O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocupou nessa sexta-feira (15) a fazenda do deputado e ex-líder do PP José Janene (PR), localizada em Guaravera, distrito de Londrina. De acordo com os invasores, a propriedade foi comprada com dinheiro de "corrupção" e, portanto, "deve ser destinada à reforma agrária".
Janene foi acusado de receber R$ 4,1 milhões das contas do empresário Marcos Valério de Souza, apontado como operador do mensalão. Dos envolvidos no escândalo que responderam a processo no Conselho de Ética da Câmara, apenas o deputado do PP ainda não foi julgado em plenário.
Cerca de 700 trabalhadores ocuparam a fazenda, que tem 192 hectares utilizados para a criação de ovelhas. Em nota, o MST informou que "a corrupção na política brasileira estimula articulações no Legislativo e no Executivo, que impedem a realização da reforma agrária e impõem a criminalização dos trabalhadores rurais sem terra".
A assessoria do deputado informou que Janene já entrou na Justiça com pedido de reintegração de posse. "Esta é mais uma invasão criminosa do MST para qual não há justificativa", afirmou o deputado, segundo sua assessoria.
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STF nega pedido de José Janene
O Supremo Tribunal Federal impediu a tentativa do deputado federal José Janene (PP-PR) de se aposentar por invalidez antes do julgamento de seu processo de cassação, que tramita no Conselho de Ética da Câmara. Janene, que alega sofrer de cardiopatia grave, é o único parlamentar acusado de envolvimento no esquema do mensalão que ainda não passou pelo julgamento do Conselho de Ética.
A decisão foi proferida na última quinta-feira. Um dos motivos para a demora na conclusão do processo foi o longo período em que o deputado ficou licenciado do cargo (entre janeiro e junho) para tratamento de saúde.
Nesse tempo, a análise do Conselho de Ética ficou suspensa. Por isso, a Mesa Diretora da Câmara decidiu julgar o pedido de aposentadoria de Janene apenas após a conclusão do Conselho de Ética, para evitar que a aposentadoria do parlamentar impedisse uma possível cassação.
Para reverter a suspensão, o deputado entrou com mandado de segurança no STF, mas o pedido foi negado pelo ministro Gilmar Mendes que considerou não haver ilegalidade na decisão da mesa.
Camelôs do RJ vendem "baralho do mensalão"
Camelôs da cidade do Rio de Janeiro estão vendendo um baralho com os personagens de um dos maiores escândalos do meio políticos nos últimos tempos: o esquema do mensalão.
As cartas trazem fotografias dos ex-deputados Robertos Jefferson (PTB-RJ), José Dirceu (PT-SP), além do publicitário Marcos Valério e do ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares. Abaixo das fotos, um texto explicativo ilustra as cartas. O presidente Lula também aparece no baralho intitulado "baralho de mensalão".