Renata Camargo
O ministro das Relações Institucionais do Palácio do Planalto, Alexandre Padilha, disse nesta sexta-feira (17) que “não é normal” o governo apurar a contratação de parentes de servidores que ocupam o alto escalão das instituições públicas. A declaração foi dada à Rádio Gaúcha em entrevista sobre as denúncias de tráfico de influência envolvendo a ex-ministra-chefe da Casa Civil, Erenice Guerra.
Erenice deixou o cargo de ministra da Casa Civil na manhã de ontem (16). A ministra deixou o governo após denúncias de prática de lobby e suborno no Palácio do Planalto envolvendo o seu filho Israel Guerra. A situação de Erenice, conhecida como braço-direito da candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, ficou insustentável dentro do governo.
“Não é normal o governo fazer uma apuração sobre isso. O governo não monta um serviço de inteligência próprio, específico, para investigar quem tem parentes com cargos públicos”, disse Padilha. “Nós temos uma lei sobre o nepotismo, que estabelece que o que não pode existir é uma relação direta entre um ministro e um subordinado seu”, considerou.
Enquanto esteve na Casa Civil, inicialmente como secretária-executiva e, posteriormente como titular da pasta, Erenice Guerra teve, pelo menos, quatro familiares empregados em órgãos federais. Um deles era o filho Israel, que trabalhou na Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Além dele, três irmãos da ex-ministra também atuavam nos ministérios. Antônio Eduacy Alves de Carvalho foi empregado da Controladoria-Geral da União (CGU), José Euricélio Alves de Carvalho trabalhou no Ministério das Cidades, Maria Euriza Alves de Carvalho atuou do Ministério do Planejamento.
Na entrevista, Padilha considerou como “vazias” as denúncias envolvendo a ex-ministra e afirmou que “o papel do governo não é acreditar ou não em uma denúncia”, mas “apurar essa denúncia”.
“Eu acredito na inocência de qualquer pessoa até que se prove ao contrário. O papel do governo não é qualificar a denúncia, é apurar como ela aparece”, disse o ministro, afirmando que, desde o início do caso, o governo acionou a Polícia Federal e a Controladoria Geral da União para fazerem investigação.
Ouça aqui a entrevista com o ministro Alexandre Padilha
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