O Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST) deflagrou hoje (7) uma série de protestos e ocupações em pelo menos quatro estados. As ações estão sendo coordenadas, sobretudo, pela Via Campesina, espécie de braço feminino do MST. Nesta manhã foram promovidas ocupações em São Paulo, Minas Gerais e no Rio de Janeiro.
O MST diz que as ações têm como objetivo chamar a atenção para o Dia Internacional da Mulher, comemorado amanhã. No Rio de Janeiro, cerca de 150 trabalhadoras rurais, sindicalistas e militantes feministas ocupam uma área localizada na frente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
As manifestantes disseram que só vão deixar o local após serem recebidas pelo presidente da instituição, Demian Fiocca, para debater sua pauta de reivindicações, que inclui crédito para agroindústrias e para a produção de assentamentos da reforma agrária. Elas defendem ainda a soberania alimentar e a biodiversidade.
Em São Paulo, mais de 900 mulheres da Via Campesina ocupam uma área da usina Cevasa, no município de Patrocínio Paulista, perto de Ribeirão Preto. A usina teve parte de seu capital vendido recentemente para a Cargill.
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O MST alega que a produção de etanol a baixos custos para os Estados Unidos beneficia apenas o agronegócio, em detrimento dos interesses da sociedade brasileira e das necessidades da maioria da população. As negociações em torno do álcool combustível estão na pauta do encontro entre Lula e o presidente norte-americano, George W. Bush, em São Paulo, na próxima sexta-feira (9).
Em Minas Gerais, cerca de 600 mulheres fecharam na manhã de hoje a entrada da mina Capão Xavier, da empresa MBR (Minerações Brasileiras Reunidas), subsidiária da CVRD (Companhia Vale do Rio Doce). Em Maceió, cerca de mil agricultores sem-terra, estão acampadas desde ontem em frente à sede do governo.