Antes que o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, iniciasse seu depoimento à Comissão de Constituição (CCJ) do Senado, na manhã desta quarta-feira (19), manifestantes já haviam colocado em pé na Esplanada dos Ministérios, em frente ao Congresso, um boneco inflável representando o ex-juiz federal. Moro fala sobre sua atuação enquanto juiz federal que conduzia a operação Lava Jato, trabalho que é questionado à luz de mensagens reveladas pelo site The Intercept, que indicam trocas de estratégias sobre os processos entre ele e o procurador federal Deltan Dallagnol, coordenador da investigação no Paraná.
O Super-Moro é um boneco inflável dupla-face (de um lado retrata o ministro de terno, e de outro como Super-Homem) que tem sido usado pelos apoiadores do ministro em várias manifestações. A última, segundo os organizadores, foi no dia 26 de maio, quando movimentos de apoio ao governo Bolsonaro saíram às ruas nas principais cidades do país. O ato foi convocado pelos movimentos Nas Ruas, Vem Pra Rua, Rua Brasil, Bloco Movimento Brasil e Movimento Ordem e Progresso.
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“Hoje não estamos fazendo uma manifestação. É uma ação. Porque em dia de semana as pessoas trabalham. A gente não consegue juntar um volume grande de pessoas, enquanto a esquerda consegue, durante a semana, fazer essas greves, paralisando tudo”, explica o publicitário Thiago Rocha, representante do grupo. Para ele, a iniciativa de Moro de se dispor voluntariamente a falar aos senadores mostra que o ministro não tem nada a esconder.
Assim como o próprio Moro, Rocha defende que não há legitimidade nas revelações do Intercept pela forma como teriam sido coletadas. “Isso é um vazamento ilegal. Você não pode hackear o aparelho de nenhuma pessoa. Principalmente uma autoridade, um ministro, um juiz, o Ministério Público. Não sei se foi feito de forma independente ou se com parceria com o Intercept. O próprio nome Intercept já faz essa alusão à interceptação”, teoriza.
Publicidade“Não podemos alegar isso, mas pode ser que realmente exista um conluio entre Intercept e o hacker que fez esse trabalho de invasão dos aparelhos”, diz o publicitário.
Rocha vê que houve “muitos acertos” nos quase seis meses de governo Bolsonaro até o momento. “A manifestação do último dia 26 mostrou que o Brasil quer a reforma da Previdência, quer o pacote anticrime do Sérgio Moro, então a gente quer essas mudanças e está trabalhando por isso”, afirma. “O povo está apoiando as pautas do presidente. Não é uma coisa artifical, como a que é criada pela esquerda”, completa.
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