O senador e ex-presidente da República Itamar Franco (PPS-MG) morreu neste sábado (2) em São Paulo, aos 81 anos de idade. Itamar estava internado no Hospital Albert Einstein, na capital paulista, desde o dia 21 de maio para tratar de uma leucemia. Apesar de reagir bem à quimioterapia, seu estado de saúde piorou no final do mês passado com o desenvolvimento de uma pneumonia grave, que o levou a ser transferido para uma unidade de terapia intensiva (UTI).
Boletim médico divulgado ontem (1º) informava que o estado de saúde do senador era grave e que ele respirava com a ajuda de aparelhos. Nessa madrugada, ele entrou em coma após sofrer um acidente vascular cerebral (AVC). De acordo com a assessoria do ex-presidente, o corpo dele será velado em Juiz de Fora (MG), onde Itamar começou sua vida política, e cremado em Belo Horizonte.
Leia ainda: O topete de Itamar vai fazer falta
A vaga deixada por Itamar no Senado será ocupada por seu primeiro suplente, o ex-deputado José Perrela de Oliveira Costa (PDT-MG), mais conhecido como Zezé Perrella e por seu trabalho na presidência do Cruzeiro Esporte Clube.
Itamar Augusto Cautiero Franco presidiu o país entre 29 de dezembro de 1992 e 1º de janeiro de 1995. Ele assumiu a presidência com a queda do ex-presidente Fernando Collor, de quem era vice. Em seu governo, o país começou a se livrar da hiperinflação com o lançamento do Plano Real, que abriu caminho para a estabilidade da moeda e o desenvolvimento da economia brasileira nas últimas duas décadas. Em 1992, a inflação anual era superior a 1.000%. Seu governo também foi marcado pelo apoio de uma coalizão de partidos.
Após deixar a Presidência, Itamar assumiu a Embaixada do Brasil em Portugal, onde ficou por dois anos. Também representou o Brasil na Organização dos Estados Americanos entre 1996 e 1998. De 1999 a 2003, foi governador de Minas Gerais. Causou polêmica ao declarar a moratória do estado, o que fez estremecer suas relações com o então presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Fernando Henrique era seu ministro da Fazenda no lançamento do Plano Real. Entre 2003 e 2004, Itamar foi o embaixador brasileiro na Itália.
Depois de tentar sem sucesso se lançar presidente da República pelo PMDB, o ex-presidente deixou o partido, no qual construiu a maior parte de sua trajetória política, e se filiou ao PPS para disputar as eleições de 2010 ao Senado. Itamar recebeu 5,12 milhões de votos. Estava em seu terceiro mandato como senador. Ele havia ocupado uma cadeira na Casa entre os anos 70 e 80.
Nascido a bordo de um navio no litoral baiano, Itamar foi registrado em Salvador. Mas se considerava um autêntico mineiro. Entre 1967 e 1971 e entre 1973 e 1974, foi prefeito de Juiz de Fora, seu primeiro mandato no Executivo.