Na ação penal, o MPF pede que o grupo responda pelos rimes de organização criminosa, gestão fraudulenta, apropriação ilegal de recursos financeiros e indução de investidores a erro. Parte do dinheiro desviado foi paga aos acusados em forma de comissões. Os títulos foram negociados pelas corretoras Latam Investments LLC e a Delta Equity Services Corporation, as das com sede nos Estados Unidos. Os inquéritos constataram que as corretoras compravam os títulos no mercado internacional e os revendia aos fundos operados pelo Postalis que recomprava por valores acima dos cotados pelo mercado.
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Os inquéritos inicialmente investigados pela Polícia Federal de São Paulo, constataram um déficit de R$ 4,9 bilhões nas contas do fundo de pensão. O desfalque provocou uma cobrança extra de os participantes do plano de previdência, incluindo empregados, aposentados e pensionistas, arcam com a cobrança extra de 17,92% sobre as mensalidades dos participantes que pode se prolongar até 2039. A fraude começou quando a Atlântica Administração de Recursos, com sede em São Paulo e que contratou a administrada Latam, de Fabrizio Dulcetti Neves, para gerenciar dois fundos de investimento do Postalis, o Brasil Sovereign II, criado em 2006, e Real Sovereign, que operou a partir de 2008. A partir de 2010 as operações foram feitas pela Delta.
Para consumar as fraudes foram usadas empresas offshores ligadas a Fabrizio e aos seus sócios na Atlântica, Leandro Ecker, André Barbiere Perpétuo e Cristiano Arndt, este já falecido. Frabrizio também usou o nome da sogra Mercedes Monteiro. As corretoras norte-americanas compravam títulos no mercado mobiliário a preços correntes e repassava estes ativos a companhias de fachada em paraísos fiscais. Em seguida, essas empresas fictícias revendiam os papéis aos fundos de investimento do Postalis por valores artificialmente elevados. Entre 2006 e 2009, os executivos do fundo receberam gratificações de US$ 35,5 milhões, segundo a investigação.