Durante a posse da ministra Ellen Gracie na presidência do Supremo Tribunal Federal (STF), o procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, pediu agilidade na conclusão das investigações sobre o esquema do mensalão.
"Os acontecimentos que estamos vivenciando devem ser equacionados e solucionados rigorosamente, mediante a aplicação dos mecanismos de fiscalização e controle constitucionalmente previstos", defendeu o procurador-geral.
Antonio Fernando ressaltou que as punições devem ser adotadas para todos, independentemente dos cargos que ocupam. "Não há autoridade dotada de poderes ilimitados, nem imune à devida fiscalização, controle e responsabilização."
O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Roberto Busato, também presente à solenidade, responsabilizou o governo, o Congresso e a morosidade do Poder Judiciário pelo agravamento da crise política no país.
No discurso proferido na posse de Ellen Gracie, Busato também fez alusão ao escândalo do mensalão. Ele condenou as absolvições pela Câmara de deputados supostamente beneficiados pelo valerioduto. "A atitude do Congresso soa à população brasileira como desprezo escárnio à Justiça", afirmou. "A pergunta que ecoa da voz das ruas é uma só: Perdemos a compostura?"
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Para Busato, a República brasileira padece da pior das crises: a crise de credibilidade. "O comportamento indecoroso de alguns agentes públicos expôs ao desgaste as instituições do Estado aprofundando o descrédito que já o fragiliza perante a sociedade", afirmou.