A morte de ACM gerou comoção no Congresso. Membro do partido do senador, o deputado Vic Pires Franco (PA) lembrou a força do amigo: “Ele era um apaixonado pelo Brasil, pela Bahia. Eu tinha grande convivência com ele. Quem perde não é só a Bahia, mas, sobretudo, aqueles que mais precisavam dele. Ele era um guerreiro, um leão”, disse.
Segundo o deputado, ACM começou a perder o vigor em 1998, quando seu filho Luiz Eduardo Magalhães morreu. “Desde a morte de Luiz Eduardo, ele chorava todas as noites”, contou.
“ACM deixou uma história de luta. Apesar de ser polêmico e não agradar a todos, essa era uma das virtudes dele. O ACM fará falta a este país e a este Congresso”, acrescentou o deputado Marco Maia (PT-RS).
“Ele era uma figura polêmica: era amor ou ódio. Era um político que não gerava indiferenças, essa para mim era uma das grandes virtudes dele. Na minha opinião, ele era um sujeito muito audacioso, igual a ele não tinha ninguém. Ele, como poucos, soube usar o sistema de poder, como lula está fazendo no segundo mandato, apesar de com menor charme”, disse Gustavo Fruet (PSDB-PR).
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Fruet contou ainda que, em sua tese de mestrado, sobre a Lei de Imprensa, dedicou um capítulo inteiro para criticar Antônio Carlos Magalhães, ressaltando que quando era foi ministro das Comunicações, durante o governo de José Sarney (1985-1990), houve um grande número de outorga e concessão de emissoras de rádio e televisão. Segundo os críticos, Magalhães e Sarney usaram esse expediente como forma de barganhar apoio político.
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), decretou lutou oficial de três dias pela morte de ACM. Por sua vez, o governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), decretou luto oficial no estado por cinco dias.
De acordo com a Secretaria Geral da Mesa, o Senado está providenciando um avião que levará parlamentares a Salvador para o velório e o enterro de Antonio Carlos Magalhães. O presidente Lula também disponibilizou à família de ACM dois aviões da Força Aérea Brasileira (FAB), para o translado do corpo do político e da família de São Paulo a Salvador.
Tristeza no gabinete
No gabinete de Antônio Carlos Magalhães (DEM-BA) o clima é muita tristeza. Funcionários e assessores choram a morte do senador, um dos últimos coronéis da política brasileira. Em sua sala, no Senado, há muitas fotos de seu filho, o deputado Luís Eduardo Magalhães, que morreu em 1998. Este fato muito abalou ACM. Segundo amigos, ele chorava “quase” todas as noites a morte de Luís Eduardo, e considerava a “dor da perda de um filho a maior do mundo”. (Lucas Ferraz)