Em nova denúncia apresentada pela força-tarefa da Operação Lava Jato em Curitiba, o ex-presidente Lula é acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro no processo que envolve um sítio em Atibaia, no interior de São Paulo, cuja propriedade é atribuída ao petista. Alegando que o imóvel está em nome de terceiros, Lula nega ser o dono do sítio.
A denúncia foi apresentada à Justiça Federal em Curitiba, onde o ex-presidente responde a outras duas denúncias, na condição de réu. Caso o juiz Sérgio Moro, responsável pela Lava Jato na primeira instância, aceite a denúncia, o ex-presidente passará à condição de réu pela terceira vez.
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De acordo com o MPF, Lula foi beneficiado por meio de obras de melhoria realizadas no sítio Santa Bárbara, em Atibaia, cuja escritura está no nome de Fernando Bittar. No entanto, o MPF diz acreditar que o sítio pertence ao ex-presidente e serviu para o cometimento de ilícitos. A acusação trata do pagamento de propina de pelo menos R$ 128 milhões pela Odebrecht e de outros R$ 27 milhões por parte da OAS, duas das empreiteiras envolvidas no esquema de corrupção descoberto pela Polícia Federal na Petrobras.
Conforme denúncia do MPF, a Odebrecht e a OAS custearam R$ 850 mil em reformas na propriedade. Outras 12 pessoas também são acusadas pelos crimes de lavagem de dinheiro e corrupção ativa e passiva.
Na denúncia, o MPF diz que Lula ajudou as empreiteiras ao manter nos cargos os ex-executivos da Petrobras Renato Duque, Paulo Roberto Costa, Jorge Zelada, Nestor Cerveró e Pedro Barusco. As investigações revelaram que o grupo comandou boa parte do esquema de corrupção praticado entre empreiteiras e diretores da estatal, com a participação de políticos, doleiros e demais operadores.
Amigo Bumlai
PublicidadeAlém disso, afirma que as empreiteiras foram beneficiadas em pelo menos sete contratos. O contrato de aluguel do navio-sonda Vitória 10.000, firmado pela empreiteira Schahin junto à Petrobras, também faz parte do processo. Entre outras frentes, esse ponto da investigação apura suposto pagamento de R$ 150 mil a Lula, com a ajuda do pecuarista José Carlos Bumlai, que teria intermediado os repasses ao ex-presidente.
Além do ex-presidente petista, também foram denunciados: Marcelo Odebrecht, ex-presidente da Odebrecht; José Adelmário Pinheiro, o Léo Pinheiro, dono da OAS; José Carlos Bumlai, pecuarista amigo de Lula; Agenor Franklin Medeiros, ex-executivo da OAS; Rogério Aurélio Pimentel, ex-assessor especial da Presidência; Emílio Odebrecht, dono da construtora Odebrecht; Alexandrino de Alencar, ex-executivo da Odebrecht; Carlos Armando Guedes Paschoal, ex-diretor da Odebrecht; Emyr Diniz Costa Junior, engenheiro da Odebrecht; Roberto Teixeira, advogado de Lula; Fernando Bittar, empresário sócio de um dos filhos do ex-presidente Lula; e Paulo Gordilho, engenheiro da OAS.
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