Segundo ação do Ministério Público Federal obtida pelo Congresso em Foco, a empresa Viação Anapolina explora o serviço sem licitação há cerca de 50 anos. A Justiça Federal de Luziânia (GO) ainda analisa o pedido de prisão por desobediência, feito por meio de um abaixo-assinado entregue neste mês, em meio aos protestos em todo Brasil pela qualidade no transporte público e redução das tarifas de ônibus.
Leia também
Na semana passada, moradores bloquearam rodovias que dão acesso à capital. Dias depois, passaram a queimar ônibus nas cidades ao redor de Brasília. Vídeo gravado pela professora Mirinha Leal mostra cenas de destruição em Valparaíso (GO), na noite de sexta-feira (22). O veículo foi queimado por volta das 22h em frente a um terminal de ônibus, segundo ela, em meio a protestos pela redução das passagens e melhora da qualidade no transporte. “Três pivetes renderam o motorista e colocaram fogo no ônibus”, contou ela ao Congresso em Foco.
A ANTT ainda cuida das linhas da região metropolitana de Teresina (PI), que faz divisa com cidades vizinhas do interior do Maranhão. Só uma empresa faz a ligação entre a capital e Timon (MA). Apesar de estar localizada no Maranhão, a cidade faz parte da região metropolitana da capital piauiense. Neste mês, estudantes protestaram contra o monopólio da empresa Dois Irmãos (Osvaldo Mendes & Cia. Ltda). Em esclarecimento à TV Globo do Maranhão, a empresa de ônibus admitiu problemas na qualidade do serviço, mas atribuiu-os às más condições das vias.
Vídeo: o protesto na Grande Teresina
Motivo de piadas
PublicidadeA reportagem apurou que, dentro da ANTT, a licitação dos ônibus que nunca sai virou motivo de piadas entre os servidores. Servidores técnicos reclama da forte influência das associação das empresas de ônibus (Abrati) sobre a agência. A concorrência estaria a cargo da Superintendência de Passageiros (Supas) da ANTT, hoje comandada por Sônia Haddad.
Procurada na segunda-feira (24), a Casa Civil da Presidência da República disse ao Congresso em Foco que o caso está agora sob responsabilidade do Ministério dos Transportes. A assessoria do Ministério disse que tentaria obter esclarecimentos com o ministro César Borges. Mas até o fechamento desta reportagem não houve retorno ao site. A ANTT não prestou nenhum esclarecimento ao site apesar de ter sido procurada desde segunda-feira.
Governo Dilma deixa de licitar linhas de ônibus