar 70 anos de idade, quando seria obrigado a se aposentar. Ele afirmou que este não é o momento para pensar no assunto, mas não descartou a hipótese de se lançar ao cargo no futuro. Barbosa deu palestra ontem na 8^ Conferência Global de Jornalismo Investigati-vo, evento organizado pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abra-ji), no campus da PUC-Rio.
O ministro discursou por cerca de 15 minutos e depois respondeu a perguntas de jornalistas. Barbosa falou sobre a necessidade de uma reforma política e analisou a cobertura da imprensa sobre Poder Judiciário, entre outros assuntos.
— Acho difícil, acho muito difícil — disse ele, que tem 59 anos, quando perguntado se seria ministro até os 70 anos.
— Eu não tenho, no momento, nenhuma intenção de me lançar à Presidência da República. Mas pode ser que no futuro, a médio prazo, eu tenha tempo para pensar sobre isso — acrescentou.
Cabral já negocia e pede que PT não deixe cargos no governo
O governador Sérgio Cabral (PMDB) pediu ao presidente nacional do PT, Rui Falcão, que os petistas não entreguem neste momento os cargos que ocupam no governo do Rio de Janeiro. A conversa entre Cabral e Falcão ocorreu por telefone na última sexta-feira, momentos antes da reunião para discutir a saída do PT da administração estadual. O contato feito pelo governador foi revelada pelo próprio Falcão aos petistas, na presença do senador Lindbergh Farias, pré-candidato ao Palácio Guanabara em 2014, e de deputados da legenda, antes do início da reunião da executiva regional do partido. Cabral apoia a pré-candidatura do vice-governador Luiz Fernando Pezão (PMDB).
Segundo petistas presentes ao encontro, Cabral argumentou que não era o momento para o PT entregar os cargos. O motivo seria o de não prejudicar a aliança nacional com o PMDB e, consequentemente, a reeleição da presidente Dilma Rousseff. No telefonema, segundo informou Falcão aos petistas, Cabral teria até falado em apoiar Lindbergh. No entanto, publicamente, Cabral sempre negou essa possibilidade.
Falcão revelou o telefonema de Cabral a um grupo fechado de petistas. Todos combinaram não comentar o assunto em público. Além de Lindbergh, estavam a deputada federal Benedita da Silva, o secretário de Assistência Social e Direitos Humanos do governo Cabral, Zaqueu Teixeira, e os deputados estaduais André Cecili-ano, Inês Pandeló e Gilberto Palmares, entre outros.
Petistas cobram neutralidade do governador do Espírito Santo
Apostando no racha do PSB para enfraquecer a pré-candidatura do governador Eduardo Campos (PE) à Presidência da República, o PT conta com a neutralidade do governador socialista Renato Casagrande, do Espírito Santo, na disputa pelo Palácio do Planalto. Com essa condição, a Executiva estadual petista decidiu ontem manter o apoio à reeleição de Casagrande, de cuja administração faz parte.
Campos, que foi ontem a Vitória, onde conversou com o governador, resolveu fazer vista grossa por enquanto. Nos bastidores, aposta que, adiante, o governador pedirá votos para ele, enquanto os petistas creem que ele se empenhará na reeleição da presidente Dilma Rousseff.
— Não vamos apressar o governador Casagrande, porque ele tem uma situação estadual própria. Não precisa ter pressa, e não há uma receita sobre a questão dos palanques regionais — disse o líder do PSB na Câmara, deputado Beto Albuquerque (RS), que também esteve ontem em Vitória.
Governo troca sistema de e-mail para neutralizar espionagem
O governo mudará por decreto o sistema de e-mails dos órgãos federais para tentar impedir atos de espionagem. O novo formato será fornecido pelo Serviço de Processamento de Dados (Serpro). O sistema estará disponível para uso a partir de novembro, segundo o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo. A medida foi antecipada pela coluna Panorama Político, do GLOBO, na sexta-feira.
O processo de implantação segue até o primeiro semestre de 2014, atendendo 3 milhões de servidores públicos. O governo federal deverá economizar R$ 80 milhões com o não pagamento de licenças para uso de e-mails para empresas privadas. Hoje, cada e-mail aberto em nome de um funcionário custa aos cofres públicos R$ 80.
O sistema do Serpro permitirá a criptografia de canais de tráfego de e-mails e das próprias mensagens. De acordo com o
Serpro, a ferramenta, chamada de “Expresso V3” tomaria o e-mail praticamente inviolável.
A difícil homenagem a Chico Mendes
A bancada ruralista se incomoda com os mínimos detalhes. Agora, o grupo se recusa a dar o nome de Chico Mendes ao pequeno plenário onde funciona a Comissão da Amazônia na Câmara dos Deputados. Os ruralistas, a partir desta legislatura, dominam e são maioria na comissão. O projeto que batiza aquele espaço de Chico Mendes, da deputada Janete Capiberibe (PSB-AP), foi aprovado no plenário da Câmara há cinco meses, e, até agora, a homenagem não se consumou: não foram instalados placa e foto do líder seringueiro, nem houve qualquer celebração, como é de praxe nesse tipo de evento.
Os deputados da Frente Parlamentar da Agropecuária que fazem parte da comissão criticam duramente a escolha do nome de Chico Mendes, assassinado em dezembro de 1988 pelos fazendeiros Darly Alves da Silva e Darly Alves Ferreira, em Xapuri, no Acre. Moreira Mendes (PSD-RO), um dos coordenadores do grupo, chama de infeliz escolha.
— Como conheço bem a história do Chico Mendes, porque sou da região, eu te digo que é uma farsa. Não tem nada a ver essa ideia de dar o nome dele a uma comissão ligada ao desenvolvimento — disse Moreira Mendes.
O deputado e produtor de arroz Paulo César Quartiero (DEM-RR), que resistiu à demarcação contínua de Raposa Serra do Sol, em Roraima, é um dos principais opositores da proposta.
— Essa homenagem é um blefe. Chico Mendes foi um factoide criado pelas ONGs. — disse Quartiero.
Janete Capiberibe, que deixou a comissão há um mês por ter sido destituída da rela-toria do projeto que cria o Conselho Nacional de Política Indigenista, disse que vai lutar
para o cumprimento da decisão do plenário da Câmara.
Tarifas da Copa: Brasil pode ter aéreas estrangeiras
A estratégia de aumentar preços de passagens aéreas na Copa do Mundo pode voltar-se contra as próprias companhias. Com a alta — um bilhete Rio-São Paulo pode custar R$ 2.593 — cresceu no governo a corrente que defende que empresas estrangeiras passem a atuar no Brasil para incentivar a concorrência. O presidente da Embratur, Flávio Dino, informou ao GLOBO que enviará ofício à Secretaria de Aviação Civil (SAC) e ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) propondo um teto para as passagens e a permissão para a livre operação de estrangeiras pelo menos durante a Copa.
Dino explicou que seria uma autorização provisória. Ele defende a liberação permanente para que companhias estrangeiras transportem passageiros entre cidades brasileiras, o que é proibido por lei. A ideia ganhou força nas áreas técnicas do governo, para controlar os preços e melhorar a qualidade dos serviços. Mas o ministro da SAC, Moreira Franco, é contra. Ele informou que tentará negociar com as companhias a redução das tarifas:
— Vamos na busca de uma solução que garanta o princípio da razoabilidade.
O Estado de S. Paulo
Barbosa não descarta ser candidato após aposentadoria
O presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, disse ontem que pensa em se aposentar antes do limite legal de 70 anos e não descartou a possibilidade de entrar para a política e disputar a Presidência da República. Aos 59 anos, o ministro negou a intenção de ser candidato já nas eleições do ano que vem, mas afirmou que, depois de deixar o tribunal, terá tempo para “refletir” sobre o futuro.
As declarações de Barbosa foram dadas no 8.° Congresso Internacional da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), que termina hoje e reúne 1,3 mil pessoas de 87 países na PUC do Rio de Janeiro.
Barbosa fez uma apresentação de 15 minutos sobre o tema “Avanços e retrocessos institucionais no Brasil” e, depois, respondeu a perguntas de jornalistas e da plateia. Diferentemente de outras oportunidades, ele abriu, mesmo cheio de ressalvas, a possibilidade de disputar eleições ao ser questionado sobre um eventual ingresso na política.
“Não tenho, no momento, nenhuma intenção de me lançar candidato apresidente. No futuro, terei tempo para pensar nisso”, disse Barbosa ao ser questionado sobre um eventual ingresso na política. “Nunca cogitei (entrar na política), sempre tive carreira técnica. No dia que eu deixar o tribunal, terei tempo para refletir sobre isso”, completou o presidente do Supremo. Questionado se exerceria o cargo de ministro do STF até os 70 anos – quando há aposentadoria compulsória respondeu: “Acho muito difícil”.
PCC ameaça com ‘Copa do terror’ e PM entra em alerta
O Primeiro Gomando da Capital (PCC) prepara novos ataques caso a cúpula seja transferida para o Regime Disciplinar Diferenciado (RDD) da Penitenciária de Presidente Bernardes, no interior de São Paulo. Diante das novas ameaças.do bando, o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Benedito Roberto Meira, pôs a corporação em estado de alerta.
As ameaças da facção se esten dem a 2014, quando os bandidos prometem uma “Copa do Mundo do terror” e ataques nas eleições. Os planos dos criminosos foram interceptados em te iefonemas recentes flagrados pela inteligência da polícia. Os bandidos afirmam que vão fazer uma greve branca nos presídios se a liderança do PCC for transferida para o RDD. Também dizem que, em caso de reação do governo paulista à greve, criminosos nas ruas vão atacar.
“Passei uma mensagem aos meus homens para que eles redobrem a atenção no atendimento das ocorrências, quando estacionam os carros e no caminho para casa”, afirmou Meira. Em 2012, depois de a facção ordenar ataques a policiais, 106 PMs foram assassinados.
Deputado aponta ‘patrulha’ dos ‘sonháticos’
Um dos responsáveis pela articulação da aliança entre Marina Silva e Eduardo Campos, o deputado federal Walter F eldman (PSB-SP) critica a postura de integrantes da Rede que rejeitam a união de ambos e defende que esses se afastem do projeto.
“Tem debate dentro da Rede que parece coisa do passado mais distante. Tem posturas de patrulha, que não compreende a crítica e trata como pessoal. Não consegue fazer transição para o novo se não tiver muita autocrítica”, afirmou Feldman sobre os chamados “sonháti-cos”, como são conhecidos parte dos apoiadores de Marina.
Segundo ele, quem acreditava que a Rede deveria caminhar sozinha no seu ideal político, deveria retornar ao Movimento Nova Política, que a precedeu. “O que eu acho é que aqueles que imaginavam que a Rede deveria ser sozinha um núcleo transformador da realidade brasileira tem que ir embora. O Movimento Nova Política é uma coisa mais ampla, fora das instituições. Lá cabe tudo. No campo da ação partidária tem outras regras.” O deputado avalia que a Rede é uma parte do Movimento. “É o braço institucional, tem que fazer isso que a Marina fez. Os que acham que não, têm que voltar.”
Assassinato político é resquício de coronelismo, dizem professores
Estudiosos da política brasileira afirmam que os assassinatos motivados por disputa de poder eleitoral, alvo do caderno especial Sangue Político, publicado pelo Estado no domingo passado, mostram resquícios de coronelismo no País. A série de reportagens revelou que, desde a Lei da Anistia, o Brasil registrou 1.133 crimes com motivação política.
“Eu entendo que essa violência é resquício do coronelismo que prevaleceu na história política do Brasil, mesmo depois de a República Velha ter terminado”, afirmou o professor de Ciências Políticas da Escola de Sociologia e Política de São Paulo Aldo Fornazieri. “Somos um país violento. A violência política faz parte desse contexto.”
O argumento de que o País tem a violência em seu DNA também foi usado por outros especialistas. “A violência é um componente da sociedade brasileira desde sempre. Existe essa nossa herança histórica e um processo de democratização que não instituiu na sociedade valores cívicos. À luz disso passamos a compreender esses números bárbaros”, disse o professor de Ciências Políticas da Unesp Milton Lahuerta.
Jornalista diz que outras fontes receberam documentos dos EUA
Documentos inéditos da Agência de Segurança Nacional americana (NSA, na sigla em inglês) foram distribuídos a diferentes pessoas pelo mundo e virão a público caso algo aconteça ao ex-analista da NSA Edward Snowden, responsável por seu vazamento, ou ao jornalista Glenn Greenwald, que publicou parte do material. A informação foi divulgada ontem pelo próprio Greenwald no 8.° Congresso Internacional da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), na PUC do Rio de Janeiro.
“As informações estão nas mãos de outras pessoas”, afirmou Greenwald, no painel “Vigilância e governo secreto”. “Se algo acontecer, os documentos ainda estão d Oponíveis e serão utilizados.”
Ojornalista, que divulgou papéis que comprovam que a NSA interceptou comunicações de vários países – no Brasil, a rede de espionagem teve como alvo a presidente Dilma Rousseff e autoridades do Ministério das Minas e Energia e da Petrobrás afirmou ter quatro ou cinco novas histórias prontas, envolvendo Espanha e França. Ele rebateu críticas por não revelar tudo o que tem de uma vez e disse que os documentos estão sendo trabalhados.
Dilma afirma que adversários têm de ‘estudar muito’
A presidente Dilma Rousseff afirmou ontem que seus prováveis adversários na eleição do ano que vem precisam se preparar e “estudar muito” os problemas do País. Dilma, que não citou o nome de nenhum possível oponente, afirmou ainda que evita tratar da eleição de 2014 não por estar de “salto alto”, já que lidera as pesquisas de intenção de voto divulgadas até o momento, mas porque tem que se dedicar ao cargo.
Ela visitou Itajubá, no sul de Minas, onde participou da inauguração de uma nova unidade da Balteau Produtos Elétricos, indústria destinada à produção de transformadores de energia. Em entrevista a duas rádios locais, a presidente foi questionada sobre a pesquisa Datafolha publicada no fim de semana – segundo o levantamento, num cenário de disputa contra Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB), Dilma venceria no primeiro turno, com 42% das intenções devoto, ante 21% do senador tucano e 15% do governador pernambucano.
Testemunha revela propina em cartel
Um ex-executivo da Siemens afirmou em depoimento ao Ministério Público que houve pagamento de propina para beneficiar a empresa alemã e ou-troas suspeitas de formação de cartel em licitações do sistema metroferroviário paulista.
Até então, havia só a admissão de um esquema de cartel para obter contratos durante os anos de 1998 e 2008, sem a participação de agentes públicos dos governos tucanos que se sucederam no comando do Estado.
O depoimento foi prestado na quinta-feira passada por um dos seis executivos que subscrevem o acordo firmado em maio com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) na qual a Siemens admitiu o cartel.
A testemunha citou dados que podem mudar o cenário da apuração, inicialmente restrita aos acertos prévios entre as multinacionais. Segundo um dos integrantes da força-tarefa montada pelos Ministérios Públicos Estadual e Federal, o depoimento “indicou coisas importantes”.
O conteúdo das declarações está em análise pelas autoridades. As informações obtidas começaram a ser cruzadas com um inquérito policial que contém dados de quebra de sigilo bancário de suspeitos.
Os promotores têm ressaltado que não pretendem conduzir a investigação exclusivamente direcionada para a composição de empresas e preços aj usta-dos à margem da Lei de Licitações. Eles suspeitam que o cartel não teria obtido contratos vantajosos sem pagamento de propinas. Por isso, insistem junto a testemunhas para que revelem pistas sobre a corrupção. O depoimento da semana passada animou os investigadores.
TCM aponta desvio de R$ 19 mi na saúde em SP
Relatório de inspeção do Tribunal de Contas do Município (TCM) aponta desvio de R$ 19,1 milhões numa parceria fechada pela Prefeitura de São Paulo com o Instituto Via Pública em 2006, para implementar e fiscalizar os contratos de gestão da rede municipal de Saúde com Organizações Sociais (OS.s), dos quais quatro já foram julgados irregulares pelo próprio TCM.
O negócio foi firmado pela Secretaria da Saúde no início da primeira gestão do ex-prefeit o Gilberto Kassab (PSD) e se estendeu até março deste ano gra ças a 12 aditivos, que elevaram o valor da parceria de R$ 2,4 milhões para R$ 84,6 milhões, alta de 3.380%.. O Via Pública nega as irregularidades e a gestão Fernando Haddad (PT) informou que já encerrou a parceria.
Segundo o TCM, os desvios ocorreram por meio de sonegação de impostos ÇR$ 9,7 milhões), remuneração indevida | (R$ 7,6 milhões) e diferenças contábeis no saldo bancário da I parceria e na prestação de contas (RjS i,8 milhão). O relatório cobra ressarcimento do valor corrigido aos cofres públicos. Os técnicos do TCM estão finalizando a auditoria antes de o termo de parceria ser levado a julgamento no plenário.
Correio Braziliense
Professores nas ruas, Planalto em alerta
Cinco meses depois dos protestos contra o aumento de R$ 0,20 nas passagens de ônibus em São Paulo, é a hora da falta de estrutura da educação pública criar um rastilho de pólvora para assombrar governadores e prefeitos e deixar o Palácio do Planalto em estado de alerta. Sindicatos de trabalhadores na área de educação vão aproveitar as comemorações hoje do Dia do Professor para fazer manifestações em todo o país. No Vale do Anhangabaú, em São Paulo, 20 mil pessoas são esperadas para protestar e assistir a um show de Martinho da Vila. Em Mato Grosso, os professores estão acampados na frente da Assembleia Legislativa. Na capital federal, a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) está acampada em frente ao Congresso desde o fim de agosto. “É um dia para cobrar mais respeito pela escola pública, o que pode gerar momentos de tensão”, afirmou ao Correio o presidente da CNTE, Roberto Franklin de Leão.
Leão lembra que cada unidade da Federação tem uma pauta específica e afirma que não há interesse em radicalizar o movimento, a exemplo dos graves incidentes ocorridos nas manifestações de professores no Rio de Janeiro. “Não há nenhum interesse nosso em sair por aí quebrando as coisas. Mas é claro que o clima pode esquentar, pois já percebemos a total incapacidade dos governantes estaduais e municipais em negociar”, disse o presidente do CNTE.
Marina sobe o tom e critica o governo
Recém filiada ao PSB, a ex-senadora Marina Silva imprimiu um discurso duro ontem contra a presidente Dilma Rousseff (PT). De passagem pela capital pernambucana, Marina disse que a contribuição dada por Dilma ao Brasil tinha sido única: a de mostrar que o atual modelo de governabilidade, baseado no “toma lá da cá” se esgotou. Na avaliação da ex-senadora, a petista não conseguiu vencer a guerra contra o fisiologismo e continua prometendo a criação de ministérios para abrigar os “insaciáveis” da base aliada. “Eu tenho dito que torço para que Dilma deixe sua marca, mas, por enquanto, a marca tem sido a do retrocesso. O modelo de governabilidade é a denúncia mais contundente de que isso não pode continuar. Isso é insustentável”, afirmou.
Marina falou sobre o que chama de “retrocesso” numa entrevista coletiva de uma hora e 14 minutos, no Mar Hotel, na Zona Sul do Recife, curiosamente o mesmo onde o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ficava hospedado quando estava em Pernambuco. Ela preservou Lula, mas não poupou Dilma e os partidos integrantes da aliança governista. “Agora, depois desse movimento que fizemos com o PSB, já existe um grupo de pessoas fazendo chantagem com a presidente, dizendo que ela precisa fazer afagos com esses insaciáveis, buscadores de pedaços de Estado. Isso é insuportável. Então, eu acho que ela cumpriu esse papel: de dizer que esse modelo não tem mais para onde ir, é preciso que algo aconteça.”
Governo tranquilo para manter os vetos
Os parlamentares analisam hoje à noite, em sessão do Congresso Nacional, mais cinco vetos feitos pela presidente Dilma Rousseff a projetos aprovados no Legislativo este ano. São casos de diferentes áreas que envolvem desde direito à indenização de auditores da Receita Federal e de policiais federais e rodoviários que trabalham em área de fronteira, transformação de cargos da carreira da Previdência, Saúde e Trabalho em cargos de analista até incentivos tributários a produtores de etanol. A votação é feita em cédulas de papel e os resultados costumam começar a sair na madrugada do dia seguinte, após análise de técnicos da Secretaria Especial de Informática do Senado (Prodasen).
O governo tem conseguido obter vitórias em muitas das votações feitas nas últimas sessões, inclusive em matérias polêmicas, como no caso do veto que impediu o fim da multa adicional de 10% sobre o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) para demissões sem justa causa. O governo costuma alegar inconstitucionalidade para barrar as matérias. Muitas delas, também, caso entrassem em vigor, onerariam ainda mais os cofres públicos. Para derrubar um veto, é preciso que 257 deputados e 41 senadores votem contra.
PSL filia mulher de Cachoeira
A mulher do bicheiro Carlinhos Cachoeira, Andressa Mendonça, de 31 anos, está colocando em prática o plano de entrar para a política. Andressa se filiou ao PSL em Goiás e já se planeja se candidatar nas eleições de 2014. Embora a empresária garanta que hoje não é candidata e que ainda não discutiu o assunto com o marido, a proposta é antiga. O partido espera vê-la concorrendo a uma vaga na Cãâmara dos Deputados. No ano passado, a assistente social de formação disse a amigos que lutaria para a legalização dos jogos de azar e o combate à corrupção. Apesar da bandeira, Andressa foi protagonista de um escândalo, acusada de tentar chantagear um juiz.
Na época em que Cachoeira estava preso sob acusação de comandar um esquema de jogo ilegal — revelado pela Operação Monte Carlo —, Andressa foi denunciada pelo Ministério Público Federal por tentar ameaçar o juiz Alderico Rocha Santos em troca da liberdade do marido. A denúncia chegou a ser confirmada pelo MP. Segundo a acusação, Andressa entregou ao juiz um pedaço de papel com o nome de três conhecidos do magistrado e teria deixado claro que tinha um dossiê com informações sobre Alderico Rocha Santos. O magistrado entendeu a ameaça como corrupção ativa, prevista pelo Código Penal, e acionou a Polícia Federal. Andressa pagou fiança de R$ 100 mil à Justiça Federal, em agosto do ano passado, para não ser presa.
Força-tarefa em SP para controlar facção
O governador Geraldo Alckmin (PSDB) anunciou ontem uma série de medidas para combater o crime organizado, três dias após a divulgação da investigação do Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP), que expôs detalhes sobre o funcionamento do Primeiro Comando da Capital (PCC), maior facção criminosa do país, com mais de 11.400 membros no Brasil, Bolívia e Paraguai. “O PCC é uma realidade e tem de ser enfrentado. É o que estamos fazendo”, garantiu o secretário da Segurança Pública, Fernando Grella Vieira.
A primeira reação ao PCC já estaria em curso, uma força-tarefa para obter informações de inteligência, com membros das polícias Civil e Militar, e das secretarias da Segurança Pública e de Administração Penitenciária. Além disso, uma equipe da corregedoria investigará as denúncias de policiais envolvidos com o PCC e, por fim, bloqueadores de sinal de celular deverão ser instalados em 23 presídios do estado, ainda em 2013. “Esperamos concluir o processo licitatório, que é obrigatório por lei, agora em novembro e, em dezembro, já começarmos a ação dos bloqueadores de celulares, iniciando pelas penitenciárias de maior segurança”, afirmou o governador.
Governo faz da Geap o superplano do servidor
O governo decidiu, mediante decreto presidencial, transformar a Fundação de Seguridade Social (Geap), que está sob intervenção da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), em um superplano de saúde do funcionalismo. O convênio será firmado exclusivamente pelo Ministério do Planejamento e abrangerá servidores da União, das autarquias e das fundações. A meta é restringir ao máximo o número de operadoras, que hoje proliferam pelo setor público — são 34. Muitas estão em situação quase falimentar e podem deixar mais de 2,7 milhões de pessoas sem atendimento.
A Geap, que está com patrimônio negativo de R$ 56,8 milhões, atende, atualmente, 600 mil conveniados. Pelo decreto, publicado em 8 de outubro, os servidores só poderão ter um plano de saúde gerido por uma empresa que atenda o funcionalismo. Ou seja, quem, por exemplo, está hoje na problemática Fundação Assistencial dos Servidores do Ministério da Fazenda (Assefaz) só poderá migrar para a Geap se abrir mão do antigo plano. É que o governo subsidia parte do valor da mensalidade, ajuda que varia entre R$ 82,83 e R$ 167,70 por pessoa, de acordo com o salário do funcionário. Essa fatura já passa de R$ 3 bilhões por ano.
Outros assuntos destacados nos jornais já publicados pelo Congresso em Foco:
Abert denuncia 136 casos de agressão à imprensa
Joaquim Barbosa se posiciona contra censura às biografias
Dilma sobre 2014: “Preocupação é governar”