Leia também
Leia mais sobre a Operação Porto Seguro
A denúncia, assinada pelos procuradores da República Suzana Fairbanks Oliveira Schnitzlein, Roberto Antonio Dassiê Diana e Carlos Renato Silva e Souza, aponta como principais integrantes do esquema o ex-diretor de Hidrologia da Agência Nacional das Águas (ANA) Paulo Rodrigues Vieira; e seus dois irmãos Rubens Carlos Vieira, ex-diretor de Infraestrutura da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), e o empresário Marcelo Rodrigues Vieira.
Também são colocados como principais integrantes Rosemary Novoa de Noronha, responsável pelo tráfico de influência, e os advogados Marco Antônio Negrão Martorelli e Patrícia Santos Maciel de Oliveira, que praticavam os serviços de advocacia. De acordo com o MPF-SP, os outros 18 denunciados praticaram ilícitos penais como crimes de corrupção ativa e passiva, tráfico de influência e falsificação de documentos.
Segundo o Ministério Público, o ex-número 2 da AGU foi indiciado por corrupção passiva. Na denúncia, os procuradores afirmam que ele foi o responsável por uma reanálise jurídica de um caso de interesse do grupo de Paulo Vieira relacionado às ilhas de Cabras e de Bagres. Funcionário de carreira da Advocacia-Geral da União, foi exonerado da função comissionada e responde a sindicância interna.
Críticas
A realização da operação pela Polícia Federal gerou uma série de críticas ao trabalho do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e do ministro-chefe da AGU, Luís Inácio Adams. Os dois estiveram no Congresso nas últimas semanas para explicar o envolvimento das pastas no caso. Cardozo enfrentou a desconfiança de setores do governo e da oposição por supostamente não ter informações sobre as investigações em sete órgãos públicos.
Ministro da Justiça critica cobertura de operações da PF
Cardozo: PF não se submete a orientações políticas
Cardozo: quadrilha não está na Presidência da República
Já Adams passou a ter resistências dos servidores da AGU. Durante audiência no Senado, ele teve que presenciar uma manifestação de funcionários do órgão, contrários à permanência dele no comando. A maior crítica é o fato de ele ter indicado como adjunto José Weber Holanda Alves, que já respondia a processo interno por supostas irregularidades.
Servidores pedem saída de Adams, que se defende
Os denunciados e os crimes:
Paulo Rodrigues Vieira
Corrupção Ativa –7 vezes
Falsidade Ideológica – 2 vezes
Falsificação de documento particular – 1 vez
Tráfico de Influência
Formação de Quadrilha
Rubens Carlos Vieira
Corrupção Ativa – 6 vezes
Tráfico de Influência
Formação de Quadrilha
Marcelo Rodrigues Vieira
Corrupção Ativa – 4 vezes
Tráfico de Influência
Formação de Quadrilha
Rosemary Novoa de Noronha
Falsidade Ideológica – 2 vezes
Tráfico de Influência
Corrupção Passiva
Formação de Quadrilha
Marco Antônio Negrão Martorelli
Corrupção Ativa
Formação de Quadrilha
Patrícia Santos Maciel de Oliveira
Corrupção Ativa
Formação de Quadrilha
Lucas Henrique Batista
Corrupção Ativa
José Weber Holanda Alves
Corrupção Passiva – 2 vezes
Ênio Soares Dias
Violação de Sigilo Funcional
Corrupção Passiva
Glauco Alves Cardoso Moreira
Corrupção Passiva
Jailson Santos Soares
Corrupção Passiva
Jefferson Carlos Carus Guedes
Corrupção Passiva
Cyonil da Cunha Borges de Faria Júnior
Corrupção Passiva
Esmeraldo Malheiros Santos
Corrupção Passiva
Mauro Henrique Costa Souza
Corrupção Passiva
Evangelina de Almeida Pinho
Corrupção Passiva
Carlos César Floriano
Corrupção Ativa – 2 vezes
Gilberto Miranda Batista
Corrupção Ativa – 3 vezes
José Gonzaga da Silva Neto
Falsidade Ideológica
Kleber Ednald Silva
Falsidade Ideológica
José Cláudio de Noronha
Falsidade Ideológica
João Batista de Oliveira
Falsidade Ideológica
Tiago Lima
Corrupção Passiva
Márcio Alexandre Barbosa Lima
Violação de Sigilo Funcional