Ao mesmo tempo em que era divulgada veiculação do áudio, propiciada após levantamento de sigilo judicial por Moro, uma edição extra do Diário Oficial da União formalizou a posse de Lula como ministro da Casa Civil. Com o status de ministro, Lula não pode ser preso por um juiz como Sérgio Moro – ministros e outras autoridades, como deputados e senadores, só podem ser processados e presos por determinação do Supremo Tribunal Federal e depois do devido processo legal. Prisão, só em flagrante.
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Tão logo foi confirmada a nomeação de Lula, parlamentares e manifestantes foram para a entrada do Palácio do Planalto protestar contra a decisão de Dilma – com a divulgação do áudio, a mobilização aumentou e levou à aglomeração de cerca de duas mil pessoas na Praça dos Três Poderes. No Congresso, diversas reuniões estão em curso entre líderes de bancada e os presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). A cúpula do governo também está reunida no Palácio do Alvorada.
A conversa foi gravada no âmbito da investigação sobre a posse de um sítio usado por Lula em Atibaia. De acordo com investigadores da Lava Jato, a propriedade é mantida por empresas envolvidas com o esquema de corrupção descoberto pela Polícia Federal na Lava Jato, como Odebrecht e OAS, além de José Carlos Bumlai, também alvo da investigação e amigo de Lula.
Leia a transcrição do áudio:
– Dilma: Alô
Publicidade– Lula: Alô
– Dilma: Lula, deixa eu te falar uma coisa.
– Lula: Fala, querida. Ahn…
– Dilma: Seguinte, eu tô mandando o [subchefe para Assuntos Jurídicos da Casa Civil, Jorge] ‘Messias’ junto com o papel pra gente ter ele, e só usa em caso de necessidade, que é o termo de posse, tá?!
– Lula: Uhum. Tá bom, tá bom.
– Dilma: Só isso, você espera aí que ele tá indo aí.
– Lula: Tá bom, eu tô aqui, fico aguardando.
– Dilma: Tá?!
– Lula: Tá bom.
– Dilma: Tchau.
– Lula: Tchau, querida.