O Estado de S. Paulo
Dilma vai à TV, mas não sobe, indica Vox Populi
Pesquisa do instituto Vox Populi, feita a pedido da revista IstoÉ, mostra o governador José Serra (PSDB) na liderança da corrida presidencial, com 39% das intenções de voto. Em segundo lugar, empatados tecnicamente, aparecem Dilma Rousseff (PT), com 18%, e Ciro Gomes (PSB), com 17%.
É a primeira pesquisa feita após o programa partidário do PT, exibido no dia 10 em rede de rádio e TV e centrado nas figuras de Dilma e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O desempenho da petista não variou em relação a outro levantamento do Vox Populi, feito dias antes de o PT ocupar o horário nobre da televisão por 10 minutos.
Ex-candidato, Aécio supera ministra e mostra viés de alta
Do ponto de vista da intenção de voto, Aécio Neves (PSDB) tem motivo para desistir de ser candidato a presidente? Não. O governador é menos conhecido que Dilma Rousseff (PT), mas, mesmo assim, aparece à frente dela na pesquisa Vox Populi/IstoÉ. Ele tem 24% das intenções de voto, contra 17% da ministra, no cenário que inclui ainda o “socialista” Ciro Gomes (23%) e a ”verde” Marina Silva (11%).
Aécio é conhecido por 53% do eleitorado, porcentual levemente inferior ao grau de conhecimento da ministra (57%). Considerando-se só os eleitores que dizem conhecer José Serra, Dilma e Aécio, a vantagem do mineiro se amplia: 32% contra 20% da petista.
Chapa puro-sangue do PSDB reflete ”sentimento nacional”, defende FHC
Um dia após o governador de Minas, Aécio Neves (PSDB), desistir da corrida pelo Palácio do Planalto, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso disse que o mineiro “não fechou a porta” para composição numa chapa puro-sangue liderada pelo governador de São Paulo, José Serra. FHC afirmou, no entanto, que esse assunto ainda deverá ser debatido com Aécio.
“O governador Aécio nega (que venha a aceitar a vice), mas não fechou a porta. Eu preciso conversar com ele porque não quero criar uma situação que dificulte”, afirmou o ex-presidente ao Estado. De acordo com o tucano, há um “sentimento nacional” a favor da unidade entre os governadores. “Hoje (ontem) independentemente de qualquer pessoa ter dito qualquer coisa a esse respeito, toda mídia fala disso. Acho que há um sentimento nacional nessa direção.
”Minha prioridade é governar”, insiste Serra
As previsões feitas por aliados sobre a postura do governador de São Paulo, José Serra (PSDB), diante da desistência de Aécio Neves de disputar a Presidência se confirmaram ontem. Em sua primeira aparição pública após a reviravolta no tucanato, Serra disse que não se sente pressionado para acelerar uma definição sobre candidatura e que caberá ao partido escolher o momento oportuno para apresentar seu candidato ao Palácio do Planalto em 2010. “Eu estou no governo de São Paulo, minha prioridade é governar São Paulo. Decisões a respeito de candidatura serão tomadas oportunamente pelo partido, mas eu vou continuar concentrado no meu trabalho”, afirmou, repetindo um discurso que vem fazendo desde o início deste ano.
Perguntado se estaria transferindo para o PSDB a definição de uma data para o anúncio da candidatura dele, Serra explicou-se: “O partido ao seu tempo vai tomar uma decisão, naturalmente ouvindo todo mundo, inclusive aqueles diretamente envolvidos”, comentou, rindo.
No Twitter, tucano ignora colega
Dono de um dos microblogs mais populares do Twitter no Brasil, o governador José Serra ignorou em sua página na internet o principal assunto da política nacional das últimas 24 horas: a desistência de Aécio Neves de disputar a Presidência. Não foi por falta de pedidos de seus seguidores, porque muitas mensagens foram enviadas ao governador sobre o assunto. Entre anteontem e ontem, Serra escreveu nove mensagens em que falou de vários assuntos, de sua viagem a Copenhague para a conferência da ONU para questões climáticas a compromissos públicos, mas nenhuma palavra sobre eleição. Diante do assédio dos internautas, Serra lamentou ontem a interlocutores não ter tido a ideia de publicar no blog a nota oficial com comentários sobre a atitude de Aécio distribuída à imprensa anteontem à noite.
Decisão de mineiro põe Ciro na mira de PSB e PT
decisão do governador de Minas, Aécio Neves (PSDB), de sair da corrida presidencial transformou o deputado Ciro Gomes (PSB-CE) em alvo imediato de pressões. De um lado, o PSB viu no anúncio do tucano a chance intensificar o discurso em favor da candidatura ao Planalto. Do outro, o PT abandonou o tom paciente e decidiu cobrar do deputado uma definição sobre seu destino político, seja a corrida presidencial ou a disputa para o Palácio dos Bandeirantes.
No PSB, a notícia alimentou o discurso de que Ciro agora tem a chance de atrair votos mineiros, graças à sua aproximação com Aécio nos últimos meses. Colegas do deputado reconhecem que persiste o desafio de ampliar o leque de alianças para a eleição, mas avaliam que Ciro só ganhou. “Ele foi o maior beneficiado pela desistência de Aécio”, disse o líder do PSB na Câmara, Rodrigo Rollemberg (DF).
A linguagem particular de Aécio
Versado na novilíngua da política mineira, o governador Aécio Neves – parafraseando o termo orwelliano duplipensar – dupliagiu: daqui para diante protagonizará o papel, aparentemente contraditório, de postulante à Vice-Presidência, à Presidência e ao Senado. Para Aécio, e seu vocabulário peculiar, estar longe pode significar estar no centro, derrota pode ser sua única chance de vitória.
Na tradução livre que a cúpula do PSDB fez do gesto, a saída de cena de Aécio é tão somente a senha para seu ingresso mais adiante no palco como vice-presidente na chapa puro-sangue tucana encabeçada pelo governador José Serra. Para Aécio, é questão de sobrevivência.
Comissão indicia Agaciel Maia
comissão do processo disciplinar encarregada de apurar o escândalo dos atos secretos do Senado deu um passo decisivo para a demissão do ex-diretor-geral da Casa Agaciel Maia a bem do serviço público, ao determinar seu indiciamento por improbidade administrativa. O ex-diretor foi citado ontem pela comissão. Na segunda-feira, começa a contar o prazo de 20 dias para ele se defender.
Iniciado em junho, com a instalação de uma sindicância, os trabalhos apontam o ex-diretor como o “coordenador” da reiterada prática de não divulgar ou de retardar a divulgação de atos administrativos em interesse próprio ou de terceiros. Como mostraram as reportagens do Estado, os atos que deveriam ser inseridos nos Boletins Administrativos de Pessoal (BAP), foram utilizados em sigilo para distribuir privilégios nos últimos nove anos, sobretudo na segunda gestão do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), de 2003 a 2005, e na do ex-presidente Renan Calheiros (PMDB-AL), em 2006 e 2007.
Raupp perde no julgamento, mas STF adia decisão
O Supremo Tribunal Federal (STF) adiou ontem a decisão de abrir um processo criminal contra o senador Valdir Raupp (PMDB-RO), quando o resultado do placar desfavorável ao congressista estava para ser proclamado na corte. Depois que todos os ministros já tinham votado, e o placar indicava a abertura da ação por 6 votos a 5, a ala derrotada no julgamento, tentou, sem sucesso, convencer um dos 6 favoráveis à abertura do processo a mudar o voto. A reversão de apenas um voto levaria a denúncia para o arquivo. Como nenhum desses ministros se dispôs a modificar sua opinião, um impasse foi instalado.
O próprio relator, Joaquim Barbosa, então, pediu o adiamento do julgamento. Mas avisou que parte das acusações contra Raupp prescreverá na próxima semana. O STF entrou em recesso ontem e somente voltará a se reunir para sessões de julgamento em fevereiro.
”Reconheço que imagens são fortes”
Acuado e abandonado politicamente, o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (sem partido), tenta minimizar o impacto da crise do “mensalão do DEM” com visitas solitárias a obras de seu governo. Ontem, ao aparecer na construção da nova rodoviária, ele admitiu, em uma rápida conversa com o Estado, o estrago causado pelo vídeo em que recebe, em 2006, R$ 50 mil das mãos de Durval Barbosa, seu ex-secretário de Relações Institucionais. “Eu reconheço que, num primeiro momento, as imagens são fortes e ruins”, afirmou.
Nem as escapadas solitárias para as obras ajudam Arruda a esquecer da crise política: a nova rodoviária, avaliada em R$ 45 milhões, é tocada pela construtora do empresário José Celso Gontijo, flagrado em vídeo distribuindo propina durante o governo de Arruda. Esse contrato foi fechado pelo ex-secretário de Obras Márcio Machado (PSDB), responsável por uma planilha de caixa 2 da campanha de Arruda, revelada pelo Estado.
Fernando Sarney anuncia que desistiu da censura ao ”Estado”
O empresário Fernando Sarney anunciou ontem a desistência da ação contra o Estado de S. Paulo, mas a censura ao jornal permanece em vigor. Por meio de nota à imprensa, ele afirma, em texto de onze linhas, ter encaminhado à Justiça sua renúncia ao processo que há 141 dias provocou o decreto de mordaça, baixado em 31 de julho pelo desembargador Dácio Vieira, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJ-DF).
O pedido de desistência – nove dias depois de o Supremo Tribunal Federal (STF) ter arquivado reclamação do jornal contra a censura sem decidir sobre o mérito – foi comunicada ontem mesmo ao TJ-DF, poucas horas antes do início do recesso do Judiciário. Entre 20 de dezembro e 6 de janeiro os trabalhos forenses ficam interrompidos, salvo em situações excepcionais e de urgência atendidas pelo plantão judicial. Até lá, a censura continua de pé. Apenas depois desse período o jornal vai se manifestar sobre a sua concordância ou não com o pedido de desistência.
Íntegra da carta de Fernando Sarney à ANJ
Em respeito à ANJ, da qual o jornal O Estado do Maranhão, que dirijo há mais de três décadas, é associado, quero comunicar-lhe decisão que acabo de tomar em relação ao litígio que mantenho, na esfera da Justiça, em defesa dos meus direitos de cidadão, com o jornal O Estado de S. Paulo.
Como é de amplo conhecimento público, houve vazamento criminoso do teor de investigações da Polícia Federal, das quais sou alvo em razão de um empréstimo que tomei, registrado em cartório e já resgatado por mim, e pelo qual fui grampeado por mais de oito meses. Orientado por meus advogados, recorri à Justiça em defesa dos meus direitos pessoais, quais sejam, minha privacidade, minha imagem e minha honra, que estavam sendo flagrantemente violados pelo jornal O Estado de S. Paulo, ao divulgar diálogos protegidos por sigilo processual – o que constitui crime.
Em nota, ANJ afirma que mordaça ao jornal afronta direito à informação
Associação Nacional de Jornais (ANJ) manifestou, ontem, em nota, que “sempre se posicionou contra essa ação de censura prévia, que afrontava o direito da sociedade ser livremente informada”.
No documento, assinado pela presidente da entidade, Judith Brito, a ANJ expressa a sua satisfação com a proposta de desistência, por parte do empresário Fernando Sarney, da ação movida contra o Estado que resulta, desde 31 de julho, na censura à divulgação de informações sobre a Operação Boi Barrica, da Polícia Federal.
Folha de S. Paulo
PSDB lança ofensiva para convencer Aécio a ser vice
Um dia após o governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), desistir da sua pré-candidatura à Presidência, os tucanos já lançaram uma ofensiva para tentar convencê-lo a aceitar a vaga de vice na chapa encabeçada pelo governador José Serra (SP) ou, na pior das hipóteses, a se engajar numa eventual candidatura Serra.
Até agora, Aécio dá indicações de que deve se candidatar ao Senado. Mas os resultados das duas últimas eleições presidenciais indicam que seu engajamento será fundamental em uma eventual campanha presidencial de Serra. Os números farão parte da estratégia de convencimento a Aécio.
Chapa pura é “extremamente difícil”, diz Guerra
O presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), disse ontem em Recife que acha “extremamente difícil” a construção de uma chapa puro-sangue encabeçada pelos governadores José Serra (SP) e Aécio Neves (MG) para a disputa da Presidência em 2010.
“Prefiro não trabalhar com essa hipótese”, afirmou o líder tucano, sugerindo que Aécio deverá mesmo buscar uma vaga no Senado.
Cúpula tucana dá início à campanha de Serra
O comando do PSDB deu ontem a largada na campanha do governador de São Paulo, José Serra, à Presidência. Enquanto Serra negava ser alvo de pressão e insistia que sua “prioridade é governar” o Estado, tucanos e democratas disparavam telefonemas para que fosse deflagrada a candidatura.
Com o anúncio da desistência do governador de Minas, Aécio Neves, tucanos diziam-se confortáveis para lançar o nome de Serra. No partido, a avaliação é que -ainda que negue a candidatura- ele estará liberado para patrocinar a montagem de palanques nos Estados.
Aécio começa peregrinação para eleger vice
Depois de desistir de sua pré-candidatura à Presidência, o governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), começa hoje a colocar em prática o que diz ser a sua prioridade zero no momento: fazer do seu vice, o tucano Antônio Anastasia, seu sucessor.
O mineiro leva Anastasia a tira colo a dois municípios nos rincões de Minas para inaugurar obras.
Construtora pede apuração de vazamento
A construtora Camargo Corrêa pediu à Justiça Federal a abertura de um inquérito para apurar o vazamento de informações da Operação Castelo de Areia, deflagrada pela Polícia Federal, que investiga supostas remessas ilegais da empresa para o exterior e doações “por fora” a partidos e políticos.
Na petição, entregue no último dia 10 ao juiz federal Fausto De Sanctis, da 6ª Vara Criminal de São Paulo, o advogado Celso Vilardi diz que, “estarrecido”, só ficou sabendo da conclusão do relatório da Polícia Federal por meio da imprensa.
Vereadores Jooji Hato e Paulo Frange são cassados em SP
A Justiça Eleitoral cassou os mandatos dos vereadores de São Paulo Jooji Hato (PMDB) e Paulo Frange (PTB) por supostamente terem recebido em 2008 doações ilegais da Associação Imobiliária Brasileira -acusada de ser uma fachada do Secovi- e de empresas do consórcio Viaoeste, concessionário de serviços públicos. A lei impede doações eleitorais de sindicatos e concessionárias. Se eles recorrerem, devem ter a execução da pena suspensa até a decisão de 2ª instância.
Arruda favoreceu filhos de peemedebista
Na relação dos beneficiados com repasses milionários de recursos públicos sem licitação na área de publicidade do Distrito Federal, está uma empresa registrada em nome de dois filhos do deputado federal Tadeu Filippelli, cacique do PMDB na Câmara dos Deputados e presidente da sigla no DF.
A Aerochannel tem Bruno e Roberto Filippelli entre os sócios e ganhou cerca de R$ 4 milhões entre 2007 e 2009 para divulgar vídeos do governo do DF em aeroportos. Os repasses atingiram cifras milionárias à medida que o deputado Tadeu Filippelli se aproximou politicamente do governador José Roberto Arruda (ex-DEM).
Deputado diz que nunca se envolveu com a empresa
O deputado Tadeu Filippelli (PMDB-DF) disse que seus filhos são sócios oficiais, têm formação no ramo e são clientes de mais de 40 agências de publicidade: “Eu os proíbo de visitarem políticos, intermediarem mídia. Eles são do ramo”. Ele afirmou que nunca se envolveu com os negócios da empresa.
Responsável pelos contratos de publicidade do governo do Distrito Federal, o secretário de Comunicação, Weligton Moraes, disse desconhecer que a Aerochannel pertence aos filhos do deputado federal Tadeu Filippelli.
Filho de Sarney desiste de ação contra jornal
O empresário Fernando Sarney, filho do senador José Sarney (PMDB-AP), anunciou ontem ter desistido da ação que mantém “O Estado de S. Paulo” há 141 dias sob censura. Disse que tomou a decisão em nome da liberdade de imprensa.
Em julho passado, a pedido do empresário, o Tribunal de Justiça do Distrito Federal concedeu liminar proibindo o jornal de publicar informações sobre a Operação Boi Barrica, da Polícia Federal, que tem em Fernando Sarney um dos investigados. O empresário foi indiciado por formação de quadrilha e lavagem de dinheiro.
Promotoria apura denúncia de ex-diretor da Universal morto
O Ministério Público de São Paulo vai investigar o conteúdo do depoimento prestado pelo ex-diretor da Igreja Universal Waldir Abrão, 81, que morreu oito dias após ter relatado que teve seu nome usado em supostos empréstimos fraudulentos.
Abrão registrou declaração em SP, como preparativo para uma ação de indenização que moveria contra a igreja. Seis dias mais tarde, em 24 de novembro, foi achado ferido no prédio em que vivia, no Rio. Morreu depois, no hospital.
Flagrado em 2004, Waldomiro é condenado por improbidade
Protagonista do primeiro escândalo de corrupção do governo Lula, em 2004, o ex-assessor da Presidência da República Waldomiro Diniz foi condenado pela Justiça Federal por improbidade administrativa.
Em decisão de primeira instância, o juiz José Márcio da Silveira e Silva, de Brasília, condenou Waldomiro a pagar multa de cerca de R$ 50 mil, mais R$ 5.000 de custas de advocacia, por considerar que ele se valeu “de importante posição pública para patrocinar interesses escusos e particulares” ao negociar a renovação de contrato da Caixa Econômica Federal com a empresa Gtech para prestar serviços de loteria.
Confecom não atinge a mídia, afirmam empresa e ministério
Participante ativo da 1ª Conferência Nacional de Comunicação, o vice-presidente da Rede Bandeirantes, Walter Vieira Ceneviva, discorda de que o encontro tenha aprovado propostas que ameacem as empresas de comunicação e a liberdade de imprensa.
Segundo ele, “”houve uma tentativa importante e organizada de garrotear a imprensa, mas foi derrotada”. Diz que as propostas que estão sendo apontadas como ameaça à mídia são inócuas ou foram mal redigidas e, por isso, geram interpretações erradas.
Correio Braziliense
O Planalto agradece
A desistência do governador de Minas Gerais, Aécio Neves, da disputa presidencial abriu caminho para a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT), consolidar uma ampla aliança em torno de sua candidatura e reforçar a ideia da eleição plebiscitária, como quer o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Com o governador paulista José Serra (PSDB) como o titular da vaga oposicionista, PP, PR e PTB, por exemplo, veem poucos empecilhos para emprestar apoio à petista.
Seja por convicção ou a fim de aumentar o cacife na negociação com Dilma e Lula, esses três partidos flertavam com uma eventual candidatura do governador mineiro e colocavam obstáculos para declarar apoio a Dilma. Engrossavam a lista setores do PMDB, legenda da qual Aécio saiu antes de migrar ao ninho tucano. A discussão agora é sobre o ritmo e a fatura a ser apresentada nas negociações realizadas com o Palácio do Planalto.
Serra opta pelo silêncio
O governador e pré-candidato à Presidência da República, José Serra (PSDB), disse ontem ao presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, deputado Barros Munhoz (PSDB), que, apesar da pressão do partido para se lançar logo candidato oficial, ele só vai deixar o governo de São Paulo em março, quando vence o prazo legal estipulado pela Justiça Eleitoral. Ontem, o tucano não falou publicamente sobre a desistência do governador de Minas Gerais, Aécio Neves, de concorrer ao Planalto.
De acordo com Munhoz, Serra sabe lidar com a pressão que o partido faz para ele assumir logo que é o pré-candidato oficial. “O Serra me disse que não é preciso fazer um anúncio para comunicar que ele é o nosso pré-candidato. E ele está certo. Isso ocorrerá com o tempo, naturalmente”, ressalta o deputado. Em sua avaliação, a melhor forma para o tucano demonstrar ser pré-candidato é exercendo o cargo de governador no Palácio dos Bandeirantes.
Ex-assessor da Casa Civil acaba condenado
A Justiça Federal condenou o ex-assessor da Casa Civil Waldomiro Diniz por improbidade administrativa. O juiz José Márcio da Silveira e Silva, da 7ª Vara do Distrito Federal, determinou que o ex-assessor de José Dirceu pague multa equivalente a cinco vezes a remuneração à época dos fatos, além dos custos processuais fixados em R$ 5 mil. A Casa Civil não informou o valor do salário de Waldomiro e nem do atual ocupante do cargo. Ainda cabe recurso da decisão.
O ex-assessor foi flagrado em vídeo negociando o pagamento de propina com o empresário do ramo de jogos Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. A gravação foi feita em 2002, quando ele estava na Loteria do Estado do Rio de Janeiro (Loterj). No vídeo, Waldomiro aparecia pedindo dinheiro para financiar campanhas eleitorais de candidatos fluminenses. Após a divulgação do vídeo, ele foi exonerado do cargo e o episódio deu origem à CPI dos Bingos.
Anastasia, o principal beneficiário de Aécio
O anúncio da desistência da pré-candidatura do governador Aécio Neves (PSDB) à Presidência da República tem um beneficiário direto, que a partir de hoje começará a colher os frutos da decisão: o vice-governador Antônio Augusto Anastasia, que poderá ter a candidatura ao governo do estado turbinada pela companhia de Aécio em suas viagens pelo estado. Ainda sem deixar claro se seguirá como candidato ao Senado ou se o projeto à Presidência está, de fato, sepultado, Aécio começa uma nova etapa de sua estratégia para 2010. Na companhia do vice-governador e aliado, inaugura hoje à tarde obras em municípios do norte de Minas e do Vale do Jequitinhonha.
A escolha das cidades a serem visitadas tem relação direta com a decisão anunciada durante a semana: Aécio viaja a Setubinha, no Vale do Jequitinhonha, para celebrar a inauguração de 44 quilômetros de asfalto até Novo Cruzeiro, município marcado como ponto de partida de suas primeiras campanhas políticas, quando foi candidato a deputado federal. “Em Novo Cruzeiro tive logo na minha primeira eleição para deputado um apoio fundamental. A partir daqui, construí apoios em toda a região”, disse o governador em 2006, durante a inauguração de obras na cidade, naquele que ficou marcado como um dos primeiros atos da campanha à reeleição para o governo de Minas. A região também era o principal reduto.
O Globo
Mensalão do PT só será julgado em 2011
O processo sobre o mensalão do PT , que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF), chegou à reta final. Na semana passada, a Justiça acabou de ouvir os depoimentos de todas as testemunhas de defesa que moram no exterior.
Ao todo, das mais de 600 testemunhas designadas pelos réus, no Brasil e em outros países, falta colher o depoimento de apenas 24, distribuídas em sete estados brasileiros. O depoimento das testemunhas foi a etapa mais demorada do processo.
A próxima fase será a realização de diligências. Em seguida, o relator, ministro Joaquim Barbosa, vai dedicar cerca de um ano à elaboração de seu voto. A expectativa é de que o julgamento final ocorra em 2011.
Aécio mergulha na campanha em Minas
O governador de Minas, Aécio Neves (PSDB), manteve ontem o campo aberto para especulações sobre seu rumo político.
Um dia depois de anunciar que desistiu de disputar a Presidência , manteve silêncio sobre uma eventual candidatura ao Senado, a possibilidade de ser vice na chapa encabeçada por José Serra ou mesmo a retomada do projeto presidencial, em caso de recuo do governador paulista.
Por ora, o tucano mergulha em seu estado. Neste sábado, inaugura obras pelo interior ao lado do vice, Antônio Augusto Anastasia, pré-candidato ao Palácio da Liberdade.
De manhã, Aécio anunciou a ampliação da fábrica da Helibras em Itajubá (MG), onde serão fabricados, até 2016, 50 helicópteros para as Forças Armadas, ao custo de 1,89 bilhão de euros.
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