O Globo
Ciro agora chama o PMDB de quadrilha
Em sua terceira entrevista às vésperas de ser preterido pelo PSB na corrida presidencial, por imposição do presidente Lula ao partido, o ex-ministro e deputado federal Ciro Gomes (PSB) aumentou o tom dos ataques contra setores do PMDB, que classificou de “ajuntamento de assaltantes”. Disse que o presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), cotado para ser vice na chapa de Dilma Rousseff (PT), é o “chefe da turma de pouco escrúpulo”.
Ciro disse acreditar que Dilma estaria “rendida” se vencer com o apoio de aliados desonestos.
— O PMDB, como partido, não tem problema. O PMDB tem tantas virtudes e defeitos como qualquer outro. O problema é a hegemonia. O problema é que quem manda no PMDB não tem nenhum escrúpulo, nem ético, nem republicano nem compromisso público.
Nada. É um ajuntamento de assaltantes, na minha opinião — disse Ciro Gomes, continuando: — O Michel Temer hoje é o chefe dessa turma, dessa turma de pouco escrúpulo. Sem dúvida.
Ataque também a institutos de pesquisa
Além do PMDB, do presidente Lula, dos presidenciáveis Dilma Rousseff e José Serra, o deputado Ciro Gomes criticou também os institutos de pesquisa: — O Ibope e o Sensus fazem qualquer negócio. O Datafolha é o único instituto que não se aluga a partidos e empresas — afirmou na entrevista à Rede TV!. Para Ciro, as pesquisas de intenção de voto não deveriam definir o lançamento de candidaturas.
— O importante é não entregar nem ao Datafolha, muito menos ao Ibope e ao Sensus, que fazem qualquer negócio, a consciência do futuro, do destino da nossa pátria — disse o deputado.
— Ninguém está ligado em campanha, só os políticos e os jornalistas, em grande tratativas, grandes jogadas, grandes manipulações.
Ciro manterá cargos no governo
PT, PMDB, PSB e Lula evitam reagir aos ataques do deputado
Na linha de evitar confronto com Ciro Gomes, como também têm feito petistas e peemedebistas atacados por ele, o PSB divulgou nota afirmando que o partido não cogita tirar cargos de Ciro no governo, como o ministro Pedro Brito, da Secretaria dos Portos. Nos bastidores, o Planalto avisou que Lula não iria mexer nos cargos de Ciro no governo — até para não atiçar ainda mais a ira do aliado magoado.
— Não tem o mínimo cabimento a discussão de cargos.
O presidente Lula não vai concordar em fazer ajustes de cargos dos partidos. Nós respeitamos Ciro. O problema de ele ser ou não candidato é do PSB — disse o líder do governo, Cândido Vaccarezza (PT-SP).
Palanque de Dilma em Minas estremece
Cansado de esperar um desfecho na disputa interna no PT de Minas, o PMDB partiu para as negociações sobre a chapa no estado. Os peemedebistas acreditam que, fechando uma aliança ampla em torno do senador Hélio Costa para o governo, o PT não teria outra saída a não ser aderir, com risco de ver esvaziado o palanque da pré-candidata à Presidência Dilma Rousseff no segundo maior colégio eleitoral do país. No próximo domingo, os petistas mineiros farão prévias para escolher entre os pré-candidatos Patrus Ananias e Fernando Pimentel. Mas o PMDB decidiu não esperar e já negocia acordos inclusive com aliados históricos dos petistas, como o PCdoB.
Serra diz que saúde pública estagnou na gestão Lula e defende investimento
Contido nas críticas às ações do governo Lula, o pré-candidato do PSDB à Presidência, José Serra, mudou o tom ontem, em entrevista ao “Programa Brasil Urgente”, da TV Bandeirantes, e afirmou que a saúde no Brasil estagnou. O tucano foi ministro da Saúde até 2002, no governo Fernando Henrique, quando deixou o cargo para disputar a eleição a presidente daquele ano.
— A saúde estagnou (no governo Lula). Na saúde, ou você anda ou vai para trás, porque a demanda vai crescendo. Acabaram os mutirões, houve menos investimentos, faltam consultas — afirmou Serra ao apresentador José Luiz Datena.
O pré-candidato reafirmou promessas para a área, como a de criar ambulatórios médicos de especialidades.
Nas ondas das rádios e das TVs
Desde que lançou a sua pré-candidatura presidencial, há 17 dias, José Serra tem priorizado entrevistas a rádios e emissoras de TV. De 13 programas de rádio em que participou ao vivo, sete são veiculados no Nordeste, onde a petista Dilma Rousseff está em vantagem. No domingo, Serra foi comentarista da rádio Transamérica, em São Paulo, durante o jogo do Santos contra o Santo André. Depois, no Twitter, disse ter ficado feliz com a experiência. Na TV, Serra tem feito périplo por emissoras pequenas, a maioria de cidades nordestinas. No Rio Grande do Norte, semana passada, concedeu entrevistas a duas emissoras. No total, ele já apareceu em nove programas televisivos nesse período.
Marina fala de Ciro e avatares nos EUA
Em visita a Washington, a senadora Marina Silva comentou o alerta do deputado Ciro Gomes (PSB) para o risco de uma crise fiscal e cambial no Brasil: — Ele fez uma avaliação econômica, mas o foco foi muito mais no componente político que vem depois — disse a pré-candidata do Partido Verde (PV) ao Planalto. Marina evitou falar em crise e disse que o Brasil tem conseguido manejar as ferramentas da política econômica. A senadora não conversou com Ciro. A expectativa dela e do PV é a de que ele se incorpore à campanha dos verdes.
Dilma reduz ritmo, e Serra intensifica agenda
O resultado das últimas pesquisas, os tropeços políticos e até gafes durante as primeiras visitas aos estados levaram o comando da pré-campanha da petista Dilma Rousseff a um recuo estratégico, reduzindo a agenda de viagens para intensificar a oratória e as aulas com uma fonoaudióloga. Enquanto Dilma recua, o pré-candidato José Serra (PSDB) intensifica as viagens a estados estratégicos como Minas e Bahia, para onde retorna esta semana. Dilma, com problemas entre aliados em 15 estados, está com sua agenda limitada a São Paulo até sábado.
Aposentados: derrota à vista para o governo
Câmara e Senado devem aprovar reajuste maior do que o original, de 6,14%, defendido por Lula
Sem acordo nem entre ministros e líderes governistas na Câmara e no Senado, o governo deve ser derrotado esta semana na votação da medida provisória 475, com a aprovação de um reajuste maior do que os 6,14% fixados na MP e já pagos desde janeiro aos aposentados que ganham acima do salário mínimo. A maioria da base aliada avisou ao governo que quer aprovar um reajuste de 7,7%, enquanto a oposição ameaça pôr em votação a extensão do reajuste de 9,67% dado ao salário mínimo para todas as faixas de aposentados. A confusão dentro do governo ficou evidente ontem, mais uma vez: o líder do governo na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), disse que vai tentar convencer o governo a aceitar sua proposta de um reajuste escalonado — de 7,7% para quem ganha até três salários mínimos e de 6,14% para as demais faixas —, sendo que o governo enterrou essa proposta na última sexta-feira. A votação da MP, marcada para hoje, deve ocorrer somente amanhã.
Serra e Dilma receosos com soltura de presos
Tanto a pré-candidata petista Dilma Rousseff quanto o tucano José Serra mostraram preocupação ontem com a proposta do governo de instituir o monitoramento eletrônico de presos de baixa periculosidade e, com isso, reduzir a superlotação do sistema carcerário do país. Em São Paulo, entrevistado na TV Bandeirantes, Serra afirmou que só é favorável ao uso de tornozeleiras eletrônicas para controlar presos que já têm autorização para saídas temporárias da prisão ou estão no semiaberto. O tucano disse que é contra utilizar a inovação para permitir que mais detentos sejam beneficiados com a liberdade.
Temporão recomenda sexo contra hipertensão
O Rio de Janeiro é a capital com a maior proporção de hipertensos no país. Dados apresentados pelo Ministério da Saúde ontem, dia nacional de prevenção e combate à doença, mostram que 28% dos habitantes da cidade têm pressão arterial alta, uma das principais causas de derrame, infarto, insuficiências renal e cardíaca, entre outros males. O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, disse que a mudança de hábitos alimentares e físicos é fundamental para evitá-la. Em discurso, sugeriu que a população faça sexo como medida profilática.
— Além de propor cinco porções de frutas ao dia, iria propor fazer sexo cinco vezes ao dia — brincou, dizendo em seguida que, sem exagero, o recomendável é uma frequência de pelo menos cinco vezes por semana.
Temporão esclareceu que o sexo é tão benéfico quanto dançar e praticar esportes.
Agora, Gabeira diz que aceita ser candidato por coligação com Cesar
Após tanta polêmica, o deputado federal Fernando Gabeira (PV) deve mesmo ser candidato ao governo do Rio pela coligação inicial dos verdes com PSDB, PPS e o DEM de Cesar Maia. Gabeira havia afastado essa opção depois de críticas de aliados, que temem a rejeição que o nome do ex-prefeito do Rio poderia provocar. Segundo Gabeira, a coligação com Cesar “é a proposta que vamos manter”: — A gente encerrou a fase de consultas a diretórios e eleitores pelo Estado do Rio. O que ficou claro é que a única alternativa com mais unanimidade é esta.
Folha de S. Paulo
Aliança dá a Dilma tempo na TV 48% maior que o de Serra
As alianças partidárias em torno das candidaturas presidenciais dão, até o momento, vantagem a Dilma Rousseff (PT) na propaganda eleitoral no rádio e na TV: o tempo de publicidade projetado hoje para a petista é 48% superior ao do principal concorrente, José Serra (PSDB). E chega a 55% caso as atuais tendências de coligação se confirmem. Nesse cenário mais provável -que pode mudar até a oficialização das candidaturas, em junho-, Dilma teria direito a 10min29s no horário nobre da TV (em um bloco de 25 minutos), contra 6min46s de Serra.
Hoje o PSB deve oficializar a desistência do deputado Ciro Gomes (CE) da corrida ao Palácio do Planalto em prol do apoio à candidata petista.
Serra diz que criará Ministério da Segurança
O pré-candidato do PSDB à Presidência, José Serra, disse ontem que criará o Ministério da Segurança Pública, caso se eleja. A promessa havia sido feita na campanha de 2002, mas é novidade na disputa deste ano.
A proposta, que se junta a outra, feita há dez dias, de criação de um ministério extraordinário para pessoas com deficiência, foi feita durante entrevista dada a José Luiz Datena, no programa “Brasil Urgente”, da TV Bandeirantes.
Dilma não precisa se desculpar por foto em blog, diz Bengell
A atriz Norma Bengell, 74, disse, em entrevista à Folha, que a pré-candidata à Presidência Dilma Rousseff não precisa pedir desculpa pelo uso de uma foto sua no blog da petista, com quem afirmou simpatizar e que definiu como “uma mulher que sofreu muito”. O blog oficial da petista -Dilmanaweb.com.br- usou imagem da atriz em passeata contra a ditadura militar em sequência de fotos pessoais da Dilma, o que permitiria a interpretação de que se tratava da ministra em passeata. “Eu não vi, não. Uma amiga viu e me contou. Acho normal. Não tem nada que pedir desculpas. Fiz parte das passeatas contra a ditadura. Aliás, eu gosto da Dilma. Acho que ela é maravilhosa, uma mulher que sofreu muito. Tomara que ganhe”, declarou Bengell.
Lula reclama e petista vai treinar desempenho em TV
Depois de o presidente Lula reclamar reservadamente do desempenho de Dilma Rousseff em entrevistas, a coordenação da pré-campanha petista se reuniu ontem para corrigir a estratégia de comunicação da candidata. Ficou definido que Dilma reservará mais tempo para treinar seu desempenho diante das câmeras e que receberá um relato diário do noticiário, feito por uma equipe especializada, cujo objetivo é deixar a petista mais afiada nas entrevistas.
Marina vai pedir apoio de Ciro na campanha
A pré-candidata do PV, Marina Silva, vai pedir o apoio do deputado Ciro Gomes (PSB-CE) na corrida presidencial. Ela deve procurá-lo para uma primeira conversa nos próximos dias. Os verdes apostam numa rebelião de Ciro contra o próprio partido, que rifou sua candidatura para embarcar na campanha de Dilma Rousseff (PT). A operação será deflagrada assim que o PSB oficializar que não terá candidato próprio à sucessão do presidente Lula. “O apoio de Ciro nos interessa. Em tempo hábil, a Marina vai procurá-lo”, confirmou à Folha, de Washington, por telefone, o coordenador da campanha do PV, Alfredo Sirkis.
PSB deve anunciar hoje que não lançará candidato à Presidência
A cúpula do PSB se reúne hoje e, independentemente do resultado da consulta feita aos Estados, vai anunciar que o deputado federal Ciro Gomes não será candidato a presidente da República. Até ontem à noite, vários Diretórios Estaduais ainda não tinham enviado a resposta sobre a candidatura. Para não adiar a retirada de Ciro da disputa, a Executiva do partido preferiu mudar o discurso. Antes usada como “álibi” para o apoio ao PT de Dilma Rousseff, agora a consulta é classificada apenas como um “subsídio a mais”. “A decisão é autônoma, única e exclusiva da Executiva. O levantamento é apenas mais um subsídio”, disse o vice-presidente nacional do PSB, Roberto Amaral.
Planalto alertou base aliada sobre fraudes no Turismo
O Palácio do Planalto alertou os principais líderes de partidos aliados sobre “problemas” com emendas parlamentares para festas no Ministério do Turismo e sugeriu também que os deputados transformassem as indicações em obras de infraestrutura. O recado foi dado em fevereiro, uma semana antes do Carnaval, quando havia pedidos de liberação de recursos para festas no período. O líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), confirmou que o alerta foi dado pelo ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais), em reunião com as lideranças.
Governo exclui oposição de plano de internet sem fio
O Ministério das Comunicações lançou edital de licitação para levar internet sem fio gratuita a 163 cidades. Na lista dos municípios que serão beneficiados com os investimentos federais estão 61 prefeituras do PMDB e 36 do PT, e o restante está distribuído entre os partidos da base aliada.
Os dois grandes partidos de oposição, PSDB e DEM, que, administram 1.390 municípios, foram praticamente ignorados. A única prefeitura tucana na listagem é Divinópolis (MG), enquanto Fernandópolis (SP) é a única do Democratas.
O Estado de S. Paulo
Governo já tem terras para assentar 50 mil famílias, mas ainda desapropria
Uma nova polêmica ronda a reforma agrária no País. Enquanto o Movimento dos Sem-Terra (MST) promove uma onda de invasões de propriedades rurais, no chamado “abril vermelho”, exigindo novas desapropriações para a criação de assentamentos, representantes dos proprietários acusam o governo de estocar terras já desapropriadas. O governo admite que tem nas mãos 690 imóveis, com 1,5 milhão de hectares, suficientes para abrigar cerca de 50 mil famílias. Mas se defende afirmando que na maior parte dos casos ? no total de 1,2 milhão de hectares ? ainda depende de decisões do Judiciário, de órgãos ambientais estaduais e de outras instâncias. “Não se pode chamar isso de estoque”, diz o presidente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Rolf Hackbart.
O jogo duplo do Planalto no trato com os sem-terra
Análise: Rui Nogueira
Em Brasília existem duas orientações para pautar a relação do governo Lula com os movimentos dos sem-terra. Para o trato público, em geral – audiências, solenidades, entrevistas e discussões sobre políticas estatais -, segue-se a regra da “não criminalização dos movimentos sociais”, o discurso de que nenhum governo deu “tanta atenção” e “dialogou tanto” com os sem-terra, nenhum outro presidente tirou e botou tantos bonés do MST, Contag e outras associações de agricultores com ou sem terra e sem-terra que não querem terra, mas engrossam o movimento pró-socialismo do líder João Pedro Stédile. A ordem, igualmente genérica, é preservar ao máximo a “relação fraterna” com os sem-terra, “não satanizar” os seus líderes. Mas é tudo uma política de relações públicas.
Marina critica expansão do etanol brasileiro
A senadora Marina Silva (AC), pré-candidata do PV à Presidência, alertou ontem para o perigo da expansão da produção de etanol no Brasil. “Nós não temos de ser a Opep dos biocombustíveis”, disse Marina, em entrevista ao fim de viagem de três dias a Washington. “Nós vamos produzir o que é possível, sem risco para segurança alimentar e meio ambiente, e transferir tecnologias para outros países, na África e Caribe.” Marina defende a eliminação da tarifa americana sobre o etanol brasileiro e abordou a questão em reunião ontem com Maria Otero, subsecretária de Estado para Democracia e Assuntos Globais. Mas ela disse que é preciso certificar o etanol brasileiro, para garantir que o combustível seja sustentável e evitar que concorrentes usem o desmatamento como desculpa para prejudicar o produto brasileiro.
Irritado com PT, Hélio Costa quer PDT na vice
Disposto a pressionar o PT, o PMDB mineiro decidiu avançar nas articulações com outros partidos para compor uma chapa majoritária no Estado. Irritados com a disputa entre os petistas Fernando Pimentel e Patrus Ananias, os peemedebistas resolveram tocar a pré-campanha de Hélio Costa e ensaiam um acordo com o PDT. Nos bastidores, já se fala nos nomes dos deputados Mário Heringer e Zezé Perrella para o posto. As conversas avançam também com o PR, que tem como pré-candidato ao Senado Clésio Andrade. Apesar do apelo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva por um palanque único em Minas para a presidenciável Dilma Rousseff, os peemedebistas desconfiam que a estratégia do PT mineiro é jogar com o tempo e tentar desidratar a pré-candidatura de Hélio Costa, que até então lidera as pesquisas de intenção de voto.
Gabeira retoma ideia da aliança com Cesar Maia
Após três semanas de impasse, PV, PSDB, DEM e PPS devem anunciar a retomada da coligação em torno da candidatura de Fernando Gabeira (PV) ao governo do Rio, em oposição ao governador Sérgio Cabral (PMDB). Contornados os desentendimento entre verdes e democratas, foi descartada a saída do DEM da chapa de Gabeira. “A proposta é fazer a aliança dos quatro partidos para governador”, afirmou Gabeira ontem. Antes, o deputado dizia que seus eleitores resistiam à presença do ex-prefeito Cesar Maia, candidato ao Senado pelo DEM. Segundo ele, prevaleceu a ideia de que é mais importante uma coligação competitiva para enfrentar o poderio do PMDB no Estado.
Correio Braziliense
Receita do Ministro: sexo cinco vezes por semana
Na tentativa de frear o avanço da hipertensão arterial entre os brasileiros — cujo índice de incidência passou de 21,5%, em 2006, para 24,4%, em 2009 — o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, fez uma recomendação, no mínimo, inusitada: sexo. O pedido para que a população tenha mais relações sexuais foi feito ontem durante as comemorações do Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão e o lançamento de uma campanha nacional sobre a enfermidade. Em tom de brincadeira, Temporão disse que seria bom fazer sexo cinco vezes por dia. Na sequência, observou que “manter relações sexuais é indicado pelo menos cinco vezes por semana”. “Não é brincadeira, é sério, fazer atividade física regular significa também fazer sexo, com proteção sempre, é claro.”
Lula, o arquiteto dos palanques
Do alto de seus 83% de popularidade registrados na última pesquisa do Ibope, o presidente Lula virou o principal articulador dos palanques e dos apoios obtidos até agora pela sua candidata, a ex-ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff. Essa semana, mexeu os pauzinhos e conseguiu mais um tento: aproximar o ex-ministro dos Transportes Alfredo Nascimento (PR), candidato a governador do Amazonas, do PSB de Serafim Corrêa. A operação desmontou o palanque que abrigaria o PSDB no estado e deu estofo ao candidato preferido de Dilma, a quem ela se comprometeu a apoiar há mais de um ano, quando integravam a equipe que formatou o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
E Ciro virou batata quente
A direção nacional do PSB deve anunciar o fim da candidatura presidencial do deputado federal Ciro Gomes (PSB-CE) na tarde de hoje, sem qualquer alternativa para uma saída honrosa ao pré-candidato. Nos bastidores, o comando do partido já admite não saber o que fazer com o capital eleitoral do parlamentar, o mais votado do país, proporcionalmente, em 2006, com 16% dos votos do Ceará. Para evitar um desgaste acentuado com Ciro, a direção nacional da legenda joga a responsabilidade pela decisão para os diretórios regionais. O anúncio está marcado para as 17h de hoje.
Recado aos candidatos
O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, mandou um duro recado ontem ao principal pré-candidato de oposição à Presidência da República, o ex-governador de São Paulo José Serra (PSDB-SP). Sem citá-lo nominalmente, cobrou dos postulantes a ocupar o Palácio do Planalto a partir de janeiro compromisso com o combate à inflação e responsabilidade nas áreas cambial, monetária e fiscal. Meirelles reconheceu que não conversou com os demais pré-candidatos sobre o assunto, mas garantiu que a petista Dilma Rousseff vai manter a política econômica do governo Lula. Dessa forma, ficou claro para os cerca de 300 investidores estrangeiros que o ouviam atentamente num seminário em Nova York, que a mensagem era mesmo para o tucano.
Dinheiro para obras do PAC
Emendas parlamentares direcionadas a grandes obras estruturais do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) têm obtido favorecimento do governo na liberação dos recursos. Um estudo realizado pela Consultoria de Orçamento e Fiscalização Financeira da Câmara dos Deputados revela que o contingenciamento das verbas não tem afetado com a mesma proporção as indicações dos deputados ao projeto com o selo do governo federal. De acordo com a nota técnica, a primeira avaliação orçamentária de 2010, emendas de bancadas direcionadas ao Ministério dos Transportes, para obras do PAC, já alcançaram 59% de execução (veja quadro ao lado). Dos R$ 2,8 bilhões previstos em emendas para a pasta, R$ 1,6 bilhão está garantido para o início do ano.
Que tal nomear aquele meu amigo?
O fim das nomeações políticas para os cargos de ministros e conselheiros dos tribunais de contas, sem o atendimento de exigências constitucionais, é o objetivo de representação feita pela Associação Nacional do Ministério Público de Contas (Ampcon) ao procurador-geral da República, Roberto Gurgel. A Ampcon propõe que seja solicitado ao Supremo Tribunal Federal (STF) a clara definição dos critérios para nomeação de ministros e conselheiros e a anulação dos atos que contrariem essas normas. A Constituição determina que as nomeações exijam “idoneidade moral e reputação ilibada, além de notório saber jurídico, contábil, econômico e financeiro”. Mas a associação entende que esses critérios não estão sendo atendidos. “Repetidos episódios sugerem que o preenchimento de vagas em tribunais de contas em todo o país possa ter atendido a interesses pessoais ou de partidos políticos”, alega a representação, que também é assinada pelo procurador-geral do Ministério Público no Tribunal de Contas do Rio Grande do Sul, Geraldo da Camino, e pelo procurador da República em Santa Maria (RS), Rafael Brum Miron.
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