Rodolfo Torres
O senador José Nery (Psol-PA) fez um apelo a seus colegas na tarde desta quarta-feira (24) para que a CPI da Máfia do Senado seja instalada na Casa. “Solicito apoio. Eu sei que não é um tema fácil, sei que há naturalmente avaliações diferentes da posição que estou aqui expressando, e as compreendo, porém acho que tenho o dever de continuar insistindo junto a cada um dos senhores e das senhoras para que o Senado Federal passe a limpo, de uma vez por todas, os fatos que têm incomodado esta Casa e o país.”
O parlamentar avalia que apenas uma CPI é capaz de passar a limpo a instituição, uma vez que terá o poder legal de quebrar sigilos para investigar os contratos, empréstimos consignados e atos secretos da Casa.
“Os fatos que vivemos no Senado precisam ir além das medidas já anunciadas, que são importantes. Ressalto que são importantes, porém acho que não terão a apuração, a consequente revalorização do papel do Senado e a retomada de sua credibilidade”, afirmou o senador pelo Pará.
Em mais um dia de intensa movimentação relacionada à crise que assola o Senado, o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa, Demóstenes Torres (DEM-GO), formalizou um pedido de abertura de procedimento administrativo contra os ex-diretores Agaciel Maia (Diretoria Geral) e João Carlos Zoghbi (Secretaria de Recursos Humanos).
Demóstenes avalia que há elementos suficientes para pedir o desligamento definitivo de ambos da instituição, que teriam tomado decisões “à revelia” dos senadores da Mesa Diretora. (leia mais)
Por sua vez, o senador Renato Casagrande (PSB-ES), presidente da Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle do Senado, denunciou a existência de duas contas paralelas da Casa na Caixa Econômica Federal (CEF). Os recursos chegariam a R$ 3,7 milhões, distribuídos em uma conta corrente e uma caderneta de poupança. (leia mais)
Casagrande encaminhou ofício ao presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), que determinou a abertura de uma comissão de sindicância para apurar a denúncia. Questionado se apoiaria uma CPI da Máfia do Senado, Casagrande afirmou que prefere esperar os resultados da comissão de sindicância.