A Controladoria-Geral da União (CGU) está trabalhando para identificar os parlamentares que apresentaram emendas orçamentárias em benefício da construtora Gautama, acusada pela Polícia Federal de operar o esquema de desvio de recursos públicos investigado pela Operação Navalha. Com o levantamento, a CGU quer identificar possíveis vínculos entre os parlamentares e os contratos irregulares.
Na última quinta-feira, a PF apreendeu, entre outros documentos, uma lista com nomes de políticos associados a valores e comentários. Os policiais investigam se os parlamentares receberam propina para apresentar emendas que destinassem recursos da União a obras da Gautama, em um esquema semelhante ao investigado pela CPI dos Sanguessugas.
A CGU ainda não tem uma estimativa sobre o total de recursos destinados por emendas à Gautama. Mas, segundo disse o controlador-geral da União, ministro Jorge Hage, ao jornal O Estado de S. Paulo, já foi possível detectar a prevalência de emendas conjuntas. "As emendas coletivas dificultam mais o rastreamento, porque não há um autor, mas o conjunto", explicou. Além disso, ao contrário das individuais, elas não têm limite de valor.
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Hage, contudo, não revelou se as bancadas responsáveis pelas emendas são dos estados em que a PF suspeita que se concentrem os casos de desvio de recursos e envolvimento de funcionários públicos e políticos – Alagoas, Maranhão, Sergipe, Bahia, Mato Grosso e Piauí. (Carol Ferrare)
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