O Estado de S. Paulo
Dilma, a “Evita do tablet”, mira gestão eficaz em 2012
Doze meses depois de subir a rampa do Planalto como herdeira do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma Rousseff chega ao segundo ano demandatocomo desafio de construir uma marca de governo que vá além da “faxina” administrativa. Após enfrentar uma
temporada de sobressaltos políticos, que culminaram com a queda de sete ministros, ela vestiu figurino mais popular, ganhou apoio na luta contra a corrupção, mas tropeçou na gestão do governo. Na tentativa de desatar os nós que amarram os investimentos, Dilma vai remodelar a Casa Civil, redistribuir tarefas e turbinar os programas sociais. A construção da imagem de “mãe dos pobres” também já está em andamento. No Planalto, Dilma virou a “Evita de tablet”, uma referência bem humorada a EvitaPeron, primeira dama Argentina de 1946 a 1952. “Como é que eu faço para ir até ao alambrado cumprimentar o povo?”, pergunta ela com frequência, agora, nas viagens pelos rincões do País. Mais solta e menos carrancuda, Dilma parece encarnar a mãezona no contato com a população. Mas é o seu
inseparável iPad a testemunha silenciosa das broncas federais. “Você não sabe nada disso!” e “Esse projeto não para de pé” são os bordões preferidos da presidente, na hora do pito. Quem a acompanha há muito tempo sabe até decifrar sinais: o primeiro
gesto de fúria aparece quando ela cruza os braços e chama o interlocutor de “meu querido”. Implacável nas cobranças, Dilma
tem agora mais uma aflição: o agravamento da crise internacional e seu impacto sobre a economia. Diante do cenário de incertezas,
ela fará corte drástico de despesas, apesar da pressão por gastos neste ano eleitoral. Ao menos por enquanto, porém, a ordem é para acelerar o programa Brasil Sem Miséria e ações destinadas aos mais carentes. Figuram nessa lista a criação de postos de cadastramento do cartão SUS para moradores de rua, mais cisternas no plano Água para Todos e investimentos de R$ 125,7 bilhões no Minha
Casa, Minha Vida, até 2014. “Eu tenho compromisso ético e moral com os pobres deste País”, disse a presidente. “Se fracassar
nesse compromisso, terei fracassado em minha missão.”
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No 2º ano, aperto maior e corte de até R$ 60 bi
O governo vai promover severo corte de gastos, em 2012, para cumprir a meta cheia de superávit primário, de 3,1% do Produto Interno Bruto (PIB), e facilitar a queda mais acentuada das taxas de juros. O bloqueio das despesas orçamentárias poderá ser maior que os R$ 50 bilhões anunciados em fevereiro. Técnicos do Ministério da Fazenda calculam, em conversas reservadas, qu a tesourada ficará na faixa de R$ 60 bilhões.
Jornalista e escritor Daniel Piza morre aos 41 anos
O jornalista Daniel Piza, de 41 anos, morreu na noite desta sexta-feira, 30, após sofrer um acidente vascular cerebral (AVC). Estava em Gonçalves (MG), onde passava as festas de fim de ano com a família. Chegou a ser socorrido pelo pai, que é médico, mas não resistiu. Paulistano e corintiano fanático, Piza era colunista do jornal O Estado de S. Paulo, onde começou a carreira em 1991. Escrevia aos domingos no Caderno 2 e, desde 2004, assinava também uma coluna sobre futebol, além de manter um blog no portal estadão.com.br. Apresentou os programas Estadão no Ar e Direto da Redação na rádio Estadão ESPN.
Advogado, formado no Largo de São Francisco, era escritor, com 17 livros publicados, entre eles Jornalismo Cultural (2003), a biografia Machado de Assis – Um Gênio Brasileiro (2005), Aforismos sem Juízo (2008) e os contos de Noites Urbanas (2010). Traduziu títulos de autores como Herman Melville e Henry James e organizou seis outros, nas áreas de jornalismo cultural e literatura brasileira. Fez também os roteiros dos documentários São Paulo – Retratos do Mundo e Um Paraíso Perdido – Amazônia de Euclides.
Daniel Piza deixa mulher, Renata Gonçalves Piza, e três filhos.
Alckmin adota novo perfil ao firmar parceria com Dilma
Em Minas, Anastasia paga fatura eleitoral de 2010
O Globo
Portos do país movimentarão carga recorde
Em 2012 os portos brasileiros devem movimentar, pela primeira vez, um bilhão de toneladas em cargas, 12,3% mais que no ano passado, segundo estimativa da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq). Na esteira deste número recorde, muitas mudanças devem ocorrer: o Rio, por exemplo, tende a alcançar a liderança no ranking dos estados com maior movimentação de carga marítima, desbancando o Espírito Santo. Hoje, ele ocupa o segundo lugar, seguido por São Paulo. Parte deste crescimento se deve aos investimentos que voltaram ao setor. Diversas empresas anunciaram novos terminais, como os portos Sudeste, em Itaguaí, e Açu, no Norte Fluminense – ambos do grupo de Eike Batista -, além de projetos da Petrobras, da Gerdau e da CSN.
– Há um bom momento para o setor, que ganhou investimentos privados depois que o governo realizou uma grande frente de dragagem. Vemos avanços em todas as áreas, mas o crescimento maior é na movimentação de contêineres, que levam produtos com maior valor agregado. Se o bilhão de toneladas não for atingido em 2012 será por pouco. Também acredito que para o Rio assumir a liderança nacional é uma questão de tempo, devido a diversos projetos industriais e, principalmente, à exploração do pré-sal – afirma Fernando Fialho, presidente da Antaq.
Após um ano à frente do BC, Tombini passa no teste do mercado
O presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, está completando um ano no cargo. Nesta travessia, foi alvo de uma enxurrada de ataques ao arrocho na política monetária no início de 2011 – considerado brando diante da inflação galopante e do superaquecimento econômico -, à guinada nos juros, reduzidos a partir de agosto, e à sua suposta suscetibilidade aos desejos do Palácio do Planalto. Mas chega ao fim de dezembro “absolvido” pela maioria dos economistas e analistas do mercado, muitos dos quais consideram que ele mudou a cara do BC. Só não passará incólume porque uma crítica permanece: a diretoria do órgão falhou na comunicação de suas intenções e precisa melhorar esta habilidade em 2012.
Não foi uma cadeira fácil de se ocupar em um ano de turbulência causada pelos desdobramentos da maior crise desde a Grande Depressão dos anos 30. Mas foi a capacidade de antevê-los – e de percebê-los como um freio à escalada da inflação – que levou os economistas a fazerem um mea culpa e reconhecerem o mérito de Tombini como banqueiro central.
Partidos já se armam para as eleições
Mal chegou 2012 e os principais partidos políticos do país começarão o novo ano de olho numa eleição municipal que servirá de pano de fundo para um projeto maior: a corrida pela Presidência, daqui a dois anos. Nos próximos meses, as mais expressivas legendas reforçam a articulação de alianças e as metas de crescimento, ao mesmo tempo em que trabalham nos bastidores para evitar o esvaziamento das bancadas municipais.
No alvo desde que assumiu o governo federal, o PT é o partido que mais sofrerá pressão. Com aliados como o PMDB e o PSB, ambos com planos eleitorais ambiciosos, as disputas municipais de 2012 vão dar trabalho ao partido da presidente Dilma Rousseff. O PT terá de conciliar interesses locais com o projeto de fortalecimento da base do governo.
A pressão para que os petistas não criem obstáculos na articulação das alianças país afora promete ser grande. Oficialmente, a direção nacional do PT diz que não fará mais concessões neste ano do que em eleições anteriores. O partido, entretanto, tem concluído levantamento das cidades onde poderá abrir mão de candidatos a prefeito para agraciar aliados.
Com máquina nas mãos, Paes monta estrutura de campanha
Os candidatos de oposição ao prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), vão enfrentar um rolo compressor para ter chances de levar ao segundo turno as eleições municipais. Enquanto Paes já tem a estrutura de campanha montada, que inclui integrantes do governo do estado e um leque amplo de partidos aliados, os adversários do peemedebista ainda patinam neste início de ano eleitoral, sem ao menos terem alianças definidas.
Paes tem nas mãos para a reeleição a máquina da prefeitura e cabos eleitorais de peso: a presidente Dilma Rousseff – o vice na chapa será o vereador Adilson Pires (PT) – e o governador Sérgio Cabral (PMDB). Além disso, o grupo de Paes fechou acordo com uma tropa de choque de 16 partidos, total que pode aumentar. O prefeito aposta todas as fichas na adesão do PV e do PPS. As duas siglas estudam lançar candidaturas próprias e são cortejadas pela oposição.
Deputados-celebridades sem vaias no 1º ano
Eles não fizeram feio. Os deputados-celebridades chegaram ao Congresso, no início de 2011, sob desconfiança quanto à capacidade política, mas terminam o primeiro ano de mandato aprovados. Alguns até tiveram atuação destacada como parlamentar, missão difícil num universo de 513 deputados. No geral, foram assíduos nas sessões plenárias e de comissões, usaram a fama para influenciar nas áreas de atuação e optaram pela discrição em situações que exigiam conhecimentos específicos. E os poucos escorregões por práticas antigas condenáveis não chegaram a comprometer a atuação dos novos políticos.
A avaliação, constatada pelo monitoramento da atuação desse grupo de deputados, é compartilhada pelo diretor de documentação do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), Antônio Augusto Queiroz, que acompanha o dia a dia do Parlamento há décadas:
– A novidade é que as celebridades não foram, no primeiro momento, a decepção que todos esperavam. Foram humildes e aceitaram aconselhamento para evitar exposição negativa; buscaram focar em áreas, evitando a exposição folclórica.
Tiririca: 100% de presença e nada de discurso
Em termos de assiduidade, Acelino Popó foi, no grupo, o mais ausente nas sessões plenárias, mas ainda assim manteve 77,4% de frequência – melhor do que muitos políticos experientes e tradicionais. E Popó “deu mole”, como dizem os colegas, ao se ausentar de uma sessão solene que ele próprio pedira para realizar, em homenagem à luta marcial krav magá.
Tiririca não faltou a nenhuma sessão deliberativa, contabilizando 100% de presença. É seguido de perto por Romário, que teve 94,4% de presença. A diferença de atuação em plenário das duas mais famosas celebridades desta legislatura, no entanto, é grande. Enquanto o deputado Tiririca não usou, sequer uma vez, os microfones do plenário, Romário falou 11 vezes, entre discursos da tribuna e intervenções, superando até o experiente Stepan Nercessian.
– Quando sentir que está legal, falo. O microfone não é bicho de sete cabeças para mim e plateia boa também. Vou falar para o povo que votou em mim, que acredita em mim. Quando? Vamos ver. Faltam mais três anos. Minha mãe já pediu, minha esposa já pediu, mas não é o momento. Não tenho o que falar, é cedo – justifica Tiririca.
Folha de S. Paulo
Economia brasileira terá retomada frágil em 2012
O Brasil encerrou 2011 com um dos crescimentos mais baixos entre os emergentes. O país é o quinto que menos cresceu, em um grupo de 24 analisados, estima a consultoria britânica EIU (Economist Intelligence Unit). E deve repetir, em 2012, uma expansão ainda moderada.
Analistas projetam que o ano que começa será de recuperação, porém modesta e frágil. Traduzindo em números, o país deve crescer pouco mais de 3%, em média, nos dois primeiros anos do governo Dilma Rousseff.
O balanço é pior do que os celebrados 4,5% médios do segundo mandato do presidente Lula (2007-2010).
Embora a crise externa seja uma das causas da desaceleração, analistas dizem que os motores domésticos do crescimento começam a dar sinais de fadiga.
O enfraquecimento do setor fabril, por exemplo, é um problema de difícil conserto.
Economia morna não deve afetar bem-estar
O crescimento modesto que deve marcar a primeira metade do governo Dilma não causará uma piora das condições de vida da população, acreditam especialistas.
Como a população hoje cresce lentamente, a renda per capita se expande acima de 3% ao ano, sustentando o sentimento de bem-estar, afirma o economista-chefe do Bradesco, Octávio de Barros.
As expectativas para o mercado de trabalho, porém, são incertas. Projeções de economistas indicam que o desemprego pode tanto recuar um pouco quanto subir em 2012.
Brasileiro prefere igualdade social a crescimento vigoroso
A economia teve expansão de 7,5% em 2010, após recuar 0,3% no ano anterior. Na média, cresceu por volta de 3,5% em dois anos. No biênio 2011-2012, provavelmente também crescerá nessa faixa.
Assim, os fatos indicam que o potencial de crescimento da economia hoje é 3,5%.
Os 4,5% do segundo mandato do governo Lula corresponderam a uma janela de oportunidade, favorecida pelo cenário externo, que não se repetirá se não pensarmos em medidas que aumentem esse potencial.
Questão: é bom ou ruim crescer 3,5%? Os economistas não têm instrumentos para responder essa pergunta.
A elevação da taxa de crescimento requer cortar alguns gastos (como, por exemplo rever a política de valorização do salário mínimo que tem forte impacto sobre as despesas previdenciárias) de forma a elevar a poupança e o investimento. Requer também melhorar a governança e a eficiência dos serviços públicos.
Essas mudanças acarretam custos no presente para grupos da sociedade. Os benefícios, em geral, são auferidos por todos na forma de maiores taxas de crescimento da economia no futuro.
STF enfrentará pauta polêmica neste ano
O STF (Supremo Tribunal Federal) começa 2012 tendo de resolver uma crise institucional que questiona os poderes do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) e com a tarefa de tratar temas espinhosos, como a descriminalização do uso de drogas e o aborto de fetos anencéfalos.
Os ministros sabem, no entanto, que a imagem do tribunal dependerá de apenas um julgamento -o do mensalão.
Em sua reta final, o processo sobre o maior escândalo do governo Lula, revelado pela Folha em 2005, estará nas mãos no ministro revisor da ação, Ricardo Lewandowski.
Recentemente, Lewandowski declarou que alguns crimes imputados aos réus devem prescrever.
Para tentar agilizar o julgamento, o ministro Joaquim Barbosa, relator da ação penal, liberou seu relatório sobre o caso no último dia de trabalho do STF de 2011 e avisou que seu voto está praticamente pronto.
Arquidiocese de Manaus cria Nossa Senhora indígena
A Arquidiocese de Manaus apresentou aos fiéis uma imagem de Nossa Senhora e do menino Jesus com traços indígenas.
Chamada de Nossa Senhora da Amazônia, a imagem foi feita pela designer Lara Denys, 23, vencedora de concurso para retratar a santa com “características da cultura da região amazônica”.
Na imagem, Nossa Senhora e Jesus têm cabelos e olhos pretos e pele parda. O manto dele está preso ao corpo dela, da mesma forma que as índias carregam seus filhos.
Segundo o coordenador do concurso, padre Reneu Stefanello, será construída a sua estátua no santuário que está sendo erguido em Manaus.
Guiana vê inércia do Brasil no combate ao garimpo ilegal
Atraídas pela alta do ouro, novas levas de garimpeiros brasileiros despertaram a animosidade de autoridades da Guiana Francesa, que acusam o Brasil de inércia no combate à exploração ilegal.
Ao mesmo tempo, a repressão francesa à atividade alcançou número recorde de ações. A maioria delas foi contra brasileiros concentrados nos mais de 700 km de fronteira com o Brasil -a Guiana é um departamento (equivalente a Estado) ultramarino da França.
As principais críticas foram feitas pelo presidente do Conselho Regional da Guiana, Rodolphe Alexandre. Em entrevistas, ele disse que o vizinho Amapá “faz vista grossa sobre a origem de toneladas de ouro vendidas ou exportadas em seu território”. Apontou ainda “uma rede quase mafiosa que facilita a vinda destes clandestinos”.
Loja de aeroporto é ‘caixa-preta’ da Infraero
pouco mais de um mês do leilão de concessão de três aeroportos brasileiros, o governo federal tem no colo uma caixa-preta: a lista de quem explora as lojas dos principais terminais do país, a joia da coroa do negócio.
Os registros oficiais da Infraero (estatal responsável pelos aeroportos) sobre concessões de lojas nas áreas aeroportuárias colidem com a realidade. Os dados omitem livrarias, locadoras de veículos, casas de câmbio e grandes redes de lojas.
Fornecido em atendimento a um requerimento de informações apresentado pela Folha, o documento não cita, por exemplo, unidades da livraria Laselva nos aeroportos de Congonhas, em São Paulo, e Antônio Carlos Jobim (Galeão), no Rio de Janeiro.
Estatal afirma que fiscaliza as concessões
A Infraero diz que as concessões das lojas são realizadas por licitação, na modalidade pregão presencial, e que possui uma “equipe de fiscalização que, entre outras atribuições, é responsável pelo acompanhamento da execução dos contratos”.
Segundo a estatal, três pontos dificultam o controle das lojas: disputas judiciais para manter concessões, franquia de redes e fusão de concessionárias.
A Infraero diz ainda que a lista oficial exclui contratos que são alvos de ações judiciais para serem mantidos. “Na lista encaminhada, constam somente contratos em vigência, sendo que há contratos em outras situações, como em ação judicial, contratos em ação com liminar etc.”
26% da área comercial está na mão de 8 grupos
Apenas oito grupos, em um universo de mais de 600 empresas, concentram 26% da área comercial dos principais aeroportos do país.
Segundo o documento oficial da Infraero, essas oito redes detêm 303 das quase 1.150 lojas dos aeroportos das 27 capitais, incluindo Cumbica (Guarulhos) e Viracopos (Campinas).
Reunindo a Dufry e a RA Catering -rede de restaurantes, como o Viena-, o grupo Advent, gestor de fundos, encabeça a lista, com 80 concessões.
Correio Braziliense
Os desejos de Dilma para 2012
Depois de passar 2011 promovendo trocas de ministros a cada 45 dias no segundo semestre, fechando a torneira orçamentária para conter a inflação herdada do governo anterior e tentando brecar a influência da crise financeira internacional, a presidente Dilma Rousseff espera que 2012 seja um ano para consolidar o mandato. Aos poucos, ela vai liberar os investimentos públicos para que o país possa crescer 5%, tomando cuidado para que a inflação se aproxime do centro da meta de 4,5%. Para isso, precisa torcer, e muito, para que o trem chinês não saia dos trilhos, o que afundaria o mundo em uma prolongada depressão.
No Congresso, a despeito do ano “mais curto” por causa das eleições municipais, Dilma quer aprovar o Fundo de Previdência dos Servidores Públicos Federais; o Plano Nacional de Educação; o projeto que combate a lavagem de dinheiro e o Código Florestal. Neste último caso, Dilma quer sancionar o projeto para ter uma plataforma política a ser apresentada na Conferência Rio + 20, que tratará de meio ambiente e desenvolvimento sustentável e será realizada em junho no Rio de Janeiro.
Bomba-relógio bilionária
A União enfrentará ações no Supremo Tribunal Federal que podem representar uma bomba-relógio para o governo federal em 2012. Levantamento da Procuradoria-Geral Federal (PGF) sobre as principais disputas judiciais que representam risco jurídico ao governo aponta para a possibilidade de um impacto financeiro estimado em R$ 74 bilhões.
As batalhas jurídicas ganham ainda mais relevância em um momento de confronto entre Executivo e Judiciário, acirrado pela resistência da presidente Dilma Rousseff em incluir, na Lei Orçamentária de 2012, o reajuste salarial para a magistratura. Um exemplo claro da preocupação do Palácio do Planalto com a tensão instalada entre os dois Poderes é a cautela adotada na tramitação da proposta de emenda constitucional que prorrogou até 2015 a Desvinculação de Receitas da União (DRU), de forma a evitar que a PEC pudesse ter sua constitucionalidade contestada no Supremo.
Uma das ações de maior risco financeiro para a União é o recurso que tramita no Supremo sobre os pedidos de “desaposentadoria”, instrumento que permite a aposentados que continuam na ativa pedir a conversão do benefício proporcional em integral, com base no tempo de contribuição extra. Nos cálculos da PGF, órgão ligado à Advocacia-Geral da União, uma derrota do governo representaria perdas da ordem de R$ 50 bilhões, se considerado apenas o estoque atual de aposentadorias por tempo de contribuição que podem ser revistas a partir de uma decisão do Supremo que favoreça os aposentados. Nos cálculos da Previdência, em torno de 500 mil se encaixam nessa situação.
Primeiro, as sessões polêmicas
O Supremo Tribunal Federal (STF) terá um 2012 ainda mais agitado do que foi o ano anterior. A se confirmar a apreciação do processo do mensalão, a Suprema Corte realizará o mais longo e esperado julgamento de sua história. O relator da ação penal, Joaquim Barbosa, quer julgar o caso neste primeiro semestre para afastar o risco de prescrição das penas. O presidente do Supremo, Cezar Peluso, pretende levar a plenário nos quatro primeiros meses deste ano os processos de maior relevância que estiverem prontos para julgamento. O objetivo do ministro é julgar o máximo de ações importantes antes de sua saída da Presidência da Corte, em abril.
Plenário mais ágil
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio avalia que chegou a hora de os ministros da Suprema Corte adotarem comportamentos que façam com que as sessões plenárias sejam mais bem aproveitadas. Ele defende votos mais curtos em processos em que haja consenso. “Acho que precisamos de uma autodisciplina. Temos que otimizar o tempo e evitar discussões paralelas”, destacou.
Reforço na segurança de Dilma
Após anos de baixo investimento, o Planalto decidiu dar um choque de modernidade à segurança da presidente Dilma Rousseff, do vice-presidente Michel Temer e de parentes de ambos. Com novidades tecnológicas que vão desde um rastreador para os carros a um sistema de câmeras com visão noturna, o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) pretende, até 2014, colocar a segurança de Dilma no mesmo patamar dos esquemas que protegem chefes de Estado dos países desenvolvidos. Por trás das mudanças, podem estar casos recentes que ameaçaram a segurança da presidente.
Embora o GSI alegue que nenhum fato específico motivou esse reforço, assessores de Dilma afirmam que dois episódios preocuparam a segurança. Em julho, um motoqueiro subiu com o veículo a rampa do Planalto, mas foi interceptado antes de invadir o Salão Nobre. Em setembro, um homem chegou armado ao palácio, ameaçando se matar caso não conseguisse falar com Dilma. Houve ainda a tentativa de invasão de um carro ao Alvorada.
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