Na abertura da Conferência da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), o presidente Lula denunciou a atuação de lobbies nas críticas de quem acusa os biocombustíveis de serem responsáveis pela alta mundial de alimentos.
Ele afirmou que os críticos têm os “dedos sujos” e são ligados aos setores de petróleo e carvão. “Vejo com indignação que muitos dos dedos apontados contra a energia limpa dos biocombustíveis estão sujos de óleo e de carvão”, disse Lula, em Roma, hoje (3), segundo a Agência Brasil.
O presidente aproveitou para condenar o protecionismo e os subsídios agrícolas dos países desenvolvidos. “Muitos dos que responsabilizam o etanol – inclusive o etanol da cana-de-açúcar – pelo alto preço dos alimentos são os mesmos que há décadas mantêm políticas protecionistas, em prejuízo dos agricultores dos países mais pobres e dos consumidores de todo o mundo”, reclamou.
Na abertura da conferência, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu "um maior grau de consenso internacional sobre os biocombustíveis". Ele criticou as políticas que “empobrecem os vizinhos” e “distorcem os mercados", segundo a agência France Presse.
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O secretário-geral afirmou que a produção de alimentos tem que aumentar 50% até 2030 para abastecer toda a população mundial. Em comunicado, o papa Bento XVI lembrou que a fome e a desnutrição “são inaceitáveis” atualmente.