Morreu na manhã deste domingo (20) o ex-prefeito de Belo Horizonte Célio de Castro. Segundo o médico do político, Jefferson Torres Moreira Penna, Castro, 76 anos, teve falência múltipla dos órgãos.
O corpo de Castro será velado na prefeitura de Belo Horizonte às 17h. O enterro deve ocorrer amanhã (21) às 11h, no Parque da Colina.
Em nota, o governador do Estado, Aécio Neves, lamenta a morte do colega a quem chama de “doutor” pelo fato de Castro além de político também ter sido médico.
Trajetória política
Célio de Castro comandou a prefeitura da capital mineira por duas vezes em 1997 e 2001. Natural de Carmópolis de Minas, Castro também atuou como deputado federal por dois mandatos (1986-1990) e (1990 -1994), quando foi líder da bancada do Partido Socialista Brasileiro na Câmara e presidente da legenda em Minas Gerais.
Em 1992, foi eleito Vice-Prefeito na chapa de Patrus Ananias de Sousa respondendo, no primeiro ano, também, pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social.
Formou-se pela Universidade Federal de Minas Gerais, em 1958. As áreas de maior interesse, quando estudante, foram a Clínica Médica e a Medicina de Urgência. Participou da implantação dos primeiros Centros de Tratamento Intensivo de Minas Gerais, tendo sido chefe do serviço de emergência do Hospital do Pronto Socorro, exercendo intensa atividade docente (1975 a 1980). Participou, ativamente, dos movimentos associativos da categoria médica, tendo sido presidente do Sindicato dos Médicos de Minas Gerais.
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PublicidadeMantém sua atividade como médico a par da atividade política. Publicou inúmeros trabalhos e foi co-autor do livro “Emergências Médicas”, publicado pela editora Guanabara-Koogan, incluído no currículo de todas as Faculdades de Medicina do país e traduzido em vários idiomas.
Teve participação intensa, como médico e cidadão, das lutas políticas pelo fim da ditadura militar, a favor da anistia e pelas eleições diretas. Eleito deputado federal, em 1986, atuou nas áreas dos Direitos Individuais, Direitos Sociais, dos Trabalhadores, da Saúde, Educação, Direitos dos Povos Indígenas, incluídas no texto da atual Constituição Federal. Seu trabalho foi reconhecido pelo Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar, como um dos “Deputados Nota Dez”, distinção concedida a apenas a 4 parlamentares, dentre os 53 representantes do Estado de Minas Gerais.
Reeleito pelo PSB, partido ao qual se integrou em 1990, foi membro das Comissões do Trabalho e da Seguridade Social, Saúde e Família. Fez parte da Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar o extermínio da criança no Brasil. Protagonista da maior vitória eleitoral, em 1997, no País, elegeu-se prefeito de Belo Horizonte com 809.992 votos – 76,5% do total dos votos válidos. Coordenou a Frente Nacional de Prefeitos, até 2000. Reeleito prefeito de Belo Horizonte – mandato 2001 a 2004, entrou para o Partido dos Trabalhadores em setembro de 2001. Desde novembro de 2001, encontra-se licenciado para tratamento de saúde.
Leia a íntegra da nota do governador de Minas Gerais, Aécio Neves
"O falecimento do ex-prefeito e ex-deputado Célio de Castro deixa de luto não apenas Belo Horizonte e Minas Gerais, mas todo o país. Doutor Célio sempre destacou-se pelo profundo humanismo que marcou sua trajetória, seja como médico ou como homem público. Seu colega na Constituinte, tornei-me reverente admirador da forma como defendia seus princípios. Cortês e elegante no trato com seus pares e equilibrado nos debates que travava, doutor Célio defendia com vigor e intransigente rigor ético as teses que apoiava. Como prefeito, foi responsável por inegáveis avanços sociais e de infra-estrutura de nossa Capital. Em nome de todos os mineiros, solidarizo-me com seus familiares."