O Globo
Deputados incluem armas em pacote de desonerações
A presidente Dilma Rousseff deve vetar no texto final da Medida Provisória 582, que prevê a redução dos encargos sociais (contribuição previdenciária) sobre a folha de pagamento de empresas de diversos setores, os artigos que concedem esse benefício fiscal à indústria de armas e munições. Os ministérios da Justiça e da Fazenda já recomendaram à presidente Dilma este veto. Derivado da MP 582, o chamado projeto de lei de conversão foi aprovado pelo Congresso no final de fevereiro e está nas mãos da presidente Dilma para ser sancionado. O prazo para sanção da nova lei é o dia 2 de abril.
Os autores das emendas que beneficiam o setor de armas foram os deputados Sandro Mabel (PMDB-GO) e Guilherme Campos (PSD-SP). Ambos tiveram campanhas eleitorais financiadas por empresas ligadas à Associação Nacional das Indústrias de Armas e Munições.
Durante a tramitação da MP 582 no Congresso, 41 deputados e 15 senadores apresentaram 242 emendas ao texto, visando a estender as benesses fiscais para diversos outros segmentos. A medida original do governo previa os benefícios para 15 setores, com o objetivo de desonerar a folha de pagamento e reduzir custos das empresas, como forma de estimular o parque industrial e ajudar o país a se precaver contra a crise internacional. A proposta do governo, dependendo do setor, é zerar a contribuição previdenciária sobre a folha de pagamento e tributar o faturamento com percentuais de 1% a 2%.
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Lindbergh reage a denúncia e ataca Cabral e o PMDB
A guerra declarada entre o PMDB do Rio e o senador e pré-candidato ao governo do estado em 2014 pelo PT, Lindbergh Farias, está longe do cessar-fogo. Depois de a revista “Época” ter publicado denúncia, a partir de informações do PMDB, sobre supostas irregularidades do petista quando ele era prefeito de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, Lindbergh contra-atacou. Levantamento apresentado ontem pelo grupo político do senador, a pedido do próprio Lindbergh, mostra que R$ 887 milhões que teriam sido repassados pela União ainda não foram utilizados pelo governador Sérgio Cabral (PMDB) na reconstrução das cidades da Região Serrana castigadas pelas chuvas em 2011. A presidente Dilma Rousseff vai hoje a Petrópolis com Cabral e com o vice-governador Luiz Fernando Pezão, outro pré-candidato, e participará de uma missa pelos mortos nos deslizamentos da semana passada.
Dilma planeja encontro para reduzir resistência contra unificação do ICMS
A equipe econômica e o Palácio do Planalto já sabem que estados e municípios cobrarão um preço alto para aprovar o principal projeto econômico do governo de 2013 e estrela do pacto federativo: a reforma do ICMS. Em reuniões realizadas nas últimas semanas, governadores e prefeitos de capitais deixaram claro que querem muito mais do que o projeto encaminhado ao Congresso pelo Ministério da Fazenda, a unificação da alíquota do ICMS, principal imposto estadual, para tentar acabar com a guerra fiscal entre os estados.
Projeto bonifica alunos e professores no Ceará
Desde que foi implantado, em 2007, o Programa de Alfabetização na Idade Certa (Paic), do governo do Ceará, focou não apenas no material levado às crianças da rede pública de ensino. Embora tenha distribuído agentes responsáveis pela gestão do conteúdo didático nos 184 municípios do estado, o programa reservou parte de seu orçamento para também prestigiar professores e as próprias escolas. Em 2012, dos R$ 70 milhões reservados pelo cofre público para o projeto, quase metade foi direcionada à bonificação de professores, reformas de unidades de ensino e compra de material de apoio.
Chipre decide congelar contas bancárias
Em reunião até de madrugada, o governo de Chipre acertou com a UE e o FMI acordo que prevê congelar depósitos bancários acima de € 100 mil. Para evitar corrida bancária, foram limitados a € 100 os saques diários nos dois maiores bancos.
Um mar de boas notas no sertão
A maioria dos alunos da 8ª série da escola Professora Júlia Elisa Farias, em Groaíras, sertão cearense, usa chinelo de dedo na sala de aula. Adolescentes, idade média de 14 anos, nenhum deles manuseia smartphones ou tablets. Alguns levam banana para completar a merenda que recebem no intervalo. É simples o prédio do colégio, fincado num bairro de periferia com ruas de pedra e barro, e cujo portão de acesso é trancado com arame enferrujado. Alguns alunos, para estudar ali, chegam de carona no lombo do cavalo.
Há duas semanas, compenetrados, meninos e meninas estavam diante do primeiro simulado do ano. Interpretavam o texto que ilustrava uma das tirinhas da personagem argentina Mafalda, garota de humor ácido e raciocínio rápido. Mal percebiam a movimentação da equipe do GLOBO. Estavam atentos a perguntas e respostas em diferentes matérias, as quais testariam o quanto aprenderam nos últimos dias.
Correio Braziliense
Contra a reforma política
A nova tentativa de votação da reforma política na Câmara dos Deputados, marcada para 9 e 10 de abril, poderá esbarrar na resistência de partidos menores que veem na lista de projetos do tema uma ameaça. Um grupo de lideranças partidárias já se articula para obstruir a apreciação do relatório de Henrique Fontana (PT-RS) por temer que os pontos em análise provoquem o fim das legendas que não ocupam grandes espaços no Congresso Nacional.
O texto da reforma previsto para entrar em pauta concentra-se em quatro pontos principais de duas matérias: uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que acaba com as coligações nas eleições proporcionais e a coincidência das eleições presidenciais e municipais em um só ano, e um projeto de lei que implanta o financiamento exclusivamente público de campanhas e modifica a forma de escolha de deputados federais nas eleições. Os tópicos foram elaborados por Fontana, enquanto relator da comissão especial, com o aval do PT e do PMDB. Mas ainda não encontram consenso.
De olho na reeleição, Dilma acelera as alianças locais
A divulgação das primeiras pesquisas de intenção de voto das eleições de 2014 dará um novo combustível para a corrida dos presidenciáveis em busca de apoios de aliados na disputa pelo Planalto no ano que vem. Apesar dos números iniciais apresentarem uma ampla vantagem da presidente Dilma Rousseff, as negociações com os partidos não devem ser tão simples assim. Até o momento, as realidades locais ainda têm falado mais alto em comparação com as combinações nacionais.
Dona da caneta, Dilma tem corrido para acertar o novo desenho da Esplanada e amarrar prováveis aliados. Definiu o Ministério da Agricultura para o PMDB mineiro e quer trazer ainda o PR e o PSD para seu lado. As novas conversas estão marcadas para depois da Páscoa. O partido do senador Alfredo Nascimento (PR-AM) quer retomar o controle do Ministério dos Transportes, mas não seria improvável se acabasse sobrando para os republicanos o Turismo, com o deslocamento de Gastão Vieira para a Ciência e Tecnologia.
Inadimplência no Pró-DF chega a 68%
Programa criado pelo governo para facilitar a abertura de negócios com a geração de emprego e renda, o Pró-DF tornou-se um convite ao calote. A maioria dos contratos em vigor para a aquisição de terrenos tem parcelas atrasadas. Mesmo em condições facilitadas, muitos beneficiários não cumprem as obrigações. Hoje, a taxa de inadimplência é de 68%. Na maior parte dos lotes cedidos em área pública, o desconto é de até 95% do valor do terreno, com prazo de carência de cinco anos para compra e de 36 meses para quitar o financiamento. Durante 60 meses, paga-se aluguel irrisório, de 0,5% do preço do imóvel, montante ainda abatido no ato da venda. O que seria estímulo para o crescimento econômico produz atualmente R$ 88 milhões de prejuízo aos cofres públicos. O cálculo é da Agência de Desenvolvimento do DF (Terracap).
Caso Encol
Uma das poucas condenações pelo escandaloso caso Encol, que deixou 42 mil mutuários a ver navios e débitos de mais de R$ 2,5 bilhões com credores e órgãos públicos, corre o risco de prescrever e ficar sem punição. Sentenciados a 7 anos de prisão, em 2005, por empréstimos irregulares concedidos em benefício da construtora, entre 1994 e 1995, cinco ex-dirigentes do Banco do Brasil na gestão do governo Fernando Henrique Cardoso podem se ver livres das penas em breve.
A “nova” polarização eleitoral venezuelana
A morte do presidente Hugo Chávez polarizou ainda mais um país marcado na última década e meia por fortes tensões políticas. A três semanas da eleição de 14 de abril, quando será escolhido o sucessor, os governistas transformam o líder da Revolução Bolivariana em mito e usam seu nome sem reservas em busca de votos para Nicolás Maduro, chefe de Estado interino e candidato ao Palácio de Miraflores. A oposição, por seu lado, denuncia abusos da campanha adversária e reconhece: uma vitória nas urnas será “muito mais difícil, herOica, épica e espiritual”, como definiu Henrique Capriles Radonski, escalado para enfrentar o chavismo uma vez mais.
A faxina só removeu o pó
Quase dois anos após iniciada a faxina ministerial da presidente Dilma Rousseff — que disse à época não tolerar malfeitos —, todos os ministros defenestrados continuam respondendo a ações na Justiça. Mesmo na Controladoria-Geral da União (CGU), encarregada de pinçar os responsáveis e identificar falhas administrativas e operacionais a serem corrigidas, os procedimentos ainda caminham a passos lentos: somente três estão em fase final. Além disso, grupos políticos degolados na faxina estão retornando ao governo. Carlos Lupi, por exemplo, já garantiu a vaga de Manoel Dias no Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e o próximo pode ser um indicado de Alfredo Nascimento, interlocutor do PR pela retomada dos Transportes.
PSC teme imagem negativa do pastor
Desde que o pastor Marco Feliciano (SP) foi indicado para presidir a Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, no último dia 5, o até então distante dos holofotes Partido Social Cristão (PSC) ganhou visibilidade em todo o país. A fama trazida por Feliciano não revelou, no entanto, que o PSC é um partido de média expressão — a bancada federal é maior que a de 13 dos 24 partidos com representação no Congresso — e tem em seus quadros também católicos, espíritas, prostitutas, negros e homossexuais.
Nas últimas reuniões do partido, alguns integrantes têm reclamado da imagem negativa adquirida com a superexposição por conta das polêmicas envolvendo Feliciano — o deputado já disse, por exemplo, que os negros são “descendentes de ancestral amaldiçoado por Noé” e que a “Aids é um câncer gay”. Muitos temem que toda a legenda receba a pecha de homofóbica e racista, além de parecer que há nela apenas evangélicos. “Mas o partido não é uma igreja, tem gente de toda religião e, graças à democracia, até ateu entra à vontade, desde que concorde com os princípios cristãos”, explica o vice-presidente do PSC, pastor Everaldo Dias Pereira.
Aula interativa de anatomia em Minas
Equipe da UFJF cria atlas eletrônico que pode ser acessado até por alunos de outras universidades.
Álcool e direção voltam a matar
Motorista embriagado e sem carteira de habilitação atropela estudante de 15 anos em Guarulhos. Outros acidentes fatais marcaram o fim de semana no país.
Caminhada de fé
Com folhas de palmeira nas mãos e vestidos a caráter, atores da mais tradicional encenação da Paixão de Cristo do DF que ocorrerá na próxima sexta-feira, saíram em procissão pelas ruas de Planaltina. Ao som de músicas religiosas, eles atraíram mais de 1 mil fiéis para reviverem histórico ritual da Igreja Católica: a entrada de Jesus em Jerusalém. O domingo de Ramos marca o começo da Semana Santa.
Folha de S. Paulo
Deputados tucanos de SP resistem em apoiar Aécio
O senador Aécio Neves (MG) enfrenta resistência dos deputados federais e estaduais paulistas do PSDB no momento em que terá seu primeiro encontro com a militância tucana de São Paulo na condição de principal nome do partido para a disputa à Presidência em 2014.
Enquete realizada pela Folha nos últimos dias mostra que, dos 35 deputados tucanos, só oito cravam apoio à candidatura do mineiro nas eleições do ano que vem. Doze dos parlamentares do PSDB no Estado dizem que Aécio é um bom nome, mas não fecham questão sobre a candidatura. Outros 15 não dizem quem apoiam.
Hoje, o mineiro realizará uma palestra no congresso do PSDB paulista, ato que faz parte de sua agenda para tentar vencer resistências entre tucanos de São Paulo.
Promotoria acusa Maluf de blindar bens de empresa
O Ministério Público de São Paulo afirma que a família do deputado federal Paulo Maluf (PP-SP) está buscando escapar do pagamento de condenações judiciais com a transferência do patrimônio da empresa da qual é dona, a Eucatex, para uma nova companhia do grupo, a ECTX.
Para a Promotoria, essa operação constitui fraude e tem como objetivo “desidratar” a Eucatex para evitar que os bens da companhia sejam usados para pagar indenizações nas ações judiciais em que Maluf foi acusado de desviar dinheiro da prefeitura.
O vice-presidente da Eucatex, José Antônio Goulart de Carvalho, nega a acusação. Ele afirmou à Folha que a transferência do patrimônio da empresa para a ECTX ocorreu porque a nova companhia será a protagonista de um novo modelo de gestão, mais transparente, a ser adotado.
Operação é legal e foi aprovada, afirma deputado
O deputado federal Paulo Maluf (PP-SP) e a Eucatex defenderam a legalidade da transferência de bens da companhia da família Maluf para a empresa ECTX, do mesmo grupo empresarial. A assessoria de imprensa do deputado afirmou que a operação é legal e foi aprovada por todas as autoridades.
Cota não garante aluno de escola pública em vestibular
A falta de aulas de geografia no último ano do ensino médio fez com que Monique dos Santos Pires, 21, desistisse de vez do vestibular para as universidades públicas. “Não tinha como competir com aluno de escola privada”, afirma ela, que trabalha e estuda administração na instituição particular FMU.
A situação de Monique ajuda a explicar por que o número de alunos da rede pública nos vestibulares de importantes instituições gratuitas do país caiu ou mudou pouco nos últimos anos, apesar de políticas de bônus e cotas.
Não houve delação no caso Rubens Paiva, diz ex-exilado
Nome muitas vezes lembrado quando se fala sobre o episódio que culminou com a prisão do deputado federal cassado Rubens Paiva, em 1971, o ex-exilado político Luiz Rodolfo Viveiros de Castro, 63, relembra os dias de seu exílio no Chile e afirma: “Não acredito que houve um delator”.
Rubens Paiva foi localizado pela ditadura após a mãe e a cunhada de Luiz Rodolfo, Cecília e Marilene, serem presas com uma carta que seria entregue ao então ex-deputado. Interrogadas, deram o número do telefone pelo qual contatariam Paiva, o que permitiu a militares localizá-lo.
OAB volta a discutir se adota eleições diretas para diretoria
Um dos temas que polarizaram a disputa pela presidência do Conselho Federal da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) no começo deste ano está de volta: eleições diretas para a direção da entidade -algo que nunca ocorreu em 83 anos de história.
O presidente da OAB, Marcus Vinicius Furtado, anunciou neste mês a criação de uma comissão para revisar o sistema eleitoral da Ordem. Os trabalhos serão coordenados por Luiz Viana Queiroz, da OAB da Bahia.
Uma das metas é realizar, até o fim deste ano, um plebiscito para saber a opinião dos 750 mil advogados no país sobre as diretas.
Alvo de protestos, Feliciano irá à Bolívia tratar de corintianos
Pressionado a deixar a presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, o deputado pastor Marco Feliciano (PSC-SP) deu ontem mais sinais públicos de que pretende resistir no cargo.
Divulgou em seu site que “já prepara viagem oficial” à Bolívia “nos próximos dias” para tratar do caso dos corintianos presos naquele país após a morte de um garoto numa partida de futebol.
Acionistas da Petrobras perdem 21% em um ano
O mau desempenho recente das ações da Petrobras tem preocupado investidores. Cálculos feitos para a Folha pela empresa de informações financeiras Comdinheiro mostram que quem aplicou R$ 10 mil há 12 meses no papel mais negociado da estatal (o preferencial, sem direito a voto) tinha, em 19 de março deste ano, R$ 7.912,18, já considerando os proventos (dividendos, juros sobre capital próprio e rendimentos).
Quem investiu o valor na ação ordinária (menos negociada, com direito a voto) perdeu mais dinheiro: o saldo diminuiu para R$ 7.021,70. As ações caíram no período pressionadas pela desconfiança dos investidores em relação à ingerência do governo na empresa, que impediu, por exemplo, reajustes mais elevados da gasolina por causa da inflação.
Entrevista da 2ª Roberto Azevêdo
Tarefa da OMC será evitar retrocessos no comércio global
Paralisada há cinco anos pelos impasses na rodada Doha de liberalização do comércio global, a Organização Mundial do Comércio escolhe agora um novo diretor-geral que terá como missão recobrar a relevância de uma instituição essencial ao crescimento econômico mundial.
O brasileiro Roberto Azevêdo, lançado pelo governo no fim do ano passado, desponta como um dos favoritos entre os nove candidatos à sucessão de Pascal Lamy -nos próximos dois meses eles disputarão o voto dos 159 países-membros. À frente da missão do Brasil na OMC desde 2008, o embaixador se tornou respeitado e querido em Genebra, onde fica a sede da organização.
Chipre liquida banco para obter resgate de R$ 26 bi
A poucas horas do prazo final para evitar um colapso financeiro, autoridades do Chipre aceitaram ontem liquidar o segundo maior banco do país e impor fortes perdas a seus correntistas em troca de um pacote de resgate de € 10 bilhões (cerca de R$ 26 bilhões) da União Europeia.
“Estou contente”, disse o presidente cipriota, Nicos Anastasiadis, ao fim da reunião de mais de dez horas em Bruxelas, na Bélgica. Anastasiadis, que durante às negociações ameaçou renunciar, fechou as diretrizes do acordo que salva a ilha da quebra com os ministros de Finanças da zona do euro, líderes do FMI e do Banco Central Europeu (BCE).
O Estado de S. Paulo
Mesmo com safra recorde, inflação de alimentos resiste
Mesmo com o país colhendo uma safra recorde de 185 milhões de toneladas de grãos, os preços dos alimentos para o consumidor final aumentaram mais de 30% nos últimos 12 meses, muito acima da inflação em geral, que ficou em 6,43% até março, segundo o IPCA-15, prévia do índice que é referência para as metas de inflação. A conclusão é de estudo dos economistas da USP, Heron do Carmo e Jackson Rosalino. “Os alimentos têm subido acima do padrão sazonal”, observa Elson Teles, do Itaú Unibanco. Os preços já caem no atacado, segundo Fabio Silveira, da RC Consultores. “Já era hora de essa queda ter aparecido no IPCA”, afirma Fábio Romão, da LCA. Os economistas acreditam que com a supersafra e as desonerações do setor, os preços devem começar a ceder.
Desonerações evitaram 0,4 ponto de aumento
O governo cortou 0,4 ponto porcentual da inflação deste ano, segundo o Instituto Brasileiro de Economia da FGV. Economistas criticam a adoção de medidas pontuais, mas a equipe econômica corre contra o tempo para evitar o estouro do teto da meta de inflação, de 6,5%. Na taxa acumulada em 12 meses, o estouro pode ocorrer já em março.
CNJ apura elevação de dívidas de precatórios
Além da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) declarando inconstitucional o sistema de pagamento de precatórios, a recente descoberta de erros no cálculo de dívidas judiciais vem agitando Judiciário, Executivo e credores. Tudo começou quando o atual corregedor nacional de Justiça, Francisco Falcão, anunciou que ocorreram equívocos no cálculo da dívida do Estado da Paraíba. “Há perspectiva de quase R$ 100 milhões pagos acima do valor”, disse Falcão, que integra o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) desde setembro.
Conforme levantamento divulgado em meados de 2012 pelo CNJ, o Estado do Paraíba tinha uma dívida com precatórios de R$ 405,9 milhões. Mas, após uma correição no setor, concluída em fevereiro, o corregedor concluiu que “houve erro, sem má-fé” do tribunal e do governo paraibano, uma vez que a procuradoria aprovou os cálculos. De acordo com Falcão, os valores pagos a mais terão de ser devolvidos.
Com Serra fora do País, Aécio pede apoio a SP
Sem a presença do ex-governador José Serra, o senador e presidenciável do PSDB, Aécio Neves (MG), participahoje de encontro partidário em São Paulo, durante o qual discursará a favor da unidade tucana e fará críticas ao governo da presidente Dilma Rousseff. Aécio fará uma palestra na sede do PSDB paulista num movimento político de aproximação com o partido em São Paulo, etapa necessária para consolidar seu projeto de se tornar o candidato a presidente em 2014.
A presença do senador na capital paulista ocorre no momento em que Serra ameaça deixar o PSDB. Aliados do ex-governador reclamam da falta de espaço para o tucano no partido e chegaram a pleitear a presidência da legenda para ele – Aécio, porém, deve ser eleito o novo presidente nacional do PSDB em maio. Convidado para participar do encontro, o ex-governador foi para os Estados Unidos neste final de semana, alegando ter sido chamado “em cima da hora”, segundo tucanos.
Candidatos fazem peregrinação por vaga no Supremo
O processo de escolha do novo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) esvazia uma frase repetida há mais de um século nos meios jurídicos: cargo de ministro do Supremo não se pleiteia nem se recusa. Pelas contas de integrantes do governo, mais de 40 nomes já se apresentaram em busca da vaga, e a maioria é de candidatos de si mesmos. Eles se aventuraram a disputar a cadeira deixada no ano passado pelo ministro Carlos Ayres Britto, que se aposentou em meio ao julgamento do mensalão.
São presidentes de tribunais estaduais, juizes federais e estaduais, advogados, procuradores da República, integrantes do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e ministros de tribunais superiores que seguem diferentes caminhos, alguns mais discretos, outros nem tanto (ver matéria ao lado), mas todos com o objetivo único: a unção da presidente da República, Dilma Rousseff.
Aspirantes usam e-mail e até ‘lista de apoiamento’
A aproximação feita pelos auto-candidatos em campanha pela vagano Supremo Tribunal Federal (STF) varia. Há quem envie e-mails deixando expresso o motivo do pedido de audiência: “Vaga no Supremo Tribunal Federal”. Outros se aproximam dos conselheiros da presidente da República de forma mais reservada, solicitando um horário na agenda para uma “visita institucional”. Há, ainda, quem prefira trilhar um roteiro mais tradicional, consultando pessoas próximas no governo sobre a chance de uma indicação e pedindo ajuda. Não querem aparecer como candidatos de si mesmos.
Empresário aponta elo entre ditadura e quebra da Panair
Documentos reunidos pelo empresário Rodolfo da Rocha Miranda, filho de Celso da Rocha Miranda (1917-1986), um dos dois donos da companhia aérea Panair do Brasil, indicam que a falência da empresa, decretada em 1965, resultou de perseguição do governo militar (1964-1985). Os alvos eram Celso e seu sócio Mario Wallace Simonsen, ligados a Juscelino Kubitschek, presidente da República de 1956 a1961 e, posteriormente, opositor da ditadura instala- da após o golpe militar que derrubou o presidente constitucional João Goulart – chefe de Estado de 1961 a 1964.
Quando a empresa pediu concordata, o governo instituiu um decreto que impedia empresas aéreas de usarem esse instrumento legal. Foi, então, decretada a falência da Panair. Depois, quando a empresa conseguiu pagar seus credores e, por lei, poderia voltar a operar, o governo criou outro decreto impedindo empresa aérea que houvesse falido de retomar os voos. Relatórios do governo indicam que a Panair não era insolvente e operava sem irregularidades.
Domingo de Ramos
O papa Francisco iniciou a celebração da Semana Santa circulando pela Praça São Pedro em carro aberto e convocou os jovens a se unirem a ele na Jornada Mundial da Juventude, em julho, no Rio.
‘Denúncia é fundamental’
Titular da Secretaria das Mulheres, Eleonora Menicucci diz que as recentes condenações por assassinato do ex-goleiro Bruno e do ex-policial Mizael Bispo foram “emblemáticas” para fazer as mulheres mudarem de atitude e denunciarem seus agressores.
Governo investiga cirurgias de prótese
O Ministério da Saúde (MS) fará auditoria com foco em 20 grandes hospitais para apurar a suspeita de fraudes e superfaturamento na implantação de próteses e órteses em pacientes. O objetivo é descobrir o motivo de distorções que impactam o orçamento da saúde pública e, principalmente, dos planos privados, além de verificar se as cirurgias cobradas têm sido, de fato, realizadas. Se comprovados abusos, o governo pretende tomar medidas para regular preços no mercado, a exemplo do que ocorre com medicamentos.
À investigação parte de indícios de irregularidades colhidos pelo ministério, a começar pelo excesso de procedimentos em hospitais. Segundo o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, conforme a unidade, de 54% a 99% das cirurgias são múltiplas ou seqüenciais, ou seja, para aplicar mais de um item no corpo do paciente.
Israel ataca alvo na Síria e cresce tensão no Golã
Em meio a avanços de tropas rebeldes no sul da Síria, o Exército israelense retaliou ontem um ataque que veio do país vizinho a dois de seus veículos de patrulha nas Colinas do Golã, território ocupado por Israel desde 1967. Segundo um porta-voz do Ministério de Defesa israelense, um míssil teleguiado atingiu um comando militar sírio, mas não deu detalhes se ele pertencia às forças insurgentes ou às tropas do regime de BasharAssad.
Ocorrido dois dias após uma visita oficial do presidente americano, Barack Obama, a Israel, o ataque foi o segundo episódio de violência além da fronteira entre os dois países e aumentou os temores de que a guerra civil síria se espalhe para territórios vizinhos.
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