O coordenador nacional do programa Luz para Todos, José Ribamar Lobato Santana, pediu ontem demissão do governo. Ele é acusado de envolvimento com a máfia que fraudava licitações e obras públicas, desbaratada pela Operação Navalha da Polícia Federal.
Segundo a PF, José Ribamar chegou a receber no Ministério de Minas e Energia o dono da Gautama, Zuleido Veras, acusado de ser o principal operador do esquema. Ele também teria participado do encontro entre Zuleido e o ex-ministro Silas Rondeau, que pediu demissão após ser acusado de receber R$ 100 mil da máfia.
Zuleido, afirma a Polícia Federal, tentava conseguir a liberação de recursos para obras no Piauí. Para isso, teria contado com a ajuda do lobista Sérgio Sá.
No dia seguinte ao encontro, em conversa com seu irmão, Dimas Veras, Zuleido avaliou como "muito boa" a conversa com José Ribamar e Silas Rondeau. "Estive com Santana lá no ministério. Estive com Silas e estive com Santana. Santana é o coordenador do programa. Foi uma conversa muito boa", disse.
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Um novo coordenador do programa só será escolhido após a posse do novo ministro de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, atual secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético da pasta. Ele não tem filiação partidária, mas foi indicado pelo PMDB e oficialmente confirmado pelo presidente Lula ontem.
Ex-ministro sem posses
Em reunião ontem com representantes de partidos aliados no Planalto, Lula disse que o ex-ministro Silas Rondeau é "um homem de bem" e lamentou sua saída do governo.
"Foi muito duro tirar o Silas, tenho consciência de que é um homem de bem", afirmou, segundo o jornal O Estado de S. Paulo. "Ele não tem posses, terá dificuldades de pagar advogado", acrescentou o presidente. (Carol Ferrare)