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Exclusão
As mulheres ganham 24% menos que os homens. O relatório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), divulgado nesta segunda-feira (14), aponta a necessidade de políticas que busquem a igualdade salarial, “licenças parentais que se dividam entre as mães e os pais” e mudanças nas normas sociais que excluem as mulheres do mercado de trabalho.
“Promover mulheres a cargos notórios de categoria superior, que envolvam responsabilidade e tomada de decisões nas esferas pública e privada, e fomentar a participação dos homens em profissões em que tradicionalmente predominam as mulheres pode contribuir para a mudança de mentalidades”, sugere o documento.
A administradora do Pnud, Helen Clark, entende que “isso permitiria que a sobrecarga do trabalho não remunerado de prestação de assistência fosse partilhado de forma mais ampla, dando às mulheres a possibilidade efetiva de optar, ou não, por integrar o mercado de trabalho”.
PublicidadeO Índice de Desigualdade de Gênero brasileiro é de 0,457 – pouco maior que a média mundial, de 0,449. Esse índice leva em conta taxas como a de mortalidade materna, que no Brasil é de 69 por 100 mil nascidos vivos (no Uruguai, por exemplo, é 14, um possível efeito da política de legalização do aborto, implementada no fim de 2012), e a contribuição ao mercado de trabalho – as mulheres brasileiras têm 59,4% de participação, enquanto entre os homens esse índice é de 80,8%. Outro número considerado é o de assentos ocupados por mulheres no parlamento: 9,6%. Na Argentina, por exemplo, são 36,8%.
Segundo o relatório, os efeitos das novas tecnologias reduzem as chances dos trabalhadores menos qualificados, beneficiando os que têm alto grau de instrução. Os técnicos matemáticos empregados da área de contabilidade, técnicos de biblioteca, árbitros esportivos e caixas são, entre outros, profissões com mais probabilidade de, no futuro, serem substituídos pela automatização.
“Por definição, essa mudança favorece as pessoas com maior capital humano, o que polariza as oportunidades de trabalho”, diz o documento.
A pesquisa sugere que o momento é o ideal para que as pessoas busquem adquirir “capacidades especiais”, pois elas poderiam aproveitar as tecnologias para agregar valor ao seu trabalho. Por outro lado, “nunca houve pior momento para se ter um perfil de trabalhador que só tem competências comuns, já que computadores, robôs e outras tecnologias estão adquirindo essas competências com rapidez extraordinária”.