Os promotores Ricardo Silvares e Fernando Pereira Vianna Neto, do Ministério Público de São Paulo, afirmaram aos senadores da CPI dos Bingos que não há provas de que o assassinato do ex-prefeito de Campinas (SP), Toninho do PT, tenha sido um crime político. Os promotores também descartaram qualquer ligação entre a morte de Toninho com a do ex-prefeito de Santo André (SP) Celso Daniel – esta sim, segundo eles, uma morte encomendada.
Antônio da Costa Santos, o Toninho do PT, foi assassinado em setembro de 2001, e Celso Daniel, em janeiro de 2002. De acordo com Silvares, as mortes dos dois ex-prefeitos petistas não apresentam semelhanças.
O promotor explicou porque as investigações levam a crer que Toninho foi vítima de um crime comum. “Os bandidos assaltaram uma residência, tentaram assaltar alguém que dirigia um carro verde e, depois, foram para a avenida onde mataram o prefeito. Na época do crime, muitos seqüestros ocorriam em Campinas”, explicou. Silvares revelou que a mesma arma usada no crime, uma pistola 9mm, foi utilizada quatro dias depois por uma quadrilha liderada por Anderson de Paula Lima, o Andinho, no seqüestro de uma criança.
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Em contraposição, ambos os promotores apontaram evidências de que a morte de Celso Daniel tenha sido encomendada. “O caso de Santo André tem indícios de crime de mando claramente delineado, com interesses profundamente contrariados em uma sistemática pré-eleitoral que revela condição de crime de mando”, afirmou Silvares.
Os dois promotores também descartaram a existência de rixa entre Toninho do PT e setores da administração pública de Campinas. Antes de ser assassinado, o prefeito sugeriu alterações na área do aeroporto de Viracopos, local tradicionalmente dominado por traficantes, além de mudanças no cálculo da coleta urbana de lixo, realizada pela concessionária Ecocamp. A suspensão do funcionamento de casas de bingo em Campinas também foi proposta ao prefeito pela Justiça local.
No final do ano passado, os senadores Eduardo Suplicy (PT-SP), Romeu Tuma (PFL-SP) e Magno Malta (PL-ES) estiveram em São Paulo para ouvir uma testemunha ligada ao assassinato: um sushiman, de codinome Jack. “Mas as declarações dele estão repletas de contradições”, destacou Ricardo Silvares.
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