O Globo
Dilma exige retratação e Lupi pede desculpas
A segurança e a galhofa da véspera, quando o ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, desafiou a presidente Dilma Rousseff e disse que duvidava de sua demissão, e que só sairia “abatido à bala”, foram substituídas pela humildade na quarta-feira.
As declarações do ministro, com apoio do seu partido, o PDT, causaram enorme mal-estar no governo. Dilma exigiu uma retratação pública de Lupi. Após levar uma reprimenda da ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, que o chamou ao Palácio do Planalto para repassar recado da presidente de que quem demite na Esplanada é ela, Lupi fez um mea culpa.
E o PDT amenizou a ameaça de deixar o governo, se o ministro cair.Mesmo com a retratação, o destino de Lupi já foi selado: segundo interlocutores de Dilma, ele sairá do governo no início do ano que vem, quando será feita a primeira reforma ministerial do governo.
Ficha Limpa com ressalvas
O STF começou ontem a julgar se a Lei da Ficha Limpa valerá em 2012. O relator, ministro Luiz Fux, defendeu a aplicação da lei, com ressalvas: uma delas é a de que o político só ficará inelegível se renunciar ao mandato após a abertura de seu processo de cassação. Joaquim Barbosa pediu vista e interrompeu o julgamento. Ele disse que vai esperar a posse da nova ministra do STF, Rosa Weber, ainda sem data marcada.
Leia também
DRU: 2º turno na Câmara será só no dia 22
Após a vitória folgada na madrugada de ontem, com a aprovação, pelos deputados, do texto principal da prorrogação da Desvinculação de Receitas da União (DRU) até 31 de dezembro de 2015, o governo pretendia encerrar a tramitação da proposta na Câmara, atropelando prazos regimentais. Mas, receosos de que o Supremo Tribunal Federal concedesse liminar a uma ação da oposição desautorizando mudança nos prazos, os líderes governistas entraram num impasse e suspenderam a estratégia. A votação do 2º turno só deverá ocorrer mesmo em 22 de novembro, o que pode dificultar a aprovação da DRU também pelo Senado até o fim de dezembro. Os senadores terão pouco tempo para analisar a proposta.
A DRU é um mecanismo que autoriza o governo a mexer livremente em 20% do Orçamento da União, considerado essencial pelo Planalto com a crise global. A autorização atual vence em 31 de dezembro e, para continuar em vigor a partir de 2012, tem de ser aprovada ainda este ano. Em 2012, a DRU envolverá recursos de R$64 bilhões.
Após longo dia de discussão no plenário da Câmara, às 21h15m a base governista avaliava o risco de encerrar o primeiro turno, com a votação dos destaques, tentar atropelar prazos e partir imediatamente para a votação do segundo turno. O problema é que, sem a votação ontem do segundo turno, isso só ocorreria em 22 de novembro, atrasando o cronograma do governo. O impasse levou a troca de farpas em plenário.
Policiais são presos ajudando traficantes a fugir da Rocinha
Três policiais civis e dois ex-PMs (um deles expulso da corporação) foram presos ontem na Gávea, por 40 agentes da Polícia Federal, enquanto escoltavam cinco traficantes em fuga da Rocinha. A ação dos agentes federais aconteceu em dois pontos nobres da cidade: em frente ao Shopping da Gávea e ao Jockey Club. Entre os bandidos estavam os ex-chefes do tráfico de dois complexos de favelas pacificadas em fevereiro: São Carlos e Coroa. Aliados de Nem, eles estavam escondidos na Rocinha. Os bandidos teriam acertado o valor de R$ 2 milhões pela escolta, segundo uma alta fonte da Polícia Civil. A Polícia Federal vinha monitorando os traficantes por escutas e pediu ao Tribunal de Justiça autorização para rastrear a tornozeleira eletrônica usada por um deles, que estava em regime aberto.
Famílias expulsas na rota de fuga
Pelo menos 11 famílias do Vidigal foram expulsas de casa por traficantes – da mesma facção que os da Rocinha. O objetivo é facilitar a fuga dos comparsas pela mata que separa as duas comunidades.
O grito da Cinelândia
Operário monta palanque na Cinelândia para protesto que promete levar milhares às ruas hoje contra a perda de ate R$ 125 bilhões em dez anos só com receitas de petróleo. A concentração está marcada para às 15h na Candelária. O Centro terá esquema especial de trânsito.
Senado aprova projeto que exige teor zero de álcool para motorista
A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou na quarta-feira projeto de lei de autoria do senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES) que torna a legislação mais rigorosa contra os motoristas que dirigirem alcoolizados.
O projeto torna crime a condução de veículos sob influência de “qualquer concentração de álcool ou substância psicoativa”, ou seja, a tolerância passa a ser zero com motoristas alcoolizados.
Hoje, é permitido dirigir com até 6 decigramas de álcool por litro de sangue. O texto aprovado também aumenta as penas para motoristas que forem pegos dirigindo sob o efeito de bebidas e tenha provocado algum dano, como acidentes ou mortes.
O projeto segue agora para análise da Câmara dos Deputados.
Folha de S. Paulo
Mercado pressiona Berlusconi a sair logo
O que estava ruim ficou pior. As incertezas provocadas pela anunciada renúncia do premiê Silvio Berlusconi fizeram investidores exigirem juros ainda maiores para os títulos da Itália. Nos papéis de dez anos, chegaram a 7,48% ao ano. É o recorde desde 1999, antes de o país adotar o euro. Foi perto deste patamar que Irlanda e Portugal recorreram a empréstimos do FMI e da UE (União Europeia) para honrar pagamentos. O problema é que a Itália (terceira economia da zona do euro) é “grande demais para ser resgatada”, na expressão de analistas. Sua dívida, de € 1,9 trilhão, é 2,8 vezes as dívidas da Irlanda, Portugal e Grécia juntas.
Premiê renuncia e entrega a Grécia a um vazio político
George Papandreou, o premiê da Grécia, anunciou ontem que um governo de coalizão havia sido formado e, portanto, ele renunciava ao cargo. O discurso foi transmitido pela televisão estatal.
Ele desejou sorte a seu sucessor. Mas não disse, porém, quem iria substitui-lo. Esse esperado anúncio também não foi feito após ele se reunir com o presidente Karolos Papoulias, a quem disse que iria apresentar sua renúncia.
Senado aprova projeto que aumenta o rigor da Lei Seca
O Senado aprovou ontem um projeto que endurece a Lei Seca. As mudanças incluem o fim da tolerância mínima de álcool para considerar um motorista criminoso.
O projeto também prevê a aceitação de imagens e testemunhos para provar a embriaguez de quem se nega a passar pelo teste do bafômetro e o aumento de penas para quem dirigir alcoolizado.
A Comissão de Constituição e Justiça aprovou o projeto em decisão terminativa. Se em cinco dias não houver solicitação para que o texto seja votado em plenário, ele segue para a Câmara.
PanAmericano camuflou doação para o PT em 2010
O banco PanAmericano doou R$ 300 mil para o diretório nacional do PT em maio do ano passado, poucos meses antes do início da campanha que levou a presidente Dilma Rousseff ao Planalto. A contribuição foi contabilizada regularmente pelo partido, mas foi feita de maneira dissimulada pelo banco, que usou empresa com a qual tinha relações comerciais para fazer o repasse e disfarçar a origem do dinheiro.
A doação foi feita poucas semanas depois do início das investigações do Banco Central que apontaram fraudes nas operações do PanAmericano e mais tarde revelaram um rombo de R$ 4,3 bilhões na sua contabilidade. A informação sobre a contribuição disfarçada consta de relatório de auditoria do próprio banco.
Ministro se retrata após bronca de Dilma
A presidente Dilma Rousseff mandou enquadrar o ministro Carlos Lupi (Trabalho) por causa de declarações que ela considerou como quebra de hierarquia.
O recado presidencial foi transmitido pela ministra Gleisi Hoffmann (Casa Civil) ontem pela manhã. Lupi assimilou a bronca e prometeu se retratar.
Anteontem, durante reunião com o PDT, Lupi chegou a dizer que duvidava que a presidente Dilma o demitisse e que sairia do governo somente “abatido a bala”.
Sob risco de derrota na Justiça, governo adia votação da DRU
Com medo de uma derrota no Supremo, o governo adiou ontem a votação, na Câmara, do segundo turno da proposta de emenda à Constituição que dá mais liberdade para o Executivo aplicar sua receita. O adiamento dificulta os planos do governo de concluir a votação da DRU (Desvinculação das Receitas da União) no Congresso antes do recesso parlamentar, que tem início no dia 23 de dezembro.
O mecanismo de desvinculação será encerrado no final do ano caso Câmara e Senado não concluam a votação, por isso o governo corre contra o tempo para prorrogá-lo por mais quatro anos. A ideia inicial do governo era votar a proposta em dois turnos no mesmo dia, o que é proibido pelas normas internas da Casa. A oposição recorreu ao STF (Supremo Tribunal Federal) pedindo que o prazo de cinco sessões de intervalo fosse respeitado.
Governo faz nova concessão a ruralistas
Uma pressão de última hora da bancada ruralista fez o governo recuar em mais um ponto o Código Florestal: a recuperação de áreas de preservação permanente (APPs) em margens de rios. O senador Luiz Henrique (PMDB-SC), relator do texto nas comissões de Ciência e Tecnologia e de Agricultura, fará emenda flexibilizando a recomposição das APPs em propriedades de quatro a 15 módulos fiscais. A medida do módulo varia, podendo chegar a 100 hectares. A flexibilização deve isentar o proprietário rural da obrigatoriedade de recompor a área desmatada em propriedade pequenas e médias.
Ministro do STF reduz efeito da Ficha Limpa
O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Luiz Fux considerou ontem inconstitucional a parte da Lei da Ficha Limpa que torna inelegíveis políticos que, sob suspeição, renunciarem a seus mandatos para escapar do processo de cassação. Fux é o relator da Ficha Limpa e apresentou o seu voto ontem, quanto o órgão voltou a debater a lei.
O julgamento, porém, foi interrompido por um pedido de vista do ministro Joaquim Barbosa, que deverá apresentar seu voto, totalmente favorável à validade da legislação, apenas quando a nova ministra Rosa Maria Weber Candiota tomar posse.
É a primeira vez que o tribunal debate a constitucionalidade de toda a Lei da Ficha Limpa. Em outras ocasiões, foram analisados casos específicos e chegou-se ao entendimento de que a legislação não poderia ser aplicada nas eleições de 2010 por não ter sido promulgada em tempo hábil (um ano antes do pleito).
Cabral aposta futuro em passeata contra divisão dos royalties
Há um ano, o governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), parecia destinado a navegar em eterna calmaria. Ostentava prestígio com o governo Lula e se reelegeu no primeiro turno, com apoio de 16 partidos e dois terços dos votos. Agora, enfrenta a ameaça da redivisão dos royalties do petróleo, que pode ressuscitar a oposição fluminense e comprometer seu futuro político. Ele promete reunir hoje 100 mil pessoas em passeata para tentar emparedar a presidente Dilma Rousseff.
Cabral diz que o texto aprovado no Senado, com apoio declarado da ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais), tira R$ 1,5 bilhão do Estado e R$ 1,8 bilhão dos municípios do Rio já em 2012. Sem o trânsito que exibia no Planalto, ele terá que dividir o palanque hoje com três políticos que cobiçam sua cadeira em 2014: os senadores Lindbergh Farias (PT) e Marcelo Crivella (PRB) e o deputado Anthony Garotinho (PR).
O Estado de S. Paulo
Senado aprova exigência de ‘álcool zero’ para dirigir
Dirigir sob efeito de qualquer nível de concentração de álcool pode ser considerado crime. E a prova da embriaguez dos motoristas que se recusarem a soprar o bafômetro poderá ser feita apenas por testemunhas, imagens ou vídeos. Essas regras para a lei seca foram aprovadas ontem na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado e são uma resposta do Congresso ao impasse em torno da criminalização dos motoristas bêbados.
Os senadores da CCJ também decidiram que a pena contra motoristas que dirigirem embriagados será de 6 a 12 anos de prisão, além de multas e da proibição de dirigir, se o acidente resultar em lesão corporal. No caso de morte, o infrator será condenado à prisão pelo prazo de 8 a 16 anos, ficando igualmente proibido de obter habilitação para conduzir veículos.
Na avaliação de muitos parlamentares, decisões judiciais em sequência vêm desmontando a lei seca, tornando-a sem força, quase inócua. Parte dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Superior Tribunal de Justiça (STJ) defende que a polícia tem, obrigatoriamente, de submeter os motoristas ao teste do bafômetro.
Cabral faz ato pró-royalties com shows
Funcionários públicos estaduais e municipais não trabalham hoje à tarde no Rio. Quem usar o metrô, as barcas e os ônibus rumo ao centro não pagará passagem a partir das 13h. Artistas populares são anunciados como atrações no palanque. Caravanas interioranas prometem aos passageiros lanche farto, bonés e camisetas. O objetivo das iniciativas é engrossar a manifestação pró-royalties do petróleo organizada pelo governo Sérgio Cabral Filho (PMDB).
Para atrair o maior número possível de pessoas, o governador mandou sua assessoria avisar à população que políticos não discursarão. Como até agora fracassou a mobilização política pela manutenção das cotas atuais dos royalties, o governo decidiu oferecer regalias variadas a quem se dispuser, a partir das 15h, a caminhar pela Avenida Rio Branco da Igreja da Candelária à Praça da Cinelândia, como forma de pressionar o governo da presidente Dilma Rousseff a não mudar a legislação.
Lupi é enquadrado por Dilma após dizer que só sai ‘à bala’
Repreendido pela presidente Dilma Rousseff por seu excesso de confiança na permanência à frente do Ministério do Trabalho, o ministro Carlos Lupi foi obrigado a se retratar à Presidência e adotar um tom mais humilde em suas declarações. O mal-estar com o Palácio do Planalto foi tanto que o PDT foi obrigado a divulgar, na noite de ontem, nota dizendo que o ministro não teve a intenção de confrontar Dilma. “As declarações do ministro Carlos Lupi não foram de ameaça à presidente Dilma Rousseff ou a quem quer que seja, mas sim um desafio aos acusadores anônimos”, diz a nota da sigla.
No fim da manhã de ontem, a ministra Gleisi Hoffman (Casa Civil) transmitiu a Lupi a insatisfação do Planalto com as declarações dadas por ele na terça-feira, logo depois de uma reunião com as bancadas do PDT no Senado e na Câmara. “Duvido que a Dilma me tire. Para me tirar, só abatido à bala”, afirmara o ministro na ocasião. Gleisi Hoffmann disse a Lupi que “houve excesso” na fala e “ele e todos os ministros deste governo sabem que quem nomeia e quem demite é a presidenta da República”.
Após impasse, PSDB e Serra acertam dívida
A direção nacional do PSDB chegou a um entendimento, nesta semana, com representantes do ex-governador José Serra a respeito de pagamento de dívidas da campanha presidencial de 2010. A discussão sobre quem pagaria duas multas, totalizando R$ 12 mil, foi motivo de mais uma polêmica interna entre os tucanos.
Advogados de Serra receberam as multas aplicadas ao ex-governador há mais de um mês em razão de comerciais do partido feitos no ano passado – a Justiça os considerou propaganda antecipada. A direção do PSDB foi, então, procurada para quitar os débitos. Mas a cúpula tucana respondeu que não poderia pagar os valores, já que as multas eram aplicadas a Serra e não à sigla.
Como a campanha eleitoral já acabou, mas a Justiça ainda está julgando as ações da disputa do ano passado, o PSDB passou a discutir se caberia ao partido arcar com o custo, mesmo após encerrada a eleição presidencial.
Entidade de amigo de Lula pode perder convênio com MT
Depois de receber R$ 24 milhões dos cofres públicos, a entidade não governamental Oxigênio, dirigida por um amigo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, corre o risco de ver rompido o mais recente dos contratos com o Ministério do Trabalho. Já com Carlos Lupi sob pressão, o ministério encaminhou ofício para a entidade documentar a prestação de serviços ou devolver o dinheiro à União.
O ofício foi encaminhado à entidade na quinta-feira passada, antevéspera de a Oxigênio aparecer no centro de denúncias de cobrança de propina pela equipe de Lupi, publicadas pela revista Veja. O convênio questionado pelo ministério tem como objetivo a qualificação de 1.000 operadores de telemarketing.
Oposição vai ao STF e adia decisão sobre DRU
A estratégia da presidente Dilma Rousseff de finalizar na Câmara a votação da prorrogação da Desvinculação das Receitas da União (DRU) até dezembro de 2015 foi derrotada. Apesar de seu empenho pessoal e da farta liberação de recursos de emendas parlamentares, a Câmara concluiu ontem apenas o primeiro turno na emenda constitucional. O governo fracassou na tentativa de votar o segundo turno na noite de ontem, depois que a oposição recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Com o atraso na conclusão da votação na Câmara, a aprovação da DRU para valer no Orçamento do próximo ano ficará praticamente nas mãos do Senado que terá de correr para votar antes do recesso parlamentar, que começa em 23 de dezembro. Os deputados votarão o segundo turno no próximo dia 22, só então a proposta pode seguir para o Senado.
A operação montada pelo presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), a ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, e os partidos da base para cortar o prazo de cinco sessões entre dois turnos de votação esbarrou no mandado de segurança impetrado pela oposição, DEM, PSDB e PPS, no Supremo. Esse corte de prazo era considerado essencial no cumprimento do calendário do governo.
Ao rever Ficha Limpa, STF abre brecha para político que renuncia se candidatar
O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), deu ontem um voto que, na prática, libera futuras candidaturas de políticos que renunciaram para fugir de processos de cassação por quebra de decoro, como o ex-governador do Distrito Federal Joaquim Roriz, o deputado Valdemar Costa Neto e os ex-parlamentares Jader Barbalho e Paulo Rocha. Na mesma sessão, o STF manteve o impasse em relação à validade da Lei da Ficha Limpa para as eleições de 2012 ao adiar novamente o veredicto sobre o tema.
Fux, relator da ação que pediu a declaração de constitucionalidade da lei, afirmou que os políticos só podem ser atingidos pela Lei da Ficha Limpa se renunciarem aos mandatos para fugir de processo de cassação já abertos. Quando a renúncia ocorre antes da instauração formal, de acordo com o ministro, o político não pode ser considerado inelegível. É o caso de Roriz, Costa Neto e Paulo Rocha.
Aliados blindam Agnelo, que se livra de ir à Câmara
Momentos após selar acordo para a ida hoje do ministro do Trabalho, Carlos Lupi, à Câmara, líderes de partidos aliados derrubaram ontem requerimento para que o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), fosse à Comissão de Fiscalização Financeira e Controle explicar sua suposta ligação com esquema de desvio de verbas no Esporte e suspeita de corrupção na Anvisa.
Agnelo comandou o Ministério do Esporte entre 2003 e 2006, quando ainda era filiado ao PC do B, e deixou em seu lugar Orlando Silva (PC do B), demitido do cargo na semana passada. Em 2008, era diretor da Anvisa.
De autoria dos deputados Onyx Lorenzoni (DEM-RS) e Fernando Francischini (PSDB- PR), o requerimento para ouvir Agnelo foi rejeitado por 10 votos a 6. A pedido do vice-governador do DF, Tadeu Filippelli (PMDB), o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) atuou para derrubar o convite ao petista. “A Câmara não é lugar para tratar de briga local”, argumentou Cunha.
Anúncio de Berlusconi não reduz tensão e bolsas caem
A demissão anunciada do primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, não reduziu ontem a desconfiança dos investidores. Os títulos da dívida soberana do país foram refinanciados com juros recordes de 7,48% e as bolsas europeias fecharam em queda. Na Grécia, fracassam tentativas de formação de governo de união.
Panamericano teve carteiras recusadas pelo Banco do Brasil
Um ano antes de a Caixa Econômica Federal tornar-se sócio do Panamericano, o Banco do Brasil rejeitou a maior parte das carteiras de crédito oferecidas pelo banco que, então, pertencia a Silvio Santos. As negociações ocorreram entre outubro e novembro de 2008, no auge da crise global.
Cientistas criam novo remédio contra obesidade
Brasileiros que trabalham nos Estados Unidos testam em macacos uma nova classe de remédios que, em vez de inibir o apetite ou diminuir a absorção de gorduras, elimina vasos sanguíneos que alimentam o tecido adiposo.
Sociedade está farta de invasões’, diz reitor
Aviso de greve de estudantes na USP; para o reitor João Grandino Rodas, a imagem da universidade saiu depreciada após ocupação.
Correio Braziliense
Tolerância zero para quem bebe e dirige
Projeto aprovado ontem no Senado fortalece a lei seca: torna crime a condução de veículos sob a influência de qualquer concentração alcoólica ou de substância psicoativa. Além disso, a proposta, que ainda será votada na Câmara, torna mais rigorosa a legislação. A pessoa pode ser punida, mesmo que se recuse a fazer o teste do bafômetro. Se um condutor alcoolizado provocar lesões gravíssimas em alguém, a pena prevista será de oito a 12 anos de prisão. No caso de morte, de 10 a 16 anos. Atualmente, a punição é única: varia de seis meses a três anos de detenção.
A farra dos aliados de Lupi
Programa Nacional de Inclusão de Jovens (Projovem) passou a ser utilizado para turbinar filiados ao PDT em nível nacional e para atender os interesses eleitorais dos principais aliados do ministro do Trabalho, Carlos Lupi, dois deles ex-assessores diretos na pasta — hoje deputados federais. Na gestão de Lupi foram distribuídas vagas e recursos do Projovem aos estados conforme a influência dos aliados e o potencial de votos e crescimento do PDT, como contam ao Correio dirigentes de entidades contratadas pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) para a qualificação profissional.
O deputado Weverton Rocha (PDT-MA), acusado de cobrar propina quando era assessor especial de Lupi, foi beneficiado com vagas do Projovem em seu estado. O Maranhão recebeu R$ 11,4 milhões desde 2009. O mesmo ocorreu com o deputado André Figueiredo (PDT-CE): em 2010, ano eleitoral, conforme registros no Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi), o Ceará ficou em segundo lugar no ranking dos estados que mais receberam recursos do Projovem — R$ 9,3 milhões. André foi braço direito de Lupi e número dois no Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Entre 2007 e 2010, ocupou o cargo de secretário executivo.
Pedetistas contra Lupi
Vivaldo Barbosa (RJ), José Maurício (RJ) e Fernando Bandeira (RJ) — protocolaram ontem na Procuradoria-Geral da República e na Controladoria-Geral da União novos pedidos para que sejam investigadas as acusações de irregularidades no Ministério do Trabalho. Os três são integrantes do movimento Resistência Leonel Brizola e criticam duramente o ministro Carlos Lupi, a quem acusam de destruir o partido para atender os próprios interesses. “Essas denúncias que envergonham o PDT foram praticadas por pessoas ligadas ao ministro”, acusou o ex-deputado federal Vivaldo Barbosa.
A ação dos três pedetistas engrossa a lista de insatisfeitos no partido contra o envolvimento do partido nas supostas irregularidades praticadas no Ministério do Trabalho. Na terça-feira, os deputados Miro Teixeira (RJ), Reguffe (DF) e o senador Pedro Taques (MT) pediram que o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, apresente uma denúncia ao Supremo Tribunal Federal para apurar o caso.
Vivaldo, José Maurício e Fernando Bandeira acusam o ministro de desorganizar o partido para atender os próprios interesses e de alguns de seus amigos, como a Força Sindical, comandada pelo deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho (SP). “Eu era presidente do Movimento Sindical do PDT, que não existe mais”, reclamou Fernando Bandeira.
Ficha limpa, mas não tanto
Enquanto manifestantes faziam vigília em frente ao STF, lá dentro o relator do processo votava pela validade da Lei da Ficha Limpa na eleição de 2012, mas abria brecha para a suspensão da inelegibilidade de políticos que renunciaram para fugir da cassação, como é o caso de Joaquim Roriz. Um pedido de vista interrompeu a sessão.
Vídeo seria obra de irmão de deputada
Eduardo Pedrosa, irmão da distrital Eliana Pedrosa, teria oferecido R$ 400 mil para lobista gravar depoimento acusando Agnelo Queiroz. Depois, Daniel Tavares recuou e filmou nova versão negando as denúncias.
Crise no euro: Itália perto do caos
Nem a provável saída do primeiro-ministro Silvio Berlusconi trouxe tranquilidade ao país: os juros da dívida chegaram ontem a 7,21% ao ano. No Brasil, a aposta é da queda de 0,75 ponto percentual na Selic.