Estimulado pelo depoimento do caseiro Francenildo dos Santos Costa à CPI dos Bingos, o motorista Francisco Chagas da Costa, resolveu contar, segundo diz, tudo o que viu e ouviu durante os onze meses em que trabalhou para a “República de Ribeirão”, formada por ex-assessores do ministro da Fazenda, Antonio Palocci, na prefeitura de Ribeirão Preto.
Segundo reportagem da Folha de S.Paulo de hoje, o motorista confirma que levou um envelope de dinheiro para Ademirson Ariovaldo da Silva, assessor especial de Palocci na Fazenda, no estacionamento do ministério. A entrega, afirma, foi uma ordem de Vladimir Poleto, ex-assessor de Palocci. Segundo o caseiro, havia entre R$ 5 mil a R$ 7 mil no envelope. O motorista, contudo, não sabou precisar o valor à Folha.
Francisco diz também ter visto Palocci “muitas vezes” na casa do Lago Sul alugada por Poleto. A casa foi descrita pelo advogado Rogério Buratti, outro integrante da “república de Ribeirão”, como uma central de encontros de lobistas e empresários com negócios de interesse no governo Lula.
Em depoimento à CPI dos Bingos na semana passada, em que envolveu Palocci na “casa do lobby”, Francisco disse tê-lo visto lá “três vezes, mais ou menos”.
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Assim como Francenildo, o motorista diz que Palocci chegava à casa sempre num Peugeot prata de Ralf Barquete, outro ex-assessor de Palocci, morto em 2004. Porém, ao contrário do caseiro, disse nunca ter visto Palocci dirigindo o carro.
Os depoimentos contradizem o ministro, que tem afirmado não ter mantido contato com seus ex-assessores de Ribeirão.
O ministério da Fazenda não comentou, até o fechamento da edição do jornal, as afirmações do motorista;
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