O Globo
Aliados de Renan preparam retaliação a procurador-geral
Aliados do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), tentarão realizar um processo de impeachment contra o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, levando adiante representações protocoladas na Mesa da Casa contra o chefe do Ministério Público. Desde que Gurgel enviou denúncia contra o senador alagoano ao Supremo Tribunal Federal (STF), dias antes de sua eleição como presidente, a cúpula do partido planeja uma retaliação e decidiu pelo não arquivamento das representações, uma praxe na Casa nestes casos.
A ideia é enviá-las para apreciação da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), também comandada pelo PMDB, com o senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), da tropa de Renan. A decisão constitui a possibilidade de revanche mais imediata, já que Gurgel tem apenas mais seis meses de mandato à frente da PGR.
Marco Maia desaloja parte da Secom para ter gabinete amplo
O ex-presidente da Câmara Marco Maia (PT-RS) provocou uma onda de insatisfação na Casa, nos últimos dias, ao desalojar parte da equipe da Secretaria de Comunicação para instalar seu novo gabinete em um espaço próximo ao plenário e aos escritórios das lideranças, como adiantou a coluna Panorama Político. Valendo-se de um privilégio previsto no regimento interno, que permite aos ex-presidentes escolherem seus gabinetes, Maia determinou uma série de obras, todas pagas pela Câmara, para que quatro salas da redação do portal de notícias, onde trabalhavam 20 pessoas, sejam transformadas em uma área de cerca de 50 metros quadrados para ele e sua equipe.
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A definição de onde cada deputado vai ficar é feita por sorteio, no começo da legislatura. Devido a um ato da Mesa Diretora de 2006, na gestão do presidente Aldo Rebelo (PCdoB), ex-presidentes não precisam participar do sorteio e podem escolher o gabinete que vão ocupar. Não satisfeitos, os ex-presidentes têm escolhido não só o gabinete, mas o lugar em que querem ficar. Maia não foi o primeiro. Arlindo Chinaglia (PT-SP) já havia remanejado servidores de uma área da Secom para construir seu gabinete de ex-presidente em uma área próxima ao plenário e à chapelaria, um dos acessos mais usados na Câmara. A indignação de servidores com Maia, no entanto, foi maior, pelo modo supostamente intempestivo com que teria escolhido o local de seu novo gabinete.
Gilberto Carvalho reconhece tensão entre governo e movimentos de sem terra
O ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, reconheceu nesta sexta-feira que há uma tensão entre o governo federal e os movimentos de trabalhadores sem terra, devido ao ritmo lento da reforma agrária. Segundo ele, foi necessário frear o processo, uma vez que muitos assentamentos estavam virando favelas rurais, sem condições de permitir o desenvolvimento de uma agricultura viável.
– Há realmente uma tensão entre os movimentos de trabalhadores rurais e o governo, uma vez que os movimentos nos criticam pelo baixo índice de assentados nos últimos dois, três anos, final do governo Lula, início do governo da presidenta Dilma. Há de fato uma questão muito séria: nós não podemos fazer mais assentamentos em terras que não têm condições de efetivamente permitir o desenvolvimento de uma agricultura que tenha viabilidade naquela região – disse Carvalho na manhã desta sexta, em entrevista ao programa “Bom Dia, Ministro”, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC).
O Estado de S. Paulo
Justiça condena Luiz Estevão a mais de 4 anos de reclusão
A Justiça Federal de Santo André condenou o ex-senador Luiz Estevão e sua mulher, Cleicy Meireles de Oliveira, a 4 anos e 8 meses de reclusão por sonegarem R$ 57 milhões, em valores atualizados, de impostos devidos pela sua empresa OK Benfica Cia Nacional de Pneu. Além da pena de reclusão, Estevão e sua mulher também foram condenados ao pagamento de R$ 473 mil de multa cada um. Cabe recurso da decisão.
A devolução do montante sonegado é cobrada em outra ação. Segundo o Ministério Público Federal (MPF), os empresários deixaram de pagar o parcelamento dos débitos tributários referentes a impostos federais como IRPJ, CSSL, PIS e Cofins. A ação foi proposta em 2008 e, desde então, Luiz Estevão teria usado várias manobras para atrasar o julgamento. Segundo o MPF, ainda em 2008, o ex-senador conseguiu adiar seu interrogatório por duas vezes, alegando viagens internacionais de um dos 12 advogados que o representavam. Em 2009 foi agendada uma oitiva de testemunhas de defesa, mas nem o empresário nem seus advogados compareceram.
Dilma segue Lula e refaz diálogo com partidos rebeldes
Ao buscar uma recomposição com o PR e o PDT, partidos com os quais teve a relação institucional abalada após mudar comandos de ministérios alvos de corrupção, a presidente Dilma Rousseff segue a agenda e as orientações do antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva. Lula articula a manutenção das duas siglas na base de sustentação de Dilma com o objetivo de garantir a vitória do PT em 2014 sem percalços. Ontem a presidente recebeu no Palácio do Planalto o presidente nacional do PDT e ex-ministro Carlos Lupi.
O encontro ocorreu um dia após Dilma receber, também no Planalto, o presidente nacional do PR, o ex-ministro Alfredo Nascimento. Partiu de Lula a sugestão para que Dilma recebesse os dois. Na avaliação do ex-presidente, ambos estariam “chateados” e mereciam um gesto de “carinho” da presidente. Nascimento e Lupi deixaram, respectivamente, os Ministérios dos Transportes e do Trabalho, em 2011, após denúncias de corrupção nas pastas.
PT pode abrir mão encabeçar chapa em SP, diz Marta
A ministra da Cultura, Marta Suplicy, admitiu que o seu partido, o PT, pode abrir mão da cabeça de chapa na candidatura ao governo de São Paulo em 2014 em favor de outro partido, “em linha com o que articula a direção nacional da legenda, que pretende apoiar o vice-presidente Michel Temer (PMDB) para a sucessão de Geraldo Alckmin (PSDB). “Em eleição e em política pode tudo, cada dia é um evento e um processo”, disse Marta na noite desta sexta-feira, acrescentando que não tem pretensões de disputar o cargo. Estou gostando de ser ministra e estou sendo uma boa ministra”, afirmou a ex-prefeita de São Paulo no camarote oficial da cidade no Anhembi.
Ela evitou citar sua preferência por uma escola de samba da capital paulistas e declarou que “como carnavalesca e ministra, o coração é de todos”. A ministra seguirá ainda para Recife e Olinda, em Pernambuco, e para Salvador e Rio de Janeiro, durante o carnaval. Ela acompanhava o desfile sozinha no meio do camarote, quando foi chamada por assessores do prefeito para acompanhar a festa ao lado de Fernando Haddad e sua família.
Dirigente descarta Temer como nome ao governo paulista
O presidente do PMDB paulista, deputado estadual Baleia Rossi, descartou ontem o lançamento do vice-presidente da República, Michel Temer, à disputa do Palácio dos Bandeirantes no ano que vem. A possibilidade vem sendo cogitada na seguinte engenharia eleitoral: os peemedebistas abririam mão da vice na chapa de reeleição de Dilma Rousseff em favor do PSB de Eduardo Campos e, em troca, Temer seria candidato à sucessão de Geraldo Alckmin (PSDB) com o apoio do PT. “Temer não tem disposição alguma em ser candidato a governador”, disse Rossi, afilhado político do vice-presidente. Segundo o deputado estadual, as especulações não têm “nenhum fundo de verdade”. “Reafirmamos total apoio à manutenção do Temer como vice da Dilma”, reiterou o deputado estadual, segundo quem os possíveis candidatos a governador pelo PMDB são o atual presidente da Fiesp, Paulo Skaf, que já colocou publicamente sua pré-candidatura, e o deputado federal Gabriel Chalita.
Apoio ao PT vira assunto de chanceleres
O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, conversará hoje, em Caracas, com o colega venezuelano Elías Jaua, sobre a presença do embaixador da Venezuela no Brasil, Maximilien Arveláiz, no ato em defesa do PT, na última terça-feira. O assunto “poderá ser levantado”, afirmou Patriota, mas avisando que o tema não está no centro da agenda. Patriota negou que a atitude de Arveláiz cause algum mal-estar entre os dois governos. “Entre nações amigas não há constrangimentos”, comentou. O que incomodou o Itamaraty foi que no ato petista foram feitas duras críticas ao Supremo Tribunal Federal. A tradição manda, em tais casos, que o embaixador seja convidado a dar esclarecimentos – mas o chanceler preferiu falar do caso na visita a Caracas.
Protógenes: Só catástrofe impedirá reeleição de Dilma
O deputado federal Protógenes Queiroz (PSOL-SP) avaliou, no início da madrugada deste sábado, que só “uma catástrofe” impedirá a reeleição da presidente Dilma Rousseff em 2014, apesar do “poder aglutinador” do senador Aécio Neves (PSDB-MG). “O momento político e a economia fazem com que Dilma só não seja reeleita se houver uma catástrofe”, disse o parlamentar, já fantasiado para desfilar na Vai-Vai, em São Paulo.
Protógenes ironizou ainda o ex-candidato a presidente pelo PSDB José Serra para justificar as chances reduzidas de Aécio em 2014. “O Serra descascou muito o Aécio e tornou muito difícil politicamente a situação para o próximo ano”, concluiu.
Comissão vai apurar quem mandou assassinar Paiva
A Comissão Nacional da Verdade vai investigar os nomes de todas as pessoas envolvidas no caso do deputado cassado Rubens Paiva, morto em 1971, no DOI-Codi do antigo 1.º Exército, no Rio. Em resposta ao filho do deputado, escritor Marcelo Rubens Paiva, que, em entrevista ao Estado, disse que não basta conhecer e punir apenas quem bateu e torturou, sendo necessário responsabilizar também quem deu as ordens, assessores da comissão informaram ontem que toda a cadeia de comando será investigada.
A comissão segue o que está dito na lei que a criou, em 2011, segundo os assessores. No artigo que define seus objetivos, consta que cabe a ela esclarecer os fatos da ditadura e também “identificar os autores”. Na terça-feira, em Brasília, durante encontro com Vera Paiva, uma das filhas do deputado, o coordenador da comissão, Claudio Fonteles, disse que a investigação abrange todos os envolvidos. “Foi uma equipe, não foi obra de um só”, afirmou.
Ex-número 2 da AGU vira alvo de processo interno
A corregedoria da Advocacia-Geral da União e a Procuradoria-Geral Federal abriram processos administrativos contra três pessoas, entre elas o ex-número 2 da AGU José Weber Holanda. A medida foi tomada após a conclusão de uma sindicância para apurar o envolvimento de servidores no esquema revelado pela Operação Porto Seguro. Os outros alvos são o ex-vice-presidente jurídico dos Correios Jefferson Carús Guedes e o ex-procurador da Procuradoria Federal na Agência Nacional de Transportes Aquaviários Glauco Alves Cardoso Moreira.
A sindicância aponta “fortes indícios” de irregularidade por parte de Holanda, Guedes e Moreira. São os mesmos indícios que constam do inquérito da Polícia Federal e da denúncia do Ministério Público Federal, segundo os quais havia no governo uma máfia de venda de pareceres de órgãos públicos a empresas privadas.
TCU descobre ‘farra dos benefícios’ em tribunais trabalhistas e barra repasses
Mediadora das disputas salariais entre patrões e empregados, a Justiça Trabalhista entrou na mira do Tribunal de Contas da União (TCU) pela generosidade com que tratou seus magistrados e servidores. O TCU mandou suspender no final de janeiro o pagamento de R$ 818,9 milhões em dívidas reconhecidas pelos Tribunais Regionais do Trabalho (TRTs) com seu quadro de pessoal. Auditoria feita pelo Tribunal de Contas confirmou irregularidades na concessão de benefícios trabalhistas pelos TRTs.
O repasse seria feito a partir de abril, conforme acordo do Judiciário com o Ministério do Planejamento, mas, por causa do bloqueio, só poderá se concretizar após o término de fiscalização do Tribunal de Contas. O TCU apura desde 2010 o descontrole na folha de pagamentos dos TRTs. Pressionado, o Conselho Superior da Justiça do Trabalho (CSJT), órgão supervisor dos tribunais, admitiu, em 2012, que o generoso passivo trabalhista reconhecido, de R$ 2,4 bilhões, corresponde ao dobro do montante realmente devido (R$ 1,2 bilhão).
Juízes reclamam dos salários e recorrem à Corte Interamericana
A Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra) denunciou o Brasil à Comissão Interamericana de Direitos Humanos, sediada em Washington, sob a acusação de desrespeitar os princípios constitucionais da independência harmônica entre os Três Poderes e da revisão anual dos subsídios dos servidores públicos. No documento de 95 páginas, entregue quarta-feira à comissão – ligada à Organização dos Estados Americanos (OEA) -, a Anamatra alega que a omissão do Executivo e do Legislativo na recomposição anual das perdas inflacionárias nos subsídios da magistratura representa uma agressão à independência do Judiciário. Além disso, a associação ressalta que foram esgotadas todas as possibilidades de reversão do problema no Supremo Tribunal Federal (STF), por meio de mandados de injunção que nem sequer foram julgados.
Autor de censura ao ‘Estado’ vai assumir TJ-DF
Autor há três anos e meio de censura judicial ao Estado, o desembargador Dácio Vieira foi eleito presidente do Tribunal de Justiça do DF. O magistrado ocupará o comando da Corte até abril de 2014, na vaga que será aberta com a aposentadoria do atual presidente, João de Assis Mariosi, prevista para março. No dia 31 de julho de 2009, Vieira foi o autor da censura ao Estado, que perdura até hoje. Ele atendeu ao pedido do empresário Fernando Sarney (filho de José Sarney), que impediu o jornal de divulgar informações da Polícia Federal sobre seu envolvimento em irregularidades.
No TRT da Bahia, até quem morreu recebe verba extra
O TCU encontrou até servidores mortos como beneficiários dos “extras” do Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região, da Bahia. A constatação é de auditoria recém-concluída, que reforça os indícios de fraude no reconhecimento de passivos trabalhistas. Durante a fiscalização, o TCU requisitou as planilhas de cálculo referentes a 10 servidores contemplados com retroativos de uma vantagem incorporados entre abril de 1998 e setembro de 2001. O tribunal entregou documentos de apenas quatro, pois os outros seis haviam morrido ou se desligado do quadro de pessoal antes desse período.
Justiça anula ação que pedia intervenção na Bancoop
A Justiça decretou a extinção do processo de intervenção na Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo (Bancoop), que havia sido requerida pelo Ministério Público. A 4.ª Vara Cível da Capital reconheceu ausência de interesse processual da promotoria porque já existe ação civil na qual foi celebrado acordo judicial com a cooperativa. O pedido de intervenção foi feito pela promotora Karyna Mori, que também pretendia o afastamento da diretoria da cooperativa e o bloqueio de bens dos dirigentes. Ela defendeu “urgente intervenção para conferir prumo à Bancoop e cessarem a litigância e as lesões aos consumidores”.
A promotora acusou a Bancoop de “perpetuar graves irregularidades”. Para a 4.ª Vara Cível, no entanto, não há motivo para a medida extrema. “Se as obrigações assumidas pela cooperativa podem ser executadas na ação civil pública anterior, e se existe a possibilidade de adoção naquela demanda das medidas aqui postuladas pelo autor (Ministério Público), conclui-se que não há necessidade de se socorrer do Judiciário, por meio de ação autônoma, para a obtenção da providência reclamada.”
Correio Braziliense
Ex-senador Luiz Estevão é condenado a quatro anos e oito meses de prisão
Luiz Estevão de Oliveira Neto, ex-senador, e sua mulher, Cleicy Meireles de Oliveira, foram condenados pela Justiça Federal de Santo André (SP) a quatro anos e oito meses de prisão pelo crime de sonegação de impostos. Ambos eram administradores da empresa OK Benfica Cia Nacional de Pneus e sonegaram R$ 57.713.972 em valores atualizados até agosto de 2012. Por serem réus primários, os empresários começarão a cumprir a pena em regime semiaberto.
Além da pena de reclusão, Estevão e sua esposa também foram condenados ao pagamento de 233 dias multa cada. O valor do dia multa foi fixado pela sentença em três salários mínimos. O ex-senador afirmou: “estou pagando a dívida parceladamente e, por isso, considero a pena inócua”. A Justiça Federal de São Paulo disse que os advogados já recorreram da decisão. Em 2008, a ação penal foi iniciada pelo Ministério Público Federal depois que os empresários deixaram de pagar o parcelamento dos débitos tributários referentes a impostos federais como IRPJ, CSSL, PIS e Cofins. Segundo a procuradora da República Fabiana Rodrigues de Souza Bortz, de São Bernardo do Campo, que acompanhou a ação penal, Estevão usou várias manobras para atrasar o julgamento. Ainda em 2008, ele conseguiu adiar seu interrogatório por duas vezes, alegando viagens internacionais de um dos 12 advogados que o representavam.
Mozart Vianna está perto de reassumir secretaria-geral da Câmara
Após o carnaval, o novo presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), pretende promover uma dança das cadeiras na Casa. Falta só superar os obstáculos burocráticos. Para ficar ao seu lado no plenário, no cargo de secretário-geral da Mesa, Alves decidiu ter de volta o homem que foi já chamado de “deputado número 514”, por ocupar o cargo por 20 anos: Mozart Vianna de Paiva. Para viabilizar o retorno do fiel escudeiro de 10 presidentes, o atual se movimenta desde o ano passado para aprovar uma lei que permite a recontratação de servidores aposentados. Conseguiu, mas a presidente Dilma Rousseff vetou justamente o item que beneficiaria Mozart. Agora, Henrique Alves quebra a cabeça para achar uma saída constitucional ao impasse.
Mozart Vianna começou a trabalhar na Câmara em 1975, quando foi aprovado por concurso público como assessor legislativo. Depois de atuar em comissões importantes e coordenar a parte técnica da Constituição de 1988, chegou ao mais alto cargo que um servidor pode ocupar na Casa, o de secretário-geral da Mesa. Durante os anos em que se dedicou à função, Mozart recebeu elogios de presidentes e parlamentares de todos os partidos, que reconheciam seu profundo conhecimento regimental. O secretário também era querido por colegas e jornalistas. Em 2000, ele se aposentou, com o salário de R$ 24,3 mil que recebe ainda hoje.
Banco Central interfere no mercado e faz o valor do dólar subir
A sexta-feira foi, literalmente, de altos e baixos para a cotação do dólar. Depois de a moeda norte-americana bater no menor nível dos últimos nove meses — R$ 1,952 —, no início da abertura do mercado ontem, o Banco Central interveio. Fez um leilão de swap cambial reverso, que equivale à promessa de compra da divisa no mercado futuro. Com essa ação, ela voltou a subir. Ao fim do dia, a cotação se estabilizou, fechando em R$ 1,973 na venda, com leve alta de 0,05%.
Foi o primeiro leilão de compra de dólares no mercado futuro desde outubro do ano passado. Na prática, o BC antecipou o vencimento de quase US$ 2 bilhões em contratos de swap cambial tradicional, o equivalente a 37 mil acordos. O prazo original era 1º de março. Nesse tipo de operação, a autoridade monetária compra em dólares no mercado futuro. Com isso, a tendência é de a divisa se valorizar também no mercado à vista.
Dilma descansa durante carnaval, mas ministro vão às principais festas
A presidente Dilma Rousseff deve passar o carnaval reclusa com a família na Base Naval de Aratu, na Praia de Inema, na Bahia, mas ministros e políticos pré-candidatos em 2014 não perderão a chance de aparecer bem na foto, já em clima de campanha antecipada. Uma verdadeira romaria partiu da Esplanada para aparecer hoje no Galo da Madrugada, no Recife. Nos próximos dias, Rio de Janeiro, São Paulo e Salvador também serão paradas certas para diversas autoridades.
Cotado para ser coordenador no Nordeste da campanha presidencial em 2014, o governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), chegou a convidar Dilma a marcar presença em seu camarote, mas, devido ao luto pela tragédia de Santa Maria, o Planalto avaliou que não seria conveniente. Depois de o governador já ter divulgado a presença de Dilma e de ministros, Dilma pediu, no fim da noite de quinta-feira, após a celebração ecumênica em homenagem às vítimas do incêndio, para sua assessoria redigir uma nota esclarecendo que ela não participará de “atividades festivas” no feriado. O governador Eduardo Campos (PSB-PE), que pode ser adversário da petista em 2014, teria feito um convite informal para ela prestigiar o Galo da Madrugada, o bloco mais tradicional do Recife. Dilma desconversou.
Folha de S. Paulo
Política agrária federal criou ‘favelas rurais’, diz ministro
Responsável no governo pelo diálogo com movimentos sociais, o ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência) reconheceu ontem falhas na política federal de reforma agrária, dizendo que vários assentamentos se transformaram em “favelas rurais”. “É real e, infelizmente, verdadeiro que no Brasil há muitos assentamentos que se transformaram quase que em favelas rurais”, disse Carvalho para justificar a política adotada por Dilma Rousseff, a presidente que menos desapropriou áreas para assentamentos nos últimos 20 anos.
“A presidente Dilma fez uma espécie de freio do processo para um ‘repensamento’ dessa questão da reforma agrária e, a partir daí, tomarmos um cuidado muito especial em relação ao tipo de assentamento que a gente promove”, disse Carvalho. O ministro foi peça chave nos oito anos de gestão de Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010), de quem foi chefe de gabinete. Sua fala foi veiculada no programa semanal “Bom Dia, Ministro”. Tanto os governos do tucano Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) quanto os de Lula foram marcados por uma política de intensa distribuição de terras. Nos dois primeiros anos de Dilma, 86 unidades foram destinadas a assentamentos, número que só supera os de Fernando Collor (1990-1992)
Comissão precisa ter ‘mais atitude’, afirma Marcelo Rubens Paiva
“A Comissão Nacional da Verdade é muito tímida”, disse o escritor Marcelo Rubens Paiva, 53, em entrevista à Folha, em seu apartamento em São Paulo. O filho do deputado cassado Rubens Paiva, um dos principais desaparecidos políticos da ditadura militar (1964-1985), afirmou que esperava um “pouco mais de atitude” do grupo que investiga os crimes do Estado. Um exemplo é o recente episódio da morte do coronel Júlio Miguel Molinas, em novembro. A família recebeu a informação de que, tão logo Molinas morreu, o Exército recolheu em sua casa caixas que conteriam documentos sobre crimes da ditadura.
A comissão recebeu desse arquivo documentos referentes aos casos Rubens Paiva e Riocentro, mas Marcelo acredita que a maior parte foi escondida pelo Exército. Ora sarcástico, ora angustiado pelos 42 anos de espera pela verdade, o escritor comentou a divulgação pela Folha, na última segunda-feira, de um documento inédito que indica que Rubens Paiva morreu nas dependências do DOI-Codi, em janeiro de 1971. O autor de “Feliz Ano Velho” disse ainda que a grande personagem da família é sua mãe, Eunice, que sofre do mal de Alzheimer. Ela se tornou uma pioneira da luta pelos direitos humanos no país logo após sair da prisão, dias depois da morte do marido.
AGU pode demitir investigados da Porto Seguro
Três servidores da AGU (Advocacia-Geral da União) investigados na Operação Porto Seguro, deflagrada pela Polícia Federal em novembro e que investigou fraudes em pareceres públicos em prol de interesses privados, responderão a processos disciplinares e poderão ser demitidos do serviço público. Pouco mais de dois meses depois do início da investigação interna, que deveria ter sido concluída em 30 dias, a AGU divulgou um resumo das conclusões.
Correm o risco de demissão José Weber Holanda, ex-número 2 da AGU, Jefferson Carús Guedes, ex-vice presidente Jurídico dos Correios, e Glauco Alves Moreira, ex-consultor jurídico da Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários). A conclusão da investigação interna corrobora denúncia apresentada ainda em dezembro pela Procuradoria da República em São Paulo, que acusou Weber, Guedes e Moreira por corrupção passiva.
Exército investiga pedido de propina de oficiais, diz revista
Empresa do Paraná afirma que oficiais do Exército pediram propina para referendar a vitória numa licitação. Segundo reportagem da revista “Veja” deste final de semana, a cobrança de dinheiro foi feita ao Grupo Mascarello, fabricante de ônibus. Os oficiais exigiram dinheiro em troca da assinatura do contrato para a venda de 65 ônibus ao custo de R$ 17,8 milhões para o Batalhão da Guarda Presidencial.
A empresa fez chegar o problema ao senador Roberto Requião (PMDB-PR), que falou com o ministro Aloizio Mercadante (Educação). Após isso, a licitação foi referendada sem o pagamento de propina, e o Exército abriu uma investigação ainda não concluída, segundo a revista. À Folha Requião disse que recebeu a acusação no fim de 2012, por meio de um diretor da Mascarello, e ele repassou o caso a Mercadante. A assessoria do ministro, por sua vez, afirmou à reportagem que recebeu a suspeita e a informou ao Comando do Exército. “[Após a denúncia de Requião], o ministro ligou imediatamente ao comandante do Exército, general Enzo Martins Peri, relatando o ocorrido”, afirmou.