A um ano de se aposentar, o segundo integrante mais antigo do Supremo Tribunal Federal (STF), Marco Aurélio Mello, vê com preocupação os ataques feitos à Corte por seguidores do presidente Jair Bolsonaro. “O STF é a última trincheira na garantia da democracia. Não há espaço para retrocessos”, afirmou à coluna.
De acordo com o ministro, a democracia resistirá. “Estamos vivendo uma crise de saúde, uma crise econômica e também uma crise das instituições.”
Fake news
Hoje, a Corte retoma o julgamento sobre o arquivamento do inquérito das fake news.
Marco Aurélio acredita que a questão estará definida esta semana. “É o tema momentoso, matéria que precisa ser resolvida . Há uma certa perplexidade pelo fato de o Supremo ter aberto o inquérito” , comentou. Mas preferiu não adiantar qual será sua posição ao votar.
O relator do caso, ministro Edson Fachin, votou, na semana passada, pela validade do inquérito, ou seja, pela continuidade das apurações.
Homenagens
Com a “alma bailando”. Foi assim que o ministro Marco Aurélio disse à coluna como estava se sentindo. Por um motivo especial: as muitas homenagens que recebeu, esta semana, por completar 30 anos no Supremo Tribunal.
O ministro contou que nunca perdeu o entusiasmo.
No Supremo, ninguém morre de tédio. Aqui, é uma clínica geral. Apreciamos as mais diversas e importantes matérias.”
Marco Aurélio recebeu muitas homenagens de ministros do STF, e de representantes do Judiciário e do meio jurídico.
“Como juiz, são 41 anos . Eu estava preparado para me aposentar em 2016, quando fiz 70 anos . Aí, veio a Pec da Bengala, e eu que não precisava de bengala, permaneci nesta missão.”
Realizado com a trajetória no STF, contou que pretende se dedicar ao meio acadêmico depois de se aposentar, no meio do ano que vem.
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