O governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), afirmou nesta terça-feira (12) não ter qualquer relação de proximidade com o bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Em depoimento na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira, o tucano disse que se, caso fosse ligado ao contraventor, ” ele teria acesso ao meu telefone pessoal, do gabinete”. “30 mil horas de gravações, três anos de gravações, nenhuma ligação dele para mim, apenas uma ligação minha para ele”, disse.
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Na sua explanação inicial aos membros da CPMI, Perillo disse ser “fantasiosa” a influência de Cachoeira no seu governo. De acordo com investigações iniciais da Polícia Federal na Operação Monte Carlo, o bicheiro seria responsável por pelo menos dez indicações de funcionários para os primeiros escalões do governo goiano. “Embora fosse de livre trânsito entre políticos, nunca tive relação com Cachoeira. As citações ao meu nome são citações irresponsáveis, de quem quer exibir prestígio”, afirmou, fazendo referência ao depoimento do ex-vereador em Goiânia Wladimir Garcez na CPMI. “Falaram muito sobre seus planos mas nada se concretizou.”
Segundo ele, as indicações feitas no governo obedecem a meritocracia e à Lei da Ficha Limpa. “Não há uma acusação sequer de improbidade no meu governo, não há propina no meu estado. Essa prática foi abolida na minha administração”, disse. O depoimento de Perillo continua na comissão. Ele ainda faz sua explanação. Depois, na condição de testemunha, será questionado pelos membros da CPMI.
O depoimento de Perillo foi marcado pela CPMI em 31 de maio, junto com a oitiva do governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT). contra o tucano pesa as diferentes versões sobre a venda de uma casa em Goiânia, que supostamente teria sido comprada por Cachoeira. Também existem suspeitas de irregularidades na Secretaria de Segurança Pública de Goiás.
A chegada de Perillo ao Senado foi tumultuada, informou a Agência Senado. Ele foi aplaudido por assessores e correligionários e vaiado por estudantes do Movimento Fora Marconi. Gritando palavras de ordem e usando nariz de palhaço, os estudantes acusavam os seguranças do governador de tê-los agredido. O clima ficou tenso e a Polícia do Senado colocou-se entre os dois grupos, para evitar o confronto.
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