O Conselho de Ética do Senado decidiu hoje (28) que o senador Ney Suassuna (PMDB-PB) receberá uma censura verbal por ter empregado em seu gabinete Marcelo Carvalho, que recebeu R$ 225 mil da Planam, empresa que comandou o esquema da máfia das ambulâncias.
Por 12 votos a 2, os parlamentares aprovaram o voto em separado do senador Wellington Salgado de Oliveira (PMDB-MG) e derrubaram o relatório sugerido pelo senador Jefferson Péres (PDT-AM), que iria pedir a cassação de Ney Suassuna. A censura será lida na próxima reunião do conselho.
Os dois senadores que votaram contra a advertência verbal foram Jefferson Peres (PDT-AM), relator do processo contra Suassuna e Demóstenes Torres (PFL-GO).
Durante sua explanação, o senador Ney Suassuna ressaltou que não tem e nunca teve qualquer envolvimento com a máfia das ambulâncias. “Não falei e nem conheço nenhum dos envolvidos. Não há nenhuma medida que eu não tenha tomado. Sempre me coloquei a disposição da CPI. Tenho a consciência tranqüila”, disse.
Na saída da reunião, o senador observou que não merecia uma censura verbal e atribuiu a via crucis de 140 dias pelo qual passou a atuação da imprensa. “Não tem pizza nenhuma. Isso é coisa de vocês [referindo-se aos jornalistas]”.
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O peemedebista não escondeu que sente uma mágoa do governo. Questionado se aceitaria ocupar um cargo no segundo mandato do presidente Lula, respondeu: “Vou fingir que não ouvi essa pergunta”. Sobre o seu futuro político, Ney Suassuna declarou que não sabe se terá coragem de voltar a ser parlamentar. “Vou ter que pensar muito a respeito. Ainda é cedo. Estou me sentindo enojado”.
Com a absolvição de Suassuna, a tendência é que o Conselho de Ética livre da cassação outros dois senadores acusados de envolvimento com a máfia sanguessuga: Serys Slhessarenko (PT-MT) e Magno Malta (PL-ES).