O ministro das Relações Institucionais, José Múcio Monteiro, disse hoje (25) que os telefones do Palácio do Planalto, onde dá expediente, e dos demais órgãos e instituições do governo federal são como “rádios comunitárias”, dada a suposta proliferação das escutas telefônicas legais e ilegais.
“Hoje não adianta fazer varreduras nos telefones. Estou convencido que o meu telefone é uma rádio comunitária, de maneira que nem faço mais varredura”, afirmou Múcio, em Teresina (PI), onde participou do VIII Fórum de Governadores do Nordeste e da II Reunião do Conselho Deliberativo da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste.
Segundo informações do O Globo Online, Múcio acrescentou que seu caso não é o único, e que os membros do governo devem tomar cuidado com seus diálogos ao telefone e evitar expressões dúbias.
O ministro saiu em defesa do chefe de gabinete do presidente Lula, Gilberto Carvalho, que teve conversas gravadas pela Polícia Federal, durante a Operação Satiagraha, na qual troca informações com um dos advogados do economista Daniel Dantas, o ex-deputado federal petista Luiz Eduardo Greenhalgh. Os diálogos foram vazados para a imprensa.
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“O que aconteceu com Gilberto Carvalho é que ele foi atender um amigo, como eu também atenderia. O papel dele é aquele, o de filtrar as conversas que chegam ao presidente”, justificou Múcio, lembrando que existem escutas telefônicas com objetivo de comprometer aleatoriamente.
De acordo com levantamento realizado pelo jornal O Globo junto a empresas de telecomunicações, no ano passado 409 mil telefones foram interceptados com autorização da Justiça. Foram 33 mil telefones grampeados mensalmente, na média – aumento de cinco vezes em relação ao que foi estimado para 2004. (Fábio Góis)
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