O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, acredita que a conclusão da votação da reforma da Previdência, prevista para esta terça-feira (22), vai permitir que o Congresso Nacional se debruce com mais profundidade sobre o pacote anticrime. Ele admitiu, então, que o governo tem conversado com os parlamentares para “convencê-los” a não desidratarem ainda mais o pacote.
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“O diálogo com os parlamentares tem sido intenso. Buscamos convencê-los, independentemente do partido, sobre o acerto das proposições, pois tem proposições lá que entendemos que são muito importantes”, afirmou Moro, que foi questionado por jornalistas sobre a tramitação do pacote anticrime no Congresso durante visita a Pernambuco.
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Moro disse ainda que, como o Senado deve concluir a votação do texto-base da reforma da Previdência nesta terça-feira, há uma expectativa de que os debates sobre o projeto do governo para a segurança pública se intensifiquem. “A pauta ficou dominada pelo tema da Nova Previdência, que tem uma perspectiva de ser finalizada nesta semana. A partir de então, acredito que haverá melhores condições de discutir profundamente o pacote anticrime no Congresso”, afirmou.
O ministro evitou, contudo, comentar se a crise no PSL pode prejudicar ainda mais o andamento do pacote anticrime no Congresso. Questionado sobre o assunto, ele disse apenas que o governo conversa com integrantes de todos os partidos. “O trabalho com os parlamentares tem sido feito em torno das ideias”, concluiu.
Moro também não citou pontos polêmicos do pacote, como o excludente de ilicitude e a prisão em segunda instância. Ao falar sobre as proposições do pacote anticrime que o governo julga importante, ele citou apenas medidas de combate ao crime organizado.
O pacote anticrime foi enviado ao Congresso pelo governo no início do ano como a principal pauta do governo Bolsonaro para a área da segurança pública. Como é muito amplo, começou a ser avaliado, ponto a ponto, em um grupo de trabalho na Câmara. As atividades desse grupo de trabalho, porém, ainda não terminaram e já tiraram do pacote pontos que eram apontados como fundamentais pelo governo como a possibilidade da prisão em segunda instância, que agora é alvo de debates na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara.
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