O ministro deu a declaração após ser perguntado se a prisão do publicitário João Santana pode prejudicar a defesa do governo na ação proposta pelo PSDB no TSE que pede a cassação dos mandatos da presidenta Dilma e do vice, Michel Temer, por abuso de poder econômico e político. Santana coordenou as duas campanhas da presidenta Dilma, em 2010 e 2014, e a campanha à reeleição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2006.
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O publicitário e a mulher dele, Mônica Moura, tiveram a prisão decretada na segunda-feira (22) pelo juiz Sérgio Moro no âmbito da 23ª fase da Operação Lava Jato. O casal foi preso ontem (23) e levado para Curitiba. Os investigadores da Lava Jato suspeitam que eles usaram contas secretas no exterior para receber dinheiro do esquema de corrupção na Petrobras.
Campanha de 2014
O ministro Edinho também comentou sobre a investigação de que parte do dinheiro recebido por Santana em contas no exterior foi obtida durante a campanha de 2014. “Estão tentando atribuir algo à campanha presidencial que, no meu entender, é uma especulação. Estamos falando de um contrato, no caso da empresa que foi produtora e geradora de conteúdo de mídia durante a campanha, de R$ 70 milhões. Tentar fazer o vínculo de uma remessa, se nós formos atualizar os valores pelo que era o dólar na época, de menos de 5% do valor do contrato, temos que ter muito critério ao fazer esse tipo de vínculo. Esse contrato está registrado, as notas fiscais também estão no TSE para quem quiser ver.”
Impeachment
Para o ministro, a prisão de João Santana não fortalece o processo de impeachment contra a presidenta Dilma, aberto na Câmara dos Deputados. “O impeachment é uma previsão legal desde que tenha um fato concreto contra o presidente empossado. Nós não temos nada contra a presidenta Dilma. Não se pode transformar o impeachment em instrumento de luta política porque aumenta a instabilidade do país”, acrescentou Edinho, após participar doprograma Bom Dia, Ministro, produzido pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República em parceria com a EBC Serviços.
Segundo o ministro, parte da oposição está tentando politizar as investigações da Lava Jato para criar instabilidade política. “Penso que politizar uma investigação não é bom para o país e para a democracia e acaba criando um ambiente ruim. Precisamos neste momento conviver com a investigação que está aí, desde que ela aconteça dentro da legalidade. Mas nós precisamos fazer com que o país continue, que o país enfrente a crise econômica, que o país possa, por meio do Congresso Nacional, aprovar as medidas para a retomada do crescimento econômico.”
Sobre o panelaço de ontem (23) à noite, registrado em várias capitais durante o programa do PT em cadeia nacional de rádio e TV, Edinho disse que o país é “uma democracia”. “Democracia é assim: as pessoas têm o direito de livre manifestação. Tem manifestações favoráveis, contrárias. É assim que se constrói a democracia.”
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