Durante depoimento aos membros do Conselho de Ética como testemunha do deputado Pedro Corrêa (PP-PE), o deputado Mário Negromonte (PP-BA) culpou o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares pela origem ilícita dos recursos recebidos por Corrêa. O partido recebeu R$ 700 mil, por intermédio de Corrêa (presidente do partido), das contas do empresário mineiro Marcos Valério Fernandes de Souza, acusado de ser o operador do mensalão.
“Nós éramos aliados (PP e PT). O deputado José Janene tinha tratativas com o Delúbio Soares, que conseguiu o dinheiro. Nós achávamos que esse dinheiro era lícito”, declarou Negromonte. Segundo ele, se a executiva nacional soubesse da natureza ilícita do dinheiro, teria dispensado a ajuda. Ele negou que, em troca do repasse, o partido tenha se comprometido a apoiar o governo ou a votar a favor da aprovação de projetos de interesse do Planalto.
Negromonte confirmou a versão, já sustentada por Corrêa, de que o dinheiro foi utilizado para pagar os honorários do advogado Paulo Goyaz, que defende o deputado Ronivon Santiago (PP-AC) em 36 processos judiciais no Acre. Negromonte enfatizou que se Corrêa for responsabilizado, a executiva do PP também o será, pois o autorizou a receber o dinheiro.
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O senador Sibá Machado, presidente do PT no Acre, contestou a versão de Corrêa de que teria participado de uma reunião para tratar de ajuda financeira ao PP. “A única reunião de que participei foi para tratar de aliança política no estado, porque interessava ao PT uma aliança com o PP do Acre. O PP achava que quem movia as ações contra o deputado Ronivon éramos nós, o que também não procede”, afirmou o senador.
Depois de ouvir o depoimento do deputado Mário Negromonte no Conselho de Ética, o relator do processo, deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP) prometeu entregar até as 19h de hoje o relatório sobre o processo contra o deputado Pedro Corrêa.