Os candidatos à Presidência abordaram temas diferentes na edição do horário eleitoral que acabou de ir ao ar na TV. Geraldo Alckmin (PSDB) priorizou o discurso da geração de empregos e do crescimento econômico. Lula (PT), por sua vez, destacou os investimentos do governo federal na área de transportes. Os dois deixaram de lado, desta vez, acusações relacionadas à compra do dossiê ou à retomada das privatizações, que têm polarizado as discussões.
O programa de Alckmin reprisou imagens do debate promovido na quinta-feira pelo SBT, ressaltando seus compromissos com a melhoria da saúde, a geração de empregos e o crescimento da economia. "Não vai ter emprego com carga tributária de 40%. Vou reduzir juros e cortar impostos", prometeu. "O Brasil pode mais, porque você pode mais", ressaltou, em outra fala, o candidato. Depoimentos de eleitores nas ruas apresentaram o tucano como o grande vencedor do debate e o mais preparado para comandar o país.
Beneficiários de programas sociais desenvolvidos por Alckmin em São Paulo também deram o ar da graça, falando sobre a mudança provocada em suas vidas em decorrência de iniciativas do ex-governador paulista nas áreas da saúde, da habitação e da educação.
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O programa também exibiu depoimentos de empresários e políticos destacando a capacidade de gestão de Alckmin. Pediram voto para o tucano o governador eleito de São Paulo, José Serra (PSDB), a candidata ao governo do Rio Grande do Sul Yeda Crucius (PSDB), o senador eleito Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), o governador reeleito de Minas, Aécio Neves (PSDB), o prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB), e o governador eleito de Alagoas, Téo Vilela (PSDB).
O programa de Lula foi aberto com a divulgação das pesquisas Datafolha, Voxpopuli e Ibope que apontam vitória do petista com cerca de 20 pontos percentuais de vantagem. "Está mais que confirmado que Lula cresce a cada dia. E cresce também a certeza: é Lula de novo", exalta o locutor.
Em vez de políticos, a coligação A Força do Povo priorizou o depoimento do escritor Ariano Suassuna. Declarando que votará pela quinta vez em Lula para presidente, Suassuna classificou a eleição do petista, em 2002, como um "fato histórico" por caracterizar a chegada, pela primeira vez, do "homem do Brasil" real à Presidência.
A partir daí, o programa passou a dedicar toda sua atenção aos investimentos do governo federal na área de transportes. Na abertura do quadro, Lula disse que recebeu o setor em situação dramática, que investiu maciçamente na recuperação de estradas, ferrovias, portos e aeroportos e que precisa de mais tempo para garantir que o Brasil tenha um sistema de transporte à altura de sua grandeza.
O petista destacou a recuperação da indústria naval como um dos grandes feitos de seu governo. E atribuiu o crescimento do setor à retomada das construções, no próprio país, das plataformas da Petrobras, que vinham sendo produzidas no exterior. A medida, diz o locutor, gerou 130 mil empregos diretos e indiretos na indústria naval. No próximo governo, garantiu Lula, a prioridade será recuperar a marinha mercante.
O candidato também condenou o abandono histórico das ferrovias brasileiras e garantiu que, se reeleito, redobrará a atenção com a malha ferroviária. E mostrou imagens de obras nas ferrovias Norte-Sul e Transnordestina para ressaltar que o atual governo está investindo na área.