O Estado de S. Paulo
‘Dilma é uma grande incógnita’, diz Aécio
O ex-governador de Minas Aécio Neves diz, em entrevista a Christiane Samarco, que a presidenciável Dilma Rousseff terá dificuldade com o PT e que a relação dela com o partido é uma “grande incógnita”. “Ela terá que demonstrar durante a campanha como será a relação com o PT, como virá o PT ideológico do Estado máximo e que presença o PT dos problemas éticos terá no governo”, avalia. “Foram todos absolvidos e, no lançamento da candidatura dela, estavam muito sorridentes.” Tido como vice dos sonhos do tucano José Serra, Aécio reafirma que concorrerá ao Senado, porém convida o ex-governador de São Paulo a abrir a campanha em Minas: Tem o simbolismo de demonstrar nossa proximidade”.
Candidatos passam por maratona estética
Nada de montar programa de governo, negociar alianças ou organizar equipe de campanha. A primeira providência dos pré-candidatos à Presidência antes de rodar o País em busca de votos foi dar uma recauchutada no visual, para não fazer feio nas ruas e na propaganda eleitoral gratuita. De cirurgia plástica a maquiagem, passando por troca do guarda-roupa e clareamento nos dentes, os presidenciáveis José Serra (PSDB), Dilma Rousseff (PT) e Marina Silva (PV) iniciaram há meses ou até anos uma maratona de tratamentos estéticos.
No ano eleitoral, febre também ganha Congresso
A tese de que beleza não põe a mesa, mas dá voto, não é exclusividade dos candidatos ao Palácio do Planalto. No Congresso, basta alguns passos para encontrar um parlamentar repaginado. Muitas vezes avessos à malhação, eles recorrem a soluções que vão da simples tintura nos cabelos até medidas radicais, como a redução de estômago. Um dos exemplos mais bem sucedidos é o do senador Demóstenes Torres (DEM-GO). Depois que diagnosticou o diabetes, caiu na faca e reduziu o estômago. Agora, exibe feliz sua nova silhueta. Perdeu 38 quilos e, hoje, com apenas 64 quilos, causa espanto ao dividir com a assessora um prato no restaurante do Senado. “Nunca tive problema de autoestima porque sempre fui gordo. Mas agora meu pique está a mil”, diz o senador.
Marina diz que Serra adotou seu discurso
Marina Silva, senadora e pré-candidata do PV à Presidência, disse ontem, em São Paulo, ter ficado “feliz” com o conteúdo do discurso apresentado sábado pelo presidenciável tucano José Serra, no lançamento de sua pré-candidatura, porque suas ideias foram “acolhidas” pelo adversário. Marina afirmou que a linha mestra da fala de Serra, que prega a união pelo País e a recusa do “nós contra eles”, é sua linha mestra “desde sempre”. “A ideia de união já tínhamos colocado, inclusive dizendo que não se deve ter uma relação entre biografias tão respeitáveis como se fôssemos inimigos. Fico feliz que esse discurso também tenha sido acolhido”, assinalou.
Gabeira critica visita de Dilma a túmulo de Tancredo
Ao lado da presidenciável Marina Silva, o deputado Fernando Gabeira (PV-RJ), pré-candidato verde ao governo do Rio, criticou em discurso a visita da petista Dilma Rousseff ao túmulo de Tancredo Neves, na semana passada. “Precisamos retomar as ideias de Tancredo, e não ficar discutindo em torno do túmulo dele a possibilidade de ganhar votos”, disse. De acordo com Gabeira, a visita de Dilma é resultado de uma visão de “contradição”. E atacou movimentações recentes do governo com relação à política externa, especialmente com o Irã e Cuba.
Web tem arsenal para eleitor fiscalizar político
Nas próximas eleições, mais do que em qualquer outra da história do País, o eleitor terá à disposição um grande número de ferramentas eletrônicas para conhecer melhor e fiscalizar os políticos que disputarão cargos públicos, podendo punir nas urnas os candidatos desonestos. Com o avanço da organização da sociedade civil e as exigências de mais transparência nas relações do Estado com a sociedade, aliados à comodidade da internet, o pleito de outubro deverá ser marcado por uma incomum possibilidade de conhecer o patrimônio, o que pensam e como votam os candidatos. Dessa forma, o eleitor estará muito melhor qualificado para escolher ou descartar pretendentes aos cargos públicos.
Na fila do Congresso, dois projetos para dar mais transparência
Tramitam no Congresso Nacional dois projetos que podem fazer com que o País se torne mais transparente em termos institucionais, o que facilitará a fiscalização da sociedade sobre agentes públicos. Ambos, entretanto, enfrentam resistências. O projeto 518/09, conhecido como Ficha Limpa, que já recebeu o apoio de 1,6 milhão de eleitores em fichas enviadas ao Congresso, teve sua tramitação suspensa no plenário, semana passada, e vai retornar à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) para nova análise, o que contrariou seus coordenadores. O projeto de Lei 219/03, do deputado Reginaldo Lopes (PT-MG), conhecido como Lei de Acesso às Informações Públicas, também está pronto para votação, mas ainda não foi levado a plenário.
Sob pressão, Ciro pode terminar sem mandato
Sob uma pressão “violentíssima” para retirar sua pré-candidatura à Presidência da República, conforme definição dele mesmo, o deputado Ciro Gomes (PSB-SP) tende a não concorrer a nenhum cargo eletivo, caso seja afastado da disputa pela sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. De acordo com informação de políticos ligados a Ciro, ele poderá se recolher ao Ceará para cuidar apenas da campanha à reeleição do irmão, o governador Cid Gomes (PSB). Além de estar decepcionado com o Legislativo, ele teria avaliado que uma candidatura a deputado, por São Paulo, para onde transferiu o voto no ano passado, obteria uma votação pequena, pois teria pouco espaço de atuação.
Dilma vai ao CE e foca temas da família
Em viagens para promover sua campanha à Presidência, a petista Dilma Rousseff pretende discutir e apresentar propostas de combate a dramas vividos pelas famílias das pequenas e grandes cidades. Há meses, a própria pré-candidata recolhe depoimentos de mães e pais sobre problemas do dia a dia, como falta de creches, baixa remuneração das mulheres, primeiro emprego dos jovens e uso de drogas ilegais. Hoje, ela desembarca em Fortaleza – berço do também presidenciável Ciro Gomes (PSB) -, onde à noite recebe o título de cidadã da Câmara Municipal. Amanhã, Dilma participa de almoço oferecido pelo jornal O Povo com representantes da sociedade civil cearense. Na agenda dela ao Ceará estava prevista também uma visita ao Horto, local de orações dos devotos de Padre Cícero, em Juazeiro do Norte. Dilma adiou a visita para o próximo mês.
TSE libera realização de debates na internet
O plenário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aprovou mudança no texto da Resolução n.º 23.191 pra liberar a realização de debates entre candidatos na internet. A resolução dispõe sobre a propaganda eleitoral e as condutas vedadas em campanha eleitoral nas eleições de 2010. Em decisão unânime, foi aprovada sugestão do ministro Arnaldo Versiani, relator das resoluções que regulam as eleições deste ano.
O Globo
Paes anuncia remoções imediatas em 8 favelas
A prefeitura do Rio deflagrou ontem uma operação de choque para evitar novas tragédias em áreas de risco. Mais de quatro mil famílias serão removidas de oito favelas. Além do Morro do Urubu, em Pilares; do Morro dos Prazeres, em Santa Teresa; e da localidade do Laboriaux, na Rocinha, o prefeito Eduardo Paes decidiu estender as retiradas a mais cinco favelas: Fogueteiro, no Rio Comprido; São João Batista, em Botafogo; Cantinho do Céu e Pantanal, no complexo do Turano; e Parque Columbia, às margens do Rio Acari, na Pavuna. No Urubu, os trabalhos de remoção de 250 famílias começaram ontem mesmo. Nas demais favelas, os moradores devem ser realocados nos próximos dias. Eles receberão aluguel social, pago pela prefeitura, enquanto aguardam uma nova moradia. O valor da ajuda mensal passou de R$250 para R$400.
Volta a pressão sobre Aécio
O lançamento da candidatura de José Serra à Presidência, sábado, reforçou a pressão dos tucanos e seus aliados para que o ex-governador mineiro Aécio Neves aceite ser vice na chapa do PSDB. Em parte, isso foi estimulado pelo próprio discurso de Aécio, o mais veemente que fez em apoio a Serra, anunciando que estará ao lado dele “onde for convocado”. Embora a direção do partido ainda esteja cuidadosa, para evitar novos atritos, voltou a ser grande a expectativa entre tucanos e aliados em torno da dobradinha São Paulo-Minas na chapa presidencial.
Em 5 páginas, palavra ‘Brasil’ 40 vezes
As 3.663 palavras do discurso do ex-governador José Serra deixaram claro: da temática direcionada a São Paulo, adotada nos últimos meses, o pré-candidato do PSDB à Presidência pulou radicalmente para o discurso nacional. A palavra “Brasil”, usada 40 vezes, foi a preferida em sua fala, na festa tucana, em Brasília, no último sábado. O termo “país” foi usado 17 vezes. A São Paulo, apenas uma referência. Ao lado do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o ex-governador continuou econômico nas citações ao aliado: uma vez no discurso escrito e mais duas de improviso. Fora do rol de palavras usadas no último mês, antes da desincompatibilização, o termo povo entrou na fala de Serra 13 vezes. Oposição, duas. E ética, uma. O termo “presidente” foi usado três vezes – nenhuma para se referir a Lula.
No discurso, Serra deu pistas de suas propostas
Em discurso no lançamento de sua pré-candidatura à Presidência, sábado, o ex-governador José Serra (PSDB) apresentou diretrizes do que será seu programa de governo. Citando áreas que tradicionalmente pautam o debate nas campanhas, mirou algumas das principais deficiências do governo Lula e propôs medidas para superá-las. Na educação, criticou a falta de oportunidades para adolescentes. Na segurança, defendeu que a União assuma mais responsabilidades no combate ao crime e, em meio à epidemia do crack, ofereça tratamento a dependentes.
Para especialistas, campanha será agressiva
Ainda que os candidatos à Presidência Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) não tenham explicitado seus futuros programas de governo, o discurso de Serra no lançamento de sua candidatura e o de Dilma, no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, deixam claro, para acadêmicos especializados em ciência e marketing políticos, que a disputa eleitoral será agressiva com ataques pessoais baseados na biografia de cada um , antagônica José Serra tende a fazer uma campanha de olho no futuro, enquanto Dilma Rousseff apontará para a continuidade e o passado e ampla: mais do que uma disputa entre candidatos, estará em jogo uma disputa de governos a era FH contra a era Lula.
Oposição vai processar sindicato
A oposição deve entrar esta semana com representação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC por campanha em favor da pré-candidata petista à Presidência, Dilma Rousseff. No sábado, o sindicato fez um evento em São Bernardo do Campo, com a presença de Lula e dos ministros Carlos Lupi (Trabalho) e Alexandre Padilha (Relações Institucionais), para anunciar apoio a Dilma. A assessoria jurídica do DEM diz que “sindicatos, por receberem verba do imposto sindical, não podem atuar em prol de candidatos”.
Marina critica a apologia do medo
A pré-candidata do PV à Presidência da República, a senadora Marina Silva, disse que depois de tanta luta pela democracia no Brasil não se pode fazer nas eleições deste ano a apologia do medo, em referência às acusações que os seus dois adversários, o tucano José Serra e a petista Dilma Rousseff, fazem um ao outro. Segundo ela, um país que está pronto para um debate legítimo de ideias não deve polarizar as discussões em torno de nomes e muito menos de comparações entre os governos dos presidentes Fernando Henrique e Lula.
Dilma agora no Twitter
A exemplo de José Serra, que há muito tempo usa o Twitter, Dilma Rousseff fez ontem sua estreia no mundo das redes sociais (@dilmabr). Em suas primeiras mensagens, Dilma diz que está disposta a aprender com seus seguidores, mas admite que não passará muito tempo na web. “Bom dia, boa tarde, boa noite p/ quem me lê em qquer lugar do mundo. Começo hoje minha aventura no Twitter. Quero aprender c/ vcs”, escreveu.
Folha de S. Paulo
Não se pode reduzir juros “feito maluco”, diz Dilma
Pré-candidata petista à Presidência da República, Dilma Rousseff diz que manter a política econômica do governo Lula “é mais do que compromisso” e que não pretende mudar a política monetária atual. “Você não pode sair por aí reduzindo os juros feito maluco”, diz. Ex-chefe da Casa Civil, responsável pelo PAC, Dilma rebate o discurso dos tucanos de que o ex-governador José Serra (PSDB) mostrará que é capaz de fazer melhor do que ela. “O que ele [Serra] foi? Ele não pode dizer que a biografia dele não passa pelo governo FHC. A minha biografia é o governo Lula. Eu carreguei o piano nesses cinco anos [na Casa Civil], eles não podem me tirar isso.”
Crítica de Dilma a exilados causa polêmica
Oposicionistas e até aliados ao governo condenaram ontem a declaração da pré-candidata do PT ao Planalto, Dilma Rousseff, que, na tentativa de atingir seu opositor José Serra (PSDB), criticou militantes de esquerda que optaram pelo exílio durante a ditadura militar. “Eu não fujo quando a situação fica difícil. Eu não tenho medo da luta”, disse ela, em referência à ditadura, quando foi para a clandestinidade. Serra, também opositor ao regime militar, se exilou no Chile. “Dilma cometeu uma insensatez igual à de Lula, quando ele comparou preso político a bandido ao falar sobre Cuba”, disse Roberto Freire, presidente do PPS. “Miguel Arraes, Luis Carlos Prestes, Apolonio de Carvalho, João Goulart, José Dirceu… Então todos eles foram fugitivos?”, questionou Freire, que apoia a candidatura de Serra e disse estar organizando um “ato de desagravo aos exilados”.
Marina critica PT e PSDB por “apologia do medo”
A pré-candidata do PV à Presidência, Marina Silva, criticou ontem tanto o PSDB quanto o PT por fazerem “apologia do medo”. Ela participou, em São Paulo, da pré-convenção do PV que definiu os candidatos ao governo do Estado e ao Senado. “De um lado apela-se para o medo de que o país se divida, de outro, fala-se do medo de que o Brasil seja entregue e regrida”, disse ela. A afirmação foi uma crítica indireta aos discursos tucanos de sábado, no lançamento de José Serra ao Planalto, que insistiram no discurso petista que divide o país entre ricos e pobres, e à fala constante do PT de que uma vitória do PSDB faria o país andar para trás.
MST usa invasões para provocar Dilma
A onda de invasões de terra que o MST promete desencadear nesta semana em todo o país tem um pano de fundo político: forçar uma declaração pública da presidenciável petista, Dilma Rousseff, sobre o tema da reforma agrária. A ex-ministra da Casa Civil é vista com dúvidas entre os sem-terra já que, enquanto ministra, pouco se aproximou dos movimentos sociais ou apresentou ideias para a questão fundiária. Dirigentes do movimento costumam se referir a ela como uma “desconhecida”.
Só 17% no Bolsa Família fizeram cursos
A vida toda, Alfredo da Silva, 47, sobreviveu catando sururu na beira da lagoa Mandaú, na capital alagoana. Ele, a mulher e até a filha, de apenas 6 anos, trabalham na pesca e preparo do molusco, que rende para a família pouco mais de R$ 120 por mês. O magro orçamento doméstico é reforçado por R$ 90 do Bolsa Família. Silva, que sabe apenas ler e escrever o próprio nome, não tem ilusões sobre o futuro. “Dependo disso aqui. Já me acostumei. Não dá para parar e voltar a estudar. Vou continuar catando sururu até aguentar”, responde, sem rodeios, quando questionado se não se interessaria em fazer um curso de capacitação profissional. Como ele, muitos beneficiários do Bolsa Família demonstram incerteza em relação ao futuro, como comprova uma pesquisa inédita do instituto DataUFF (vinculado à Universidade Federal Fluminense).
A pesquisa mostra que essa percepção é verificada mesmo entre os poucos beneficiários (17%) que realizaram cursos preparatórios para ingressar no mercado de trabalho.
Falta de vaga em creche atrapalha beneficiárias
Além de superar a barreira da baixa escolaridade, beneficiários do Bolsa Família, a maioria mulheres, têm de vencer o preconceito e a falta de vagas em creches para entrar no mercado de trabalho. Cléia Taís de Brito, 32, conseguiu superar esses obstáculos e passou a trabalhar como garçonete em janeiro, após ter feito um curso de capacitação em Maceió.
Ela vive com os três filhos, dois sobrinhos, a irmã, e a mãe. Antes do emprego -no qual recebe um salário mínimo-, a família dependia de R$ 450 da pensão da mãe e R$ 224 do Bolsa Família, dela e da irmã. Só de aluguel são gastos R$ 400.
Há outras ações anti-miséria, diz governo
O secretário de articulação para inclusão produtiva do Ministério de Desenvolvimento Social, Ronaldo Garcia, diz que a política do governo federal para erradicar a miséria não se resume à oferta de cursos para beneficiários do Bolsa Família. Segundo ele, há 155 ações distribuídas em diversos ministérios com o objetivo de gerar trabalho e renda. Ele cita como exemplos disso a reforma agrária, o programa Minha Casa, Minha Vida, a expansão de creches e, principalmente, a geração de empregos formais. Garcia admite, no entanto, que para alguns beneficiários, a maior expectativa é com relação à capacidade de a próxima geração sair da pobreza.
STF julga pedido de liberdade de Arruda
O Superior Tribunal de Justiça deve julgar hoje o pedido de liberdade do ex-governador do Distrito Federal José Roberto Arruda (sem partido). O ex-democrata está preso há dois meses na Superintendência da Polícia Federal, em Brasília, acusado de obstruir as investigações do mensalão do DEM. Primeiro governador do país detido no exercício do mandato, Arruda já superou a marca do deputado federal Paulo Maluf (PP-SP), que, em 2005, ficou 40 dias preso também por atrapalhar a Justiça.
Ministro do STF condena censura prévia à imprensa
O presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Carlos Ayres, Britto, condenou na última sexta-feira, em São Paulo, a censura prévia a órgãos de imprensa. “A Constituição, nos seus artigos 5º e 220, garante a liberdade de imprensa. Democracia e imprensa têm uma relação de carne e unha. São como irmãs siamesas”, disse Britto, que também é ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), no encerramento do seminário “Liberdade de Imprensa e Democracia na América Latina”, realizado pela Fundação Memorial da América Latina.
Sob pressão dos EUA por conta do Irã, Lula vai a cúpula nuclear
Sob a sombra da aproximação do Brasil com o Irã e da recusa em assinar o protocolo adicional do acordo de não proliferação (TNP), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa hoje e amanhã da Cúpula de Segurança Nuclear convocada pelo presidente dos EUA, Barack Obama, em Washington. Lula terá encontros bilaterais com líderes de França, Japão, Itália, Turquia e Canadá. Não está programada reunião separada com Obama -segundo o Itamaraty, não houve pedido de nenhum dos lados. A cúpula foi convocada para discutir combate ao terrorismo nuclear, mas está permeada pela pressão dos EUA por apoio ao endurecimento contra Teerã pela recusa em interromper o programa nuclear.
Falta de recursos ameaça obras do governo
A capacidade de financiamento do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) em 2010 para os megaprojetos de infraestrutura do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) preocupa o Palácio do Planalto. Só a hidrelétrica de Belo Monte e o trem-bala, que deverão ser leiloados neste ano irão exigir, juntos, R$ 35 bilhões do banco nos próximos anos. Isso sem contar as linhas de transmissão das usinas do rio Madeira, a construção de Angra 3, os complexos bilionários na área de petroquímica, além de portos (cujo programa de licitação está na iminência de sair), estradas, ferrovias e a criação de uma “gigante nacional” na área de energia.
Correio Braziliense
Palanques proibidos
A alta popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a profusão de palanques aliados ameaçam transformar muitos locais em territórios proibidos para ele durante a campanha. Os palanques proibidos foram elencados pelo PT para serem analisados caso a caso. Uma das principais zonas de conflito é o Rio. Desde o início do ano, a pré-candidata Dilma Rousseff e Lula procuram administrar desavenças entre o governador Sérgio Cabral (PMDB) e Anthony Garotinho (PR). Outros 13 estados também apresentam problemas (lei quadro nesta página). No caso do Rio, Dilma foi obrigada a cancelar a visita no sábado para não melindrar Cabral. Tudo porque Garotinho avisou que lançaria a pré-candidatura no mesmo dia. O ato no ABC paulista foi convocado de última hora, só para que ela não ficasse fora do noticiário no dia da apresentação do pré-candidato do PSDB, José Serra.
Riscos à segurança pública
O Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH), documento elaborado pela Secretaria de Direitos Humanos e que reúne diversas propostas de alterações nos sistemas político e judiciário brasileiros, tem propostas para a segurança pública do país que seguem sentido contrário à realidade atual. Enquanto o crime organizado demonstra a cada dia que detém acesso aos mais modernos e potentes armamentos, o programa pretende restringir o uso de armas de cano longo e munições de alto poder de perfuração às forças policiais do país. O PNDH também recomenda evitar o uso dos carros blindados, conhecidos como caveirões, em operações para ter acesso a locais sob controle do crime, como ocorre nos morros do Rio de Janeiro. Na segunda reportagem da série sobre o polêmico documento, o Correio/Estado de Minas mostra os impactos que as alterações sugeridas podem causar no dia a dia do combate ao crime.
Marina vestida para pedir voto
Marina, morena. Marina, você se pintou… O verso da canção eternizada pelo baiano Dorival Caymmi até que cairia bem à pré-candidata do PV à Presidência da República, Marina Silva, que desfila, em campanha pelo país, com aparente novo visual. A assessoria da senadora admite com parcimônia as mudanças no guarda-roupas que teriam sido feitas naturalmente, apenas com a aquisição de mais peças, já que a aspirante ao Palácio do Planalto aumentou a quantidade de viagens em busca de votos. Mas os apoiadores da ex-ministra do Meio Ambiente já sabem que os modelitos adotados têm agradado mais, apesar de frisarem que ela se mantém distante das cores berrantes, fiel ao estilo discreto de sempre.
Escudeiros no Congresso
Com experiência de vários mandatos e passagens por ministérios, os deputados Antonio Palocci (PT-SP) e Jutahy Magalhães (PSDB-BA) são hoje os principais articuladores das campanhas de Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) no Parlamento. O tucano manteve uma carreira política mais estável nas últimas décadas, mantendo sempre uma relação estreita com Serra. O petista experimentou momentos de glória, de absoluto poder no governo Lula, e desgraça política, quando se viu envolvido no episódio da quebra de sigilo do caseiro Francenildo Costa. O seu contato é mais forte com Lula do que propriamente com a candidata petista. Os dois escudeiros dos presidenciáveis são nomes certos num futuro governo, mas é óbvio que apenas um deles poderá chegar ao poder.
Entrevista – Marcelo Branco
“Vamos responder tudo”
Para aproveitar as novas regras eleitorais que permitem o uso da internet na campanha presidencial, os partidos começam a montar equipes específicas. No caso do PT, a ex-ministra da Casa Civil Dilma Roussef terá a ajuda de norte-americanos que participaram da bem-sucedida campanha virtual de Barack Obama. Os estrangeiros são Scott Godstein e Joe Rospars, responsáveis pela campanha de mídias sociais de Obama em 2008, e Andrew Paryze, especialista em marketing digital da Blue State Digital agência americana especializada em campanhas online para políticos e causas. Mas se engana quem pensa que são eles que vão ditar o ritmo das ações da candidatura do PT na internet. Pelo menos, é o que garante o brasileiro Marcelo Branco, militante do movimento do software livre e organizador de importantes eventos ligados à tecnologia, que irá integrar a equipe petista.
Transferência sob suspeita
O Ministério Público do Tribunal de Contas da União (TCU) vai investigar a legalidade do aditivo de US$ 132 milhões feito ao contrato de transferência de tecnologia firmado entre a Hemobrás e o Fractionnement e des Biotechnologies (LFB) em 2007, no valor de apenas R$ 16 milhões, mais 5% de royalties ao ano. Tenho dúvidas quanto à legalidade desse percentual e quanto ao fato desse aditivo não se manter no objeto original do contrato, afirmou o procurador do MP Marinus Marsico. Ele vai solicitar cópias do contrato original e do aditivo para examinar a regularidade da contratação.
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