Pouco mais de um mês após ser nomeado diretor de engenharia da Dersa, em 24 de maio de 2007, Paulo Vieira de Souza, considerado operador do PSDB, abriu quatro contas no banco Bordier & Cie, em Genebra, segundo documento sigiloso que as autoridades suíças enviaram ao Brasil. A informação foi publicada nesta segunda-feira (7) pelo site Folha de S. Paulo.
De acordo com o jornal, entre 2007 e 2009, durante o governo de José Serra (PSDB), as contas receberam “numerosas entradas de fundos”. No começo de 2017, quando Paulo Preto decidiu transferir os recursos da Suíça para as Bahamas, as quatro contas tinham um saldo de US$ 34,4 milhões. O valor equivale a R$ 121 milhões.
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Ainda de acordo com o comunicado do Ministério Público da Confederação Suíça, ao qual o jornalista Mário Cesar Carvalho teve acesso, as quatro contas de julho de 2007 não foram as primeiras abertas pelo operador na Suíça. “Em 1993, ele e sua mulher à época começaram a operar com o banco Bordier & Cie, cada um com uma conta. Os procuradores suíços não detalham no documento o saldo dessas contas”.
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Na última semana, a Folha também revelou que o ex-diretor da Dersa é acusado de ter recolhido um suborno de R$ 173 milhões em obras da Prefeitura de São Paulo. As obras foram contratadas entre 2008 e 2011, na administração do então prefeito, Gilberto Kassab (PSD), ministro de Ciência e Tecnologia do presidente Michel Temer.
As cifras, conforme aponta a reportagem, teria sido a maior já revelada até o momento. Até hoje, uma das maiores propinas da Lava Jato foi relatada pela Andrade Gutierrez na construção da usina de Belo Monte, de R$ 150 milhões. Os valores que supostamente teriam sido repassados a Paulo Preto foram levantados pelo jornal a partir de depoimentos de delatores da Odebrecht, como Carlos Armando Paschoal e Roberto Cumplido, ex-diretores da empreiteira.
Preso pela Polícia Federal no dia 6 de abril, sob acusação de ter desviado R$ 7,7 milhões da obra do Rodoanel, Paulo Preto foi diretor de engenharia da Dersa no governo de José Serra (PSDB), entre 2007 e 2010. O ex-diretor da Dersa foi alvo da primeira denúncia da Lava Jato em São Paulo, apresentada pelo MPF no dia 22 de março. Paulo Preto é apontado como operador do ex-prefeito e ex-governador de São Paulo, senador José Serra (PSDB). O empresário foi citado por diversos delatores da Lava Jato por cobrar propina nas obras do trecho sul do Rodoanel.
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