Mário Coelho
Nem plano de trabalho muito menos votação de requerimentos. Uma hora depois do início da segunda reunião da CPI da Corrupção, os deputados distritais ainda não conseguiram chegar a um consenso sobre qual será o nome do colegiado que deve investigar denúncias de corrupção nos últimos 18 anos no governo do Distrito Federal. Os membros aliados ao governador José Roberto Arruda (sem partido) querem enfraquecer a denominação da comissão como forma de diminuir o impacto na mídia. A proposta foi colocada em votação. Para os deputados, agora, a CPI será da Companhia de Desenvolvimento do Distrito Federal (Codeplan). Para este site, qualquer que seja o nome oficial escolhido, a comissão será tratada como CPI do Mensalão do Arruda.
A discussão sobre o nome começou quando o distrital Paulo Tadeu (PT), único membro da oposição no colegiado, colocou-se contra à denominação CPI da Codeplan. A Companhia, órgão que centralizava os investimentos em informática no governo de Joaquim Roriz (1999 a 2006), foi presidida pelo ex-secretário de Relações Institucionais do DF Durval Barbosa nesse mesmo período. “Os funcionários da Codeplan pediram para não ficar associados com esse escândalos. Além disso, a corrupção atingiu todo o Distrito Federal”, disse Paulo Tadeu.
Eliana Pedrosa (DEM) chegou a defender que o nome, então, fosse CPI da Informática. O presidente Alírio Neto (PPS) leu a ementa do requerimento que criou a comissão. “Pode ser CPI da Codeplan e de outros órgão”, defendeu. Para o relator Raimundo Ribeiro (PSDB), os outros órgãos são complementares. “O simples fato de se dar um apelido não significa que está se restringido a investigação”, afirmou.
O clima esquentou quando o deputado José Antônio Reguffe (PDT) disse que considerava a discussão “sem importância”. “O que tem importância é o trabalho que será feito. Houve desvio de dinheiro, é preciso uma apuração rigorosa”, disse. A declaração do pedetista irritou os membros govenistas da CPI, em especial Eliana Pedrosa e o vice-presidente, Batista das Cooperativas (PRP).
“O senhor não é um paladino da moralidade. Essa casa não teve 16 deputados citados no inquérito da Caixa de Pandora. Não me considero paladino desta casa. Nenhum parlamentar deveria se considerar paladino, um herói da honestidade”, atacou Batista das Cooperativas. Para Eliana Pedrosa, o pedetista, que não é membro da CPI mas acompanha a sessão, atacou os membros da comissão. O bate-boca acabou com o presidente Alírio Neto chamando a votação do novo nome da comissão. Por quatro votos a um, venceu a proposta de nomear como CPI da Codeplan.
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