Fábio Góis
O Brasil é o último colocado em uma lista de nações emergentes no critério população com formação acadêmica superior. O percentual de graduados no país, considerando-se cidadãos entre 25 e 64 anos, é o menor entre 36 países observados. As informações são do especialista em análise de dados educacionais Ernesto Faria, do portal Estudando Educação, que se debruçou sobre relatório a respeito do tema elaborado pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE).
De acordo com levantamento, 11% dos brasileiros naquela faixa etária possuem diploma universitário ? menos da metade da média de 28% auferida entre os países emergentes. A Rússia, por exemplo, tem o quíntuplo do percentual do Brasil, com 54% de diplomados. Já no Chile ? país com pouco mais de 17 milhões de habitantes e Produto Interno Bruto dezenas de vezes inferior ao do Brasil ?, 24% da população entre 25 e 64 anos possuem nível superior.
Os números revelam que o Brasil forma três menos engenheiros em relação aos demais países agrupados na OCDE. O país também tem o menor índice de formandos em engenharia, indústria e construção (4,6% do universo etário analisado, enquanto a média entre os emergentes é 12%).
Os quase três anos de defasagem (os dados foram colhidos em 2008) têm interferência mínima no objetivo central da pesquisa, uma vez que a dinâmica do cenário acadêmico é similar entre as nações no que diz respeito à formação de diplomados. Mas segundo o secretário de Ensino Superior do Ministério da Educação (MEC), Luiz Cláudio Costa, a última década mostrou que o Brasil triplicou o número anual de graduandos.
?Como saímos de um patamar muito baixo, a nossa evolução, apesar de ser significativa, ainda está distante da meta que um país como o nosso precisa ter?, disse o representante do MEC à Agência Brasil, acrescentando que cresceu a inclusão de jovens na escola, mas não na universidade. Para Luiz, o governo iniciou o processo de ampliação de vagas na universidade que, segundo ele, reduzirá a discrepância entre os níveis de ensino.
A meta do MEC é alcançar o percentual de 33% da população entre 18 e 24 anos no nível superior até 2010 (atualmente o índice se aproxima de 17%). A ideia do ministério é fortalecer e ampliar programas como o Plano Nacional de Educação (PNE), o Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni) e o Programa Universidade para Todos (ProUni), bem como facilitar o acesso ao Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies). No Brasil, as instituições privadas de ensino englobam 75% das vagas de nível superior.