O presidente Lula participou hoje (12) da cerimônia de assinatura de mensagem ao Congresso Nacional, com projeto de lei em anexo, que propõe indenização à União Nacional dos Estudantes (UNE). O evento acontece em um antigo terreno da UNE, na Praia do Flamengo (RJ). (confira a íntegra do discurso de Lula)
O ato indenizatório simboliza que Lula, como mandatário-mor da República, admite a responsabilidade da União pelo incêndio criminoso da sede da entidade, logo após o golpe militar 1964. Além disso, o prédio foi demolido em 1980 – ano em que Lula foi preso pelos militares. Com o reconhecimento oficial da destruição indevida da entidade, a União fica agora incumbida de subsidiar financeiramente sua reconstrução.
De acordo com a Agência Brasil, a presidente da UNE, Lúcia Stumpf, a construção do novo edifício da entidade – projeto concebido e doado por Oscar Niemeyer – custará cerca de R$ 30 milhões. Na concepção arquitetônica de Niemeyer, acrescenta Lúcia, estão previstos um centro cultural e uma biblioteca para os estudantes.
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Anos de chumbo
Último presidente da UNE antes do golpe militar, entre 1963 e 1964, o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), compareceu à solenidade. Ele disse agora há pouco ser contra a revisão da Lei da Anistia, defendida na semana passada pelo ministro da Justiça, Tarso Genro, em solenidade pública.
"Tem uma lei e, qualquer coisa, é o Judiciário que tem resolver. Não é uma tarefa para o Executivo, não acho que é um momento adequado para este tipo de debate. O sistema Judiciário é que deve interpretar a lei", disse o tucano.
As declarações de Tarso Genro reavivaram a animosidade entre estudantes e oficiais da reserva, durante seminário realizado na quinta-feira (7), no Clube Militar do Rio de Janeiro, no qual os militares manifestaram repúdio às idéias do ministro. Do lado de fora do clube, estudantes protestavam e defenderam punição aos torturadores da ditadura.
Ontem, em reunião da coordenadoria política no Palácio do Planalto, Tarso Genro disse que o presidente Lula considera o "assunto encerrado" e negou mal-estar na cúpula do governo. (Fábio Góis)
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