Folha de S. Paulo
Cachoeira deve ficar calado na CPI, afirma seu advogado
Quem espera revelações do empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, em seu depoimento marcado para amanhã na CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que apura sua relação com autoridades deverá se frustrar.
A defesa de Cachoeira definiu a estratégia no fim de semana: ou o empresário ficará calado ou ele não vai comparecer ao depoimento. A alternativa a prevalecer depende da resposta do Supremo Tribunal Federal sobre o pedido dos advogados para que a CPI dê a Cachoeira acesso ao material que tem contra ele, além de prazo para analisar os documentos.
Congressistas reagem a guerra de versões sobre operação
Congressistas que integram a CPI do Cachoeira reagiram à afirmação da subprocuradora da República Cláudia Sampaio de que a Polícia Federal pediu que não fosse suspensa a primeira operação que investigou Carlinhos Cachoeira, em 2009.
Reservadamente, integrantes da CPI já dizem que a guerra de versões entre o Ministério Público Federal e a PF pode levar a acareação entre Sampaio e o delegado Raul Alexandre Souza, que comandou a Operação Vegas.
Leia também
PublicidadeMulher do procurador-geral, Roberto Gurgel, Sampaio foi responsável por analisar o inquérito da Vegas na Procuradoria. Para ela, os encarregados das investigações seriam do esquema.
Enquanto aprovava edifícios, diretor adquiriu 106 imóveis
O diretor responsável pela aprovação de empreendimentos imobiliários de médio e grande porte em São Paulo durante a maior parte da gestão do prefeito Gilberto Kassab (PSD) tem 118 imóveis, 106 dos quais adquiridos nos sete anos em que esteve no cargo.
Com renda mensal declarada de R$ 20 mil, entre rendimentos de aluguéis e salário bruto da prefeitura de R$ 9.400 (incluindo aposentadoria), Hussain Aref Saab, 67, acumulou, de 2005 até este ano, patrimônio superior a R$ 50 milhões -entre os seus 118 imóveis estão incluídas 24 vagas de garagem extras.
A explosão patrimonial de Aref, como é conhecido, foi identificada pela Folha em levantamento feito nos últimos 45 dias em cartórios da Grande São Paulo, do litoral e parte do interior do Estado.
Perillo agiu para evitar ruptura com empresário
Uma sequência de diálogos interceptados por um mês pela Polícia Federal na Operação Monte Carlo mostra o esforço do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), em se aproximar e manter boas relações com Carlos Augusto Ramos, o empresário Carlinhos Cachoeira.
As conversas ocorreram de julho a agosto de 2011 e relatam queixas sobre contratos do governo, ameaças de ruptura, promessas de vantagens, pedidos de Perillo por encontros com Cachoeira e a nomeação de oito pessoas indicadas pelo empresário. O governador diz que as situações nunca aconteceram.
Os diálogos também mostram que o arrefecimento da tensão relatada nas conversas coincide com empréstimo de R$ 600 mil, por meio de empresa-fantasma, para Jayme Rincón -braço direito do governador, porta-voz informal do governo e ex-tesoureiro da campanha do tucano.
Comissão da Verdade deve analisar os dois lados, diz integrante
O advogado José Carlos Dias, ex-ministro da Justiça no governo Fernando Henrique Cardoso, defende que a Comissão da Verdade analise os dois lados de violações dos direitos humanos ocorridas durante a ditadura militar (1964-1985).
A comissão foi nomeada na semana passada pela presidente Dilma Rousseff para investigar violações cometidas entre 1946 e 1988. A posse do grupo está marcada para esta quarta-feira, em cerimônia no Palácio do Planalto.
No mesmo dia, a comissão se reunirá com a ministra Gleisi Hoffmann (Casa Civil) e começa a definir a estrutura de trabalho, um regimento interno e o calendário de encontros.
Alckmin intensifica presença de Serra em eventos oficiais
Desde que José Serra (PSDB) decidiu entrar na disputa pela Prefeitura de São Paulo, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) intensificou a presença do tucano nos palanques de eventos oficiais.
A entrada de Serra na corrida eleitoral foi anunciada no dia 25 de fevereiro. De lá para cá, em cerca de dois meses e meio, portanto, o pré-candidato tucano subiu no palanque de Alckmin em cinco eventos do Palácio dos Bandeirantes. Como comparação, em todo o ano passado, os dois estiveram juntos em sete agendas oficiais.
A campanha de Serra conta, principalmente, com o suporte de Alckmin e o do prefeito Gilberto Kassab (PSD), mas a gestão do governador tem avaliação melhor que a do prefeito, o que lhe dá mais peso como cabo eleitoral.
Grécia vive impasse, e crescem chances de novas eleições
Uma semana após as eleições parlamentares na Grécia, a quarta tentativa de formação de um governo de coalizão, liderada pelo presidente Karolos Papoulias, chegou ontem a um impasse. Dessa forma, crescem as chances de novas eleições serem convocadas para junho.
Depois de os líderes dos três partidos mais votados, o Nova Democracia, de centro-direita, o Syriza (Coalizão da Esquerda Radical) e o Pasok, socialista, não conseguirem capitanear coalizões, Papoulias convocou-os para uma reunião em que esperava formar um “governo de união nacional”.
O Estado de S. Paulo
Impasse deixa Grécia perto de sair da zona do euro
O fracasso, ontem, da última tentativa do presidente grego, Carolos Papoulias, de formar um governo de coalizão levou empresas e bancos centrais europeus a se prepararem para a saída da Grécia da zona do euro. Os credores não têm dúvida de que a ajuda financeira será encerrada no caso de o país não conseguir aprovar as reformas, seja pelo vácuo de poder, seja por uma vitória da esquerda em caso de uma nova eleição. O vice-presidente grego, Theodoros Pangalos, disse temer uma “falência selvagem”. Empresas europeias já se planejam para a volta do dracma, a moeda grega antes do euro. O presidente do Banco Central belga, Luc Coene, disse acreditar “em um divórcio amigável, se um dia for necessário”.
PT e PSDB montam ‘bunkers’ e definem tática para o depoimento de Cachoeira
Em funcionamento há pouco mais de 15 dias, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Cachoeira terá seu primeiro grande momento nesta semana, com o depoimento do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Mesmo diante da perspectiva de Cachoeira permanecer calado durante toda a audiência, conforme sinalizou seu advogado Márcio Thomas Bastos, os 64 titulares e suplentes da CPI estão se municiando de dados para tentar extrair o máximo de informações do empresário de jogos de azar.
Animados com o depoimento do delegado Matheus Mella Rodrigues, delegado da Polícia Federal responsável pela Operação Monte Carlo, os petistas pretendem apostar suas fichas no aprofundamento de detalhes da relação de Cachoeira com o governador tucano de Goiás, Marconi Perillo. A estratégia é tentar arrancar de Cachoeira provas que compliquem ainda mais a situação de Perillo.
A oposição, por sua vez, tentará focar o depoimento de Cachoeira em suas relações com a Delta Construções, campeã de obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), com contratos em quase todos os Estados. Os oposicionistas estão convencidos de que o contraventor era uma espécie de lobista da empreiteira não só na região Centro-Oeste, mas em todo o País.
Gestor da Delta chefiou empresa que foi alvo da PF
Novo presidente da Delta Construções, Humberto Junqueira Farias ocupava cargo no alto escalão da Camargo Corrêa quando a empreiteira foi flagrada em 2009 na Operação Castelo de Areia, que detectou doações ilegais para políticos e supostos pagamentos de propina para agentes públicos. Segundo documentos da Polícia Federal, empresas do grupo fizeram pagamentos suspeitos durante a gestão de Farias.
O engenheiro, no entanto, não é citado nos relatórios da operação, cujas provas foram anuladas em abril de 2011 pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). De acordo com as investigações, a Cavo Serviços e Meio Ambiente S/A (empresa que fez parte do grupo Camargo Corrêa), comandada entre 2000 e 2006 por Farias, aparece em uma tabela com obras e prováveis beneficiários de esquema de “caixa 2”, supostamente gerenciado pelos diretores da empreiteira. Em 2005, a Polícia Federal localizou documentos manuscritos e arquivos que sugeriam o pagamento de valores pela Cavo.
Subprocuradora diz que MP agiu certo em 2009
Ameaçada de convocação por integrantes da CPI do Cachoeira, a subprocuradora-geral da República Cláudia Sampaio Marques disse ontem, em entrevista ao Estado, que não teme a quebra de seu sigilo telefônico, que irá ao Congresso se for convocada e que os “parlamentares não são burros e sabem que o Ministério Público agiu corretamente”.
Acusada por setores da base aliada de não levar adiante uma investigação contra parlamentares envolvidos com o contraventor Carlinhos Cachoeira, principalmente o senador Demóstenes Torres (ex-DEM-GO), em 2009, Cláudia diz que tomou a decisão em conjunto c om o delegado do caso e que integrantes da CPI querem, ao questionar sua atuação, desgastar seu marido, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, por causa do julgamento do mensalão.
Clube Naval cria comissão da verdade paralela à oficial
Preocupado em blindar os militares que serão convidados a depor na Comissão Nacional da Verdade e a apresentar um contraponto a possíveis ataques às Forças Armadas, o presidente do Clube Naval, Ricardo Veiga Cabral, criou uma “comissão paralela da verdade” e montou um grupo jurídico para assessorá-la. A ideia é analisar os debates na Comissão da Verdade e oferecer orientação jurídica e acompanhamento nos depoimentos. A iniciativa pioneira do Clube Naval deve ser seguida pelos demais Clubes Militares, liderados por militares da reserva, que têm funcionado como a voz do pessoal da ativa que é impedido de falar pelo Regulamento Disciplinar das Forças Armadas.
FH é premiado por obra acadêmica e vida pública
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso conquistou o Prêmio John W. Kluge, concedido pela Biblioteca do Congresso Americano, pelo conjunto da sua obra acadêmica, sua ativa produção intelectual no campo das humanidades e também por seu significado na vida pública do País. O sociólogo recebe a distinção em Washington, no dia 10 de julho. O prêmio é entregue a cada dois anos para acadêmicos que dedicaram a vida a pesquisas em áreas como história, sociologia, política e antropologia – disciplinas não contempladas pelo Prêmio Nobel, ao qual a distinção é comparada.
O Globo
Metade dos prefeitos do Rio nomeia parentes
Nem a existência de súmula vinculante aprovada pelo STF para vedar o nepotismo nos três poderes inibe os políticos de nomearem parentes para diversos cargos. Levantamento do GLOBO mostra que, em pelo menos 41 dos 92 municípios do Estado do Rio, há parentes de prefeitos e vice-prefeitos no primeiro e no segundo escalões de governo. O Ministério Público Estadual entrou com queixa no STF para pedir a saída de parentes dos cargos em comissão e de funções gratificadas.
PF e Ministério Público se desentendem sobre Vegas
A direção da Polícia Federal e a cúpula do Ministério Público entraram em choque. Em meio a versões divergentes sobre os motivos que levaram o procurador-geral da República Roberto Gurgel a engavetar o inquérito da Operação Vegas em 2009, declarações da subprocuradora Cláudia Sampaio, mulher de Gurgel, acirraram ainda mais os ânimos.
Segundo ela, o caso só não foi arquivado na época porque a PF pediu. Na ocasião, os delegados acreditavam ter provas da ligação entre o senador Demóstenes Torres com o bicheiro Carlinhos Cachoeira. Mas o MPF discordou.
Merkel enfrenta novo desastre nas urnas
O partido da chanceler alemã, Angela Merkel, teve sua 11ª derrota consecutiva nas eleições para o estado mais populoso, Renânia do Norte-Vestfália, vencidas pelos sociais-democratas. O resultado põe em xeque a política de austeridade de Merkel e ameaça sua reeleição.
Equipamento em falta nas emergências
Pesquisa revela diagnóstico preocupante na rede pública de saúde do Rio: 67% das unidades não têm monitores de sinais vitais suficientes.
Um rastro de destruição junto à floresta
Rio+20 – Fornos produzem carvão vegetal usado na fabricação do ferro-gusa no Maranhão. O insumo vai para grandes siderúrgicas. Parte das empresas queima madeira da floresta, denuncia o Greenpeace.
Nos EUA, rombo em banco faz executiva cair
Responsável pela operação com derivativos, que resultou na perda de US$ 2 bi no JPMorgan, Ina Drew apresentou sua demissão ontem, segundo fontes do banco. Ela trabalhava há 30 anos na instituição e, em 2011, recebeu US$ 14 milhões em salários. O diretor executivo do banco lamentou o erro que levou ao rombo bilionário.
Correio Braziliense
Casamento perde espaço para união estável em Brasília
O último Censo feito pelo IBGE mostra que o número de casamentos civis e religiosos no DF caiu de 45,4% para 42% na última década, enquanto a quantidade de casais que optou por se unir sem formalismo pulou de 31,7% para 35,9%. Para especialistas, além das mudanças legais, a diminuição do preconceito e a independência financeira feminina têm motivado o fenômeno. No mesmo período, o percentual de brasilienses que desfez o matrimônio passou de 2,93% para 4,16%, dando à capital o título de recordista em divorciados.
Dilma anuncia nova bolsa para erradicar miséria
Do olho nas eleições, Planalto lança programa que vai reforçar as ações do governo para erradicar a pobreza extrema no país.
Ida de Cachoeira à CPI cria expectativa
O ministro Celso de Mello, do STF, decide hoje se o bicheiro será interrogado amanhã na comissão mista no Congresso. Apesar do o depoimento ainda não estar confirmado, a discussão sobre a convocação de autoridades tem ficado em segundo plano.
Deixe um comentário